17 fevereiro -
Aniversário da Sagração Episcopal de São José Marello (Roma, 1889).
Nenhum
crédito deve ser concedido às riquezas, às proteções, à estima e aos incentivos
do mundo. (L 76). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 8,27-33
"Depois Jesus e os seus discípulos foram
para os povoados que ficam perto de Cesaréia de Filipe. No caminho, ele lhes
perguntou:
- Quem o povo diz que eu sou?
Os discípulos responderam:
- Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias;
e outros, que é um dos profetas.
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus.
- O senhor é o Messias! - respondeu Pedro.
Então Jesus proibiu os discípulos de contarem isso a qualquer
pessoa.
Jesus começou a ensinar os discípulos, dizendo:
- O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado
pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será
morto e, três dias depois, ressuscitará.
Jesus dizia isso com toda a clareza. Então Pedro o levou para um
lado e começou a repreendê-lo. Jesus virou-se, olhou para os discípulos e
repreendeu Pedro, dizendo:
- Saia da minha frente, Satanás! Você está pensando como um ser
humano pensa e não como Deus pensa."
Meditação:
O Evangelho de Marcos que a
liturgia da Igreja nos convida a refletir ao longo de todo esse ano litúrgico
de 2014 possui 16 capítulos, e sabem qual é a idéia central do evangelista ao
escrevê-lo? Que Jesus é o Cristo, o FILHO DE DEUS!
Então, nada mais justo do que no centro do seu Evangelho termos a passagem de
hoje (justamente no cap. 8)
Um dos maiores interesses de
Marcos em seu evangelho é afirmar que Jesus é o Cristo, o Messias enviado. Por
isso, o relato de hoje é tido como central, já que nele encontramos a confissão
de fé de Pedro e o primeiro anúncio da paixão e ressurreição.
Se nos relatos anteriores as pessoas e os discípulos não compreendiam a missão
de Jesus, aqui se dá um passo adiante no processo para a fé, através da
confissão de Pedro.
Esse discípulo reconhece Jesus como Cristo, como o Ungido de Deus, o esperado
pelo povo de Israel. Esta resposta sensata e original à pergunta formulada por
Jesus parece ser o resultado de um longo caminho de convivência com o Mestre,
caminho de escuta da sua palavra e do fato de serem testemunha dos sinais
poderosos a favor dos pobres, dos enfermos e dos endemoninhados.
Entretanto, o entusiasmo de Pedro se arrefece ao escutar o plano messiânico de
Jesus. Pedro se acovarda e tenta detê-lo. A propósito, temos consciência que
nossa experiência de seguimento de Jesus implica riscos e exigências?
Marcos convida a todo aquele que lê o evangelho de
hoje a perguntar-se: e para mim quem é Jesus? Dessa resposta depende nossa
maneira de ver a vida e de vivê-la.
Parece que Jesus não se importa tanto com o que os outros dizem dele, mas está
interessado sobremaneira no que aqueles que andam ao seu lado pensam. Ora,
cristão é aquele que segue os passos de Cristo, que anda com ele... Se Jesus me
perguntasse hoje: Quem sou eu pra você? o que responderia?
Para ter a coragem de abrir a boca é preciso ir no fundo da alma e
reconhecer-se fraco e pecador porque quando nos contrapomos a Jesus a luz de
sua divindade ilumina a escuridão de nossa humanidade de modo que não podemos
responder com idéias bonitinhas e vazias.
É preciso reconhecer que o nosso cristianismo muitas vezes fica só na
aparência, que não somos capazes de continuar fiéis a Ele quando nos sobrevém
momento de Cirineus, quando sobre nossa alma sentimos pesar a sua cruz, quando
nem mesmo em nossa família encontramos compreensão, quando parece que estamos
remando quando a correnteza e dá vontade de abandonar o barco.
Reflexão Apostólica:
A presença de Jesus ainda não era totalmente
entendida pelos apóstolos. Eles ainda não conseguiam separar a pessoa humana da
divindade sobre ela.
Jesus não representava apenas o olhar de Deus sobre
os homens como diz o salmo 101: “(…)
O SENHOR OLHOU A TERRA DO ALTO CÉU”, mas o cumprimento de uma
aliança feita a Noé: “(…)
Disse Deus a Noé e a seus filhos: ‘Eis que vou estabelecer minha aliança
convosco e com vossa descendência, com todos os seres vivos que estão convosco:
aves, animais domésticos e selvagens, enfim, com todos os animais da terra, que
saíram convosco da arca. Estabeleço convosco a minha aliança: NENHUMA CRIATURA
SERÁ MAIS EXTERMINADA PELAS ÁGUAS DO DILÚVIO, E NÃO HAVERÁ MAIS DILÚVIO PARA
DEVASTAR A TERRA’ “. (Gn 9, 8-11)
Deus afirmava que não haveria mais dilúvios e a
vinda de Jesus demonstra que havia chegado a hora de provar definitivamente Seu
amor por sua criatura. O império romano dilacerava vidas inocentes, condenava
pessoas a miséria e a pobreza e é nesse cenário que Jesus surge e como é para
Jesus, após tantos milagres e prodígios, ensinamentos e partilhas e ainda não
ser reconhecido pelos os seus?
Essa cena ainda é muito comum… Quantas pessoas
conhecemos que usam a imagem de Deus como referencia de suas vidas, mas no
fundo ainda não o reconheceram. “Crentes”, “evangélicos”, “católicos”, que
acreditam que já entenderam ou sabem muito sobre ser cristão, mas ainda são
apegadas a mentiras, bens materiais supérfluos, (…). Dentro de suas igrejas
conhecem bem a Jesus, mas fora dela ainda se comportam como pagãos… (hunf!)
É claro que nos comportamos ainda hoje como a
canção Bye,
bye tristeza da Sandra de Sá “(…) Ninguém aqui é puro anjo ou demônio
Nem sabe a receita de viver feliz”, ou seja entre altos e
baixos ainda temos muito o que aprender mesmo estando tão perto de Jesus em
nossas igrejas, cultos e em nossas vidas.
Precisamos estar abertos as correções que virão dele
e não somente as exaltações. Quem deseja aprender deve estar apto e preparado
para os puxões de orelha!
“(…)
Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação.
Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão
mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas. Tu,
porém, sê prudente em tudo, paciente nos sofrimentos, cumpre a missão de
pregador do Evangelho, consagra-te ao teu ministério”. (2Tm 4, 3-5)
Então o que aprendemos?
Propósito: Preciso estar aberto às correções pois Cristão não é aquele que diz ser, mas
aquele que demonstra com a vida.
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