03 novembro – Ainda que no meio do combate nos encontrássemos despojados de
qualquer boa disposição, aliás até tomados por grande aversão à luta, não
devemos desanimar: é justamente nesses momentos que Deus nos quer provar,
fazendo-nos agir somente por fé... É esse pouquinho de fé que nos deve salvar e
que será mais largamente recompensado no Céu. (S 347). São Jose Marello
"Um dos que estavam à mesa ouviu isso e disse para Jesus:
- Felizes os que
irão sentar-se à mesa no Reino de Deus!
Então Jesus lhe
disse:
- Certo homem
convidou muita gente para uma festa que ia dar. Quando chegou a hora, mandou o
seu empregado dizer aos convidados: "Venham, que tudo já está
pronto!"
- Mas eles, um por
um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse ao empregado: "Comprei um
sítio e tenho de dar uma olhada nele. Peço que me desculpe."
- Outro disse:
"Comprei cinco juntas de bois e preciso ver se trabalham bem. Peço que me
desculpe."
- E outro disse:
"Acabei de casar e por isso não posso ir."
- O empregado
voltou e contou tudo ao patrão. Ele ficou com muita raiva e disse: "Vá
depressa pelas ruas e pelos becos da cidade e traga os pobres, os aleijados, os
cegos e os coxos."
- Mais tarde o
empregado disse: "Patrão, já fiz o que o senhor mandou, mas ainda está
sobrando lugar."
- Aí o patrão
respondeu: "Então vá pelas estradas e pelos caminhos e obrigue os que você
encontrar ali a virem, a fim de que a minha casa fique cheia. Pois eu afirmo a
vocês que nenhum dos que foram convidados provará o meu jantar!""
Meditação:
A parábola do grande banquete fecha a cena lucana. Dela se projeta a luz sobre o banquete que celebram as comunidades cristãs. Quais são, pois, os que lá se reúnem?
Sobre a cena se estende a luz, o resplendor do amor generoso,
misericordioso de Deus que se alegra de dá-lo inteiramente aos que nada têm: os
coxos, os cegos e os “estrangeiros” que vivem fora do abrigo da cidade de Deus;
todos estes são saciados, porque têm fome e não possuem nada. Os que se ufanam
de possuir bens, saem com as mãos vazias.
Essa fé, essa convicção de que a maior coisa que pode esperar o
homem é dom e graça é o que cria a verdadeira comunidade que congrega todos os
povos no banquete do Senhor.
O tema é, ainda, a eleição dos excluídos, porém com a característica mais particular que, aqui, os excluídos são os gentios, que passam a participar do banquete do Reino.
A parábola do banquete do Reino mostra como os que estão empenhados exclusivamente em seus negócios: comprei um terreno e tenho que examiná-lo, no frenesi de seu trabalho; comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las, ou na exclusividade do círculo familiar, não podem entrar para participar plena e alegremente na vida comunitária.
Esta exige uma disponibilidade generosa e a aspiração de construir algo maior que os pequenos negócios e trabalhos familiares.
Por estas razões, aqueles que estão empenhados em suas próprias preocupações sem olhar o horizonte dos povos, sem valorizar as utopias históricas, não estão aptos para participar do banquete do Reino. Este necessita de uma abertura a todos os seres humanos e a todos os ideais de humanização.
Por outro lado, devemos saber que o coração de Deus nos aguarda para saciar-nos com o pão da vida, por isso, Jesus nos convida a participarmos do Banquete do Amor do Pai.
Para cada um de nós há um lugar reservado a fim de que nos fartemos com o alimento adequado para a nossa alma.
Neste Evangelho, Jesus nos fala das coisas “lícitas” que nos impedem de aceitar o convite do banquete no reino de Deus.
Da mesma forma como na Parábola, nós vivemos dando desculpas e justificativas para não aceitarmos o convite de Jesus.
Nós nos escusamos, muitas vezes, de entrar no Reino dos Céus por causa das nossas ocupações.
Só aceitamos o convite que Jesus nos faz por meio de outras pessoas na hora que nos convêm, damos preferência aos nossos negócios e interesses pessoais e desprezamos o pão de Deus para nos “deliciarmos” com o “pão do mundo”. Esta é uma verdade factual na nossa vida.
A parábola do banquete é uma mensagem que abre os nossos olhos para as realidades de Deus que deixamos de usufruir em vista das nossas “ocupações” e que, mais tarde, talvez nós não tenhamos o tempo hábil para participarmos.
No entanto, Jesus continuará a nos atrair quando acena para os coxos, os cegos, os aleijados, os pobres e miseráveis.
Muitas vezes, nós precisamos nos sentir assim para que o convite de Jesus seja aceito por nós. “Feliz é aquele que come o pão no reino de Deus”!
Felizes nós seremos quando, reconhecendo as nossas deformidades, buscarmos o alimento de Deus através da sua Palavra, da Eucaristia, da Oração, da Adoração ao Santíssimo, do estar em comunidade no serviço e no amor.
Você já aceitou o convite para participar do banquete do Reino de Deus? Você tem certeza que tem atendido ao convite de Jesus? A que alimento você tem dado prioridade para saciar a sua fome: ao pão do céu ou ao pão do mundo? O que tem sido mais importante para você: o banquete de Deus ou as suas ocupações e preocupações?
No Evangelho de hoje, Jesus volta a falar do convite que Deus fez inicialmente aos judeus, e que eles não souberam acolher. Ou melhor, que eles não quiseram aceitar, e deram todo tipo de desculpas...
Por causa disso, Deus teria ficado muito zangado, e mandou seus empregados (os
profetas) convidarem todas as outras pessoas para participarem do seu grande
banquete. E disse mais: que nenhum daqueles que foram convidados inicialmente,
e não aceitaram o convite, provarão do banquete. Façamos então nosso exame de
consciência...
Alguma vez você já preparou uma festa, reunião ou aula, se organizou, agendou,
providenciou todos os preparativos, convidou as pessoas, e quando chegou o dia,
elas não compareceram?...
Cada uma tinha uma desculpa para justificar a falta?... Só quem já passou por
isso, sabe o quanto é deprimente... você já passou por uma situação assim? Você
sabia que Deus já passou e passa por isso MUITAS VEZES POR DIA, TODOS OS DIAS?
Nós, que tomamos a missão de difundir a Palavra de Deus, e convidar as pessoas
ao banquete no Reino, já escutamos muitos tipos de desculpas de quem não quer
aceitar o convite. Hoje mesmo, o convite é renovado: Você aceita o convite de
Deus para participar do banquete no Reino dos Céus?
Você pode aceitar o convite e se comprometer com esse convite, e já começar a
saborear desse banquete aqui, ainda nesta vida!
Pode pensar se aceita ou não, mas aí é arriscado, porque Deus pode cancelar o
seu convite e fechar a porta se você demorar a se decidir. E caso você tenha
sempre uma desculpa, para recusar o convite, Deus diz que você nunca provará do
banquete.
O convite foi feito hoje novamente para você e para mim, e será renovado
diariamente, enquanto vivermos. A senha é individual e intransferível.
Propósito:
Pai, tu me convidas cada dia para participar das alegrias de teu Reino. Que eu saiba acolher teu convite paterno, fazendo-me solidário com os pobres e os deserdados deste mundo.
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