21 janeiro – Se Santa
Inês conseguiu a gloriosa palma do martírio, foi porque, em toda a sua vida,
se manteve sempre fiel a Deus, mesmo nas pequenas coisas. (S 351).
Marcos
3,13-19
Naquele
tempo, 13Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram até
ele. 14Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para
enviá-los a pregar, 15com autoridade para expulsar os demônios. 16Designou,
pois, os Doze: Simão, a quem deu o nome de Pedro; 17Tiago e João,
filhos de Zebedeu, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer “Filhos
do trovão”; 18André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago,
filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, 19e Judas Iscariotes,
aquele que depois o traiu.
Dentre a multidão e os discípulos Jesus escolhe
doze. Um pequeno grupo que será o começo de novo povo. A missão desse grupo
compreende três atitudes: comprometer-se com Jesus(estar com ele) para anunciar
o Reino(pregar), libertando os homens de tudo aquilo que os escraviza e
aliena(expulsar os demônios).
A lista dos doze apóstolos parece ter surgido como
tradição das primeiras comunidades de judeus convertidos, e os evangelistas
sinóticos incorporaram-na em seus evangelhos.
O número "doze" sugere a continuidade do
novo movimento cristão às doze tribos de Israel. Jesus é apresentado como novo
Moisés, constituindo um povo novo sobre a terra, sob a égide dos Doze
escolhidos.
Moisés recebera na montanha (Sinai) a Lei e do alto da montanha (monte Nebo) vislumbra a terra na qual serão instaladas as doze tribos. Alguns dos nomes citados só aparecem nessa lista.
Ao longo dos evangelhos sinóticos, só serão mencionados Pedro, André, Tiago, João, Mateus (só em Mateus) e Judas Iscariotes; e no evangelho de João, apenas Pedro, André, Filipe, Natanael (Bartolomeu?), Tomé, Judas (Tadeu?) e Judas Iscariotes.
Também no evangelho joanino não há a lista dos Doze nem referência a "apóstolos", aparecendo sempre o termo "discípulos", o que sugere uma visão diferenciada do movimento de Jesus, mais como uma novidade surgida a partir da Galileia do que uma continuidade do Judaísmo que desponta na esteira do antigo Israel.
A multidão e o apóstolo são realidades antagônicas.
A multidão, por sua simples realidade de conglomerado humano, sem projeto, sem
forma, sem organização, é anônima; cada pessoa dentro dela é uma ficha a mais
no grande tabuleiro de xadrez que é a história humana, de onde o poder se
exerce desde o mais forte, levando o anonimato aos seres humanos.
Ser apostolo, porém, é uma realidade totalmente diferente: implica ter rosto e
nome diante de Deus e em meio à comunidade. O Senhor Jesus chamou com nome
próprio homens e mulheres que viviam no anonimato, olhou seus rostos e os
convidou a vivenciar novas realidades junto com ele.
Essas pessoas transformaram suas vidas e, fiéis ao Senhor, formaram uma
comunidade que daria origem à Igreja. A comunidade cristã tem a tarefa de
seguir convocando a humanidade para consolidar a grande família de Deus. Temos
que abandonar toda atitude colonialista no anúncio do Evangelho.
Deus continua chamando hoje, respeita nossa forma particular de ser. Demos
graças ao Senhor, que como os apóstolos, nos chama a cada um de nós, pelo nome,
para que vivamos a experiência do Reino.
O tema da vocação é apresentado por Marcos de
maneira geral. A finalidade é que Jesus não chamou apenas os Doze, mas os
instituiu para fazer deles companheiros seus e para “enviá-los” a pregar e
expulsar os demônios. Se a Escritura tem predileção pelo número doze é porque
evoca para os judeus a ideia da primeira iniciativa de Deus na escolha.
Ao escolher este número simbólico de companheiros
para associá-los à fundação do novo povo, Jesus se mantém fiel àquele conceito,
que tem a vantagem de garantir a transcendência da iniciativa de Deus.
A vocação se concretiza à medida que se vai
patenteando a realidade de Jesus e de seu ministério: as primeiras motivações
não são sempre as mais decisivas; somente ao cabo de uma longa aventura se
descobre finalmente que a morte e a soberania de Jesus constituem os únicos
motivos reais de um chamamento ao ministério.
Para as escolhas
de Deus não há lógica humana. O chamado de Deus para nós é irrevogável! Ele vê
o coração e faz as Suas escolhas dentro do que é justo e não de acordo com as
nossas razões humanas, por isso, Ele escolhe pessoas que aos nossos olhos são
incapazes, sem gabarito, despreparadas.
Sabemos, porém,
que Ele capacita os que não têm capacidade. No trabalho do reino vale mil vezes
mais o que temos dentro do nosso coração do que a capacidade intelectual que
nós possuímos.
Ele não fazia nada
para impressionar nem provocar elogios, Ele tinha somente um objetivo: fazer a
vontade do Pai para que não se perdesse ninguém. Se Jesus tivesse chamado muita
gente, para agradar, ou para fazer justiça aos olhos do mundo, o trabalho do
reino não teria sido eficaz. Portanto, Ele chamou aqueles que Ele quis para
subir o monte com Ele. Nem todos poderiam subir.
A metodologia de
Jesus é muito simples e profunda, Ele chamou aqueles que poderiam ficar muito
perto de si, gozando da sua intimidade, recebendo um ensinamento partilhado
concretamente para que fosse frutuoso e depois eles pudessem lançar sementes em
terra boa.
Jesus sabia que na
Sua Missão Ele teria que enfrentar dificuldades também com os Seus escolhidos.
Sabia que estaria lidando com homens cheios de defeitos, mas mesmo assim não
desistiu e foi com eles, até o fim. Esse é um valioso ensinamento para nós
quando tivermos que fazer opções e usar critérios de escolha nos nossos
empreendimentos.
Nós também precisamos examinar como é que estamos fazendo as nossas escolhas, principalmente entre as pessoas que caminham junto de nós; quais os critérios que nós usamos quando nos aproximamos de alguém para fazer parte do nosso círculo de amizade; se estamos fazendo algum cálculo racional ou se temos idéias formadas a respeito deles.
As nossas amizades são conseqüência dos encontros da nossa vida por isso, precisamos também prestar atenção aonde é que estamos encontrando os “nossos amigos”. Precisamos procurar descobrir com Jesus, na sua Palavra e em oração, qual é a vontade de Deus nas diversas circunstâncias da nossa vida.
Como é o seu
critério quando tem que escolher alguém para uma missão específica? Você
quer agradar alguém ou ser agradado na sua escolha? Você se revolta quando
não é escolhido (a) para um lugar importante ou espera a hora de Deus para
você? Como e aonde você tem encontrado “amigos”? Você é capaz de
acolher no seu círculo de amizade aqueles (as) que aparentemente não têm nenhum
brilho?
Eram muitos os que
seguiam a Jesus, porém Ele chamou somente doze para o seguirem. Por que será
que tudo começou assim? Jesus não fazia nada para impressionar nem provocar
elogios, Ele tinha somente um objetivo: fazer a vontade do Pai para que não se
perdesse ninguém.
Se Jesus tivesse
chamado muita gente, para agradar, ou para fazer justiça aos olhos do mundo, o
trabalho do reino não teria sido eficaz. Portanto, Ele chamou aqueles que Ele
quis para subir o monte com Ele.
Precisamos também
nós, estarmos firmes e convictos em tudo quanto nos for revelado pelo Pai,
Propósito:
Pai, apesar da minha fraqueza, sei que contas comigo para
o serviço do teu Reino. Vem em meu auxílio, para que eu seja um instrumento
útil em tuas mãos.
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