09 janeiro - Aniversário
de recepção da batina por São José Marello (1864).
Mortifiquemos
com ânimo generoso este nosso espírito briguento, esta nossa carne rebelde,
esta nossa natureza corrupta! Eduquemo-nos ao sacrifício daquilo que o nosso
coração possui de mais precioso. ( L 27). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 3,15-16.21-22
" Como o povo estivesse na
expectativa, todos se perguntavam interiormente se João era ou não o Cristo, e
ele respondia a todos: "Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais
forte do que eu. Eu não sou digno de desatar a correia das suas sandálias. Ele
vos batizará com o Espírito Santo e com fogo". Enquanto todo o povo era
batizado e Jesus, batizado, estava em oração, o céu se abriu e o Espírito Santo
desceu sobre ele, em forma corpórea, como uma pomba. E do céu veio uma voz: "Tu
és o meu filho amado; em ti está o meu agrado"."
A liturgia deste final de semana propõe abrir-nos a Deus, da mesma forma como Jesus o fez ao acolher o dom do Espírito enquanto estava em oração logo após o seu batismo.
Em Lucas, a narrativa a respeito do
batismo de Jesus vem depois do Evangelho da Infância. Entre as narrativas da
infância (Lc 1-2) e o início da missão de Jesus (Lc 4,14 em diante), os autores
deste Evangelho inserem o relato da preparação do caminho do Senhor feita por
João Batista (Lc 3,1-20) e o relato da preparação de Jesus para sua missão (Lc
3,21-4,13).
A comunidade de Lucas faz questão de
situar historicamente o início da atividade de João (Lc 3,1-2). Do ponto de
vista político, foi no tempo de Tibério, imperador romano de 14 a 37 d.C., e de
Herodes Antipas, governador da Galileia desde 4 a.C. até 39 d.C.
Por um lado, João denuncia
profeticamente o reino da opressão representado por
Tibério e por Herodes, em aliança com o templo de Jerusalém.
Diante de tanto sofrimento, o povo
esperava ansiosamente a vinda de um libertador. João Batista faz fortes
críticas aos poderosos, anunciando um juízo severo para eles (Lc 3,17). Por
isso, o povo começou a ver em João a esperança da vinda do messias, o rei
ungido por Deus que viria para libertar o seu povo.
Em conseqüência dessa prática
profética, ele foi preso e encarcerado pelos poderosos de seu tempo (Lc
3,19-20). Assim, João cumpriu sua missão como profeta que faz a ponte entre a
Aliança de Deus com Israel e a Aliança em Jesus com toda humanidade.
Lucas o apresenta mostrando para Jesus.
João não é o Messias, o Cristo, o Ungido. Seu batismo era somente com água,
sinal de purificação e de conversão para acolher Jesus de Nazaré, mais forte do
que João.
As sandálias também lembram a lei do
levirato (Dt 25,5-10). Segundo esta lei, quando um marido morria sem deixar
filhos, um parente próximo devia assumir a viúva para gerar um herdeiro para o
falecido. Além de dar continuidade à vida do falecido, resgatava sua terra, de
modo que ela permanecesse no clã.
Era o sinal que este passava a ter o
direito de resgate, de gerar descendência para o falecido. Ao não desatar a
correia das sandálias de Jesus, João reconhece nele o resgatador, o messias
libertador de todas as formas de opressão. João é o último representante da
Antiga Aliança. Jesus, porém, é o noivo da Nova Aliança.
Jesus é batizado com água junto ao
povo, em meio ao povo. Em seu batismo, Jesus é investido para a sua missão,
guiado pelo Espírito de Deus.
Também para nós Jesus pediu que
tivéssemos essa atitude orante durante a vida toda, abrindo-nos ao Espírito de
Deus. Ele é fruto da oração, da acolhida, é dom (Lc 11,13).
João batiza Jesus com água. No entanto,
Jesus batiza com o Espírito e com o fogo. Por
isso, o seu batismo é superior ao de João. É no Espírito Santo, representado
pelo fogode Pentecostes (Lucas 3,15-16; Atos 2,1-13).
O fogo recorda a presença de Deus no
êxodo, na libertação do povo oprimido pelo sistema faraônico (Ex 3,2-3; 13,21;
19,18).
É o mesmo fogo de Pentecostes, o
dinamismo do Espírito, que entusiasma os discípulos e as discípulas de Jesus
para o anúncio e a vivência da boa-nova até os confins da terra (At 1,8;
2,1-13).
Lucas apresenta o batismo de Jesus
depois da prisão de João como o ato em que o Espírito de Deus vem
confirmar o Nazareno enquanto Messias, ungindo-o para a missão do serviço, da
mesma forma como fora ungido o servo de Deus em Isaías 42,1 e 61,1.
Em Jesus, céu e terra estão tão
próximos que é possível perceber a presença materializada ("em forma
corpórea") do Espírito de Deus nas atitudes de Jesus.
No batismo, morremos com Cristo e
ressuscitamos com ele para uma vida nova (Rm 6,1-14). Viver como pessoa
renovada e ressuscitada é, portanto, missão de todos nós.
Por isso, lembra também a missão do servo em
Isaías 42,1 ("em ti está o meu agrado"). No batismo de
Jesus, temos uma epifania, ou seja, uma manifestação do
filho de Deus ao mundo, gerado como o messias que vem libertar o povo.
No batismo, Jesus assume publicamente o
seu compromisso com as novas relações do Reino de Deus já presente em seu agir.
Batizar-se em seu nome, na linguagem
paulina, é revestir-se de Cristo, ou seja, é agir como o próprio
Cristo agia, superando todas as formas de discriminação (Gl 3,27-28).
Reflexão Apostólica:
Jesus
saiu da Galiléia a fim de ser batizado por João Batista, no rio Jordão. O
Batismo de João Batista era uma imersão na água para purificação dos pecados.
Jesus,
que não tinha pecados, confirmou a Sua Filiação pela unção do Espírito Santo e
conseqüentemente a nossa filiação.
O
Batismo de Jesus tem para nós o significado de justiça que o Pai planejou nos
conceder a fim de que também nos tornássemos Seus filhos e filhas amados.
No
Batismo de Jesus nós encontramos a estrutura da Santíssima Trindade: A Voz do
Pai, a Manifestação do Espírito Santo em forma de pomba e o Título de Filho de
Deus amado.
No
nosso Batismo a Voz do Pai se faz ouvir revelando o Seu grande amor por nós
quando nos concede o Seu Espírito Santo e nos adota como filhos no Seu Filho
amado.
Não
podemos ser tristes nem desanimados, o mesmo Espírito que está em Jesus mora
também em nós. Se verdadeiramente nos apossarmos dessa graça de filiação, com
certeza nós não teremos nenhuma dúvida de que somo filhos e filhas amadas por
Deus que nos olha com carinho e está atento às nossas necessidades.
Propósito:
Viver coerente com os compromissos de
contínua conversão e de testemunho da fé.
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