23 maio – Maria nos estende sempre sua mão materna para nos socorrer e nos fazer subir mais facilmente ao Céu; outra coisa não nos resta senão aceitar a sua oferta caridosa. (S 212). SÃO JOSÉ MARELLO
Marcos 9,41-50
Naquele tempo, 41disse
Jesus aos seus discípulos: “Quem vos der a beber um copo de água, porque sois
de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. 42E se alguém
escandalizar um desses pequeninos que crêem, melhor seria que fosse jogado no
mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço.
43Se tua mão te leva a pecar,
corta-a! 44É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo
as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45Se teu
pé te leva a pecar, corta-o! 46É melhor entrar na Vida sem um dos
pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47Se teu olho te
leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do
que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não
morre, e o fogo não se apaga’. 49Pois todos hão de ser salgados pelo
fogo. 50Coisa boa é o sal. Mas se o sal se tornar insosso, com que
lhe restituireis o tempero? Tende, pois, sal em vós mesmos e vivei em paz uns
com os outros.
Meditação:
Muitas vezes, a conversão consiste em rejeitar
decididamente o que for para nós ocasião de pecado: «A pessoa temperada orienta
para o bem os apetites sensíveis, guarda uma sã descrição e não se deixa
arrastar pelas paixões do coração». E: «Se um dos teus olhos for para ti
ocasião de pecado, deita-o fora».
O Evangelho de hoje traz alguns conselhos de Jesus sobre o relacionamento dos
adultos com os pequenos e excluídos. Naquele tempo, muita gente pequena era
excluída e marginalizada. Não podia participar. Muitos deles perdiam a fé. O
texto que vamos meditar tem algumas afirmações estranhas que, se tomadas ao pé
da letra, causam perplexidade na gente.
Podemos perceber neste texto uma compilação, feita por Marcos, de exortações
catequéticas elaboradas nas primeiras comunidades. A frase inicial sugere que
se trate de uma sentença vinculada à experiência da missão. É um estímulo ao
acolhimento dos missionários.
Este relato gira ao redor do “escândalo”, que significa ser obstáculo ou
tropeço no caminho de fé de alguém, em especial dos “pequenos” que podem ser
aqueles que aprenderam a ser como crianças para entrar no Reino: os pobres, os
humildes, os mais indefesos da comunidade.
A alusão à queda dos pequenos é uma advertência àqueles que na comunidade
buscam a vaidade e o poder e chocam aqueles que se aproximam com a esperança de
encontrar amor e fraternidade.
Pelo que indica o texto, o processo de fé de cada um dos crentes é um tesouro,
é um dom outorgado por Deus que se deve cuidar e alimentar, e que ninguém tem o
direito de colocar
No mesmo sentido pode ser entendidos os ditos referentes à amputação de alguns
membros do corpo, hipérbole que Jesus emprega para exortar seus discípulos a
afastarem-se do pecado e da tentação, com o fim de preservar a fé e manterem-se
no caminho do Reino.
As alusões aos membros cortados são exageros literários (hipérboles) para
induzir à disciplina pessoal. Contudo podem indicar também a exclusão de
membros da comunidade (corpo) que provocam escândalos.
As frases finais visam a convivência harmoniosa na comunidade. O fruto é a paz,
na vivência do amor fraterno,
Reflexão Apostólica:
É muito comum ouvirmos que isso ou aquilo é
escandaloso e, normalmente, quando isso acontece, o fato está relacionado com
questões de sexualidade.
O escândalo é muito mais do que isso. Dar escândalo
significa ser ocasião de pecado para as outras pessoas, independentemente da
natureza ou da forma do pecado.
Jesus nos mostra no Evangelho de hoje a importância
que devemos dar para os nossos atos, para que eles sejam testemunho da nossa
adesão ao Reino de Deus e não uma negação da nossa adesão que tenha como
conseqüência o afastamento das pessoas. Não podemos nos esquecer de que a nossa
fidelidade a Jesus no nosso dia a dia é a nossa grande arma no trabalho
evangelizador.
O discípulo do Reino, no exercício de sua missão, deve ser muito cauteloso para
não se tornar ocasião de pecado para quem está dando os primeiros passos na fé.
O pecado, neste caso, consistiria
As atitudes inconsideradas do discípulo em missão podiam ser muitas. Eles
corriam o risco de serem intransigentes e impacientes, não respeitando o ritmo
próprio de cada pessoa no seu processo de adesão a Jesus. Não estavam livres do
espírito farisaico, que os levava a ser extremamente severos e exigentes com os
recém convertidos, esvaziando as exigências quando se tratava de si mesmos.
Com a liberdade adquirida junto a Jesus, podiam ter
atitudes chocantes para os pequeninos, ainda atrelados a antigos esquemas, que
só com dificuldade deixavam-se permear pela novidade do Reino.
Levados por um espírito corporativista, podiam
ceder à tentação de selecionar, com critérios humanos, os novos discípulos,
excluindo pessoas predispostas para o Reino, mas que não satisfaziam suas
exigências.
A denúncia de Jesus contra esta mentalidade foi violenta. Se o discípulo não se
desfizesse desta visão deturpada, corria o risco de ver-se lançado no inferno.
Também já refletimos a Palavra de Deus dando grande importância a que sejamos
sal e luz: sal da terra e luz do mundo, isto é, que estejamos sempre sendo
testemunhas de Jesus, quer dizer, dando bom exemplo com nossa conduta, nosso comportamento.
O sal conserva e dá sabor aos alimentos ou, também, dá sentido. Assim somos
convidados por Jesus a viver nossa vida de tal modo que possamos dar sabor e
dar sentido à vida de todos neste mundo.
Sendo sal e luz nós vamos procurar fazer com que as
pessoas possam saborear as coisas do alto, as coisas de Deus.
Assim o mundo fica melhor e muito mais agradável para viver nele havendo muita
luz para iluminar a todos. Estamos falando de luz de Deus. Jesus disse: “Eu sou
a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas.” E nós somos convidados
também a ser luz para o mundo e sal da terra para darmos sentido e sabor à
vida.
Que a Igreja seja sal e luz e motive
nossa caminhada cristã. Que nossas comunidades cristãs sejam testemunhas vivas
para motivar a sociedade a procurar vida cristã. Tudo isso é trabalhar na
construção do reino de Deus.
Propósito:
Pai, torna-me forte para tirar da minha vida tudo quanto
possa servir de contra - testemunho a meu próximo e levá-lo a afastar-se de ti.
Senhor Jesus, não permita que eu seja ocasião de pecado para os pequeninos que
se aproximam de ti e querem se fazer discípulos do teu Reino.
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