domingo, 26 de maio de 2024

EVANGELHO DO DIA 02 JUNHO 2024 - 9º DOMINO DO TEMPO COMUM

 

02 junho - É preciso ser fortes e afáveis, como São Francisco de Sales. (S 174). São José Marello

X DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO B)


Evangelho: Marcos 2,23-3,6 ou 23-28


Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos

– [23Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. 24Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?” 25Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? 26Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães”. 27E acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. 28Portanto, o Filho do homem é senhor também do sábado”.]
3,1Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. 2Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. 3Jesus disse ao homem da mão seca: “Levanta-te e fica aqui no meio!” 4E perguntou-lhes: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?” Mas eles nada disseram. 5Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: “Estende a mão”. Ele a estendeu e a mão ficou curada. 6Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo.

– Palavra da salvação.

 

Com a retomada do tempo comum, também retomamos a leitura contínua do Evangelho segundo Marcos, como prescreve a liturgia para o ano B. Neste nono domingo, o texto proposto é Mc 2,23 – 3,6, o qual narra duas situações polêmicas de Jesus com os seus tradicionais adversários, os fariseus, e certamente com outros fiéis observantes do judaísmo frequentadores do culto sabático na sinagoga. Se trata de dois episódios envolvendo a interpretação livre e autônoma de Jesus em relação ao sábado com as reações contestadoras dos fariseus.

A observância rigorosa do sábado tinha se tornado o traço mais importante da religiosidade praticada pelos fariseus. Havia, inclusive, uma grande vigilância deles em relação a esse preceito, principalmente nas pequenas cidades e aldeias, distantes de Jerusalém e do templo. A vida rural, totalmente dependente das atividades manuais, oferecia bem mais possibilidades de “transgressão”, conforme a mentalidade farisaica. O contexto do texto é o ministério de Jesus na Galileia, marcado por uma série de polêmicas que lhe renderam diversas acusações pelos fiéis observantes das tradições religiosas.

Marcos apresenta uma série de polêmicas envolvendo Jesus nos capítulos 2 e 3 do seu Evangelho. Ainda no início do seu ministério, Jesus é acusado de: fazer-se igual a Deus, ao perdoar pecados (cf. Mc 2,1-12); comer com publicanos e pecadores (cf. Mc 2,15-17); não ensinar seus discípulos a praticarem o jejum (cf. 2,18-22); transgredir o sábado junto com os discípulos, como relata o evangelho de hoje: Mc 2,23-28 e 3,1-6. Com duas polêmicas seguidas sobre o sábado, o evangelista evidencia o zelo que os fariseus tinham por esse mandamento e a necessidade de Jesus ressignificá-lo, colocando-o a serviço da vida.

O texto de hoje se encontra também nos outros sinóticos, com algumas leves modificações (cf. Mt 12,1-14; Lc 6,1-11). Do primeiro versículo, podemos colher muitas informações importantes para a interpretação de todo o texto: “Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam” (v. 23). Havia um limite de percurso para se caminhar em dia de sábado, o que não deveria ultrapassar os 1.200 metros. O texto faz pensar que esse limite estava sendo desobedecido por Jesus, embora não entre nas acusações posteriores. Enquanto as versões de Mateus e Lucas dizem que os discípulos arrancaram as espigas para comer, Marcos diz que arrancaram para abrir caminho, embora a tradução litúrgica não deixe claro; a tradução mais correta seria: “Seus discípulos começaram a abrir caminho, arrancando as espigas” (v. 23b). Esse diferencial de Marcos acentua ainda mais o grau de transgressão; arrancar espigas para fazer caminho é, literalmente, realizar uma atividade braçal.

A reação dos fariseus revela a prática de uma religião caduca, vigilante e punitiva: “Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?” (v. 24). Ao invés de estarem cultuando a Deus ou fazendo o bem ao próximo, os fariseus estavam vigiando se Jesus e seus discípulos estavam observando o mandamento. O rigorismo farisaico era tão forte a ponto de espalharem vigilantes para observar se alguém transgredia a lei. É esse tipo de religião que Jesus denuncia com sua interpretação livre e prática libertadora, e o evangelista Marcos faz questão de recordar para sua comunidade. O Reino a ser construído pelos discípulos e discípulas de Jesus não pode seguir os parâmetros daquela religião.

 

Antes, Jesus já tinha sido questionado pelo comportamento dos seus discípulos em relação ao jejum (cf. Mc 2,18-22). Naquela ocasião, usou como a argumento a presença do noivo como sinônimo de alegria, tornando o momento impróprio para o jejum. Dessa vez, a resposta se fundamenta diretamente na Escritura, mostrando que também Davi, quando teve necessidade, transgrediu a lei com seus companheiros, comendo do pão que só era permitido aos sacerdotes (cf. vv. 25-26; 1 Sm 21,2-10). Há um pequeno equívoco do evangelista em relação ao nome do sacerdote no episódio de Davi: ao invés de Abiatar, era seu pai Aquimelec. Porém, o importante não são esses detalhes, mas a mensagem em seu complexo: a obsessão dos fariseus pelo sábado fecha-os completamente, a ponto de não compreenderem a Escritura. 

Jesus resolve a primeira polêmica com uma afirmação de caráter sapiencial, e exclusiva do Evangelhos de Marcos: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado” (v. 27); nessa, ele deixa claro o sentido do sábado e de toda a lei: o bem do ser humano. Nenhum aspecto da lei deve ser usado para impedir o bem do ser humano. O sábado e toda a lei foram feitos para o bem da pessoa humana, para sua plena realização e libertação. Com essa interpretação, ao invés de transgredir, Jesus recupera o sentido verdadeiro do sábado como memorial de libertação (cf. Dt 5,12-15), e o faz com plena convicção de que “o Filho do Homem é Senhor também do sábado” (v. 28). Com o título de “Filho do Homem”, ele reivindica sua condição divina e sua missão de reordenar a criação, colocando o ser humano em seu lugar primordial.

A segunda parte do texto apresenta a conclusão da série de polêmicas. A cena acontece ainda no sábado, e dentro da sinagoga: “Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. (3,1). Ao mencionar a presença de um homem com a mão seca, o evangelista quis enfatizar que se tratava de uma pessoa impossibilitada de trabalhar para o seu sustento e também para fazer o bem. Em uma sociedade basicamente agrícola como aquela, as mãos eram os membros mais valorizados numa pessoa; portanto, aquele homem estava privado de sua dignidade, do respeito, e da capacidade de colaborar com a criação e a sociedade. Para quem praticava uma falsa religião, ou seja, frequentava o culto mas o separava da vida e da prática do bem ao próximo, aquela situação já não preocupava, era vista como normal. Como para Jesus o culto agradável a Deus é sempre o bem do ser humano, a situação daquele homem não poderia lhe passar despercebida.

Como a fama de Jesus como transgressor da lei e dos bons costumes já tinha se espalhado, onde ele chegava era bastante observado e vigiado, principalmente nos ambientes religiosos: “Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo” (3,2). Os adversários já estavam prontos para acusá-lo, caso ele intervisse na situação daquele homem. O evangelista mostra o quanto os praticantes da religião já estavam perseguindo Jesus: o vigiavam enquanto caminhava e também quando parava e entrava em algum lugar. Já estava claro que a prática libertadora de Jesus era uma ameaça e um perigo àquela religião. Onde quer que Jesus se encontrasse, havia representantes da religião vigiando.

É claro que Jesus não se intimidava com a perseguição e vigilância. O bem do próximo, principalmente dos desvalidos e excluídos, era sempre a sua prioridade maior. Eis, então, a sua atitude: “Jesus disse ao homem da mão seca: levanta-te e fica aqui no meio!” (3,3). O primeiro que Jesus faz é restituir a vida; incapacitado para o trabalho, era como se aquele homem não vivesse. Ao ordenar que se levante, Jesus recupera a vida com o seu sentido de liberdade; para a ordem de levantar, o evangelista emprega, no imperativo, o mesmo verbo que usará para expressar a ressurreição de Jesus (o verbo grego e;geirw – egheiro); ao ordenar que fique no meio, Jesus o torna protagonista e mostra que o centro do verdadeiro culto e da religião, deve ser sempre o bem da pessoa humana. Portanto, Jesus resgatou a vida daquele homem, mandando-o levantar-se, e deslocou o ser humano para o centro do culto, deixando de lado a lei com seus preceitos.

Sabendo que estava sendo observado e até mesmo odiado pelas pessoas devotas presentes na sinagoga, Jesus faz uma pergunta decisiva para a compreensão da sua mensagem: “É permitido no sábado fazer o bem ou o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?” (3,4). A resposta foi o silêncio. A pergunta evidencia a diferença na maneira de compreender o sentido do sábado entre Jesus e seus adversários. Deixar de fazer o bem já é uma forma de fazer o mal. A omissão e a indiferença não podem ser aceitas na comunidade cristã, recorda o evangelista com essa pergunta de Jesus. Não se pode desperdiçar uma única oportunidade de fazer o bem. O espaço e o momento cultual da cena recordam para a comunidade qual a natureza do verdadeiro culto agradável a Deus: fazer sempre o bem ao necessitado.

O agir de Jesus em favor do bem do ser humano não sensibiliza seus adversários que preferem permanecer atacados às tradições e prescrições, preferindo uma religião indiferente à vida: “Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: “Estende a mão. Ele a estendeu e a mão ficou curada” (3,5). Antes mesmo de narrar a cura, o evangelista registra a reação de Jesus à dureza de coração dos adversários: “Jesus encheu-se de ira e tristeza”. Marcos é o único evangelista que apresenta Jesus com esses sentimentos de indignação; é a reação de Deus à rejeição do seu amor. A dureza de coração reflete uma religião petrificada, sem a mínima abertura à novidade do Reino de Deus proposto por Jesus. Endurecendo o coração ao ver Jesus fazendo o bem, os seus adversários demonstram a adesão a uma religião excludente, punitiva, legalista e fechada.

Com a cura, mais que mostrar um ato extraordinário de Jesus, o evangelista alerta a comunidade a colocar sempre a prática do bem como prioridade. A mão curada daquele homem significa a restauração da sua vida; com sua saúde restituída, ele voltou a ser protagonista da própria história, ou seja, voltou a viver. Certamente, Jesus poderia ter deixado para fazer a cura em um outro momento. Mas o fez no sábado e na sinagoga para desmascarar aquela religião segregadora e hipócrita. Fazendo em outro momento, estaria sendo conivente com aquele culto ultrapassado indiferente à vida das pessoas com seus problemas. Fazendo em um contexto cultual, ele deixou explícita a sua denúncia e a sua indignação com uma religião fechada ao amor que é a essência mesma de Deus.

A postura libertadora de Jesus incomoda aos duros de coração; e isso os leva a procurarem uma maneira de eliminá-lo, afinal, Jesus estava sendo um perigo para aquele modelo de sociedade e de religião. Por isso, “Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram contra Jesus, a maneira como haveriam de mata-lo” (3,6). A colisão dos fariseus com os partidários de Herodes mostra o quanto a mensagem de Jesus era inquietante, tornando-se uma ameaça para o sistema, e denuncia o máximo de hipocrisia: é o conluio dos covardes, dos opressores, de quem percebe que seus sistemas falharam e, por isso, apelam para a violência. Eram grupos adversários que tinham escolhido Jesus como inimigo comum. Os herodianos constituíam o grupo de apoio público à dominação romana, e reconheciam a divindade do imperador. Já os fariseus, como o mais devoto dos grupos religiosos judaicos, viam a dominação romana como um abomínio, por isso esperavam constantemente pelo envio de um Messias glorioso e guerreiro que ressuscitasse o reino davídico-salomônico. Nesse plano de fariseus e herodianos, está uma antecipação do plano futuro que levará Jesus à morte: a religião e o império romano unidos para pôr fim a um personagem incômodo e indesejado: Jesus de Nazaré.

Mesmo não sendo observantes do sábado, as comunidades de hoje devem ser questionadas pelo Evangelho de hoje. São convidadas a refletir sobre quais são suas prioridades cultuais, sobre suas opções preferenciais e, principalmente, sobre a presença de Jesus em seu meio. A presença do Ressuscitado numa comunidade provoca mudanças, abala estruturas, desconstrói paradigmas e concepções. Ao ressignificar o sábado, Jesus mexeu com aquilo que o seu povo considerava mais sagrado. Precisamos aprender com ele a discernir entre o essencial e o periférico, sabendo de antemão que o essencial é sempre a promoção do bem e a libertação do ser humano.

 

Evangelho do dia 01 junho sábado 2024

 

01 junho - Quando sentimos o coração duro e irritável, vamos buscar um pouco de doçura no Coração de Jesus. (S 176). São Jose Marello

 

EVANGELHO DO DIA

Marcos 11,27-33

Depois voltaram para Jerusalém. Quando Jesus estava andando pelo pátio do Templo, chegaram perto dele os chefes dos sacerdotes, os mestres da Lei e os líderes dos judeus que estavam ali e perguntaram:
- Com que autoridade você faz essas coisas? Quem lhe deu autoridade para fazer isso?
Jesus respondeu:
- Eu também vou fazer uma pergunta a vocês. Se me derem a resposta certa, eu direi com que autoridade faço essas coisas. Respondam: quem deu autoridade a João para batizar? Foi Deus ou foram pessoas?
Aí eles começaram a dizer uns aos outros:
- Se dissermos que foi Deus, ele vai perguntar: "Então por que vocês não creram em João?" Mas, se dissermos que foram pessoas, ai de nós!
Eles estavam com medo do povo, pois todos achavam que, de fato, João era profeta. Por isso responderam:
- Não sabemos.
- Então eu também não digo com que autoridade faço essas coisas! - disse Jesus.

Meditação:

O Sinédrio era composto por sumos sacerdotes, letrados e anciões. Dessa instituição é que vinha o questionamento: “Jesus, com que autoridade fazes isso? Quem te deu tal autoridade para fazê-lo?” Jesus foi enviado pelo Pai para levar Boas Novas aos pobres.
Portanto sua autoridade provém do Pai e Jesus a exerce através do serviço aos mais pobres. O Sinédrio que o questiona, tampouco acreditara em João Batista; por outro lado, o povo o considerava um profeta autorizado por Deus.
O profeta é o homem de Deus, sua vida é resposta que surge do escutar a Deus em sua Palavra e no clamor doloroso de seu povo. Esta capacidade de escutar o adentra cada vez mais no conhecimento do projeto que Deus tem, e se consagra a ele servindo aos pobres.
O profeta é chamado a dar toda sua vida para que os pobres vivam. A autoridade não é reconhecida quando as pessoas a vêem como privilégio ou um título, mas quando se torna serviço, doação da própria vida. Assim o fez Jesus, assim devem ser seus discípulos.
Uma das características dos evangelhos é registrar os diversos conflitos provocados pelas elites religiosas de Israel contra Jesus por causa de sua solidariedade e promoção dos marginalizados e oprimidos por estas elites.
Jesus volta ao Templo de Jerusalém depois de, no dia anterior, ter expulsado aqueles que ali comerciavam. Esta ação de Jesus provocou a ira dos chefes do Templo, os quais eram coniventes com este comércio. Jesus está presente entre a multidão de peregrinos que vêm de longe, não como um devoto entre os demais, mas para anunciar-lhes o Reino de Deus, diferenciado do culto interesseiro praticado naquele templo.
Reconhecer a origem divina do batismo de João implica em reconhecer o caráter divino de Jesus, do qual João foi precursor. Diante da negativa dos dirigentes judeus em lhe responder, Jesus também não lhes responde diretamente. Contudo, a seguir, lhes dirigirá a "parábola dos vinhateiros homicidas".
Como Jesus ensina todos os que nele nascem, através do batismo, com Ele caminharão para sempre. O Batismo verdadeiro vem do céu é este que eu estou apresentando ao mundo e a vós, através destas palavras.
Nascemos diferentes, pois nascemos pelo Espírito, depois de sermos batizados com a Santíssima Trindade. Não somos nós que fazemos as palavras que aqui estão sendo postas para o resto da humanidade.

É desse Espírito Santo, que acompanha o trabalho santo por ordem de Deus, enviado por Jesus por conta de um chamado para a apostasia. É triste ver que as pessoas trocaram o Evangelho e o seu caminho, preparado por Deus, por outros "evangelhos" e por caminhos criados por homens ou espíritos. Jesus não abandona aquele que a Ele ama.
Hoje, o Evangelho pede-nos que pensemos com que intenção vemos Jesus. Há quem vá sem fé, sem reconhecer sua autoridade: por isso, «os sumos sacerdotes, os escribas e os anciãos, lhe perguntaram: “Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu autoridade para fazer isso?”(Mc 11,27-28).
Se não tratamos a Deus na oração, não teremos fé. Mas, como diz são Gregório Magno, «quando insistimos na oração com toda veemência, Deus se detém no nosso coração e recobramos a vista perdida».

Se tivermos boa disposição, apesar de estar no erro, vendo que a outra pessoa tem razão, acolheremos suas palavras. Se tivermos boa intenção, apesar de arrastar o peso do pecado, quando façamos oração Deus nos fará compreender nossa miséria, para que nos reconciliemos com Ele, pedindo perdão de todo coração e, por meio do sacramento da penitência.
A fé e a oração vão juntas. Diz-nos Santo Agostinho que, «se a fé falta, a oração é inútil. Depois, quando oremos, criemos e oremos para que não falte a fé. A fé produz a oração e, a oração produz também a firmeza da fé».

Se tivermos boa intenção e, acudimos a Jesus, descobriremos quem é e, entenderemos sua palavra, quando nos pergunte: «O batismo de João era do céu ou dos homens?» (Mc 11,30). Pela fé, sabemos que era do céu e, que sua autoridade vem-lhe do seu Pai, que é Deus e, Dele mesmo porque é a segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Porque sabemos que Jesus é o único salvador do mundo, acudimos a sua Mãe que também é nossa Mãe, para que desejando acolher a palavra e a vida de Jesus, com boa intenção e boa vontade, para ter a paz e a alegria dos filhos de Deus.

Reflexão Apostólica:

Jesus operava com sabedoria, porque tinha conhecimento da falsidade daqueles que o inquiriam. Por isso, muitas vezes Ele respondia aos seus interlocutores fazendo-lhes também uma pergunta. Assim, Ele confundia ainda mais àqueles que armavam ciladas contra Ele.
Seria fácil para Jesus dar uma resposta correta, porém Ele sabia que por mais que Ele esclarecesse as dúvidas, eles nunca iriam entendê-Lo, porque Ele falava das coisas que O Pai lhe revelara, coisas que os homens não entendem por si mesmos.
Quantas vezes nós também fazemos perguntas a Jesus e não recebemos as respostas? Quantas vezes nós também abrimos a Bíblia querendo um retorno para as nossas indagações? E sabe por que também isso acontece conosco?
Quantas vezes também nós não queremos responder para não nos comprometer? Com Deus não podemos ser falsos, ele conhece o nosso íntimo, sabe quando queremos nos esconder atrás de falsas desculpas.
A sinceridade perante os homens é sempre um bem, não sendo sempre compreendida e reconhecida, contudo não podemos nos esconder e mentir para Deus. O Pai sabe tudo, reconhece o bem que fazemos assim como os nossos pecados.
Não devemos ter medo em abrir nosso coração para Deus, nem reconhecer humildemente os nossos pecados, porque ele não nos condena, mas nos mostra a saída e, onde está o bem. Dando- nos compreensão da verdade para que sejamos capazes de sair do erro e mudar de vida.
Porque nós também não entenderemos quando Jesus nos falar de coisas que nós não queremos aceitar porque já temos uma opinião formada e não nos afastamos dela. Porque nós não nos abrimos ao Espírito Santo para compreender os mistérios de Deus e aceitá-Los, porque a mentalidade do mundo ainda é muito poderosa nas nossas ações.
Precisamos desistir das nossas próprias opiniões para que as respostas de Jesus ecoem dentro de nós de uma forma convincente.
Você tem dado abertura ao Espírito Santo para que Ele elucide as suas dúvidas? Quais as perguntas que você tem feito a Jesus? Ele tem respondido? Você tem entendido o que Ele fala? Você é daquelas pessoas que abrem a Palavra esperando logo uma resposta que lhe seja agradável? Você acredita que Deus fala com você?

Propósito:

Senhor, Jesus, tu conheces o íntimo de todos nós, dá-nos a coragem e a liberdade de abrir-nos totalmente a ti para que possamos conhecer a verdade sobre Ti e sobre nós para nos purificar e viver na verdade.

EVANGELHO DO DIA 31 MAIO SEXTA FEIRA 2024 - VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA

 

31 MAIO - Que a Mãe Santíssima nos guarde sempre debaixo do seu manto! (L 17). São jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 1,39-56

"Naqueles dias, Maria partiu apressadamente... Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!". Maria então disse: "A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz, porque o Poderoso fez para mim coisas grandiosas. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende de geração em geração... Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os que tem planos orgulhosos no coração. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos, e mandou embora os ricos de mãos vazias...". Maria ficou três meses com Isabel. Depois, voltou para sua casa."

 

Todos os anos, na solenidade da assunção de Maria, a liturgia propõe para o evangelho o texto de Lucas 1,39-56, trecho que compreende o episódio da visitação de Maria à sua parenta Isabel, e o cântico do Magnificat. Nesse cântico, que Lucas põe nos lábios de Maria, está a síntese da história da salvação, cujo ápice acontece exatamente na pessoa de Maria. Por isso, ela mesma proclama, em louvação, as maravilhas realizadas por Deus ao longo da história, desde as promessas a Abraão até a realização em seu ventre. É uma história longa, cujo fio condutor é a fidelidade de Deus às suas promessas e sua clara opção pelos pobres, pequenos e desvalidos. Concentraremos a nossa reflexão somente no texto evangélico proposto, sem colocar em discussão as outras leituras propostas pela liturgia, nem as afirmações do dogma da Assunção, proclamado em 1950 pelo papa Pio XII.

Este é um dos trechos mais apreciados do Evangelho segundo Lucas, sobretudo, nas tradições católicas, devido a relevância dada à figura de Maria. É uma das raras cenas do Novo Testamento que tem somente mulheres como protagonistas, o que indica sua importância e peculiaridade. Com isso, o evangelista preconiza o início de uma nova história para a humanidade, com novas perspectivas e esperanças; trata-se de uma história construída e escrita a partir dos pobres, desprezados e marginalizados da sociedade, como eram as mulheres na época em que Evangelho foi escrito. O que Deus sempre propôs à humanidade, começa a cumprir-se e realizar-se definitivamente a partir do sim de Maria. Como pessoas simples e humildes, Maria e Isabel, protagonistas do episódio, são uma prova de que o Deus de Israel tem um lado na história: o lado dos pobres, humildes e marginalizados, a quem ele dirige o seu olhar misericordioso (v. 48).

Localizado no chamado “Evangelho da Infância” de Lucas (Lc 1–2), o próprio texto de hoje, no primeiro versículo, fornece o seu contexto, através da expressão temporal “naqueles dias”. Essa expressão faz referência aos eventos anteriormente narrados: a dupla anunciação: do nascimento de João a Zacarias, esposo de Isabel (Lc 1,5-25), e do nascimento de Jesus a Maria (Lc 1,26-38), ambos feitos pelo mesmo anjo do Senhor, Gabriel. Ambos os anúncios mexeram com seus destinatários, deixando-os perplexos, inicialmente. Maria, ao contrário de Zacarias, mesmo tendo questionado o anjo, respondeu convictamente com um sim (Lc 1,38), o que não significa que não lhe tenham ficado dúvidas e até medo.

Certamente admirada com tudo o que estava acontecendo consigo e com Isabel, pois o anjo lhe informara (Lc 1,36), Maria tomou a firme decisão de ir visitar sua parenta: “Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia” (v. 39). Embora a maioria das interpretações apontem o desejo de servir a Isabel como o motivo da partida apressada de Maria, o texto não fornece nenhum indício. Sem dúvidas, o serviço ao próximo sempre fez parte do estilo de vida de Maria, sobretudo após o seu sim a Deus. Mas aqui podemos ver algo além disso. Ora, quando Maria questionou o anjo no momento do anúncio, sobre como poderia engravidar se não tinha relação homem algum (Lc 1,34), o anjo disse que tudo seria obra do Espírito Santo, e ainda deu um exemplo concreto e próximo de que nada é impossível para Deus: Isabel, uma anciã estéril estava grávida (Lc 1,36). A gravidez de uma anciã estéril seria tão surpreendente quanto a de uma jovem virgem. É normal e compreensível que Maria tenha procurado Isabel para confirmar se o que anjo lhe dissera era verdade. Também é normal que tenha procurado sua parenta para partilhar a alegria do que estava acontecendo com ambas, como sinal da fidelidade de Deus ao seu povo, Israel, de quem as duas são imagens.

Ao conceder tanto espaço a Maria no início do seu Evangelho, Lucas está criando o modelo de discípulo/discípula ideal para Jesus. Por isso, é importante apresentá-la em movimento, disposta a proclamar, até nos lugares mais distantes, as maravilhas de Deus e a certeza de que ele está construindo uma nova história. A partida de uma jovem grávida de Nazaré, na Galileia, para a Judeia antecipa os desafios e a necessidade dos discípulos de todos os tempos estarem sempre em estado de saída. Mesmo que a distância não fosse tão grande, as circunstâncias eram muito adversas para uma mulher jovem e grávida. É típico da obra lucana o movimento, o sair de si. Essa partida imediata de Maria faz dela um modelo de discípula e, ao mesmo tempo, inaugura o primeiro movimento de Jesus: ainda no ventre, Ele já estava inquieto e pronto a romper qualquer situação de estabilidade e tranquilidade, mesmo enfrentando adversidades e perigos, como Maria enfrentou ao partir sozinha para uma região montanhosa e de difícil acesso.

Ao chegar ao destino, Maria “Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel” (v. 40). Muito mais que cumprimentar, o verbo “saudar” seria mais apropriado na tradução do texto. A expressão hebraica para a saudação é o desejo de paz (em hebraico: shalom). Ao enviar os discípulos em missão, Jesus ordenou que eles desejassem a paz em cada casa que entrassem (Lc 10,5). Aqui, mais uma vez, Maria antecipa a atitude de cada discípulo e discípula: ser portador(a) da paz! Como mulher inovadora e corajosa, ela ignora a tradição patriarcal e saúda a mulher ao invés do homem (v. 40). Assim, ela provoca uma verdadeira revolução e inversão de valores nas relações sociais, como aprofundará no seu hino, o Magnificat. Na sociedade do seu tempo, quem deveria ser saudado era o dono da casa; saudando a mulher, ela afirma que um tempo novo está surgindo, com novas relações e uma nova ordem.

A saudação de Maria irradia paz no ambiente, a ponto de fazer até mesmo a criança, ainda no ventre, agitar-se (v. 41a). Isso porque Isabel fica “cheia do Espírito Santo” (v. 41b). Trata-se do mesmo Espírito prometido pelo anjo a Maria no momento do anúncio: “O Espírito Santo descerá sobre ti” (cf. Lc 1,35a). Como força vital, o Espírito Santo é luz irradiante e interpelante, que pode ser sentido quando transmitido por pessoas cheias dele, como Maria. Quem recebe o Espírito Santo, o irradia por onde passa e onde chega. A atitude de Isabel não poderia ser outra, senão exclamar, gritando: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (v. 42). É a palavra profética que nela se atualiza. Sabendo que Maria carregava dentro de si o Messias, isso fazia dela a mais “bendita” entre todas as mulheres. Assim, Isabel torna-se a primeira a proclamar as “bem-aventuranças” no Evangelho segundo Lucas. Ora, gerar filhos na mentalidade bíblica, era sinal de bem-aventurança e bênção; uma confirmação de que se tinha Deus a seu favor. Logo, gerar o Messias seria prova de uma dignidade inigualável.

Tendo composto seu Evangelho com muita atenção para a Escritura hebraica, o Antigo Testamento, Lucas procura atualizá-lo no “evento Cristo”. Assim, na continuação da exclamação de Isabel, o evangelista desenha Maria como a nova “Arca da Aliança”. Como sabemos, na arca da aliança eram guardadas as tábuas da lei, sinal máximo da presença de Deus no meio do seu povo. Com a exclamação de Isabel: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? ” (v. 43), Lucas relembra e atualiza as palavras de Davi quando estava para receber a Arca em sua casa: “Como virá a Arca de Iahweh para minha casa?” (2 Sm 6,9). Portanto, Lucas percebe em Maria a arca da nova da aliança, não mais portadora da Lei, mas portadora do amor e da misericórdia de Deus. Davi exclamou com medo (cf. 2 Sm 6,10), enquanto Isabel exclamou de alegria, o que mostra que a Lei escraviza e o amor liberta.

E, mais uma vez, Maria é reconhecida como bem-aventurada“Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu” (v. 45). Além de exaltar as qualidades de Maria, as palavras de Isabel são também uma repreensão ao seu esposo Zacarias, o qual, ao contrário de Maria, não acreditou no anúncio do anjo (Lc 1,20), por isso ficou mudo até que o menino nascesse. Isabel combate a incredulidade do marido e reforça a sua fé renovada pela presença de Maria, como ela confessou: “Será cumprido o que o Senhor lhe prometeu” (v. 45b). Ao repreender a incredulidade do esposo Zacarias, um sacerdote, Isabel proclama a decadência da antiga religião oficial do templo, demonstrando que somente os pobres, simples e humildes são capazes de acolher as intuições do Espírito Santo, como Maria. Assim, a religião do rigor e da Lei está completamente falida.

Provavelmente constrangida com tantos elogios da parte da sua parenta, Maria a interrompe e, exultando de alegria, expressa seu louvor a Deus com o seu cântico, conhecido como Magnificat (vv. 46-54). Isso reflete também a preocupação do evangelista com a construção futura da imagem de Maria na Igreja; o centro do culto e da vida cristã é sempre Deus, pois é ele o autor das maravilhas operadas e, portanto, é a ele que o reconhecimento e o louvor devem ser dirigidos. O Magnificat é o primeiro dos cânticos que Lucas apresenta em seu Evangelho. Trata-se de uma composição que sintetiza todo o Antigo Testamento. Lucas faz uma construção nova com pedras antigas, pois o texto é um verdadeiro mosaico de citações do Antigo Testamento. A estrutura geral é tomada do cântico de Ana (1Sm 2,1-10), o que se explica pela semelhança das duas situações, uma vez que, assim como Isabel, também Ana era considerada estéril e concebeu um profeta, Samuel, como Isabel concebeu João Batista. Se Isabel estava maravilhada por contemplar grandes coisas (vv. 42-45), Maria lhe ajuda a compreender melhor tal situação, convidando-a a olhar para a história e perceber que, na verdade, esse Deus de Israel nunca esqueceu o seu povo, sempre fez grandes coisas em seu favor e, portanto, é a Ele que o louvor deve ser dirigido. Tudo o que estava acontecendo era dom de Deus.

Maria personifica todo o Israel e resume os grandes feitos de Deus na história, destacando, sobretudo, a sua predileção pelos pobres, humildes e humilhados. Quando reconhece que “o Todo-Poderoso fez e faz grandes coisas” (v. 49), ao mesmo tempo se afirma que não há outros poderosos, exatamente porque devem ser derrubados de seus falsos tronos (v. 52). É o início do cumprimento das antigas promessas, agora sob a responsabilidade de Jesus e a comunidade dos discípulos, da qual Maria é modelo. A versão lucana das bem-aventuranças e maldições é também aqui antecipada: a expressão “Encheu de bens os famintos” (v. 53a) antecipa as bem-aventuranças dirigidas aos pobres (Lc 6,20-21); já a expressão “Despediu os ricos de mãos vazias” (v. 53b) antecipa as repreensões – ai de vós – dirigidas aos ricos (Lc 6,24-25). É, sem dúvidas, a síntese da oração de Israel que deverá ser continuada pela comunidade dos discípulos, a Igreja cristã.

A conclusão do texto reafirma a imagem de Maria como nova arca da nova aliança: “Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa” (v. 56). Uma expressão muito parecida aparece em 2Sm 6,11: “A Arca de Iahweh ficou três meses na casa de Obed-Edom de Gat, e Iahweh abençoou a Obed-Edom e a toda a sua família”. A presença de Maria na casa de Isabel foi, com certeza, a confirmação da bênção de Deus sobre ela, seu esposo Zacarias e o filho esperado, João Batista. Na arca da nova aliança não há tábuas da Lei, não há norma nem preceito, há apenas Jesus, expressão máxima do amor e da misericórdia de Deus para com toda a humanidade. O tempo de permanência de quem irradia o Espírito Santo e a alegria do Evangelho, como fez Maria e assim devem fazer os discípulos de todas as épocas, é o suficiente para ressignificar a vida e ler os acontecimentos do presente à luz de tudo o que Deus tem realizado ao longo da história.



EVANGELHO DO DIA 30 MAIO QUINTA FEIRA 2024 - SOLEIDADE DO CORPO E SANGUE DE CRISTO

 

30 maio - A palma da vitória está no Céu para quem sabe morrer triunfalmente. (L 23). São Jose Marello

 


Marcos 14,12-16.22-26


"No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, em que os judeus matavam carneirinhos para comemorarem a Páscoa, os discípulos perguntaram a Jesus:
- Onde é que o senhor quer que a gente prepare o jantar da Páscoa para o senhor?
Então Jesus enviou dois discípulos com a seguinte ordem:
- Vão até a cidade. Lá irá se encontrar com vocês um homem que estará carregando um pote de água. Vão atrás desse homem e digam ao dono da casa em que ele entrar que o Mestre manda perguntar: "Onde fica a sala em que eu e os meus discípulos vamos comer o jantar da Páscoa?" Então ele mostrará a vocês no andar de cima uma sala grande, mobiliada e arrumada para o jantar. Preparem ali tudo para nós.
Enquanto estavam comendo, Jesus pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e o deu aos discípulos, dizendo:
- Peguem; isto é o meu corpo.
Em seguida, pegou o cálice de vinho e agradeceu a Deus. Depois passou o cálice aos discípulos, e todos beberam do vinho. Então Jesus disse:
- Isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos, o sangue que garante a aliança feita por Deus com o seu povo. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nunca mais beberei deste vinho até o dia em que beber com vocês um vinho novo no Reino de Deus.
Então eles cantaram canções de louvor e foram para o monte das Oliveiras.
"
 

Meditação:

A Eucaristia é o sinal desse compromisso.  Em sua origem, significa ação de graças, reconhecimento, ato de agradecer.  Trazida para o seio da Igreja, traduz-se em seu sacramento central, sinal da graça que a impulsiona e conduz.

Data do século VIII o milagre ocorrido na cidade italiana de Lanciano, onde a transubstanciação do pão e do vinho em carne e sangue ocorreu efetivamente, e são conservados até hoje, sem que tenham sofrido qualquer ação do meio físico.

Quando o papa Urbano IV, em 1264, instituiu com a Bula ‘Transiturus’ a festa de Corpus Christi, desejava realçar a presença real do “Cristo todo” no pão e vinho consagrados, consolidando, assim, uma certeza e uma devoção já presentes nos corações dos fiéis.

Hoje a Igreja celebra a grande solenidade do Corpo e do Sangue de Cristo. Esse é o corpo entregue e esse é o sangue derramado para selar a aliança definitiva entre Deus e seu “novo povo”, a humanidade que aceita o convite do Evangelho e assume as conseqüências do seguimento.
Também nós perdemos o sentido dela. Reduzimos o mandamento de Jesus ao mandamento de ir à missa e comungar aos domingos.
Um rito que não complica nem implica nada de nossa vida. Este rito ficará totalmente vazio se não compartilharmos a vida, os bens, os dons, as qualidades com os irmãos, especialmente com os mais necessitados.
É preciso recuperar o significado profundo do rito que Jesus realiza. “O sangue que se derrama por nós” manifesta a morte violenta de Jesus por amor à humanidade e como conseqüência de seu compromisso. “Beber do cálice” implica aceitar a morte de Jesus e comprometer-se com ele e como ele dar a vida pelos outros se for necessário.
Aqui está o sentido profundo, existencial e histórico da Eucaristia: é a Nova Aliança; um compromisso de amor radical aos demais até a morte. Quem não entende assim a Eucaristia, se limita a um puro rito superficial e sem sentido.
Na ceia, Jesus oferece o pão (“tomai”) e explica que é seu corpo. Significa que Jesus entrega toda a sua pessoa, todo o seu ser: sua proposta, sua palavra, sua prática, sua presença.
Ao convidar a comer o pão-corpo, Jesus quer que sejamos semelhantes a ele, quer dizer, a assumir com convicção e autenticidade seu estilo de vida e seu compromisso com o reino. O efeito que produz o pão na pessoa humana é o que produz Jesus em seus discípulos.
O evangelista não indica que os discípulos comam o pão, pois não aderiram a Jesus, não diferiram sua forma de ser e de viver, tornando-a vida de suas vidas. Ao contrário do pão, Jesus dá o cálice sem dizer nada e, explicitamente, se diz que “todos beberam do cálice”. Depois de dar de beber, Jesus diz que “esse é o sangue da aliança derramado por todos”. O sangue derramado significa a morte violenta, ou melhor, a pessoa enquanto sofre tal gênero de morte.
O texto diz que “todos beberam dele”. Depois de o dar a beber, Jesus diz que “este é o sangue da aliança que é derramado por todos”. O sangue derramado significa a morte violenta, quer dizer, o sacrifício da pessoa que sofre tal sorte.
“Beber do cálice” significa, portanto, aceitar a morte de Jesus e o compromisso de não desistir da atividade salvadora (representada pelo pão) por temor nem sequer da morte: “Comer o pão” e “beber e cálice” são aspectos inseparáveis.
Não se pode aceitar a vida de Jesus sem aceitar sua entrega até o fim, e que o compromisso de quem segue a Jesus inclui uma entrega como a sua. Este é o verdadeiro significado da eucaristia. Talvez nós a tenhamos reduzido ao mistério, aliás bastante difícil de entender e explicar, da conservação do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo.

Reflexão Apostólica

Na última ceia, quando celebrava a Páscoa com Seus discípulos Jesus tomou o pão e o vinho deu graças e entregou-os para que eles comessem o Seu Corpo e bebessem o Seu Sangue já antecipando o que iria acontecer com a sua entrega na Cruz.
Jesus já proclamava a Nova e Eterna Aliança que iria ser perpetrada em favor dos homens. Por amor Jesus se ofereceu como alimento e bebida de vida plena para nós, por isso, o pão é verdadeira comida e o vinho verdadeira bebida. Jesus instituiu a Eucaristia que é memória da sua Paixão, Morte e Ressurreição para que nós nos apossemos da Sua graça e tenhamos a nossa alma fortalecida.

Acreditar que o próprio Jesus se faz presente em corpo e sangue na hóstia e no vinho que o sacerdote nos apresenta no momento da consagração eucarística é, sem dúvida, um dos maiores mistérios da fé cristã católica.  Porém, como nos diz o próprio texto litúrgico, é, sobretudo, a memória da aliança que Deus faz com a humanidade através de seu filho Jesus e que marca, de forma mais surpreendente ainda, a presença do Deus vivo em cada Missa que se celebra, em cada recanto do mundo, sem distinção de raça, sexo ou classe social. 

É Deus que entrega a todos. E, uma entrega assim, só pode ser feita por um Deus que é puro amor e que conosco deseja ficar.
Por isso, as tantas recomendações da Igreja aos fiéis que se dirigem à mesa da Eucaristia.  Em primeiro lugar, porque é preciso agradecer, relembrando o sentido próprio de Eucaristia.

É preciso ter o coração em festa, sem máculas, sem nada que possa perturbar o ato de reconhecimento de nossa humanidade diante da grandeza do Senhor e, humildemente, dizer: obrigado!  Depois, porque a Eucaristia é um sacramento que a Igreja nos oferece e, portanto, sinal da graça do Pai, sinal de sua presença entre nós.

Desta forma, diante do Mistério e da Verdade, só nos resta uma atitude de veneração e obediência.  E, por fim, porque nenhum sinal dado por Deus é exclusivo de um ser humano. 

Nada pode ser maior que o amor que deve nos unir aos outros, tal como no mandamento dado por Jesus, coincidentemente – ou propositalmente – na mesma ocasião em que instituiu a Eucaristia como sinal de Sua memória. Assim, não existe eucaristia sem comunhão, a comum união de homens e mulheres que se irmanam em Cristo e desejam, na celebração de Sua memória, viver em fraternidade
A Páscoa foi preparada de acordo com as ordens de Jesus. Nós também devemos estar sempre preparados pela Palavra de Jesus para comermos na Ceia Pascal o alimento que nos dá a vida eterna. Quanto mais nos alimentamos com Jesus, mais nos pareceremos com Jesus.
Você tem feito como o Senhor tem mandado? O que a Eucaristia tem feito em você? Você está se tornando parecido (a) com Jesus? O que JESUS tem lhe sugerido como preparação para celebrar a Eucaristia?

Propósito: Viver com maior consciência, fé, amor e gratidão cada Missa, e buscar visitar com maior freqüência Cristo na Eucaristia.



evangelho do dia 29 maio quarta feira 2024

 

29 maio - A santa pureza é guardada pela virtude da humildade, sua irmã. Ah! Ninguém pode ser puro se não for humilde! E a Virgem Santíssima foi enriquecida por uma pureza tão singular e resplandecente porque foi sumamente humilde. (S 358). São Jose Marello

 


EVANGELHO DO DIA

Marcos 10,32-45

Naquele tempo, os discípulos estavam a caminho, subindo para Jerusalém. Jesus ia na frente. Os discípulos estavam espantados, e aqueles que iam atrás estavam com medo. Jesus chamou de novo os Doze à parte e começou a dizer-lhes o que estava para acontecer com ele: “Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. Vão zombar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo. E depois de três dias ele ressuscitará”. Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir”. Ele perguntou: “Que quereis que eu vos faça?” Eles responderam: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!”
Jesus então lhes disse: “Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?” Eles responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós be­bereis o cálice que eu devo beber e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado”.
Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. Jesus os chamou e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos.”

Meditação:

Pela terceira vez Jesus anuncia que a Sua Paixão Morte e ressurreição. A primeira vez que o fez foi em Mc, 8,27-38, a segunda em 9,30-37 e agora em 10,32-45. Todos eles são proclamados ao longo do caminho para Jerusalém a capital da fé judaica. Com a paixão de Jesus ao longo do caminho, podemos compreender e dar razão à nossa fé na pessoa e na missão de Jesus de Nazaré.

A paixão de Jesus está presente nas paixões de tantas pessoas que vivem nas comunidades, nas pastorais e nos movimentos sociais que testemunham radicalmente o projeto libertador de Jesus de Nazaré. Assim, os anúncios da paixão se tornam o centro, o núcleo da fé cristã na perspectiva da ressurreição. A ressurreição de Cristo é a força motivadora para nós superarmos as contradições, as dificuldades e os desafios da caminhada.
Estão subindo para Jerusalém e, embora já saibam qual seria o destino de Jesus, acontece o anuncio: “…o Filho do Homem vai ser entregue aos chefes dos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. Vão caçoar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo. E depois de três dias ele ressuscitará
Esse último anúncio mostrará claramente que o seguimento de Jesus não tem privilégios como pensavam os discípulos, porque a caminhada é marcada não só de glória. Passa pela coragem de deixar tudo para suportar a opção de vida que levará ao longo do caminho. O caminho de Jesus será marcado de rejeição, de perseguição, de luta e de sofrimento. Essas são as condições para se chegar à glória.
E para, definitivamente, mostrar que para segui-lo é preciso muitas vezes ser curado da surdez e da cegueira, estas estavam presentes durante todo o caminho. Por isso estava difícil que os discípulos compreendessem a mensagem de Jesus a respeito da sua paixão como condição de segui-lo.
Portanto, Jesus nos anuncia que o seu seguimento deverá passar pela cruz. Seguimento e cruz são inseparáveis. Porém, os discípulos não compreenderam, e entre si, discutiam quem era o maior (9,34). Jesus mostrará que o maior é aquele que serve, o primeiro deve ser o último, mudando assim, completamente, a lógica da caminhada. Infelizmente os discípulos estavam presos aos velhos moldes de ver a caminhada como um privilégio ao lado de um Messias que iria transformar a presente sociedade. Daí a razão de ser do pedido dos dois irmãos: Quando o senhor sentar-se no trono do seu Reino glorioso, deixe que um de nós se sente à sua direita, e o outro, à sua esquerda.
No entanto, o caminho de Jesus passa pela humildade e pelo serviço. Adverte-nos que a luta pelo poder não mudará a relação opressor e oprimido. A transformação fundamental é o assumir a prática do serviço à vida na comunhão fraterna com os excluídos, na luta pela justiça na sociedade e pela partilha dos bens da criação, retidos nas mãos de minorias opulentas. O caminho é por aí! Esta é minha e tua tarefa.

Reflexão Apostólica:

O evangelho de hoje traz o terceiro anúncio da paixão e, novamente, como nas vezes anteriores, mostra a incoerência dos discípulos (Mc 8,31-33 e Mc 9,30-37). Enquanto Jesus insistia no serviço e na doação entregando sua vida, eles continuavam discutindo os primeiros lugares no Reino, um à direita e outro à esquerda do trono.
Ao que tudo indica, os discípulos continuavam cegos! Sinal de que a ideologia dominante da época tinha penetrado profundamente na mentalidade deles. Apesar da convivência de vários anos com Jesus, eles ainda não tinham renovado sua maneira de ver as coisas. Olhavam para Jesus com o olhar antigo. Queriam uma retribuição pelo fato de seguir a Jesus. 
Jesus reúne os Doze e lhes anuncia com realismo o que vai ocorrer em Jerusalém: as autoridades religiosas e políticas o matarão e depois de três dias ressuscitará.

Os filhos de Zebedeu pedem privilégios, não querem aceitar o sofrimento que supõe o seguimento de Jesus. O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos, é o Servidor, sofredor, não o Messias triunfador.
Não é próprio dos discípulos de Jesus buscar prestigio, poder e riquezas. O discípulo autêntico é o servidor que deve tomar distância das práticas de poder próprias “dos governantes que dominam as nações como se fossem seus donos”.
O caminho da cruz é também o caminho do discípulo, quem busca atalhos, nega-se a amar apaixonadamente como o fez Jesus. Somente ressuscita o que soube dar a vida.
Jesus alguém que poderia facilitar as suas vidas e nem atentavam no fato de que Jesus pudesse passar por dificuldades. Nós também agimos assim, não nos importamos com os meios, queremos apenas receber de Deus a solução para os problemas que precisamos encarar.
Jesus, então, nos dá consciência de como nós devemos assumir o papel de cristãos autênticos. Primeiramente, nos mostra que Ele, o Enviado de Deus, o Messias, o Mestre, também teve que enfrentar os desafios para cumprir a Sua missão.
Depois, ele nos adverte e diz a cada um de nós que pretendemos galgar posição perto de Deus: “vós bebereis o cálice que eu devo beber e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado.”
O lugar que o Pai reservou a cada um cabe somente a Ele nos indicar. E o que mais vai chamar a atenção do Pai em nós é que sejamos parecidos com o Seu Filho Jesus o qual veio ao mundo não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida por nós Jesus então nos diz: “ Mas, entre vós não deve ser assim: quem quiser ser grande seja vosso servo e quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos”.
O seguimento de Cristo implica em assumir a regra do amor ao próximo. Tudo por amor. O amar nos traz conseqüências que muitas vezes não desejamos, mas só assim, nós poderemos dizer que somos cristãos autênticos.
Você quer ser grande? O que você entende por ser grande, segundo as palavras de Jesus? Você também ousa pedir a Jesus um lugar privilegiado? Você aceita pagar o ônus de ser o primeiro? Você acha que seguir a Jesus é fácil ou difícil? Você tem sido servido pelos outros ou tem servido aos outros?
O Evangelho de hoje nos guia pelos caminhos da sabedoria de DEUS. O SENHOR mostra aos discípulos que não é ELE quem decide o desígnio do homem, mas O PAI. Por isso saibamos reconhecer em nós que o desígnio de cada um já esta preparado, conforme o desejo daquele que nos enviou.

O SENHOR, já sabedor daquele desígnio que o espera, passa a informar o que aconteceria com ELE, preparando os discípulos para sua partida. Nos mostra que também receberemos o mesmo batismo que ELE recebeu e passaremos pelas nossas cruzes cotidianas assim como ELE.

O BATISMO DE CRISTO é o ESPÍRITO SANTO e por isso este batismo vem acompanhado de sofrimento por parte de quem o recebe. O PAI é JUSTO e já sabe quem é merecedor de receber este batismo. É por isso que estamos aqui, para aprender com o SENHOR como sermos SANTOS.

Vejamos o que nos ensina o SENHOR: "Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos.”

É o que buscamos falando a VERDADE, salvar milhares, o máximo possível, de homens e mulheres com o que escrevemos através do ESPÍRITO SANTO.

Não deixemos a SANTA IGREJA em hipótese nenhuma. É o único CAMINHO, deixado pelos APÓSTOLOS. Se enriqueçam enquanto podem com a PALAVRA DE DEUS, os ensinamentos de JESUS e pratiquem esta PALAVRA.

Sirvamos a DEUS, pois O PAI lhes serve todos os dias mesmo sem saberdes. Sirvamos a nós mesmos em primeiro lugar com as PALAVRAS SANTAS e depois sirvamos os outros ensinando o que aprendeu. Isso é praticar.

Propósito:

Pai, a exemplo de Jesus, transforma-me em servidor de meus semelhantes, e não me deixes ter medo de colocar minha vida a serviço de quem precisa de mim. Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e a vossa Igreja vos possa servir, alegre e tranquila.

 

 

Evagelho do dia 28 maio terça feira 2024

 

28 maio - Há uma virtude que resplandeceu de modo muito particular na Virgem Imaculada, nossa Mãe, uma virtude predileta de Jesus e que também nós devemos possuir, pois ela é o adorno mais lindo da alma: quero dizer a pureza, a virtude com a qual o homem imita os Anjos, aliás, os vence em merecimento, pois eles são puros por natureza, nós por graça: eles, não tendo corpo, são puros por necessidade, nós por vontade, pois nós devemos combater, vigiar, rezar muito e mortificar-nos para obter e conservar  essa virtude tão delicada. (S 356). SÃO JOSÉ MARELLO

 


EVANGELHO DO DIA

Marcos 10,28-31

Aí Pedro disse:
- Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor.
Jesus respondeu:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: aquele que, por causa de mim e do evangelho, deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras receberá muito mais, ainda nesta vida. Receberá cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, terras e também perseguições. E no futuro receberá a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros serão os últimos, e muitos que agora são os últimos serão os primeiros.
Jesus anuncia outra vez a sua morte e a sua ressurreição.

 

Meditação:

O texto do Evangelho de ontem no qual Jesus apresentava a incapacidade dos homens e mulheres apegados aos bens seguirem Jesus, opõe-se ao de hoje.

Vemos Pedro a professar o seu despojamento de tudo para ir a traz do mestre: Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor.

Pedro é um dos que deixaram tudo para seguir Jesus. Não era rico, mas um esforçado pescador, porém, seu gesto foi muito valioso. Jesus diz então que quem deixar família e bens por ele e pelo evangelho, receberá cem vezes mais.

Quem deixa tudo para ser discípulo missionário de Jesus sofrerá também perseguições no seguimento, mas encontrará na comunidade cristã o necessário para viver em bens materiais e afetivos.
Nas palavras de Pedro, não só estavam as dos outros apóstolos ontem, como também estão as minhas e as tuas. Estão as palavras de todos nós quando nos desfazemos nos despimos dos nossos orgulhos, vaidades, soberbas. Assim como Pedro nos evangelhos, tomava decisões em nome da Comunidade dos Apóstolos, assim continua nos dias de hoje falando e nos representando.

“Na generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho” (Doc. de Aparecida 31).

Finalmente, a Palavra nos ensina que aqueles que crerem ter tudo, não alcançarão a vida e são os últimos, enquanto que os que crêem em

Jesus e o seguem compartilhando o que são e o que tem encontram tudo na comunidade cristã e são os primeiros.

Definitivamente, o cristão é chamado a viver em santidade, que se realiza na prática cotidiana do mandamento do amor.

No evangelho, a pergunta de Pedro a Jesus é a mesma que certamente já dirigimos ao Senhor em algum momento de nossas vidas: “Que receberemos em troca, já que deixamos coisas muito importantes para te seguir?” E embora o seguidor do Senhor não devesse olhar de modo primordial para a recompensa, Jesus nos assegura que pelas renúncias que fazemos por ele e pelo Evangelho receberemos cem vezes mais. Que significa isto?

Quando optamos por Cristo escolhemos crescer de modo extraordinário numa experiência humana e de fé que nos levará a ser mais conscientes e coerentes, mas capazes de transformar nossa atual sociedade num cenário digno que permitisse o desenvolvimento de uma qualidade de vida cabalmente humana para o conjunto de seus cidadãos.

Neste crescimento, de que participa a mesma comunidade da qual fazemos parte, seguiremos optando por ser melhores no serviço e na construção do reino de Deus no nosso meio, e poderemos ver que, à medida que os demais progridem com nossa parcela de dignidade, reconhecimento, respeito, alegria de viver, iremos nos enriquecendo cada vez mais a nós mesmos.

Não em riquezas materiais, por certo, mas numa riqueza muito mais profunda, reconfortante e duradoura. E tudo será lucro, definitivamente, quando estivermos plenamente convencidos da meta que nos está esperando em Deus apesar dos problemas, trabalhos e perseguições que tratar de alcançá-la implica.

Reflexão Apostólica:

Os discípulos queriam saber de Jesus o que eles teriam em troca por O terem seguido! Jesus foi claro e direto na sua explanação: a recompensa de Deus não vem do modo como que nós esperamos, mas cem vezes mais do que imaginamos.

No entanto, só poderá comprovar esta promessa quem realmente se dispõe a sofrer perseguições. Quem tiver deixado “tudo” pela causa de Cristo, receberá desde já, também tudo, com perseguições e no mundo futuro, a vida eterna.

Deixar tudo não significa lançar fora, rejeitar, mas simplesmente vivenciar de uma maneira diferente. Deixar pai, mãe, filhos, bens por causa de Jesus e do Evangelho, significa colocar como prioridade as exigências do ser cristão (ã), tornando-se livre de apegos humanos e de idolatrias.

Deixar tudo é desvencilhar-se de idéias, de preconceitos e pensamentos humanos, racionais, para se deixar conduzir pela mensagem do Evangelho, a boa nova de Jesus para os homens.

Quando nós colocamos Jesus Cristo como centro da nossa vida tudo o que nós possuímos, adquire um novo sentido e, mesmo com tribulações, nós conseguimos usufruir de tudo o que temos, com uma nova mentalidade, sem apego, sem egoísmo, com serenidade.

Quando nós nos dedicamos à causa de Cristo, quando temos o nosso pensamento e o nosso ideal de vida, voltados para Ele nem as coisas materiais nem a nossa família nos afastam de Deus porque as coisas da terra nos levam a uma vivencia espiritual que faz toda a diferença na qualidade da nossa vida.

Você tem deixado tudo pela causa de Cristo? O que você desejava antes de conhecê-Lo é o mesmo que você anseia hoje? Você é uma pessoa muito apegada aos seus planos, sua família, seus bens? Qual é o lugar que Cristo ocupa na sua vida?

A opção de Pedro e demais discípulos contrasta com a do homem rico que desinteressou-se pelo seguimento de Jesus. Em resposta a Pedro, Jesus faz uma declaração abrangente que vai além daqueles que lhe estão perto, e além de seu tempo. Jesus refere-se a todo aquele que tudo deixa por causa dele e do seu anúncio.

O sentido do desapego da família e das propriedades é a adesão a um novo projeto de vida. Já, nesta vida, no mundo novo possível, de modo muito mais abrangente são reencontrados os laços de amizade e amor, na grande família dos filhos de Deus, no usufruto do bem maior que é a compaixão, a comunicação, a solidariedade e a partilha, em uma sociedade em que vigora a justiça e a paz.

Não faltarão as hostilidades dos poderosos que vivem às custas do povo oprimido e empobrecido. São ambiciosos que amam a riqueza e desprezam a vida.

A sentença final exprime a subversão do Reino. É descartada a sociedade hierarquizada baseada no poder e no prestígio da riqueza, representada pelo homem rico que se afasta de Jesus.

Vigora agora a comunidade solidária e fraterna em que todos usufruem os bens terrenos, na alegria e no amor. Os discípulos, seduzidos por Jesus, libertam-se do jugo do ter e das estruturas que alicerçam o império do dinheiro.

Propósito:

Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.

 

Evangelho do dia 11 fevereiro terça feira 2025

  Nossa senhora de lourdes 11 FEVEREIRO - A humildade de Maria Santíssima é quase infinita e não podemos sequer imaginá-la. Ela se rebaixo...