13 OUTUBRO - E depois, depois, depois... aquilo que a Providência quiser! Porque com estes benditos “depois” acabamos por fazer violência às leis providenciais que governam os acontecimentos; e isso não fica bem, mesmo que seja por passatempo. (L 53) São Jose Marello
Evangelho Lc 11,42-46
Naquele tempo, o Senhor disse: «Ai de vós,
fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras
ervas, mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus. Isto é que deveríeis
praticar, sem negligenciar aquilo. Ai de vós, fariseus, porque gostais do
primeiro assento nas sinagogas e de serdes cumprimentados nas praças. Ai de
vós, porque sois como túmulos que não se vêem, sobre os quais as pessoas andam sem
saber». Um doutor da Lei tomou a palavra e disse: «Mestre, falando assim,
insultas também a nós!». Jesus respondeu: «Ai de vós igualmente, doutores da
Lei, porque carregais as pessoas com fardos insuportáveis, e vós mesmos, nem
com um só dedo, não tocais nesses fardos!».
Comentário
O
trecho do evangelho de hoje é bastante duro. Podemos perceber Jesus carregando
no tom de sua voz para alertar os fariseus e os mestres da Lei sobre seus
equívocos na vida de serviço a Deus.
Vez
por outra, precisamos ser chacoalhados para prestarmos mais atenção à nossa
coerência, ou melhor, à nossa incoerência.
Faz-nos
muito bem pensar o quanto cada um dos “ais” proferidos por Jesus serve para
nós.
Precisamos
buscar sempre o equilíbrio entre nosso crescimento espiritual e nossa prática
fraterna. Orar com a palavra todos os dias, ser um praticante da lectio divina,
mas ser injusto com os outros, mostra que algo não está funcionando bem. Jesus
é muito claro ao dizer: “são exatamente estas coisas que vocês devem fazer sem
deixar de lado as outras”. A nossa fé precisa ser praticada. Não dá para
ter fé em Jesus Cristo e não se comprometer. Dizer que temos fé, mas não a
traduzirmos em práticas coerentes com os valores do evangelho, é agir
exatamente como os fariseus e mestres da lei, aos quais Jesus dirigiu essas
palavras.
Jesus
foi saudado por ser um Mestre que ensinava com autoridade. Sua autoridade não
era imposta, antes, porém, nascia da coerência de sua vida, de seu modo de ser.
Jesus pregava aquilo que vivia e vivia de acordo com o que pregava.
Quando
Jesus nos ensina chamar a Deus de Pai, Ele não quer somente tornar nossa
relação com Deus mais próxima, mas que assumamos todas as consequências de
sermos filhos de um mesmo Pai.
Esta
é a coerência que precisamos buscar e que o trecho do evangelho de hoje nos
ensina.
No
final do texto, Jesus se dirige aos mestres da Lei, alertando-os para o fato de
colocarem fardos muito pesados sobre os outros, mas não moverem um único dedo
para ajudar a carregá-los.
Quanta
diferença! Jesus se coloca no meio, assume para si as dores dos outros,
coloca-se a caminho para encontrar os mais humildes e os sofredores. Busca
todos os que estão cansados para lhes oferecer o descanso: “Venham a mim, todos
vocês que estão cansados de carregar pesadas cargas, e eu lhes darei descanso”
(Mt 11,28).
Hoje,
somos chamados a refletir sobre nossa coerência de vida cristã. Pode ser duro.
Difícil admitir nossos tropeços, nossas dificuldades e nossas sombras, mas é
necessário para nosso crescimento. Façamos este exame com a confiança de que
aquele que nos ouve não aumentará nosso fardo, pelo contrário, nele
encontraremos a paz que tanto buscamos.
Senhor,
receba em suas mãos todos os nossos fracassos. Receba em seu coração santo
nosso humilde desejo de segui-lo e nos conduza à vida plena. Amém!
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