14 janeiro - Quem está preocupado e cheio de ansiedade para agir, comete injúria a Deus e não reza com o coração o “Pater noster” Pai-Nosso. Aceitemos pura e simplesmente o que Deus nos manda, sem aflição e sem tristeza. (L 23). São Jose Marello
Marcos 2,1-12
1Alguns dias depois, Jesus entrou de novo
Meditação:
Depois de percorrer a Galiléia, Jesus volta
a Cafarnaum. Novamente, a casa é centro de convergência da multidão. Jesus
dirige-lhes a Palavra. As ações e diálogos que se seguem exprimem o núcleo do
ensino e da prática de Jesus: o amor misericordioso de Deus com o perdão dos
pecados.
Os escribas se escandalizam, pois a casta religiosa de Jerusalém se apresentava como únicos e legítimos representantes de Deus para perdoar os pecados, mediante sacrifícios e ofertas. A acusação de blasfêmia será o motivo da condenação final de Jesus pela casta religiosa que se sente ameaçada por sua ação libertadora.
À palavra de Jesus é sempre associada a sua prática vivificante de cura e libertação.
Não é só o corpo que necessita de uma cura, é sobretudo o espírito. Jesus nos mostra isso ao curar um paralítico que é levado à sua presença. O homem não diz uma única palavra; é Jesus quem toma a iniciativa e lhe diz: “Filho, os teus pecados estão perdoados”.
Jesus vê que o homem precisa, em primeiro
lugar, de uma cura interior. Muitas vezes, são as feridas interiores que mantêm
o homem paralisado. O perdão oferecido por Jesus devolve ao paralítico toda a
sua dignidade humana, torna-o capaz de “levantar-se” e de pôr-se de pé. O
perdão é uma libertação.
O paralítico não esperava estas palavras,
ele veio à procura de uma cura física e Jesus fala-lhe de perdão. Os escribas
pensam então que Jesus blasfema. Com efeito, segundo a fé do povo, só Deus tem
o poder de perdoar os pecados. Mas Jesus fala indiretamente de si próprio como
Filho do homem, uma expressão que pode significar “homem” (Ez 2,1) ou que pode
ser utilizada para falar do próprio Deus (Dn 7,13). Enquanto Filho de Deus que
se tornou Filho do homem, Jesus tem o poder de perdoar os pecados.
Jesus ajuda-nos a descobrir uma outra realidade importante: o pecado não é a causa da doença paralisante. O Deus que Jesus nos veio revelar não é um Deus que castiga. Jesus disse-o acerca de um homem cego de nascença: “Nem ele pecou, nem seus pais”. (Jo 9,3)
Perdoado, curado, o homem paralítico levanta-se, pega no seu catre (símbolo da sua doença) e sai diante de toda a gente. O perdão torna-nos livres para criarmos, mesmo com as nossas fragilidades, e para carregarmos as dos outros. Perante uma tal novidade, não podemos senão exclamar com a multidão: “Nunca vimos coisa assim!”.
O paralítico é transportado pelos amigos. Quem são os que me “transportaram”, aqueles que, pela sua fé, conduziram-me a um encontro com Deus? Diz o ditado: “diz-me com quem tu andas e dir-te-ei quem tu és”. Pois é, os meus amigos me ajudam a chegar e clamar por Deus ou me afundam cada vez mais?
O que me “paralisa”? Em que aspectos sinto a necessidade de uma cura interior? Jesus diz ao paralítico: “Levanta-te, toma o teu catre e anda”. Como posso compreender estas palavras na minha vida de hoje? Que Deus lhe dê a graça e a força de se dirigir a Jesus e clamar: Salva, cura-me, Senhor Jesus!
Reflexão Apostólica:
Jesus liberta o paralítico do
estigma de que sua doença provinha de seu pecado. Jesus quer mudar a
mentalidade daqueles que humilhavam o doente daquela maneira.
A multidão que assiste à
libertação do doente toma repentinamente posição contra Jesus. A paralisia
mudou de campo, e Jesus vê que seu próprio processo começa com a acusação que
bem em breve seria causa de sua morte: “Blasfêmia”!
Cada vez que refletimos sobre
este Evangelho, nós descobrimos lições preciosas para a nossa vida
Eles sabiam que se aquele homem
conseguisse chegar até Jesus, ele seria curado, por isso não mediram esforços e
fizeram até o impossível a fim de que o encontro acontecesse. “Jesus viu a fé
daqueles homens” que levavam o paralítico até Ele! Não foi a fé do próprio
paralítico que o salvou, mas a fé dos seus amigos.
Por causa das dificuldades, dos
empecilhos, dos desencontros de horários, muitas vezes nós deixamos por menos e
não acudimos alguém que está paralítico.
Há muitos “paralíticos” esperando por nós para serem apresentados a Jesus, e nada acontece com eles. Muitas pessoas nós queremos levar para conhecer Jesus e ainda não tomamos a iniciativa de conduzi-los até Ele!
Qual é o espírito que nos move a levá-los? Será que nos falta fé? Será que duvidamos do poder de Jesus para aquele (a) amigo (a)“difícil”? Quais são as dificuldades e as barreiras que nos atrapalham e, por isso, não conseguimos? A mensagem que nos é dada hoje é a de nunca desistir em querer ajudar a alguém. Reflita – Você também tem fé de que Jesus pode curar os seus amigos paralíticos?
O que você tem feito para demonstrar a sua fé? – O que você entende por “paralítico”? Para onde Jesus mandou ir o paralítico depois de curá-lo? – Na sua casa tem alguém paralítico (a)?
Na medida em que o homem
moderno perdeu o sentido de Deus, apagou o sentido do pecado e, por
conseguinte, o significado de um Messias que perdoa e que morre pelo perdão dos
pecados.
O cristão não poderá dar
testemunho do perdão de Deus e de sua necessidade se não purificar seu próprio
conceito de pecado, e se não fizer do perdão uma tarefa comunitária do amor na
edificação da paz, da justiça social e das mil facetas da vida humana. A missão
de Jesus foi levantar o pobre de sua condição inumana: Levanta-te, toma teu
leito e anda.
Propósito:
Senhor Jesus, cura-me
de minhas deficiências espirituais, pela força de tua graça, para que eu possa
caminhar sempre no amor.
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