03 junho - A nossa bondade não deve ser exclusivista, carrancuda
e indiscreta, como a daqueles que gostariam que fossem todos como eles. A
verdadeira santidade deve ser afável, tolerante, universal, multíplice; deve
estender-se a todas as pessoas, acomodar-se a todos os estados e a todas as
condições, e não se limitar à esfera de uma bondade exclusiva e construída à
nossa maneira, não conforme ao espírito de Jesus. (S 329). São Jose Marello
EVANGELHO DO DIA
Marcos
12,1-12 –
Parábola
dos vinhateiros homicidas – Começou a falar-lhes em parábolas: Um homem plantou
uma vinha, cercou-a de uma sebe, abriu um lagar, construiu uma torre. Depois
disso, arrendou-a a alguns vinhateiros e partiu de viagem. No tempo oportuno,
enviou um servo aos vinhateiros para que recebesse uma parte dos frutos da
vinha. Eles, porém, o agarraram e espancaram, e mandaram-no de volta sem nada.
Enviou-lhes de novo outro servo. Mas bateram-lhe na cabeça e o insultaram.
Enviou ainda outro, e a esse mataram. Depois mandou muitos outros. Bateram
nuns, mataram os outros.
Restava-lhe
ainda alguém: o filho amado. Enviou-o por último, dizendo: 'Eles respeitarão
meu filho'. Aqueles vinhateiros, porém, disseram entre si: 'Este é o herdeiro.
Vamos, matemo-lo, e a herança será nossa'. E agarrando-o, mataram-no e o
lançaram fora da vinha. Que fará o dono da vinha? Virá e destruirá os vinhateiros
e dará a vinha a outros. Não leste esta Escritura: "A pedra que os
construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isso é obra do Senhor e é
maravilha aos nossos olhos". Procuravam prendê-lo, mas ficaram com medo da
multidão, pois perceberam que Ele contara a parábola a respeito deles. E
deixando-o, foram embora. Palavra da Salvação!
Meditação:
Jesus
"inventou" estórias que receberam o nome de parábolas, para explicar
a sua mensagem ao povo simples, sobre como deveriam fazer para merecer o reino
eterno.
Com
essas parábolas, ficava muito mais fácil do povo entender o que Ele queria
dizer. Evidentemente, Jesus poderia se expressar com um palavreado todo complicado,
rico mais difícil de entender.
Mas,
qual é mesmo a mensagem que está por trás desta parábola? O que mesmo que Jesus
queria dizer? Bem. Ele aqui está criticando os chefes religiosos do templo de
Jerusalém, sacerdotes e proprietários de terras.
Nesta parábola, Jesus está mostrando o caráter dos líderes judeus, que tinham
rejeitado os profetas de Deus e estavam se preparando para rejeitar e matar seu
Filho amado.
Na aplicação da parábola, apesar da prepotência e violência nela contida, Deus
pode ser entendido como o proprietário da vinha. A vinha, conforme a tradição
profética, é o povo amado por Deus. Os agricultores violentos são os chefes
religiosos, que oprimem, exploram o povo e procuram eliminar quem busca
libertação. Eles entenderam que Jesus falava deles. Irritam-se e procuram
prendê-lo.
Jesus é o herdeiro de Deus e nós, “feitos filhos de Deus”, ganhamos o
privilégio de também sermos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo Jesus.
Que bênção, que privilégio Ele nos concede!
No texto de hoje, Jesus dá a conhecer a todos o que os religiosos do templo
tinham escondido nas entranhas do coração – tinham-se apoderado da vinha,
consideravam-na sua e não administradores dela! Quantos de nós, hoje, temos
“subido acima da chinela” e nos temos por donos do que é de Deus, e não mais
mordomos.
A parábola dos vinhateiros assassinos revela a história de infidelidade do
povo ao amor do Senhor. Muitos profetas enviados por Deus haviam sido
rechaçados e assassinados pelos dirigentes políticos e religiosos. A causa da
rejeição estava fundamentada em que estes mensageiros, falando em nome de Javé,
punham em evidência a infidelidade do povo e de seus dirigentes para com a
aliança firmada com ele.
Todo
profeta, todo mensageiro que fale em nome de Deus e questione o status social,
nunca é bem visto; torna-se uma pessoa sumamente incômoda; por isso é necessário
eliminá-la.
A
parábola manifesta que não respeitam nem o filho do dono da vinha. Ao
contrário: se é o herdeiro, com maior razão querem eliminá-lo para ficarem com
tudo, sem nada que estorve os interesses dos desordeiros.
Esta
foi e continua sendo a sorte de muitos homens e mulheres que ao longo da
história da humanidade e da Igreja foram assassinados por apontar os pecados do
povo e de seus dirigentes, e por lembrar a fidelidade à mensagem de Deus.
Reflexão Apostólica:
Jesus
passa ao ataque. A figueira não dá frutos, e o Templo tornou-se lugar de roubo,
porque as autoridades (chefes dos sacerdotes, doutores da Lei, anciãos do
Sinédrio) exploram e oprimem, apoderando-se daquilo que pertence a Deus, isto
é, o povo da aliança(vinha).
Depois
de muitos profetas que pregavam a justiça (empregados), Deus envia o próprio
Filho com o reino. A rejeição e morte do Filho do trazem a sentença: o povo de
Deus, agora congregado em torno de Jesus (pedra), passa a outros chefes, que
não devem tomar posse, mas servir.
Jesus
foi enviado pelo Pai justamente para nos dar o conhecimento de Deus, do Seu
amor e da sua misericórdia, mas os homens o rejeitaram. Refletindo sobre esta
Palavra nós percebemos que ainda hoje o Filho de Deus, Jesus Cristo é rejeitado
e muitos
O tratam com indiferença, mesmo aqueles que se dizem cristãos. Muitos dos que
estão até dentro da Igreja e freqüentam os sacramentos, fazem pouco caso dos
ensinamentos de Jesus confundindo as pessoas interpretando a Palavra de acordo
com a realidade e em benefício de cada um.
Assim, sendo, pregam e aceitam a teoria do aborto, do “não tem faz mal”, tudo é
lícito, tudo é permitido, “o que vale é ser feliz”. Será que percebemos que
agindo assim nós estamos fazendo igual aos agricultores da vinha? Devemos
meditar muito sobre isto.
Será que estamos rejeitando a Jesus com as nossas incoerências de vida? Jesus
veio para todos ou só para os meus? O que você tem feito com os mensageiros do
Senhor na sua vida? Quem são os agricultores de hoje? Qual a nossa responsabilidade
na vinha do Senhor? A quem estamos matando? Você também acha que tudo é
relativo?
A passagem evangélica de hoje nos apresenta a parábola dos vinhateiros
homicidas, dirigida aos sacerdotes, escribas e senadores de Jerusalém, personagens
influentes e opositores ao plano de Deus, revelado nos profetas e no próprio
Jesus.
Aqueles personagens não eram propícios à justiça e à caridade com os mais
fracos, para manter seus próprios interesses. Deus, por meio de sua Palavra,
desnuda os corações e coloca à luz os interesses que movem o ser humano.
Oxalá que nossos mais vitais interesses como cristãos sejam os de anunciar e
construir o reino de Deus no meio da humanidade; do contrário, seremos qualquer
coisa, menos cristãos.
É preciso deixar o lugar que não nos pertence e retomarmos o lugar de servos e
despenseiros de Deus, trabalhando de alma e coração. Como é que te consideras
em relação às coisas de Deus? Dono, senhor ou despenseiro? Convém que sejamos
bons despenseiros da graça de Deus.
Quantos conflitos evitaríamos na causa de Deus se, em vez de nos “armarmos” em
donos da vinha de Deus, assumíssemos, com submissão e gratidão, o privilégio de
mordomos fiéis do nosso Pai do Céu.
Fiquemos certos que, no tempo próprio, Deus nos chamará, com Sua autoridade e
poder: muito bem, servo bom e fiel, porque foste fiel no pouco; entra no gozo
do Senhor.
Toma,
agora, posse da tua herança, por teres aceite a capacidade de crer: a todos quantos
O receberam, deu-lhes a graça de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no
Seu Nome.
Propósito:
Pai, porque és misericordioso, nunca te cansas de querer
levar a mim e a toda a humanidade para junto de ti. Que eu perceba e acolha a
manifestação deste teu imenso amor e me converta no agricultor que produza bons
frutos no devido tempo e os entregue a Vós!
A alegria é fruto de uma vida de oração, comunhão com Deus, treinamento e
conquista pessoal.
No entanto, é uma virtude que precisa ser conquistada, exercitada, aprendida,
até que se firme como uma parte de sua personalidade.
Se semear somente ideias positivas, vai colher os frutos da sabedoria e da
alegria.
Isso é semelhante ao que ocorre com as crianças, receptivas a ver o mundo como
um presente magnífico dado por Deus.
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