05 junho - A respeito da caridade, devemos ser ternos e simples
como crianças. (S 195). São Jose Marello
Marcos 12,18-27
MEDITAÇÃO:
Agora
é a vez dos saduceus que tinham posto a confiança nas riquezas acumuladas.
Negam a ressurreição, mas colocam Jesus diante de uma situação controvertida e
delicada para sua época: o levirato cujo objetivo era garantir, na família, um
herdeiro dos bens e propriedades. O caso que propõem é claramente anedótico. A pergunta dos
saduceus a Jesus era uma ratoeira maliciosa. Mas, se calhar, no fundo, não
se tratava apenas duma interrogação superficial, marginal. No fundo, eles
perguntaram a Jesus o que significa para o homem estar no mundo.
Jesus
é bem agressivo: "... não
estais errados?... não compreendeis?... não lestes no livro de Moisés?"...
E esclarece: na vida eterna a geração temporal é abolida. Jesus novamente
coloca cada coisa em seu lugar; as alianças entre os seres humanos servem para
garantir a convivência e o direito dos fracos; uma vez, porém, alcançada a
plenitude de vida perdem a validade. Em segundo lugar, a ressurreição está
intimamente ligada à imagem que se tem de Deus. Por isso, Jesus afirma que Deus
é o Deus dos vivos, que faz seus filhos participarem da vida abundante, na
eternidade, pela comunhão de amor com os irmãos, com Jesus e o Pai. Deus não é
o deus dos mortos, preocupados com seus bens e propriedades.
Cuidado!
As normas e as tradições sociais e religiosas são frutos da interação entre as pessoas
e os grupos sociais e culturais. Acima, porém, de tudo está a imagem de um Deus
cheio de amor e misericórdia. O Deus em que cremos e que nos foi revelado
plenamente
Para
entender o Evangelho não basta ler as escrituras, mas também compreender os
povos, culturas e costumes que lá estão presentes. Por esta razão, temos
sacerdotes e pastores que estudam muito para que possam nos explicar o que a
Escritura realmente quer dizer. Com Jesus como nosso exemplo e Senhor, as
Escrituras Sagradas como nosso fundamento, e o Espírito Santo como nosso
Professor, nós deveríamos, prazerosamente, sanar as dúvidas bíblicas para estar
em vantagem ao mundo, por Cristo e o pelo seu reino.
A
alta estima da racionalidade de Jesus e a sua própria aplicação de argumentos
indica que o Cristianismo não é uma fé anti-intelectual. Os seguidores de Jesus
hoje, então, deveriam imitar o seu zelo intelectual, usando os mesmos tipos ou
argumentos que Ele usou. As estratégias argumentativas de Jesus têm aplicações
em quatro debates contemporâneos: a relação entre Deus e moralidade, a
confiabilidade do Novo Testamento, a ressurreição de Jesus e o relativismo
ético
Os
maiores doutores da Igreja brilharam não só pela acuidade e erudição do seu
pensamento, mas também pela profunda oração e humildade. O cristão deve, pois, desenvolver
uma inteligência humilde, capaz de compreender e respeitar os próprios limites,
e saber aceitar as verdades da fé com simplicidade e obediência.
Os
que estão voltados unicamente para este mundo erram quando querem tratar das
coisas da eternidade, usando valores e modos de pensar deste mundo. Ainda não
podemos nos esquecer do famoso dialogo de Jesus com os saduceus onde Jesus diz
que Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos e em especial no Evangelho
segundo Lucas acrescenta "Pois todos estão vivos para Ele".
Note
que Jesus diz que os saduceus estão completamente errados! Assim de acordo com
Jesus existe uma verdade correta e o resto está errado! Não se pode aceitar
todas as doutrinas como sendo iguais e corretas!
Os
saduceus foram os maiores colaboradores dos romanos, certamente para manter os
cargos e os privilégios. Por isso, eram odiados pelos nacionalistas. Os
saduceus formavam o grupo judeu mais conservador: aceitavam apenas a autoridade
da lei escrita e rejeitavam as novas concepções aceitas pelos escribas e fariseus
(como a crença nos anjos, demônios, ressurreição e messianismo). O grande
debate desse grupo com Jesus foi sobre a ressurreição e, no processo de Jesus,
o messianismo.
Como
grupo, os saduceus desapareceram com a destruição do Templo pelos romanos no
ano 70 d.C., bem como a religião dos judeus como Jesus conhecia. Entre as
diversas personagens que representavam o pensamento religioso e político vimos
quem eram os zelotas, os saduceus e os samaritanos. Agora, veremos quem eram os
escribas, os fariseus e os essênios. Poderemos então compreender melhor o
Evangelho.
São
muitos, a exemplo dos saduceus do evangelho de hoje, os que se debatem com as
verdades da fé. Não se cansam de pretender esgotá-las à luz da razão. A razão,
sem dúvida, é um dom maravilhoso de Deus à criatura humana, e não só podemos, como
até devemos aprofundar a nossa fé à luz da razão. Mas o conhecimento humano é
limitado e não respeitar isso é cair na presunção dos saduceus.
Ainda
nesse discurso aos saduceus Jesus fala que as pessoas serão com anjos de Deus
no céu. Tem também aquela passagem que Jesus diz a Marta "...todo aquele
que vive e crê em mim não morrerá jamais." Todos os que morreram e não só
Abraão, Isaac ou Jacó!
Outra
passagem interessante é onde Jesus diz ao "bom ladrão": "Ainda
Hoje estarás comigo no Paraíso.". Eu tenho curiosidade em saber como os
que não acreditam na alma explicam esse "ainda hoje". O fato é que
muitos hoje como os saduceus preferem permanecer no erro.
Uma
das coisas que sempre têm questionado e preocupado o homem é seu destino final.
Que passa depois da morte? Para o cristão, a resposta de Jesus ilumina este
mistério e o faz viver em paz, pois agora sabe que não existe a morte senão
simplesmente uma transformação. O homem criado por Deus viverá para sempre. A
"morte" dispõe ao homem para desfrutar a eternidade.
Contrariamente
a outras filosofias e "teologias", o cristianismo, baseado na
revelação de Deus, afirma (e esta é nossa esperança), que ao ocorrer a morte física,
Deus nos ressuscitará de maneira semelhante a como o fez com Jesus. Nosso corpo
voltará a tomar sua carne, será nosso mesmo corpo, porém agora será um corpo
GLORIFICADO, um corpo que não sofre mais, um corpo que não pode já experimentar
a morte. Certamente não podemos entender perfeitamente este mistério, nem como
será, ou que significa ter um corpo glorificado. Então cremos em Jesus, cremos
que sua palavra se cumprirá e que nossa existência perdurará para sempre pois
nosso Deus não é um Deus de mortos, mas sim dos vivos.
Há
quem imagine que, chegando ao Céu, vai estar de volta junto dos filhos, ou do
marido ou dos familiares. Então a eternidade — a plenitude da Vida — não
mudaria absolutamente nada: seria o prolongamento desta, baseada na carne e no
sangue... Deus não nos bastaria: não seria tudo
A
Fé deve levar-nos, já neste mundo, a fazer de Deus o Tudo da nossa vida,
passando nós a amar tudo e todos em Deus, como dizia S.ª Teresa de Ávila: ‘Só
Deus basta!’. Isto não significa, de modo nenhum, que a Comunhão de Santos na
eternidade seja um amontoado de gente, que se não conhece. Lá, caídas as
‘escamas’ dos olhos, passaremos a olhar para todos como filhos de Deus e nosso
irmãos, mesmo aqueles que não faziam parte da nossa família biológica, o
que, neste mundo, se calhar, não acontecia.
Se
já neste mundo somos chamados a ser e a viver como irmãos’ — não como pai, ou
mãe, ou filho ou neto — como querer levar para a eternidade o mesmo tipo de
vida? Se quem entra no Céu – em Deus – tem o Tudo, por ter Deus, como
procurar o que falta à nossa felicidade, se nada
nos pode faltar?
A
felicidade consistirá em ver todos os que foram dignos de chegar à
Ressurreição, como irmãos, porque Deus será – como já é - o Pai de todos. Se
todos os que ali se encontram são felizes, até os que nós amamos e os amaram,
onde está o problema? Se queremos mesmo que lá se encontrem, isso depende de
nós, agora: já neste mundo.
A morte, em princípio, não muda nada, por ser ‘continuação da vida’ — em outro estado: o estado de ressuscitados. Quanto há a fazer!... Como pode alguém, se é e procura ser e viver como cristão, desleixar e desprezar a salvação dos outros: concretamente, a salvação da sua família?...
“'Carpe diem' expressão
latina das primeiras palavras de um verso do poeta romano Horácio em: Odes,
Livro I. 11,8. Este verso é completado por 'nec
minimum crédula postero': 'Confie o menos possível no dia de amanhã'!
Advertência dirigida de tempos em tempos sobretudo nos de crise da esperança e
do futuro, torna-se bandeira, sentido de vida mesmo, para inteiras gerações. Os
horizontes se encurtam e, só sobrando o presente, não resta senão sugá-lo com
sofreguidão e tédio”.
A
expressão: “Carpe diem” hoje usada em
carros e adesivos colocados em lugares públicos, resume a mentalidade dos
aproveitadores, dos que só acreditam nesta vida e não vêem perspectiva de vida
futura com dignidade e soberania. O, “aproveite, curta, desfrute...confie o
menos possível no dia de amanhã” significa olhar a realidade pessoal e social
perdendo todos os horizontes da vida, significa não ter ideais para lutar, não
ter gosto pelo trabalho, significa não acreditar em si mesmo, não esperar o
momento seguinte na dinâmica de vivê-lo melhor, significa colocar todas as
esperanças no ar do momentâneo, do fazer por fazer.
Infelizmente,
os resultados desta ideologia têm causado graves danos pessoais, dores e sofrimentos
incalculáveis, perda do gosto de viver, levando ao sentimento do tanto faz
matar ou morrer. Os valores da vida pessoal e dos outros não passa de falsidade
ou imposições. Vale o que penso e o que decido, o “eu” acaba sendo a razão
última, a verdade absoluta, sou um pequeno deus cujo altar é o efêmero
desfrutar e curtir. As gerações se sucedem com grandes avanços em todas as
áreas da vida humana e social. Como não avançar na vivência do dia a dia,
construindo no agora com esperança de um amanhã melhor, mais feliz e realizado?
Qual o sentido da vida quando tudo termina aqui?
O
ser humano precisa aprender a superar as crises, enfrentar os obstáculos,
refazer a esperança de um futuro que não depende de nós, restabelecendo em cada
momento presente o gosto de viver e viver cada vez melhor, visando o bem comum
de todos. A paz interior a tranqüilidade de consciência, a felicidade que tanto
buscamos, nasce de um coração que teme a Deus e coloca Nele a sua esperança. A
busca incansável de Deus está na natureza do ser humano, a sede do
transcendente leva o coração humano a buscá-lo sem tréguas. Como afirma Santo
Agostinho: O meu coração anda inquieto enquanto em ti não repousar.
Superar
as crises, de maneira especial a crise do sentido da vida, significa começar
acreditando em si mesmo, no outro e no totalmente outro. Sem a dimensão da fé
no sobrenatural e na vida eterna, o ser humano vira bicho e na maioria das
vezes bicho feio. Aproveitar, curtir, desfrutar, da vida faz bem a qualquer um
de nós desde que saibamos em quem depositamos a nossa esperança. Confie em você
e naquele que o criou e viverá o amanhã melhor do que hoje. Na síntese
evangélica Jesus resume toda a lei no amor a Deus e ao próximo como a nós
mesmos. Por isso quem não ama, não vive, porque o amor vem de Deus e o nosso
Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos. Mortos porque não descobriram a
capacidade de amar e ser amados.
Vida eterna. Onde é que está? Quando será? Por muito tempo, pensamos na vida eterna como uma vida depois de todos os nossos aniversários se terem esgotado. Durante a maior parte dos nossos anos, falamos de vida eterna como a "pós-vida", como "vida depois da morte". Mas, à medida que vamos ficando mais velhos, menos interesse temos pelo "pós-vida".
Preocupar-nos
com o amanhã, com o próximo ano, com a próxima década, e também com a próxima
vida, parece-nos uma falsa preocupação. Cismar sobre como é que tudo será para
nós depois de morrer parece-nos, em grande parte, uma distração. Se a nossa
meta é a vida eterna, então essa vida deve ser atingível já agora, onde
estamos, porque a vida eterna é a vida em e com Deus, e Deus está onde estamos,
aqui e agora.
O
grande mistério da vida espiritual — a vida em Deus — é que não temos de esperar
por ela como algo que acontecerá depois. Jesus diz: "Estai em mim como eu
estou em vós". É este divino "estar em" que é a vida eterna. É a
presença ativa de Deus no centro do meu viver — o movimento do Espírito de Deus
dentro de nós — que nos dá a vida eterna. "Esta é a vida eterna: que te
conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste".
Seja
como for, o que será a vida depois da morte? Quando vivemos em comunhão com
Deus, pertencemos à própria casa de Deus, onde não há mais nenhum
"antes" ou "depois". A morte deixa de ser a linha
divisória. A morte perde seu poder sobre aqueles que pertencem a Deus, porque
Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos.
Logo
que tenhamos provado a alegria e a paz que vem do fato de sermos abraçados pelo
amor de Deus, sabemos que tudo está bem e estará bem. "Não tenhais medo", disse
Jesus, "Eu venci as forças da
morte... vinde morar comigo e ficai sabendo que, onde eu estou, aí está
Deus".
Se
a vida eterna é a nossa meta, então não é uma meta longínqua. É uma meta que se
pode alcançar no momento presente. Quando o nosso coração compreende esta
verdade divina, estamos vivendo a vida eterna. Quem crê na vida eterna, fruto
da ressurreição depois da morte, é capaz de resistir a tudo, até mesmo às mais
terríveis ameaças de morte e martírio.
“Estas
palavras confirmaram uma disposição do meu coração: pouca preocupação com a
vida depois da morte e mais preocupação com a vida antes da morte.”. O
Cristianismo, nos dá segurança para a eternidade. Mas devemos convir que nosso
grande problema não é a eternidade, mas sim a próxima segunda-feira. Os dilemas
que assolam nossa alma não dizem respeito ao céu e ao inferno, mas ao restante
do mês no fim do salário. Não nos preocupa tanto nosso futuro eterno, mas o
futuro dos nossos filhos, do nosso casamento, da nossa carreira profissional e
do nosso País. Já não estamos tão ocupados em saber o que nos acontecerá depois
de nossa morte, na "outra vida", mas o que nos espera amanhã, ainda nesta
vida.
É
Jesus que tem a capacidade de nos fazer enxergar o sol por sobre as nuvens:
sabemos que ele está lá em um dia chuvoso, mas teimamos
A
páscoa cristã nos remete aos umbrais das portas e janelas dos hebreus no Egito,
e, cobertos pelo sangue do "cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo", somos livres do aguilhão e da condenação da morte, e experimentamos,
aqui e agora, o poder da nova vida que brota do túmulo vazio desde a manhã do
domingo da Ressurreição de Jesus Cristo, que vive e reina para todo o sempre.
A nossa reflexão de hoje nos convida, portanto, a reafirmar a nossa fé e a nossa esperança na ressurreição dos mortos. Todos, afinal, estão vivos. Uns na glória plena, outros na purificação que a ela conduz. Não há pois, motivos para tristezas, para menos paz e tranqüilidade. O nosso Deus é o Deus dos Vivos. Vamos dar vivas à Vida. Mais caridade e mais oração, menos flores e menos gastos. É isto que os defuntos precisam.
Em seus ensinamentos, Jesus disse que todos devem se amar e “amar ao próximo como a eles mesmos” (cf Mt 22,39).
Com essas palavras, ele transmitiu o princípio fundamental: antes de amar
alguém, é importante amar a si mesmo.
Se houver dúvidas sobre esse aspecto, significa falta de valorização pessoal.
É preciso trabalhar a auto - aceitação; somente assim será possível investir em
algo construtivo.
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