04 junho - É a
caridade que deve predominar sobre todas as nossas ações: ela consolida a fé,
aumenta a esperança e nos une mais intimamente a Deus. (S 202). São Jose
Marello
Marcos 12,13-17
Depois mandaram que alguns fariseus e
alguns membros do partido de Herodes fossem falar com Jesus a fim de
conseguirem alguma prova contra ele. Eles chegaram e disseram:
- Mestre, sabemos que o
senhor é honesto e não se importa com a opinião dos outros. O senhor não julga
pela aparência, mas ensina a verdade sobre a maneira de viver que Deus exige.
Diga: é ou não é contra a nossa Lei pagar impostos ao Imperador romano? Devemos
pagar ou não?
Mas Jesus percebeu a malícia
deles e respondeu:
- Por que é que vocês estão
procurando uma prova contra mim? Tragam uma moeda para eu ver.
Eles trouxeram, e ele
perguntou:
- De quem são o nome e a
cara que estão gravados nesta moeda?
Eles responderam:
- São do Imperador.
Então Jesus disse:
- Dêem ao Imperador o que é
do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus.
E eles ficaram admirados com
Jesus.
Meditação:
No evangelho,
os herodianos, um grupo político que estava a favor de Herodes, e os fariseus
se aproximam de Jesus para pô-lo à prova com uma pergunta e deixá-lo numa
situação bastante perigosa conforme a resposta que desse, e posteriormente
acusá-lo e condená-lo.
Jesus é
interrogado pelos discípulos dos fariseus com a intenção de pegá-lo
Tudo o que
eles disseram sobre Jesus, é verdade e constitui a missão de Jesus. Só que
nunca imaginaram que da boca de Jesus viesse a sair uma resposta tão sábia e
tão inteligente que os fizesse cair nas malhas das suas próprias palavras. É
lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não? Já que eles
maliciosamente fizeram esta pergunta, Jesus responde-lhes com uma outra desafia-lhes
a sabedoria.
Jesus
inteligentemente dá-lhes uma resposta que faz os herodianos, fariseus e seus
discípulos entenderem as obrigações que adquire o ser humano com as leis civis
que hão de ser cumpridas e não passadas por alto em função de uma opção de vida
religiosa, como é o ser cristão.
De quem é a
figura e a inscrição que estão nessa moeda? E eles então dão a sua própria
sentença: é de César! Sem mais perca de tempo, o Mestre lhes faz meditar na
verdade do ditado segundo o qual pela “boca morre o peixe”: Dai a César o que é
de César e a Deus o que é de Deus!
É
necessário que eles ontem e nós hoje apresentamos a estabelecer de uma vez por
todas que existem o poder temporal e àquele atemporal. O poder deste mundo passageiro
e o do mundo que não tem fim.
Ao se
referir a César, Ele ensina que enquanto estivermos no mundo, embora não lhe
pertençamos devemos tenhamos a capacidade e o espírito de discernimento entre o
que pertence a terra e o que pertence ao reino do céu.
Que
saibamos exercer com dignidade a nossa cidadania obedecendo as autoridades legalmente
instituídas pelo Estado. Que assumamos os nossos deveres e usufruamos dos
nossos direitos dentro e fora da nossa Pátria.
A segunda
parte da resposta de Jesus nos faz ver que como Seus discípulos temos um destino
diferente dos deste mundo. O preço da nossa salvação é pago com a moeda que
também tem faces dum lado está escrito: SOU CIDADÃO DO CÉU. E JESUS É O
CAMINHO, A VERDADE E A VIDA PARA LÁ CHEGAR. E do outro lado está a imagem de
Jesus crucificado e ressuscitado.
Se dum lado
somos chamados a vivermos a sobriedade nas nossas palavras para não nos
condenamos como os fariseus do evangelho de hoje, por outro lado Jesus
chama-nos atenção a que não tenhamos outro senhor a quem adoremos, simbolizando
pelo pagamento de impostos, a que nas nossas relações com os nossos irmãos e
irmãs não tenhamos outra moeda senão a do amor de Jesus Cristo. Pois sem Ele
ninguém entrará no Reino do Céu!
Deus tem
seu lugar, e o fiel tem de saber respeitá-lo. O ser humano, portanto, não deve
colocar em tensão aquelas questões que se referem ao foro civil com as do foro
religioso, pois ambas, relacionadas e em equilíbrio, podem levar a que se
consiga uma sociedade melhor, justa e participativa para seus integrantes.
Reflexão Apostólica:
Um grupo de
fariseus e herodianos pergunta a Jesus se está certo que o povo judeu pague
tributo ao imperador romano que o subjuga. Uns e outros pagavam o tributo,
embora por razões diferentes. Por isso a pergunta revela uma intenção
distorcida e perversa de pôr Jesus diante de um dilema: se responder que não,
podem acusá-lo de rebelião; e se sua resposta for sim, será rechaçado pelo
povo.
O fundo da
pergunta é se pagando o imposto se viola ou não a lei judaica; se se é fiel ou
não às tradições religiosas. Olhando a inscrição da moeda, Jesus diz que se dê
a César o que lhe corresponde; mas o reconhecimento da autoridade suprema,
obediência e amor somente se devem ao verdadeiro Deus. Esta é a resposta sábia
e contundente de Jesus.
Lamentavelmente
os seres humanos costumamos confundir as coisas para tirar proveito próprio.
Mas a palavra de Jesus é clara: Somente Deus merece nosso amor sem divisões e
nossa total obediência. Não confundamos os assuntos do reino de Deus, como a
paz, a justiça, a solidariedade, a liberdade e a verdade, com os interesses
mesquinhos dos impérios de todos os tempos.
Precisamos
estar atentos. A duração da nossa vida é rápida. Porém, enquanto estivermos
aqui temos as obrigações a que cumprir e não estamos isentos dos tributos do
mundo como nos fala Jesus no Evangelho: “Daí, pois a César o que é de César e a
Deus o que é de Deus”.
Para sermos
justos precisamos estar quites com os encargos que o mundo nos cobra,
confiantes, porém, de que Deus que não olha as aparências vê o nosso coração e
sabe dos nossos propósitos.
Seremos
cobrados (as) também pelo que ficarmos devendo no mundo, pois vivemos aqui na
terra sob o olhar misericordioso e providente do Senhor. Cumprindo com a nossa
obrigação aqui neste século teremos, no outro, a recompensa pela nossa
fidelidade.
Uma coisa
não nos tira da outra. Da mesma forma que cumprimos com os encargos que o mundo
nos cobra nós também precisamos saldar a nossa dívida com os nossos irmãos e
irmãs, segundo o mandamento do Senhor: “Amai-vos uns aos outros”.
O
mandamento de Deus é o Amor. Pagar imposto é um dever social, temporal, mas
para Deus o nosso dever é amar e este é o nosso compromisso com o reino. Amar a
Deus sobre tudo e ao próximo como a nós mesmos (as). Somente assim seremos
filhos e filhas justos (as), isto é, ajustados (as) ao Seu plano.
Como você
tem encarado as obrigações sociais que o mundo impõe? Você é uma pessoa justa
neste aspecto? Você tem vivido o mandamento do amor? Você sabe que diante de
Deus nós seremos também cobrados (as) pelos nossos deveres sociais aqui na
terra?
As
autoridades civis merecem o respeito e cooperação, sempre e quanto isto não
signifique transgredir nossa adesão a Deus. Tampouco é lícito que por uma
suposta lealdade a Deus esqueçamos nossas responsabilidades cotidianas como,
por exemplo: não sonegar imposto, não "piratear" etc. Devemos
respeitar tanto a Deus como a autoridade, enquanto esta não pretenda tomar o
lugar da primeira.
César se considerava a si mesmo como Filho de Deus e exigia de seus súditos a
reverência e dedicação que se deve à divindade. Aqui a autoridade toma para si
o lugar de Deus. Por isso devemos estar atentos a situações similares que
ocorrem em nossos dias. É a constante tensão entre os valores do Reino de Deus
e os dês-valores das estruturas do mundo.
Propósito:
Pai, tudo quanto existe no universo te pertence.
Ensina-me a subordinar tudo ao teu querer e a considerar-te a medida de tudo. Ó
Deus, dai-me a graça de possuir a única moeda com a qual eu possa comprar o
reino do Céu, que me ensine e ajude proclamar a minha fé não somente em
palavras, mas também na verdade das minhas ações que é Jesus Cristo, Vosso
Filho.
Quando pediu que os discípulos rezassem com perseverança, Jesus queria dizer
que orassem sem desanimar.
Isso pode ser aplicado à sua vida.
Se deseja que suas orações sejam atendidas, jamais hesite.
A confiança e a fé apontadas por Jesus deveriam mover montanhas. (cf Mc 11,23)
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