19 ABRIL - Não
temos por acaso um meio magnífico para nos unirmos em colóquio mediante a
oração mútua, que fazemos como bons colegas de ministério, quando vamos em
audiência com o Rei da Glória imortal? (L 34). SÃO JOSE MARELLO
João 20,11-18
"Maria Madalena tinha ficado perto da entrada do túmulo,
chorando. Enquanto chorava, ela se abaixou, olhou para dentro e viu dois anjos
vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus. Um estava
na cabeceira, e o outro, nos pés. Os anjos perguntaram: - Mulher, por que você
está chorando?
Ela
respondeu: - Levaram embora o meu Senhor, e eu não sei onde o puseram!
Depois de dizer isso, ela virou para trás e viu Jesus ali de pé,
mas não o reconheceu. Então Jesus perguntou:
- Mulher, por que você está chorando? Quem é que você está
procurando?
Ela pensou que ele era o jardineiro e por isso respondeu: - Se o
senhor o tirou daqui, diga onde o colocou, e eu irei buscá-lo. - Maria! - disse
Jesus. Ela virou e respondeu em hebraico:
- "Rabôni!" (Esta palavra quer dizer
"Mestre".)
Jesus disse:
- Não me segure, pois ainda não subi para o meu Pai. Vá se
encontrar com os meus irmãos e diga a eles que eu vou subir para aquele que é o
meu Pai e o Pai deles, o meu Deus e o Deus deles. Então Maria Madalena foi e
disse aos discípulos de Jesus: - Eu vi o Senhor! E contou o que Jesus lhe tinha
dito."
Meditação:
Maria permanece perto do túmulo, chorando.
Ainda busca o Senhor morto. O próprio Jesus não é reconhecido. É sua voz,
pronunciando o nome dela, que o identifica. É o pastor que chama as ovelhas
pelo nome.
Segundo Bento XVI, «a história de Maria de Magdala recorda à todos uma verdade
fundamental: discípulo de Cristo é quem, na experiência da debilidade humana,
teve a humildade de pedir-lhe ajuda, foi curada por Ele, e lhe seguiu de perto,
convertendo-se em testemunha do poder de seu amor misericordioso, que é mais
forte que o pecado.
Maria, em lágrimas, inclina-se e olha para dentro do túmulo. Ela já tinha,
todavia constatado que estava vazio, e tinha anunciado o desaparecimento do
Senhor. Porque se inclina então ainda? Porque quer ver de novo? Porque o amor
não se contenta com um único olhar; o amor é uma conquista sempre mais ardente.
Ela já O procurou, mas em vão; obstina-se e acaba por descobrir.
No Cântico dos Cânticos, a Igreja dizia do mesmo Esposo: «No
meu leito, de noite, procurei aquele que o meu coração ama. Procurei-o, mas não
o encontrei. Vou levantar-me e percorrer a cidade; pelas ruas e pelas praças,
vistes aquele que o meu coração ama?» (Ct 3, 1-2).
Duas vezes ela exprime a sua decepção: «Procurei-o, mas não o encontrei!» Mas o
sucesso vem, por fim, coroar o esforço: «Os guardas encontraram-me, aqueles que
fazem ronda pela cidade. Vistes aquele que o meu coração ama? Mal os
ultrapassei, encontrei aquele que o meu coração ama. » (Ct 3,3-4)
Durante os breves repousos desta vida, quando suspiramos na ausência do nosso
Redentor. Nós procuramo-Lo na noite, pois apesar do nosso espírito já estar
desperto para Ele, os nossos olhos só vêem a Sua sombra. Como não encontramos
nela o Amado, levantemo-nos; percorramos a cidade, ou seja a assembléia dos
eleitos.
Procuremos de todo o coração. Procuremos nas ruas e nas praças, ou seja, nas
passagens escarpadas da vida ou nos caminhos espaçosos; abramos os olhos,
procuremos aí os passos do nosso Bem-Amado…
Esse desejo fez dizer a David: «A minha alma tem sede do Deus de vida.
Quando irei ver a face de Deus? Sem descanso, procurai a Sua face»
(Sl 42,3).
Lembremos que ver o Senhor é ver nosso próprio destino. Nós fomos criados para
a eternidade, na vida em comunhão com Deus. Chore, grite, apresente a Jesus a
sua tristeza e necessidade.
Ele lhe responderá chamando o seu nome, como chamou a Maria. E dirá: Porque
choras? Eu estava morto, mas agora vivo para sempre e tenho as chaves de tudo
nas mãos. E nós, quando é que, nos nossos leitos, procuraremos o Amado? Por que
choramos, e a quem procuramos?
Como a Maria Madalena Jesus nos faz duas perguntas básicas: porque choramos e a
quem procuramos! Não duvido que muitas vezes choremos por causa da nossa falta
de fé e de confiança na Palavra do Senhor e procuramos Alguém que está muito
perto de nós e ainda não o percebemos.
Conhecemos as Escrituras, conhecemos as promessas de Deus, mas choramos sem
esperança, olhando somente para as “aparências”.
Sofremos muitas vezes pela nossa incapacidade de “enxergar” as coisas de Deus.
O mundo espiritual está tão perto de nós, e nós somos incapazes de percebê-lo,
absortos que estamos em prestar atenção às coisas e as pessoas que nos rodeiam.
Confundimos a presença de Jesus com a presença de “outras pessoas”. Se
percebêssemos a Sua presença viva e ressuscitada e ouvíssemos realmente a sua
voz que fala no nosso coração, saíamos em disparada como fez Maria Madalena a
anunciar a todos: “Eu vi o Senhor!”
E você: já viu o Senhor? – Relembre a sua
experiência! – Você já correu para contá-la a alguém? Jesus envia hoje você
para proclama-lo à todos os homens e mulheres que Ele está Vivo e Ressuscitado.
Sejas Seu testemunho e grite bem alto: EU VI O SENHOR!
Reflexão Apostólica:
A pessoa de uma mulher se destaca nesta cena do
Evangelho: Maria Madalena. Chora a ausência do seu Senhor. Chora e o busca,
inclina-se para olhar dentro do túmulo.
Na sua atitude de busca, começa o caminho para o encontro com o Mestre e,
quando ela se volta para trás, isto é, faz uma conversão, deixa de procurar
Jesus entre os mortos, ela o encontra.
Ao encontrá-lo, recebe a missão: "Vá se encontrar com os meus irmãos e diga a
eles que eu vou subir para aquele que é o meu Pai e o Pai deles, o meu Deus e o
Deus deles". Se torna verdadeiramente discípula e
missionária..
Esse encanto amigo e amável de Madalena deveria nortear todos os nossos
trabalhos pastorais, dentro ou fora do horário da igreja.
O encanto e a felicidade se misturaram no sentimento puro daquela que muito foi
perdoada ao rever seu mestre e salvador.
Ela não foi ao sepulcro à toa. Pretendia, conforme o texto acima, continuar
zelando de Jesus, como ainda hoje fazemos por aqueles que por nós são amados
(amigos, parentes, etc). Mas esse zelo precisaria ser estendido a mais gente.
Quem faz da sua vida um exercício de zelo, ou como preferimos dizer, aqueles
que buscam a santidade, ao se deparar com ressurreição de Cristo, não se
contém, e como Madalena vibram, alegram-se, rejubilam-se…
Qual foi a ultima vez que vi Jesus ressuscitar num irmão, numa casa, numa situação
impossível? Qual foi a última vez que, mediante um acontecimento, corriqueiro
ou extraordinário, dissemos: “eu vi o Senhor”?
Ao preparar, com o mesmo amor zeloso de Madalena, um evento, uma celebração, um
grupo de oração, uma reunião de Equipe (formal ou informal), um Retiro, um
"BIG BROTHER DA EQUIPE 2", ou no zelo harmonioso dos
ensaios para uma missa, somos também gratificados com a visão da ressurreição.
Ao ver as pessoas participando, cantando, louvando, se rejubilando é impossível
também não ver o Senhor, ou seja, todo amor e zelo é recompensado por Deus:
Nossos olhos vêem o que ninguém vê,,,
Mediante as dificuldades e tribulações que somos sujeitos no dia-a-dia temos
sempre a opção de desmotivar, desistir, abandonar, “levar nas coxas” etc, ou,
mesmo que tudo aparentemente esteja perdido, levantar, seguir, continuar, (…).
Madalena, como os outros discípulos, sabia e tinha consciência plena que Jesus
já havia morrido. O amor a fazia manter a rotina. Você consegue perceber a
sensível pedagogia desse momento?
Problemas sempre aparecerão, mas precisamos encontrar vontade em manter a
rotina, levantar, abrir os olhos, viver.
Quem perdeu alguém ou vive um momento difícil seja ele financeiro, amoroso, de
relacionamento, profissional, (…) é convidado a acreditar.
Mesmo aqueles em que a depressão já bate a porta ou que “acordou decidido (a) a
desistir” e parar de sofrer, são convidados a se atrever a levantar e por um
amor maior manter a rotina. Jesus ressurgirá e com Ele, nós também.
Siga o exemplo de Madalena, confie em Deus e O veja reanimar sua esperança.
Propósito: Olhar, a partir
de hoje, em duas direções: para o Mestre e para os irmãos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário