07 de novembro - Fruto da igualdade de espírito é aquela alegria
pura e santa do coração, que podem gozar somente aquelas almas que,
indiferentes a todas as coisas da terra e a tudo o que lhes diz respeito, não
se preocupam senão com a glória de Deus e já possuem Deus aqui na terra, na paz
inalterável do seu coração. (S 238).
São Jose Marello
Leitura do
santo Evangelho segundo São Lucas 14,15-24
"Um dos que estavam à mesa
ouviu isso e disse para Jesus:
- Felizes os
que irão sentar-se à mesa no Reino de Deus!
Então Jesus
lhe disse:
- Certo
homem convidou muita gente para uma festa que ia dar. Quando chegou a hora,
mandou o seu empregado dizer aos convidados: "Venham, que tudo já está
pronto!"
- Mas eles,
um por um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse ao empregado:
"Comprei um sítio e tenho de dar uma olhada nele. Peço que me
desculpe."
- Outro
disse: "Comprei cinco juntas de bois e preciso ver se trabalham bem. Peço
que me desculpe."
- E outro
disse: "Acabei de casar e por isso não posso ir."
- O
empregado voltou e contou tudo ao patrão. Ele ficou com muita raiva e disse:
"Vá depressa pelas ruas e pelos becos da cidade e traga os pobres, os
aleijados, os cegos e os coxos."
- Mais tarde
o empregado disse: "Patrão, já fiz o que o senhor mandou, mas ainda está
sobrando lugar."
- Aí o
patrão respondeu: "Então vá pelas estradas e pelos caminhos e obrigue os
que você encontrar ali a virem, a fim de que a minha casa fique cheia. Pois eu
afirmo a vocês que nenhum dos que foram convidados provará o meu jantar!""
Meditação:
Sobre a cena se estende a luz, o resplendor do amor generoso, misericordioso
de Deus que se alegra de dá-lo inteiramente aos que nada têm: os coxos, os
cegos e os “estrangeiros” que vivem fora do abrigo da cidade de Deus; todos
estes são saciados, porque têm fome e não possuem nada. Os que se ufanam de
possuir bens, saem com as mãos vazias.
A parábola está também no evangelho de Mateus (Mt 22,1-14), porém
mais extensa, com alguns detalhes excludentes e violentos não condizentes com a
índole de Jesus.
O tema é, ainda, a eleição dos excluídos, porém com a
característica mais particular que, aqui, os excluídos são os gentios, que
passam a participar do banquete do Reino.
A parábola do banquete do Reino mostra como os que estão
empenhados exclusivamente em seus negócios: comprei um terreno e tenho que
examiná-lo, no frenesi de seu trabalho; comprei cinco juntas de bois e vou
experimentá-las, ou na exclusividade do círculo familiar, não podem entrar para
participar plena e alegremente na vida comunitária.
Esta exige uma disponibilidade generosa e a aspiração de
construir algo maior que os pequenos negócios e trabalhos familiares.
Por estas razões, aqueles que estão empenhados em suas próprias preocupações sem olhar o horizonte dos povos, sem valorizar as utopias históricas, não estão aptos para participar do banquete do Reino. Este necessita de uma abertura a todos os seres humanos e a todos os ideais de humanização.
Por isso os convidados são aqueles que realmente têm esperança
histórica e confiam que podem construir a nova casa do Senhor. Esta é um
projeto alternativo, um mundo onde não há excluídos e onde o importante não é a
produtividade nem o lucro, mas a máxima expressão da criação: o ser humano.
Por outro lado, devemos saber que o coração de Deus nos aguarda para saciar-nos com o pão da vida, por isso, Jesus nos convida a participarmos do Banquete do Amor do Pai.
Para cada um de nós há um lugar reservado a fim de que nos
fartemos com o alimento adequado para a nossa alma.
Neste Evangelho, Jesus nos fala das coisas “lícitas” que nos
impedem de aceitar o convite do banquete no reino de Deus.
Da mesma forma como na Parábola, nós vivemos dando desculpas
e justificativas para não aceitarmos o convite de Jesus.
Nós nos escusamos, muitas vezes, de entrar no Reino dos Céus
por causa das nossas ocupações.
Só aceitamos o convite que Jesus nos faz por meio de outras pessoas na hora que nos convêm, damos preferência aos nossos negócios e interesses pessoais e desprezamos o pão de Deus para nos “deliciarmos” com o “pão do mundo”. Esta é uma verdade factual na nossa vida.
A parábola do banquete é uma mensagem que abre os nossos
olhos para as realidades de Deus que deixamos de usufruir em vista das nossas
“ocupações” e que, mais tarde, talvez nós não tenhamos o tempo hábil para
participarmos.
No entanto, Jesus continuará a nos atrair quando acena para
os coxos, os cegos, os aleijados, os pobres e miseráveis.
Muitas vezes, nós precisamos nos sentir assim para que o convite de Jesus seja aceito por nós. “Feliz é aquele que come o pão no reino de Deus”!
Felizes nós seremos quando, reconhecendo as nossas deformidades,
buscarmos o alimento de Deus através da sua Palavra, da Eucaristia, da Oração,
da Adoração ao Santíssimo, do estar em comunidade no serviço e no amor.
Você já aceitou o convite para participar do banquete do Reino de Deus? Você tem certeza que tem atendido ao convite de Jesus? A que alimento você tem dado prioridade para saciar a sua fome: ao pão do céu ou ao pão do mundo? O que tem sido mais importante para você: o banquete de Deus ou as suas ocupações e preocupações?
No Evangelho de hoje, Jesus volta a falar do convite que Deus fez inicialmente aos judeus, e que eles não souberam acolher. Ou melhor, que eles não quiseram aceitar, e deram todo tipo de desculpas...
Por causa disso, Deus teria ficado muito zangado, e mandou seus empregados (os profetas) convidarem todas as outras pessoas para participarem do seu grande banquete. E disse mais: que nenhum daqueles que foram convidados inicialmente, e não aceitaram o convite, provarão do banquete. Façamos então nosso exame de consciência... Alguma vez você já preparou uma festa, reunião ou aula, se organizou, agendou, providenciou todos os preparativos, convidou as pessoas, e quando chegou o dia, elas não compareceram?...
Cada uma tinha uma desculpa para justificar a falta?... Só quem já passou por isso, sabe o quanto é deprimente... você já passou por uma situação assim? Você sabia que Deus já passou e passa por isso MUITAS VEZES POR DIA, TODOS OS DIAS?
Nós, que tomamos a missão de difundir a Palavra de Deus, e convidar as pessoas ao banquete no Reino, já escutamos muitos tipos de desculpas de quem não quer aceitar o convite. Hoje mesmo, o convite é renovado: Você aceita o convite de Deus para participar do banquete no Reino dos Céus?
Você pode aceitar o convite e se comprometer com esse convite, e já começar a saborear desse banquete aqui, ainda nesta vida!
Pode pensar se aceita ou não, mas aí é arriscado, porque Deus pode cancelar o
seu convite e fechar a porta se você demorar a se decidir. E caso você tenha
sempre uma desculpa, para recusar o convite, Deus diz que você nunca provará do
banquete.
O convite foi feito hoje novamente para você
e para mim, e será renovado diariamente, enquanto vivermos. A senha é
individual e intransferível.
Propósito:
Pai, tu me convidas cada dia para participar das alegrias de teu Reino. Que eu saiba acolher teu convite paterno, fazendo-me solidário com os pobres e os deserdados deste mundo.
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