26 fev - Repitamos
sempre: “Omnia cooperantur in bonum” tudo coopera para o bem, até nas menores
coisas, como já há tempo a experiência nos tem ensinado. (L 167). –SÃO JOSÉ MARELLO
Marcos 10,13-16
14Quando Jesus viu isso, ficou indignado e lhes disse:
"Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus
pertence aos que são semelhantes a elas.
15Digo a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma
criança, nunca entrará nele".
16Em seguida, tomou as crianças nos braços, impôs-lhes as mãos e
as abençoou.
Meditação:
Jesus vai abrindo em seu ministério caminhos de encontro com Deus Pai que levam constantemente seus discípulos, formados nos ambientes religiosos do judaísmo, a se escandalizarem pela forma como agia o Mestre e resistiam ao ver e escutar a libertação que levava a cabo no meio dos marginalizados e excluídos de seu momento histórico.
Pode-se pensar que as pessoas que chegam são pais e mães que trazem seus filhos para serem abençoados por Jesus. A repreensão da parte dos discípulos mostra uma atitude intolerante em relação aos fracos e a incompreensão da missão de Jesus. Daí o aborrecimento de Jesus, registro próprio de Marcos que prima por transmitir os traços humanos de Jesus.
No contexto judaico da época, as crianças eram marginalizadas. Faziam parte de grupos que não contavam na sociedade. Eram mal vistas pelas autoridades políticas e religiosas.
Contrariando os discípulos, Jesus, além de
acolher as crianças proclama solenemente ("em verdade vos digo"...) a
exclusão do Reino para quem não o receber como criança. E abraçava as crianças,
expressão carinhosa, única no Novo Testamento, usada exclusivamente por Marcos
apenas aqui e em Mc 9,36.
Jesus afirma neste relato que os destinatários do Reino de Deus são todos os
que se fazem como elas, quer dizer, os que assumem como forma de vida normal a
simplicidade, a inocência, a pureza de coração, já que as crianças nada
possuem, não buscam o poder, não agem com dupla intenção e esperam sempre estar
junto de seus pais.
Para Marcos, os pobres são as crianças, e nelas se refletem os que sofrem a
exploração, a rejeição, a pobreza e a morte; todos eles são os preferidos do
Pai. A eles foi prometida a justiça e a misericórdia do Reino, pois nada mais
possuem a não ser a sua esperança posta
Por
Acolher as crianças era, pois, acolher a realidade de um dos tantos grupos que no judaísmo não contavam para a sociedade, mas em cujos corações já se começava a intuir a realidade do reino de Deus. Porque, dentro de sua simplicidade, sinceridade e capacidade de amar sem duplicidade, neles estava já presente a esperança de um futuro no qual teriam plena participação e significado por seu valor supremo como pessoas. Não nos descuidemos daqueles que o Senhor tanto amou e dos quais é o reino dos céus.
A criança acolhida por Jesus soma-se ao conjunto dos excluídos que são chamados a participar do Reino de Deus, os impuros e pecadores, os pobres, e outros mais.
Como a criança, o excluído sente-se desamparado e fraco, inseguro diante do dia de hoje e do futuro. Receber o Reino como criança significa abandonar as ideologias de poder que submetem as sociedades e renascer para a novidade do Reino de amor, fraternidade, justiça e paz.
Reflexão Apostólica:
Depois de Jesus ter falado da importância do matrimônio no evangelho de ontem, hoje nos propõe contemplar a beleza de ser criança como garantia do Reino.
Então, lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os
repreendiam.
A família saudável é aquela que se expor à graça de Deus e pede benção para si e para os seus filhos. É o que vemos neste evangelho. As crianças são trazidas para serem abençoadas. Os discípulos, porém repelem-nas. Todavia Jesus os repreende a atitude.
Nossos filhos precisam receber o toque da graça. As mãos elevadas para o céu, na Bíblia são símbolos de oração e transmissão de bênção, consagração e cura.
A imposição das mãos transmite o amor de
Deus. Quando um pai ou mãe abençoa um filho, uma filha está transmitindo
bênção. Transite é uma energia espiritual, porque o ser humano é também
espiritual.
Uma pessoa quando está em comunhão,
comprometida com o bem transmite energia espiritual positiva, benéfica. E
quando está comprometida com o mal transmite energia espiritual negativa,
portanto maléfica. Que carga você traz no seu dia a dia? Lembre-se de que
algumas pessoas nos fazem bem e outras mal. Por causa do encardido com o qual
fizeram pacto.
Jesus transmitiu àquelas crianças a paz e atenção e sobre tudo as fez a medida para os destinatárias do Reino.Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele.
Por quê? A razão é simples. A criança
representa simplicidade, inocência e dependência. Elas ainda estão livres da
malícia e fingimento. Nela está a simplicidade e inocência que são as
características do reino. Assim elas se tornam sinais do reino presentes entre
nós.
A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui todo pensamento de egoísmo e de orgulho. Eis porque Jesus toma a infância como símbolo dessa pureza, como já a tomara por símbolo de humildade. Quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele.
Sê, pois, simples, humilde, puro e serás,
tu e a tua família também destinatário do Reino como as crianças.
O Reino de Deus é para aqueles que são como crianças. A criança é aquela que depende totalmente das outras pessoas e não tem nada a oferecer em troca daquilo que lhes dão.
Assim devemos ser diante de Deus. Devemos ter plena consciência de que dependemos totalmente dele para que possamos entrar no Reino dos Céus e nada podemos oferecer em troca disso.
A salvação nos é dada pelo amor gratuito de Deus e pelos méritos de Jesus Cristo. Ninguém pode se salvar. Jesus é o único salvador. Devemos, como as crianças diante dos adultos, colocar a nossa confiança em Deus, e viver em constante ação de graças porque ele, gratuitamente, nos salva.
Pai, coloca no meu
coração o mesmo carinho e afeto que Jesus demonstrou às criancinhas, pois a
simplicidade delas me ensina como devo acolher o teu Reino
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