10 junho - Invoquemos
sempre o Espírito Santo em cada ação nossa! Invoquemo-lo para que Ele seja a
nossa alegria, o nosso sustentáculo e o nosso guia seguro para o Céu. (S 347). São Jose Marello
MATEUS 5, 1-12
Vendo Ele as multidões, subiu ao monte e sentou-Se. Acercaram-se
os discípulos 2e Ele, tomando a palavra, pôs-se a ensiná-los,
dizendo:
3Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino
dos Céus.
4Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.
5Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra.
6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles
serão fartos.
7Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão
misericórdia.
8Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
9Bem-aventurados os pacíficos, porque eles serão chamados filhos
de Deus.
10Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça, porque deles é
o Reino
dos Céus.
11Bem-aventurados sois, quando, por minha causa, vos injuriarem e
perseguirem e disserem, falsamente, contra vós toda a espécie de mal.
12Alegrai-vos e exultai, porque será grande nos Céus a vossa
recompensa. Foi assim que perseguiram os profetas antes de vós.
1-2. O Sermão da Montanha ocupa integralmente os caps. 5, 6 e 7 de
São Mateus. Trata-se do primeiro dos cinco grandes discursos de Jesus que
aparecem neste Evangelho. Compreende uma considerável parte dos ensinamentos
do Senhor.
Não é fácil de reduzir o discurso a um só tema, mas os diversos
ensinamentos podem comodamente agrupar-se à volta destes cinco pontos: 1) o espírito
que se deve ter para entrar no Reino dos Céus (as Bem-aventuranças, sal da
terra e luz do mundo, Jesus e a Sua doutrina, plenitude da Lei); 2) retidão de intenção
nas práticas de piedade (aqui se inclui a oração do Senhor ou Pai-Nosso); 3)
confiança na Providência paternal de Deus; 4) as relações fraternas dos filhos
de Deus (não julgar o próximo, respeito pelas coisas santas, eficácia da oração
e a regra de oiro da caridade); e 5) condições e fundamento para a entrada no reino
(a porta estreita, os falsos profetas e edificar sobre rocha).
2. «Pôs-se
a ensiná-los»: Refere-se tanto aos discípulos que rodeavam Jesus como às multidões
ali presentes, segundo aparece no fim do Sermão da Montanha (Mt 7,28).
As Bem-aventuranças (5,3-12) constituem como que o pórtico do
Sermão da Montanha. Para uma reta compreensão das Bem-aventuranças é
conveniente ter em conta que nelas não se promete a salvação a umas determinadas
classes de pessoas que aqui se enumerariam, mas a todos aqueles que alcancem as
disposições religiosas e o comportamento moral que Jesus Cristo exige. Quer
dizer, os pobres de espírito, os mansos, os que choram, os que têm fome e sede
de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacíficos e os que
sofrem perseguição por buscar a santidade, não indicam pessoas distintas entre
si, mas são como que diversas exigências de santidade dirigidas a quem quer ser
discípulo de Cristo.
Pela mesma razão, também não prometem a salvação a determinados
grupos da sociedade, mas a toda a pessoa que, seja qual for a sua situação no
mundo, se esforce por viver o espírito e as exigências das Bem-aventuranças.
A todas elas são também comuns o sentido escatológico, isto é, é-nos
prometida a salvação definitiva não neste mundo, mas na vida eterna. Mas o espírito
das Bem-aventuranças produz, já na vida presente, a paz no meio das tributações.
Na história da humanidade, as Bem-aventuranças constituem uma mudança completa
dos critérios humanos habituais: desqualificam o horizonte da piedade
farisaica, que via na felicidade terrena a bênção e prêmio de Deus e, na infelicidade
e desgraça, o castigo. Em todos os tempos as Bem-aventuranças põem muito por
cima os bens do espírito sobre os bens materiais. Sãos e doentes, poderosos e débeis,
ricos e pobres… são chamados, por cima das suas circunstâncias, à felicidade
profunda daqueles que alcançam as Bem-aventuranças de Jesus.
É evidente que as Bem-aventuranças não contêm toda a doutrina
evangélica. Não obstante contêm, como que em germe, todo o programa de perfeição
cristã.
3. Neste
versículo exprime-se de modo amplo a relação ida pobreza com o espírito. Este
conceito religioso de pobre tinha já uma longa tradição no AT (cfr, p. ex.,
Soph 2,3 s). Mais que a condição social de pobre, expressa a atitude
religiosa ide indigência e de humildade diante de Deus: é pobre o que corre a
Deus sem considerar méritos próprios e confia só na misericórdia divina para
ser salvo. Esta atitude religiosa da pobreza está muito aparentada com a
chamada infância espiritual. O cristão considera-se diante de Deus como um
filho pequeno que não tem nada em propriedade; tudo é de Deus seu Pai e a Ele o
deve. De qualquer modo a pobreza em espírito, quer dizer, a pobreza cristã,
exige o desprendimento dos bens materiais e austeridade no uso deles. A alguns,
os religiosos, Deus pede-lhes o desprendimento inclusive jurídico das suas
propriedades, como testemunho perante o mundo da condição passageira das coisas
terrenas.
«Choras? — Não te envergonhes. Chora; sim, os homens também
choram, como tu, na solidão e diante de Deus. — Durante a noite, diz o rei
David, regarei de lágrimas o meu leito.
«Com essas lágrimas, ardentes e viris, podes purificar o teu
passado e sobrenaturalizar a tua vida atual» (Caminho, nº 216).
O Espírito de Deus consolará com paz e alegria, mesmo neste
mundo, os que choram os pecados, e depois participarão da plenitude da
felicidade e da glória do céu: esses são bem-aventurados.
5. «Mansos»: quer dizer, os que sofrem com paciência
as perseguições injustas; os que nas adversidades mantêm o ânimo sereno,
humilde e firme. e não se deixam levar pela ira ou pelo abatimento. É a virtude
da mansidão muito necessária para a vida cristã. Normalmente as frequentes
manifestações externas de irritabilidade procedem da falta de humildade
e de paz interior.
«A terra»: Comummente entende-se em sentido transcendente, quer
dizer, a pátria celestial.
6. O
conceito de justiça na Sagrada Escritura é essencialmente
religioso (cfr nota a Mt 1,19). Chama-se justo a quem se esforça sinceramente
por cumprir a Vontade de Deus, que se manifesta nos mandamentos, nos deveres de
estado e na união da alma com Deus. Por isso a justiça, na linguagem da Bíblia,
coincide com o que atualmente costuma chamar-se santidade (lIoh 2,29; 3,7-10;
Apc 22,11; Gen 15,6; Dt 9,4). Como comenta São Jerónimo (Comm.
in Matth.5.6). esta (quarta bem-aventurança de Nosso
Senhor exige não um simples desejo vago de justiça, mas ter fome e sede dela,
isto e, amar e buscar com todas as forças aquilo que torna justo o homem diante
de Deus. O que de verdade quer a santidade cristã tem de amar os meios que a
Igreja, instrumento universal de salvação, oferece e ensina a viver a todos os
homens: frequência de sacramentos, convivência íntima com Deus na oração,
fortaleza em cumprir os deveres familiares, profissionais, sociais.
7. A misericórdia não consiste apenas em dar esmola aos pobres, mas também em compreender os defeitos que possam ‘ter os outros, desculpá-los, ajudá-los a superá-los e amá-los mesmo com os defeitos que tenham. Também faz parte da misericórdia alegrar-se e sofrer com as alegrias e dores alheias.
Portanto, é bem-aventurado o que sofre perseguição por ser fiel
a Jesus Cristo, e a suporta não só com paciência, mas com alegria. Na vida do
cristão apresentam-se circunstâncias heroicas, nas quais não têm lugar meios
termos; ou se é fiel a Jesus Cristo jogando-se a honra, a vida e os bens, ou O
renegamos. São Bernardo (Sermão
da Festa de Todos os Santos) diz que esta oitava bem-aventurança era
como que a prerrogativa dos santos mártires. O cristão que é fiel à doutrina de
Jesus Cristo é de facto também um «mártir» (testemunha) que reflete ou cumpre está
bem-aventurança, mesmo sem chegar à morte corporal.
11-12.
Deus
é poderoso e sabe qual é o melhor tempo para cada coisa em nossas vidas. Para
tudo, há um momento certo. A nós, cabe a paciência e a esperança de que a vitória
está por vir. “Ó Senhor, me alegro em vossa força e exulto de alegria em vosso
auxílio. Por isso, a vós me dirijo, confiante em vosso poder. Vós, que tendes
em mãos a força e a riqueza, abençoe o meu trabalho (ou concedei-me a graça de
ter um trabalho), pois é a vossa mão que tem o poder de dar a tudo grandeza e
solidez.
A
paz interior nos ajuda a conviver melhor com os outros, a ter mais saúde física
e mental e, também, a estar mais próximo do Divino. Para ajudar a atingir este
estado de graça, faça a seguinte oração de São Francisco de Assis. “Senhor,
fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; onde
houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver discórdia, que eu leve a
união; onde houver dúvida, que eu leve a fé; onde houver erro, que eu leve a
verdade; onde houver desespero, que eu leve a esperança; onde houver tristeza,
que eu leve a alegria; onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, fazei
que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender que ser
compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que
se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna. Amém”.
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