05 fevereiro
- No entusiasmo do nosso zelo, devemos pensar em não perder a
coragem se nos defrontarmos com os obstáculos repentinos que nos fazem
recordar, num instante, o quanto somos miseráveis. (L 31). SÃO JOSE
MARELLO
"Jesus voltou com os seus discípulos
para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. No sábado começou a ensinar na
sinagoga. Muitos que o estavam escutando ficaram admirados e perguntaram:
- De onde é que este homem
consegue tudo isso? De onde vem a sabedoria dele? Como é que faz esses
milagres? Por acaso ele não é o carpinteiro, filho de Maria? Não é irmão de
Tiago, José, Judas e Simão? As suas irmãs não moram aqui?
Por isso ficaram desiludidos
com ele. Mas Jesus disse:
- Um profeta é respeitado em
toda parte, menos na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa.
Ele não pôde fazer milagres
em Nazaré, a não ser curar alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E ficou
admirado com a falta de fé que havia ali."
Meditação:
No evangelho de Marcos, esta narrativa é a última
Os que ouviam Jesus "maravilhavam-se" com o que ele dizia, mas o
rejeitaram. Jesus "espantava-se" com a incredulidade deles. "Não
é ele o carpinteiro?...", diziam, com desprezo.
Mateus, posteriormente, para evitar a incidência do avilte a Jesus, escreverá:
"... o filho do carpinteiro?". Lucas o omitirá e dirá simplesmente:
"... o filho de José?".
O conteúdo teológico principal deste episódio é o rompimento de Jesus com as
estruturas sociorreligiosas e de parentesco, características do judaísmo.
Faltava-lhes a fé. Ele deixa de freqüentar as sinagogas e passa a percorrer os
povoados da região.
Jesus retorna à sua terra, depois de longas caminhadas de missão, nas quais os
pequenos, os últimos, os enfermos e endemoniados, as mulheres e as acrianças
recuperam a dignidade que a sociedade lhes havia negado.
O evangelista nos leva de novo à Nazaré e nos convida a presenciar uma cena
muito familiar. É sábado, e Jesus entra na sinagoga e começa a ensinar.
As pessoas ao escutá-lo se surpreendem e se escandalizam. Conhecem a Jesus: é o
carpinteiro, sua família é conhecida por todos. E este homem de condição
humilde se apresenta como Mestre. Mas não é um mestre qualquer, ensina coisas
novas de Deus e atua em favor dos excluídos em seu nome.
Seguramente os vizinhos do povoado de Nazaré estavam já acostumados a uma fé
rotineira que não transforma a vida, que não lhes exigia mudança radicais.
Jesus está propondo uma nova dinâmica de fé. O Deus de Jesus deseja mudanças
reais e atua libertando e salvando na vida concreta das pessoas. Desta maneira
Jesus compreende sua missão na linha dos profetas de Israel, que chamavam ao
povo para voltar aos caminhos de Deus que eram a Justiça e a Igualdade. E
recebe a mesma resposta: a recusa.
Ali onde não há abertura, fé, não pode acontecer o milagre do Reino. Somente
alguns s enfermos, destinatários privilegiados da missão de Jesus, aceitaram
sua mensagem e foram protagonistas da Boa Nova do Evangelho.
Nossa fé é uma fé de mudanças, e transformações, em favor da dignidade, da
equidade e a vida plena para todos.
Reflexão Apostólica:
Os
conterrâneos de Jesus se escandalizaram; não querem admitir que alguém como
eles possa ter sabedoria superior à dos profissionais e realize ações que
indiquem uma presença de Deus. Para eles, o empecilho para a fé é a encarnação:
Deus feito homem, situado num contexto social.
Aqueles
que viviam próximos a Jesus não queriam admitir que alguém tão simples como Ele
pudesse ter tanta sabedoria. Por isso, todos se admiravam e duvidavam de que o
poder de Deus estivesse com Ele e, não O reconheciam nem mesmo como profeta.
Com
efeito, Jesus não pôde fazer milagres na sua terra e no meio da sua gente. Por
ser uma pessoa humilde, filho de um carpinteiro e conhecido de todos Jesus não
conseguia ser escutado nem tampouco ser levado a sério.
Ainda
hoje, nós também damos pouco valor às pessoas que estão muito próximas de nós,
principalmente àquelas que são humildes e simples.
Acostumamo-nos
a conviver com elas e não percebemos que elas são instrumentos de Deus para o
nosso crescimento e até para o nosso livramento.
Muitos
milagres poderiam acontecer no nosso meio se déssemos atenção àqueles (as) que
são instrumentos de Deus para nós.
Não
entendemos o porquê que alguém, mesmo simples e humilde, possa ao mesmo tempo
ser sábio aos olhos de Deus. Confundimos a sabedoria que vem de Deus com o
conhecimento que o mundo dá.
Na
maioria das vezes, valorizamos a quem é instruído, a quem tem profissão
brilhante ou tem o dinheiro que compra tudo, o poder e a mente. No tempo de
Jesus também não foi diferente.
Precisamos
nós também perceber a quem nós estamos valorizando, o que nos prende a atenção
e ao que nós estamos dando importância: às coisas simples do alto, ou às coisas
complicadas de baixo.
Somos
chamados (as), então a refletir: O que é simples nos incomoda ou
atrai? Valorizamos as pessoas da nossa casa quando nos dão algum
conselho? Na nossa casa também os profetas não são bem recebidos por nós?
É
melhor viver intensamente o momento presente e não se angustiar com o futuro,
pois ninguém sabe nem como, nem quando, nem se virá.
Viva
o presente em todos os pormenores, com toda retidão e justiça.
Na
hora da morte, e somente isso que vai pesar.
Que
tal pensar nisso hoje?
Quando
morrem, as pessoas deixam o que possuem e levam somente o que são.
“Quem
de vós pode, com sua preocupação, acrescentar um só dia à duração de sua vida?
E por ficar tão preocupados com a roupa? Olhai como crescem os lírios do campo.
Não trabalham, nem fiam. No entanto, eu vos digo, nem Salomão, em toda a sua
glória, jamais se vestiu como um só dentre eles.
(Mt
6,27-29).
Santa Águeda (Ágata)
Pouco se sabe sobre a vida de Santa
Águeda ou Ágata como também era chamada. Ela era italiana, nasceu por volta do
ano 230 na Catânia, pertencia à uma família nobre e rica.
Muito bela, ainda na infância
prometeu se manter casta para servir a Deus, na pobreza e humildade. Não
quebrar essa promessa lhe custou a vida, porque o governador da Sicília se
interessou pela casta jovem e a pediu em casamento. Águeda, recusou o convite,
expondo seus motivos religiosos. Enraivecido, o político a enviou ao tribunal
que a entregou a uma mulher de má conduta para desviá-la de Deus. Como isso não
aconteceu, ela foi entregue aos carrascos para que fosse morta, por ser cristã.
As torturas narradas pelas quais
passou a virgem são de arrepiar e estarrecer. Depois de esbofeteada e
chicoteada, Águeda foi colocada sobre chapas de cobre em brasa e posteriormente
mandada de volta à prisão.
Neste retorno, ela teve a graça de
“ver” o Apóstolo São Pedro, o que a revitalizou na fé. Seus carrascos que
esperavam vê-la fraquejar em suas convicções se surpreenderam com sua firmeza
na fé, por isso a submeteram à outras cruéis torturas, desta vez com o
desconjuntamento dos ossos e o dilaceramento dos seios. Foi arrastada por sobre
cacos de vidros e carvões em brasa.
Depois de passar por esses tormentos,
foi conduzida ao cárcere e ali morreu, enquanto rezava pedindo à Deus para
parar a erupção do vulcão Etna, que iniciara bem na hora do seu martírio. Assim
que ela expirou o vulcão se aquietou e as lavas cessaram. Até hoje o povo
costuma pedir a sua intercessão para protegê-lo contra a lava do vulcão Etna,
sempre que este começa a ameaça-los. Santa Águeda é invocada contra os perigos
do incêndio.
O martírio de Águeda aconteceu
durante o império de Décio, no seu terceiro consulado, no ano de 251. Santa
Águeda é uma das santas mais populares da Itália, e uma das mais conhecidas
mártires do cristianismo dos primeiros séculos. Apenas Roma chegou a ter doze
igrejas dedicadas à ela.
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