18 ABRIL -
Sirvamo-nos deste grande meio que é a oração recíproca! Entrelacemos as nossas orações
e que o Anjo do perdão as leve em conta no tremendo livro da purificação. (L
7). SÃO JOSE MARELLO
Mateus
28,8-15
"Elas foram embora depressa do túmulo, pois
estavam com medo, mas muito alegres. E correram para contar tudo aos
discípulos. De repente, Jesus se encontrou com elas e disse: - Que a paz esteja
com vocês!
Elas chegaram perto dele, abraçaram os seus pés e o adoraram.
Então Jesus disse:- Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos
para irem à Galiléia, e eles me verão ali.
O boato dos soldados
Enquanto as mulheres ainda estavam no caminho, alguns dos
soldados que estavam vigiando o túmulo voltaram para a cidade e contaram aos
chefes dos sacerdotes tudo o que havia acontecido. Os chefes se reuniram com os
líderes judeus e fizeram os seus planos. Então deram uma grande
quantia de dinheiro aos soldados e ordenaram o seguinte:
- Digam que os discípulos dele vieram de noite, quando vocês
estavam dormindo, e roubaram o corpo. Se o Governador souber disso, nós vamos
convencê-lo de que foi isso mesmo o que aconteceu, e vocês não terão nenhum
problema. Os soldados pegaram o dinheiro e fizeram o que os chefes dos
sacerdotes tinham mandado. E esse boato se espalhou entre os judeus até o dia
de hoje."
Meditação:
No evangelho de Marcos, as mulheres, depois de irem ao sepulcro e receberem o anúncio do anjo “não disseram nada a ninguém, porque tinham medo”.
O evangelho de Lucas, sem embargo, com medo, mas também com muita alegria,
caminharam para o sepulcro para anunciar aos discípulos que Jesus os esperava
na Galiléia. Ali longe da instituição judaica que o tinha levado Jesus a cruz,
tudo começará de novo.
O evangelho de hoje descreve a experiência de ressurreição das discípulas de
Jesus. No início de seu evangelho, na apresentação de Jesus, Mateus afirmou que
Jesus é o Emanuel, Deus conosco (Mt 1,23).
Agora, no final, comunica e aumenta a mesma certeza de fé, porque proclama que
Jesus ressuscitou (Mt 28,6) e que estará sempre conosco, até o fim dos tempos!
(Mt 28,20).
Nas contradições da vida, esta verdade é muitas vezes contestada. Não faltam as
oposições. Os inimigos, os chefes dos judeus, se defenderam contra a Boa Nova
da ressurreição e espalharam a notícia que o corpo tinha sido roubado pelos
discípulos (Mt 28,11-13).
Isto ainda acontece hoje. De um lado, o esforço de muitas pessoas para viver e
testemunhar a ressurreição. Do outro, tantas pessoas más que combatem a
ressurreição e a vida.
No evangelho de Mateus, a verdade da ressurreição de Jesus é narrada
através da linguagem simbólica, que revela o sentido escondido dos eventos.
Mateus fala de tremores de terra, de raio e de anjos que anunciam a vitória de
Jesus sobre a morte (Mt 28,2-4).
É uma linguagem apocalíptica, muito comum naquele tempo, para anunciar que
finalmente o mundo tinha sido transformado pelo poder de Deus! Realizava-se a
esperança dos pobres que reafirmavam sua fé: "Ele está vivo, em nosso
meio!"
Na manhã de domingo, o primeiro dia da semana, duas mulheres se dirigem ao
sepulcro, Maria Madalena e Maria de Tiago, chamada a outra Maria.
Improvisamente a terra estremece e um anjo aparece como um raio. Os guardas que
estavam vigiando o túmulo desmaiaram.
As mulheres ficaram com medo, mas o anjo as animou, anunciando a vitória de
Jesus sobre a morte e mandando que avisassem os discípulos para que fossem para
a Galileia.
Na Galiléia puderam vê-lo novamente. Aí começou tudo, aí aconteceu a grande
revelação do Ressuscitado. A alegria da ressurreição começa a superar o medo.
Começa assim o anúncio da vida e da ressurreição.
As mulheres saem correndo. Nelas se dá uma mistura de medo e de alegria.
Sentimentos típicos daqueles que fazem uma profunda experiência do Mistério de
Deus. Improvisamente, o próprio Jesus vai ao encontro deles e afirma: "Alegrai-vos!"
E eles se prostraram e o adorar.
É a atitude daquele que acredita e acolhe a presença de Deus, também se surpreende e supera a capacidade humana de compreensão. Agora o próprio Jesus manda reunir os irmãos na Galiléia: "Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá eles me verão"
A mesma oposição que Jesus teve em vida, aparece agora também após sua
ressurreição. Os chefes dos sacerdotes se reúnem e dão dinheiro aos guardas.
Eles devem espalhar a notícia que os discípulos roubaram o corpo de Jesus para
evitar assim que se fale da ressurreição.
Os chefes não aceitam a Boa Nova da Ressurreição. Preferem acreditar que se
trata de uma invenção por parte dos discípulos e das discípulas de Jesus.
O significado do testemunho das mulheres. A presença das mulheres na morte,
sepultura e ressurreição de Jesus é significativa. Elas são testemunhas da
morte de Jesus (Mt 27,54-56).
Na hora do sepultamento, ficam sentadas diante do sepulcro e portanto podem dar
testemunho do lugar onde Jesus foi sepultado (Mt 27,61). Agora, na manhã de
domingo, elas estão aí novamente. Sabe que aquele sepulcro vazio é realmente o
sepulcro de Jesus!
A profunda experiência de morte e ressurreição que elas fizeram transformou
suas vidas. Elas mesmas se tornam testemunhas qualificadas da ressurreição nas
Comunidades cristãs. Por isso recebem a ordem de anuncias: "Jesus
está vivo! Ressuscitou!"
Que experiência de ressurreição existe em minha vida? Existe em mim alguma
força que busca combater a experiência da ressurreição? Qual é a minha
reação? Qual é hoje a missão a missão da nossa Comunidade, Equipe, Grupo,
discípulos e discípulas de Jesus?
Reflexão Apostólica:
Se este texto fosse escrito em um jornal de hoje,
poderia ser assim: "Roubo de um cadáver de um dos crucificados da sexta
passada". Essa era a história oficial que circulava cinqüenta anos depois,
quando se escreveu o evangelho de Mateus.
Entretanto, havia outra história que as mulheres da comunidade contavam: o
Senhor ressuscitou! E esta versão é a que correu durante mais de 2000 anos e
chegou até nós hoje.
Com a ressurreição começa
um mundo novo no que já não há discípulos ou mestres “homens e mulheres”, escravos
e livres, mas sim que todos são um Graças ao Senhor Jesus que ensina a todos a
chamar a Deus de Pai.
Mas há quem, como os sumos sacerdotes, que não aceitaram essa nova ordem e
desejaram calar a noticia com o dinheiro.
Com um álibi ridículo e incoerente, o Sinédrio suborna os guardas para dizer
que estavam dormindo quando os discípulos roubaram o corpo de Jesus.
Como fizeram anteriormente com Judas para que lhes entregasse Jesus, agora
prometem aos soldados dar-lhes uma quantia considerável, tendo como condição,
que digam sobre o roubo do corpo de Jesus. É que a boa noticia da ressurreição
tem um caráter subversivo e denunciador da ordem da injustiça que é melhor que
não se divulgue.
Como diria um padre que conheço: “ESSE MUNDO AINDA PAGA PARA QUE NÃO OUÇAMOS OU
ACREDITEMOS EM JESUS”.
Acreditar em Jesus em alguns momentos tornou-se um grande desafio em meio a
tantas crenças e crendices que vemos crescer. São tantos pastores buscando
dinheiro em troca de falsas promessas.
Acreditar em Jesus torna-se um ato de coragem quando se renega a programação de
TV focada no corpo e no hedonismo que alguns programas oferecem.
Acreditar em Jesus virou um “ato heróico” em meio a tanta gente que se elege usando valores cristãos em seus comícios e propagandas eleitorais, mas que ao serem eleitos constroem leis para que Ele seja esquecido. Um estado laico que esquece que os funcionários não são.
Acreditar em Jesus é hoje um ato de personalidade quando um jovem opta pela
missa, participar de uma pastoral, de uma ação social ao invés de preencher sua
vida com o vazio das LAN HOUSES.
Acreditar no testemunho dos apóstolos e viver os atos dos apóstolos é um caminho desafiador em um mundo que nos ensina desde pequeno a sermos egoístas e individualistas.
A Páscoa traz de volta a esperança – o grão de trigo renasce. Revela-se
novamente que ter fé, uma crença, uma identidade, vale à pena.
Renasce também quem já dava por perdido, desiludido ou desanimado. Como os apóstolos que se põem aos pés de Jesus e recebem um levante confiante e uma nova missão: “(…) Jesus disse: – Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos para irem à Galiléia, e eles me verão ali”.
A grande gratificação do cristão é ano após ano ver suas forças renovadas.
Saber que o que acreditamos venceu o maior dos nossos medos – a morte. Entender
que o tempo do silêncio e introspectivo litúrgico passa e agora retorna a
alegria dos gestos e cantos.
Um tempo convidativo a sair pelo mundo em missão e convidar os irmãos. Um tempo de gritar, pular e louvar aquele que se fez pequeno e enalteceu os humildes. Alguém que vale toda a nossa luta e crença.
Os dias tristes passaram, mas sabemos que um dia voltarão, pois o inimigo ou
inimigos do projeto de Deus não descansarão.
Procurarão transformar pequenas contendas em grandes discussões; pequenas dificuldades em muralhas intransponíveis, coragem em medo, ânimo em preguiça, projetos e sonhos em grandes decepções, mas feliz será aquele que mesmo assim perseverar e se atrever, como Pedro, levantar a vós e acreditar.
Viveremos agora a espera da Festa de Pentecostes, mas diferentemente de outros
anos, não se esconda. Jesus cumpriu a promessa de vencer a morte, cumprirá
quantas vezes for necessário o pentecostes em nossa vida.
Que a celebração da
Ressurreição do Senhor, nos leve ao compromisso de construirmos juntos um reino
que se mostre discípula e missionária de Jesus dos excluídos da sociedade. A
você e a toda a sua família continuo desejando uma Feliz e Santa Páscoa!
Propósito: Buscar forças e coragem para realizar nossa missão.
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