13 fev - Renovemos
o espírito a cada instante e repousemos na misericórdia de Deus, que absorve
todas as fraquezas da nossa natureza doentia. (L 19). São Jose Marello
Jesus saiu dali e foi para a região que fica perto da cidade de
Tiro. Ele entrou numa casa e não queria que soubessem que estava ali, mas não
pôde se esconder. Certa mulher, que tinha uma filha que estava dominada por um
espírito mau, ouviu falar a respeito de Jesus. Ela veio e se ajoelhou aos pés
dele. Era estrangeira, de nacionalidade siro-fenícia, e pediu que Jesus
expulsasse da sua filha o demônio. Mas Jesus lhe disse:
- Deixe que os filhos comam
primeiro. Não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo para os cachorros.
- Mas, senhor, - respondeu a
mulher - até mesmo os cachorrinhos que ficam debaixo da mesa comem as migalhas
de pão que as crianças deixam cair.
Jesus disse:
- Por causa dessa resposta
você pode voltar para casa; o demônio já saiu da sua filha.
Quando a mulher voltou para
casa, encontrou a criança deitada na cama; de fato, o demônio tinha saído
dela.
Meditação:
Os destinatários do evangelho de Marcos são, em sua
maioria, comunidades pagãs, por isso o autor se empenha em mostrar a fé firme e
simples daqueles que não são judeus. A mulher que recorre a Jesus representa
toda essa comunidade que não seria herdeira direta da salvação de Deus. Ela
deveria contentar-se com as “migalhas”, pois a promessa de Deus era unicamente
para o povo judeu.
Jesus, em um primeiro momento, assume esta maneira
de compreender a salvação. Entretanto, a mulher Cananéia, graças à sua fé
sincera e forte, faz com que Jesus realize sinais de salvação em terras pagãs.
É importante a confissão de fé dessa mulher. Ela chama Jesus de “Senhor”,
reconhece-o como salvador.
A salvação trazida por Jesus não é privilégio de um
povo determinado, mas é para todos os que acreditam nele e na sua missão, mesmo
que sejam considerados como cães, isto é, estrangeiros. Não é mais a raça e o
sangue que unem as pessoas a Deus, mas a fé em Jesus e no mundo novo e
transformado que ele desperta.
A mulher, protagonista do evangelho, representa uma
síntese de todas as marginalizações possíveis. Antes de tudo é mulher, desde o
ponto de vista religioso é pagã, não aparece um homem que a represente, é
estrangeira e tem uma filha enferma, só falta falarmos que também era pobre e
viúva. O quadro é completo no sentido de uma leitura a partir dos
marginalizados. E nesse contexto nos encontramos com Jesus, que se o
analisarmos, bem nos parecerá um pouco estranho.
Está buscando privacidade para afastar-se da multidão, só quer trabalhar
primeiro pelos seus, os de seu povo e, ademais, é grosseiro no trato com a
mulher, não tem receio em comparar os que não são judeus com os cães, beirando
ao complexo de superioridade.
Vemos um Jesus muito humano, quase
"limitadamente humano" nesta história. Mas a resposta astuta desta
mulher o deixa sem outra opção a não ser conceder-lhe o milagre solicitado em
favor da sua filha.
A mulher aceita a resposta de Jesus, mas a discute
reivindicando o direito dos cachorrinhos de comer, ainda que migalhas. Ela se
conforma com as migalhas.
Aquela mulher humilde denuncia, de uma maneira sutil, os preconceitos de Jesus
e reclama seus direitos. E o faz com sua palavra, porque não fica calada diante
da negativa de Jesus.
Aquela mulher evangelizou e deu uma lição a Jesus:
a situação social não pode ser obstáculo para fazer o bem a quem necessita. E
Jesus aprendeu e foi capaz de mudar, foi seu processo de mudança e conversão.
Também nisso temos Jesus como modelo.
O exemplo de fé da mulher pagã nos leva a refletir
sobre o tamanho da nossa confiança de cristãos e cristãs, batizados (as) na
força e no poder do Espírito Santo.
Jesus admirou-se com a fé daquela mulher que se
ajoelhara aos seus pés pedindo simples migalhas para a sua filha doente. A sua
fé era tamanha que ela não se importava de ficar com o que sobrasse dos outros
para a sua filha.
Ser filho de Deus e irmão de Jesus Cristo, pela Fé,
nos credencia a que, mesmo reconhecendo a nossa fraqueza e a nossa impotência
nós nos apoderemos de tudo quanto Ele veio nos trazer, isto é, vida e
santidade.
Jesus veio nos dar tudo, mas às vezes, nós vivemos
à espera apenas de migalhas. Jesus fez um teste com aquela mulher: na verdade
Ele queria dar a ela a vida plena, mas ela estava se contentando apenas com a
cura da sua filha.
Muitas vezes também nós nos bitolamos nos pequenos
pedidos quando Ele nos quer dar muito mais. Porém, precisamos estar conscientes
de que não necessitamos ter a atenção de Jesus voltada somente para nós e os
nossos problemas pessoais.
Muitas vezes, porque estamos servindo a Deus, ou
porque oramos muito, nós queremos a atenção Dele só para nós. Desconfiamos
quando a oração não é feita somente pelas nossas necessidades, queremos prioridade,
exigimos muito, quando Deus pode fazer grandes coisas em nós somente pela nossa
fé e confiança Nele. Aquela mulher não era de dentro da “Igreja”, mas sua
súplica foi atendida por causa da sua humildade e fé no poder de Jesus.
O que você tem suplicado a Jesus para a sua vida? Você
se contenta com as migalhas que sobrarem para você na obra de Deus? Será
que Ele não pode dar a você muito mais ainda? Reveja agora os pedidos que
você tem feito ao Senhor!
Reflexão Apostólica:
Com esta narrativa Marcos dá início a uma série de
episódios em territórios gentílicos, região de Tiro, depois Decápolis e
Betsáida, inserindo também uma narrativa da partilha do pão entre os gentios.
Nestas regiões fica manifesta a acolhida de Jesus pelas populações locais. Fica
assim bem caracterizada a dimensão universal da encarnação como a comunicação
da vida divina a todos os povos e nações.
Aqui, com a linguagem e o estilo do evangelista
Marcos, percebe-se como a confiança e a humildade da mulher siro-fenícia moveu
Jesus a atendê-la. Jesus liberta não somente os corpos adoentados pela situação
de exclusão mas também o espírito submisso às falsas ideologias dos opressores.
A humanidade de Jesus é solidária e partilhada com a nossa humanidade. Deus
respeita e acolhe nossas iniciativas humildes a favor da vida.
A intenção de Marcos é clara: também os pagãos têm
direito ao pão da salvação, porque também eles se beneficiam da piedade do
Senhor. A intenção de Marcos é exortar a comunidade eclesial a abrir as portas
ao mundo, pois a mensagem de salvação é para todos, sem exclusão.
Até o momento de seu encontro com a mulher pagã,
provavelmente Jesus não tinha ainda plena consciência de sua missão universal:
como judeu que era, seguia ainda as normas da educação e instrução de seus
compatriotas.
Foi preciso o aparecimento inesperado (mais
inesperado, por certo, na versão de Mateus que na de Marcos) de uma pagã, para
impulsionar Jesus a abrir o horizonte da consciência que tinha de sua missão e
incorporar à sua função uma perspectiva verdadeiramente missionária.
Seria necessária uma circunstância aparentemente
casual para que o apóstolo Pedro se decidisse, por sua vez, na pessoa do pagão
Cornélio, a sair do reduzido círculo da simples presidência da comunidade
judeo-cristã para chegar até os pagãos.
Fatos como o da cananeia e o de Cornélio manifestam
que a missão não é tão-somente centrífuga: a vocação missionária não procede de
um apego à propaganda ou à difusão, mas do encontro entre o cristão e o
incrédulo, entre a Igreja e o mundo; da acolhida que os primeiros dispensam aos
segundos, e da atitude de escuta em que se colocam para receber antes de dar.
A cananéia manifesta fé, diferente de outras
pessoas que viam nele um fazedor de milagres. A mulher conseguiu ver em Jesus
alguém que verdadeiramente pode trazer a salvação.
Ela foi sincera e breve. O momento não era para
usar muitas palavras, mas para dizer apenas a razão que a levara à presença de
Jesus.
“Não é pelo muito falar qie somos ouvidos” (Mat. 6:7). O publicano que Jesus
citou como exemplo, também fez uma oração curta: “Ó Deus, sê propício a mim
pecador”. (Lucas 18:13). E foi justificado, não pela quantidade de palavras,
mas pela sinceridade.
Foi humilde. O evangelista Marco declara que ela se prostrou aos pés de Jesus.
Ela estava em público e não se importou com os que a presenciavam naquele seu
gesto de tão profunda humildade.
Foi fervorosa. A mulher cananéia fez a súplica com fé, com a certeza de que
Jesus podia todas as coisas e não deixaria de atender aos rogos de uma mãe que
desejava ardentemente a cura de sua filha. A ciência médica é impotente para
expelir demônios, mas onde termina o limite humano, começa a ação sobrenatural
de Deus na vida dele. Ela sabia que só Jesus poderia valer-lhe naquela
situação.
Ela foi modesta. Limitou-se a pedir a Jesus o que mais necessitava naquele
momento. Nenhuma outra coisa a preocupava mais que a cura de sua filha.
Foi reverente, quando usou a expressão “Filho de Davi”, chamando-o de Rei.
Ela creu. Essa expressão, que talvez pra nós não diga nada, mas para o contexto
dela (em que todos esperavam a chegado do Messias) estava dizendo: “eu creio
que Tu és o Messias, filho de Davi, enviado por Deus, e que tens poder para
libertar minha filha”.
Mostrou conhecer a misericórdia divina. Reconheceu seu Demérito, mas confiou
nos méritos de Cristo Jesus, quando disse: “Tem misericórdia de mim”.
Foi perseverante. Não obstante o aparente desinteresse do Mestre pelo seu
pedido, ela insistiu, permaneceu perseverante, crendo que seria atendida.
Ficamos pensando porque Jesus não a atendeu logo?
Será porque era gentia? Não! É porque a conhecendo profundamente, quis dar-lhe
a oportunidade de publicamente revelar sua grande fé, no imenso poder dele,
para que hoje nos servisse de lição.
Quando Cristo lhe disse: “Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-los aos
cachorrinhos”, ela disse: “...mas os cachorrinhos também come das migalhas que
caem da mesa de seu Senhor”. Diante disso Jesus disse: “Ó mulher, grande é a
tua fé. Faça-se contigo como queres”. A bíblia diz que desde aquele momento a
filha dela ficou sã.
Será que temos esses predicados da mulher Cananéia?
Peçamos agora ao Senhor que nos ajude através de Seu Santo Espírito.
Propósito:
Pai, cria em meu coração uma fé profunda como a da mulher
pagã que demonstrou total confiança
Dia 13
Inicie as
atividades com o pensamento voltado para Deus, que é bom, que é Pai, princípio
e fim de todas as coisas.
A cada
minuto do dia, confie seus atos a ele.
Não tenha
medo da derrota, das enfermidades, dos inimigos, de tentar algo novo, de viver
novas emoções, dos obstáculos e do amanhã.
Nada vai
atingi-lo, nem o fazer desanimar se a beleza da vida, o amor, a força do bem e
a paz de Deus estiverem com você.
Não tenha
medo do amanhã!
O ontem
não mais existe e o hoje deve ser vivido plenamente na presença de Deus.
“Quando te invoco, responde-me, ó meu Deus... na angústia liberta-me; tem piedade de mim e ouve minha oração.”(Sl 4,2).
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