22 novembro - A humildade é absolutamente necessária para manter a pureza. Dai-me uma alma pura como um anjo e dizei-me que ela é arrogante, e eu vos responderei que ela não conservará a sua candura por muito tempo e cairá. (S 358). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 19,11-28
"Jesus
contou uma parábola para os que ouviram o que ele tinha dito. Agora ele estava
perto de Jerusalém, e por isso eles estavam pensando que o Reino de Deus ia
aparecer logo. Então Jesus disse:
- Certo homem de uma família
importante foi para um país que ficava bem longe, para lá ser feito rei e
depois voltar. Antes de viajar, chamou dez dos seus empregados, deu a cada um
uma moeda de ouro e disse: "Vejam o que vocês conseguem ganhar com este
dinheiro, até a minha volta."
- Acontece que o povo do seu
país o odiava e por isso mandou atrás dele uma comissão para dizer que não queriam
que aquele homem fosse feito rei deles.
- O homem foi feito rei e
voltou para casa. Aí mandou chamar os empregados a quem tinha dado o dinheiro,
para saber quanto haviam conseguido ganhar. O primeiro chegou e disse:
"Patrão, com aquela moeda de ouro que o senhor me deu, eu ganhei
dez."
- "Muito bem!" -
respondeu ele. - "Você é um bom empregado! E, porque foi fiel em coisas
pequenas, você vai ser o governador de dez cidades."
- O segundo empregado veio e
disse: "Patrão, com aquela moeda de ouro que o senhor me deu, eu ganhei
cinco."
- "Você vai ser o
governador de cinco cidades!" - disse o patrão.
- O outro empregado chegou e
disse: "Patrão, aqui está a sua moeda. Eu a embrulhei num lenço e a
escondi. Tive medo do senhor, porque sei que é um homem duro, que tira dos
outros o que não é seu e colhe o que não plantou."
- Ele respondeu: "Você
é um mau empregado! Vou usar as suas próprias palavras para julgá-lo. Você
sabia que sou um homem duro, que tiro dos outros o que não é meu e colho o que
não plantei. Então por que você não pôs o meu dinheiro no banco? Assim, quando
eu voltasse da viagem, receberia o dinheiro com juros."
- E disse para os que
estavam ali: "Tirem dele a moeda e dêem ao que tem dez."
Eles responderam:
- "Mas ele já tem dez
moedas, patrão!"
- E o patrão disse:
- "Eu afirmo a vocês
que aquele que tem muito receberá ainda mais; mas quem não tem, até o pouco que
tem será tirado dele. E agora tragam aqui os meus inimigos, que não queriam que
eu fosse o rei deles, e os matem na minha frente."
Depois de dizer isso, Jesus
foi adiante deles para Jerusalém."
Meditação:
Lucas adapta a parábola dos talentos, já utilizada por Mateus, acrescentando, de maneira forçada, a narrativa do homem nobre que foi nomeado rei e depois mandou matar seus inimigos.
A parábola, a partir de um dito de Jesus, parece já ter sofrido
acréscimos nas primeiras comunidades cristãs. Ela é o retrato de uma sociedade
onde predomina a ambição do dinheiro e a crueldade.
Esta parábola ensina principalmente a necessidade de corresponder
à graça de uma maneira esforçada, exigente, constante, durante toda a vida.
Temos de fazer render todos os dons da natureza e da graça, recebidos do
Senhor.
Não
se trata propriamente de uma moeda, mas de uma unidade monetária, cujo valor
ignoramos ao certo, por variável que era então, mas que ronda pelos 36 quilos
de prata. O texto sugere refletirmos sobre três pontos fundamentais que são:
A
felicidade não se recebe de “mão-beijada”. Ela conquista-se com o esforço, o
trabalho e o sacrifício. O segredo da felicidade está na fidelidade aos nossos
deveres em relação a Deus e aos outros.
Ser
fiel no dever de cada dia; fiel em pequenos gestos de caridade com o próximo;
fiel no compromisso de piedade, de amor para com Jesus na Eucaristia; fiel na
preocupação de tornar a vida agradável aos outros; sorrindo, servindo e
ensinando.
Não
é indiferente ser ou não ser fiel: "ditoso
o que teme o Senhor e segue o seu caminho", diz o salmista.
Não
há felicidade sem fidelidade. Neste Evangelho, vemos o exemplo dos criados que
puseram a render os talentos que o patrão lhes confiou.
Enquanto
que o primeiro e o segundo puseram a render os talentos recebidos, o terceiro,
deixando-se levar pela preguiça, nada fez. Daí, ouviu a censura condenatória do
seu patrão: servo mau e preguiçoso.
Aqui
temos retratado o pecado de omissão. Aquele servo não perdeu o talento
recebido. Teve até o cuidado de o esconder, mas assim o tornou improdutivo.
O
servo preguiçoso é imagem viva do cristão que, quando é chamado à uma vida de piedade,
mas intensa; comprometer-se na tarefa do apostolado; a aliviar o peso da pobreza,
do sofrimento de quem o rodeia, se esquiva e tranqüiliza a sua consciência
dizendo: eu não sou mau, não trato mal ninguém, nem prejudico quem quer que
seja.
Quem
fala assim não repara que também existem omissões graves, coisas que se deviam
ter feito ou dito, não se fizeram nem se disseram.
Na
comunicação social quantos pecados de omissão nesta área: há momentos para
elogiar e ocasiões para, sem condenar ninguém, mostrar a nossa discordância. Os
que apóiam publicamente o aborto e outros atos graves contra a vida, a justiça
e a paz.
Desta
forma, não podemos cruzar os braços. Certamente que não resolvemos tudo.
Fazemos o que podemos.
Portanto,
dê você também o seu 100% e descansará, tomará posse do que está reservado para
aqueles que em vida deram o seu 100%
Eu,
no meu lar, no lugar de trabalho, nas minhas relações sociais, na minha
Paróquia, faço frutificar os talentos de inteligência, de saúde, de simpatia,
de possibilidades econômicas, ou enterro tudo isso no despejo da preguiça?
Procuro trabalhar na defesa dos valores: da vida, da verdade, da honra, do
pudor, dos outros que precisam da minha ajuda?
Mãos
à obra! Você tem tudo para ser feliz, e repousar na alegria do seu Senhor,
basta que ponha a render os seus talentos.
Tempo
é questão de preferência!
Reflexão Apostólica:
É muito comum ver em nossas comunidades, no
trabalho, na faculdade, (…), alguém que consegue se destacar mesmo tendo todas
as adversidades do mundo contra ele (a). Pessoas que conseguem fazer seu tempo,
seu empenho, seu trabalho render “dez moedas”.
São pessoas que conhecemos que trabalham o
dia inteiro, tomam conta dos filhos e ainda estudam a noite. Que apesar de
tamanha demanda não atrasam seus trabalhos, não deixam de fazer suas tarefas e
ainda tem tempo para parar um pouco e rezar.
Sabem a programação da TV por completo;
navegam horas na internet e que se chateia profundamente se tiver que ficar uma
hora na Missa de domingo.
Esse personagem da vida real que o diácono
Nelsinho Correa da Canção Nova batizou e popularizou de “beiçudo” anda
São pessoas hoje que tem ojeriza a estudar,
aprender, capacitar-se; são irmãos, colegas, amigos de trabalho que após longos
anos de serviço ou numa mesma função, se negam a ouvir conselhos, alternativas,
sugestões…
Também é um povo de 30, 35 anos que se
comporta como se tivesse 15; enfurnados em boates até durante a semana, fazendo
rachas de carro, enquanto papai e mamãe ficam em casa polindo a moeda do filho.
Filho esse que sai de casa com intenção de bater em alguém; que se esconde atrás
de uma gangue para ser valente e quando dá algo errado, o leão de agora a pouco
volta a ser um gatinho, um santo, um anjo.
São pessoas também que guardam a moeda no
bolso e com o lenço cobrem os olhos para não ver o que acontece ao seu redor.
Mas o engraçado e ao mesmo tempo encantador
que foi para esse (a) mau empregado que Ele nos envia hoje; que foi pelo perdão
dos nossos pecados, onde estão inclusos os deles também, que Jesus se deu numa
cruz.
Sejamos bons empregados, pois a messe é
grande e a obra não para: “(…)
Depois de dizer isso, Jesus foi adiante deles para Jerusalém”.
Propósito:
Pai, faze de mim um discípulo fiel de Jesus a quem
deverei prestar contas do bom uso dos dons que me concedeu. Que eu seja
prudente no meu agir.
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