20 junho
- Seja qual for o caminho pelo qual o
Senhor nos conduza, se lhe formos sempre fiéis, nos encontraremos um dia no
Paraíso, onde teremos acumulado numerosos merecimentos e glória, e tanto mais
nos regozijaremos e nos deliciaremos em Deus, quanto menos tivermos desfrutado
de suas consolações aqui na terra. (S 359).
São Jose Marello
Mateus 6,7-15
"- Nas suas orações, não fiquem
repetindo o que vocês já disseram, como fazem os pagãos. Eles pensam que Deus os
ouvirá porque fazem orações compridas. Não sejam como eles, pois, antes de
vocês pedirem, o Pai de vocês já sabe o que vocês precisam. Portanto, orem
assim:
"Pai nosso, que estás
no céu, que todos reconheçam que o teu nome é santo.
Venha o teu Reino.
Que a tua vontade seja
feita aqui na terra como é feita no céu!
Dá-nos hoje o alimento que
precisamos.
Perdoa as nossas ofensas
como também nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam.
E não deixes que sejamos
tentados, mas livra-nos do mal.
[pois teu é o Reino, o
poder e a glória, para sempre. Amém!]"
- Porque, se vocês
perdoarem as pessoas que ofenderem vocês, o Pai de vocês, que está no céu,
também perdoará vocês. Mas, se não perdoarem essas pessoas, o Pai de vocês
também não perdoará as ofensas de vocês."
Meditação:
O evangelho de hoje nos apresenta a oração do Pai Nosso, o Salmo
que Jesus nos deixou. Existem duas redações do Pai Nosso: a de Lucas (Lc
11,1-4) e a de Mateus (Mt 6,7-13).
A redação de Lucas é mais breve. Lucas escreve para as comunidades
que estavam inseridas entre os pagãos e eram constituídas por pessoas de
cultura e mentalidade grego-pagã. Visa ajudar as pessoas que estão iniciando a
caminhada da oração.
No Evangelho de Mateus, o Pai Nosso encontra-se inserido no
Discurso da Montanha, onde Jesus orienta os discípulos na prática das três
obras de piedade: esmola (Mt 6,1-4), oração (Mt 6,5-15) e jejum.
O Pai Nosso faz parte de uma catequese para judeus convertidos.
Eles estavam acostumados a rezar, mas tinham alguns vícios que Mateus queria
corrigir. No Pai Nosso, Jesus resume todo o seu ensino em sete pontos dirigidos
ao Pai.
Nestes sete pedidos, retoma as promessas do Antigo Testamento e
manda pedir ao Pai que nos ajude a realizá-las. Os primeiros três se referem à
nossa relação com Deus. Os outros quatro tem a ver com a relação comunitária
que temos com os outros.
Na introdução, Jesus critica as pessoas para as quais a oração era
uma repetição de fórmulas mágicas, de palavras fortes, dirigidas a Deus para
obrigá-lo a responder a seus pedidos e necessidades.
Quem reza deve buscar, em primeiro lugar, o Reino, muito mais que
seus interesses pessoais. A acolhida da oração por parte de Deus não depende da
repetição das palavras, mas sim da bondade de Deus que é Amor e Misericórdia.
Ele quer o nosso bem e conhecer nossas necessidades, antes mesmo das nossas
orações.
As primeiras palavras: “Pai Nosso que estás nos céus!” Abbá, Pai,
é o nome que Jesus usa para se dirigir a Deus. Expressa a intimidade que ele
tem com Deus e manifesta a nova relação com Deus que deve caracterizar a vida
das pessoas nas comunidades cristãs (Gl 4,6; Rm 8,15). Mateus acrescenta ao
nome do Pai o adjetivo nosso e a expressão que “estás nos céus”.
A verdadeira oração é uma relação que nos une ao Pai, aos irmãos e
às irmãs, à natureza. A familiaridade com Deus não é intimista, mas expressa a
consciência de pertencer à grande família humana, da qual participam todas as
pessoas, de todas as raças e de todos os credos: Pai Nosso.
Rezar ao Pai e entrar na intimidade com Ele, é entrar em sintonia
com os guias de todos os irmãos e irmãs. É buscar o Reino de Deus em primeiro
lugar.
A experiência de Deus Pai é o fundamento da fraternidade
universal. • Mateus 6,9b-10: Os três pedidos pela causa de Deus: o Nome, o
Reino, a Vontade. Na primeira parte do Pai Nosso, pedimos para restaurar a
nossa relação com Deus.
Para fazer isso, Jesus pede (a) a santificação do Nome revelado no
Êxodo por ocasião da libertação do Egito; (b) pede a vinda do Reino, esperado
pelo povo após o fracasso da monarquia; (c) pede a realização da Vontade de
Deus, revelada na Lei que estava no coração da Aliança.
O Nome, o Reino, a Lei, são os três eixos do Antigo Testamento que
manifestam como deve ser a nova relação com Deus.
Os três pedidos apontam que é preciso viver na intimidade com o
Pai, tornando conhecido seu Nome, amando-o, fazendo com que seu Reino de amor e
de comunhão se torne realidade, que se faça sua Vontade assim na terra como no
céu. No céu, o sol e as estrelas obedecem à lei de Deus e criam a ordem do
universo.
A observância da lei de Deus “assim na terra como no céu” deve ser
fonte e espelho da harmonia e do bem-estar para toda a criação.
Esta relação renovada com Deus torna-se visível na relação renovada
entre nós que, por sua parte, é objeto dos outros quatro pedidos; o pão cotidiano,
o perdão das dívidas, e não cair em tentação e a libertação do Mal.
Na segunda parte do Pai Nosso pedimos para restaurar e renovar a
relação entre as pessoas. Os quatro pedidos apontam como devem ser
transformadas as estruturas da comunidade e da sociedade de modo que todos os
filhos e as filhas de Deus vivam com igual dignidade.
"O pão nosso de cada dia" (Mt 6,11): lembra o maná de
todo dia no deserto (Ex 16,1-36). O maná era uma "prova" para ver se
as pessoas eram capazes de seguir a Lei do Senhor (Ex 16,4), isto é, se era
capaz de juntar alimento só por um dia em sinal de fé que a providência divina
oferece para a organização fraterna. Jesus convida a caminhar para um novo
êxodo, rumo a uma nova convivência fraterna que possa garantir o pão para
todos.
O pedido do “perdão das dívidas” (6,12): lembra o ano sabático que
obrigava os credores a perdoar todas as dívidas aos irmãos (Dt 15,1-2). O
objetivo do ano sabático e do ano jubilar (Lv 25,1-22) era zerar as
desigualdades e recomeçar tudo de novo.
Como rezar hoje: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós
perdoamos a quem nos deve”? Os países ricos, todos cristãos, se enriquecem
graças à dívida exterior doa países pobres. Não cair em tentação: o pedido de
“não cair em tentação” (6,13) lembra os erros cometidos no deserto, onde o povo
caiu em tentação (Ex 18,1-7; Nm 20,1-13; Dt 9,7-29), para imitar Jesus que foi
tentado e venceu (Mt 4,1-17).
No deserto, a tentação leva as pessoas a seguir outros caminhos, a
voltar atrás a não seguir o caminho da libertação e a exigir de Moisés que os
guiava.
Libertação do Mal: o mal é o Maligno, Satanás, que procura desviar
e que, de muitas maneiras, tenta levar a pessoa a não seguir o caminho do
Reino, apontado por Jesus. Tentou Jesus a abandonar o Projeto do Pai e ser o
Messias das idéias dos fariseus, escribas e outros grupos judaicos.
O Maligno afasta de Deus e é motivo de escândalo. Entrou também em
Pedro (Mt 16,23) e tentou também Jesus no deserto. Jesus o venceu (Mt 4,1-11).
Jesus afirma “perdoa as nossas dívidas”, mas hoje rezamos “perdoa
as nossas ofensas”, o que é mais fácil: perdoar as ofensas ou perdoar as
dívidas? Como você está acostumado (a) a rezar o Pai Nosso: mecanicamente
ou inserindo nele toda a tua vida e teu ardor nas palavras que pronuncias?
Reflexão Apostólica:
Esses dias ficou enfatizada a importância do Jejum, hoje falaremos
da oração.
Comecemos pela primeira leitura de hoje (Is 55,10-11): “(…) Isto diz o Senhor: assim como a
chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e
fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a
alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim
vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos
que pretendi, ao enviá-la."
Como rezar? Como saber se nossa prece chegou ao Senhor? Como
saber? Saibam que esse é um dos maiores dilemas dos cristãos. Sabemos que Ele
nos ouve e que suas palavras não voltam sem cumprir seu destino, mas não
sabemos se o tocamos. Como suprimir essa angustia?
Nossa humanidade requer respostas. Viramos o volante, esperamos
que o carro mude de direção; pisamos no freio, esperamos que pare; compramos um
bilhete de rifa, esperamos pelo menos saber o número sorteado.
Precisamos dessa alimentação, que chamam de feedback para saber se
a atitude que tomamos correspondeu ao desejado. Importante salientar: tudo isso
faz parte de um conjunto de atos instintivos, primitivos e bem normais.
Um bebê chora esperando assim chamar atenção para algo; uma criança
rola no chão esperando a mesma coisa; rezamos esperando ser ouvidos… será que
somos ouvidos?
É claro que sim! Mas essa angústia é tão remota que os mais antigos
queimavam suas ofertas, imaginando assim, ao ver a fumaça subir ao seu, levava
consigo as suas preces. A fumaça era um sinal visível da oração. Ela reforçava
a sua fé. Ela ainda é muito usada ainda hoje só que na forma de incenso, mas em
nossas orações diárias não vemos fumaça (graças a Deus! risos), mas então o que
nos faz ter a certeza que elas chegaram a Deus? Uma resposta simples: A fé!!
No Evangelho de hoje Jesus nos ensina a rezar. Ele diz que não
precisamos usar palavras bonitas ou difíceis, pois o Pai já sabe do que
precisamos, muito antes de nós abrirmos a boca para pedir.
Você poderia perguntar: "Ora, se Ele já sabe, então por que
eu ainda preciso pedir?" Pois é, você também não precisa pedir... O
nosso Pai do Céu não exige que você peça.
Você consegue lembrar da última vez que passou 3 dias sem rezar um
Pai Nosso? Pense um pouco... Agora tente lembrar... O que foi que aconteceu?
Você passou fome? O sol deixou de nascer pra você? A água deixou de lhe molhar?
Acredito que não. E por quê? Porque Deus cuida de você como quem cuida de um
bebê recém-nascido, que nem sabe do que precisa, mas é cercado de mimos e
paparicos sem nem saber de onde eles vêm...
Jesus nos ensinou a oração por excelência, essencialmente
comunitária: o Pai-Nosso. A primeira parte da oração tem como centro o
desejo da realização do projeto do Pai (teu nome, teu reino, tua vontade). Na
segunda parte o centro é a comunidade (pão nosso, nossas dívidas, não nos
deixeis), que adere concretamente a este projeto.
Na oração do Pai-Nosso encontramos o projeto da mudança.
Jesus nos deu a matiz de todas as orações: O Pai Nosso. Partindo
dela saem e originam as outras orações. Decoradas ou espontâneas o que as
diferencia é a fé de quem as proclama. Celina Borges sintetizou numa canção
(Hoje eu vou tocar no Senhor) como devemos evocar a Deus em nossa oração:
“(…) Vou te buscar com todo o
meu coração. E além do véu te encontrar. Face a face te ver, te tocar te
sentir. E dizer tudo aquilo, que eu tenho
A oração é uma busca por Deus. É não se contentar de vê-lo passar
sem o tocá-LO. Portanto O FOCO DA ORAÇÃO NÃO É O PEDIDO OU O QUE É VISÍVEL E
SIM A CONVERSA.
O Apostolo Paulo alertava que não sabemos pedir e em virtude disso
o Espírito Santo vem para pedir por nós (Rm 8,26).
Esse mesmo Espírito faz-se agitar pela fé, confiança esta que fez
o cego saber que Jesus passava por ali mesmo sem vê-lo ou quando moveu a mulher
que sofria de hemorragia a enfrentar as cotoveladas e empurrões da multidão
para pelo menos tocar a orla de seu manto.
O PAI NOSSO é a matiz das orações, mas ele muda de acordo com
a fé de quem reza. Vamos tentar novamente?
Pai Nosso que estais no céu…
Propósito: Rezar com muita
consciência e fé a Oração que Jesus nos ensinou.
Para
se manter longe de fofocas
A
fofoca é um mal presente na nossa sociedade e está diariamente no nosso
ambiente de trabalho, na nossa família, rondando os nossos relacionamentos.
Porém, se você quer sentir-se mais próximo de Deus, é importante cuidar com o
que sai da sua boca. Deus condena a fofoca. Em Sua Palavra, Ele diz para
cuidarmos da nossa língua, pois ela pode causar muitos problemas e nos trazer
grandes males. “Pai, que hoje eu possa saber fazer silêncio! Que os maus
pensamentos se calem e que os meus ouvidos sejam surdos para más palavras e
maledicências. Que os meus olhos possam apenas enxergar o bem em todas as
coisas, por pior que elas pareçam. Que o meu ego se emudeça e se afaste de
julgamentos e condenações. Que a minha alma se expanda e tenha compaixão por
todos os seres vivos. Que eu saiba calar na hora exata e, nessa hora,
lembrar-me de observar que, na música da vida, só prevalece a Tua arte. Em meio
a qualquer som, Tu sempre soarás mais alto. Amém”.
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