10 fevereiro - Que Deus nos inspire e nos assista, pois, ai de
nós se formos soldados despreparados no campo de batalha. (L 15). São Jose Marello
Marcos 6,53-56
"Jesus e os discípulos
atravessaram o lago e chegaram à região de Genesaré, onde amarraram o barco na
praia. Quando desceram do barco, o povo logo reconheceu Jesus. Então, eles
saíram correndo por toda aquela região, começaram a trazer os doentes em camas
e os levavam para o lugar onde sabiam que Jesus estava. Em todos os lugares
aonde ele ia, isto é, nos povoados, nas cidades e nas fazendas, punham os
doentes nas praças e pediam a Jesus que os deixasse pelo menos tocar na barra
da sua roupa. E todos os que tocavam nela ficavam curados."
Meditação:
As
pessoas que procuravam chegar ao lugar onde ouviam falar que Jesus estivesse
eram tocadas por Ele e curadas das suas enfermidades.
O lugar onde Jesus está é o local aonde as coisas acontecem, por isso, nós
agimos com sabedoria quando buscamos coerentemente estar presentes nos
ambientes em que se vivencia o Evangelho.
Muitas pessoas pregam que todos os caminhos considerados bons nos levam a ter
uma experiência com Deus, porém, quando conhecemos a Jesus e temos acesso a Sua
Palavra nós descobrimos que Ele é o Único Caminho que nos leva ao Pai.
Esta experiência com Jesus nos faz ter um conhecimento Dele e do Seu amor que
cura, que liberta e que dá sentido a tudo, até ao nosso sofrimento.
Assim como no tempo
Este pequeno relato é uma síntese, formada por três elementos
fundamentais no ministério de Jesus: a pregação, o anúncio da Boa Nova, a cura
das enfermidades e os exorcismos, a libertação dos oprimidos por espíritos
imundos ou espíritos do mal. O texto narra que os moradores de Genesaré
reconheceram Jesus assim que chegou no lugar.
Será que conseguimos dimensionar o tamanho do desespero dessas
pessoas? Conseguimos imaginar o quanto a pessoa de Jesus fazia renascer a
esperança em quem já se dava por vencido, derrotado, desiludido? Entretanto é
preciso destacar um fato que antecede toda essa narrativa de hoje.
Um pouco antes das pessoas praticamente se acotovelassem POR TÊ-LO
RECONHECIDO ao aportar, seus próprios discípulos, momentos antes, não o haviam
reconhecido caminhar pelas águas durante o mar revolto.
As pessoas SIMPLES e as mais SEDENTAS conseguem reconhecê-lo com
maior facilidade em suas vidas do que aqueles que andam ao “seu lado”.
Os SIMPLES sempre foram exaltados POR Jesus. São pessoas cuja
fé parece cercá-los, torná-los repletos… conseguimos ficar bem perto deles
mesmo no olho da tempestade. Geralmente são pessoas serenas, sorridentes,
espontâneas que muitas vezes não tiveram as oportunidades que tivemos de
estudar; vêem beleza onde vemos falhas; conseguem ver Deus mesmo acamadas,
doentes, limitadas… Nas missas tentam ajudar no que podem; muitos são
desafinados ao cantar (mas para Deus isso pouco interessa), e o que melhor os
caracteriza é que raramente caem! Passam-se anos e anos e olha ele (a) lá
ainda!
Os SEDENTOS buscam por algo que a sacie! Isso parece óbvio, mas o fazemos? Os
sedentos não são aqueles que esperam o maná cair do céu e sim que como Moisés “rufam”
o cajado na rocha e fazem brotar água pela fé em Deus.
Os que tem sede são aqueles que cercam o Senhor de todos os lados e
dele se revestem; são pessoas que abandonam as vaidades, as picuinhas, as
discussões de lado e abraçado ao irmão que discorda, continuam a caminhar
juntos; são aqueles que batem boca pelo caminho, mas não desistem de caminhar
naquela direção.
Sedento não é aquele que mortifica sua alma na quaresma em busca
de um milagre que novamente o torne puro, mas aquele que purifica sua alma na
quaresma e faz o tempo comum um milagre; sedentos são aqueles que ainda têm a
“roupa de missa”; que não trocam um encontro semanal com o Senhor, que insistem
mesmos cansados, a rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria antes de dormir; são
aqueles que ainda acreditam na catequese, na crisma, no casamento. Sedento não
é o que apenas planta, é o que zela, cuida, monitora, (…) mesmo que veja outra
colher.?
Tem uma canção que resume esse sentimento sobre quem conseguirá reconhecer o
Senhor ao vê-lo chegar: “(…)
Senhor, quem entrará no santuário pra te louvar? Quem tem as mãos limpas, e o
coração puro, quem não é vaidoso, e sabe amar…”.
Reflexão Apostólica:
Cada dia mais, as relações humanas vêm se tornando
superficiais, formais; as pessoas se comunicam pela internet, telefone, mas
quando a conversa é olho no olho, as palavras somem.
Nesta Palavra de hoje, Jesus deixa-se tocar, Ele vai na ferida de todos que o
buscavam, sem medo, sem restrições. Doentes, marginalizados, excluídos, todos
queriam chegar perto daquele Homem que não discriminava, mas ao contrário,
acolhia a todos dando-lhes a cura e mais que isso, oferecia-lhes a libertação
do mal que os retirava da sociedade, pois naquela época os doentes eram vistos
como os castigados por Deus, pelos seus pecados ou pecados de seus
antepassados.
Jesus mostra que devemos ir para o meio da multidão, tocar as pessoas, mostrar
afetuosidade; hoje em dia, nas escolas os professores são proibidos de tocar
nos alunos, os chefes não se aproximam de seus funcionários, porque tudo é
muito distorcido e para a sociedade que se acostuma cada vez mais com o
virtual, o toque muitas vezes é interpretado com malícia.
Se Jesus vivesse nos tempos de hoje, Ele certamente se deixaria ser tocado por
prostitutas, travestis, moradores de rua e mais uma vez seria mal interpretado,
julgado erroneamente.
Não podemos deixar a frieza limitar nosso comportamento. Precisamos
"chegar junto" daquele que sofre, seja com um abraço, com um tapinha
nas costas, uma palavra de força, mas sempre utilizando a generosidade de
nossos atos para abençoar, curar, perdoar.
O Cristo que é verdadeiro Homem viveu os sentimentos humanos e se compadeceu e
Ele que também é verdadeiro Deus, amou com Amor divino, curando a todos que o
buscavam com fé.
Que o Senhor nos dê a Graça de ir além das relações superficiais, que nos dê a
sensibilidade de se aproximar dos irmãos que necessitam de um toque de Amor.
Propósito: Demonstrar, pela vida, que o amor de
Deus se revela no amor ao próximo.
Dia 10
A
existência humana é somente uma passagem para a verdadeira vida com Deus no
céu.
Embora
sinta saudades de um ente querido que partiu, não fomente uma tristeza
exagerada.
As pessoas
são dignas de esperança, pois crêem naquele que deu a vida para salvar a
humanidade e ressuscitou para lhes mostrar o caminho.
“Eu sou o
caminho, a verdade e a vida.
Ninguém
vai ao Pai, se não for por mim”, disse Jesus (cf. Jo 14,6).
A única
certeza da vida é que, um dia, todos morrerão e viverão em Deus.
Deus
preparou para todos um lugar no céu.
“Na cada
de meu Pai há muitas moradas.
Não fosse
assim, eu vos teria dito.
Vou
preparar um lugar para vós.
E depois
que eu tiver ido e preparado um lugar para vós, voltarei e vos levarei comigo,
a fim de que, onde eu estiver, estejais também vós.”
(Jo
14,2-3).
Santa Escolástica
O nome de Santa Escolástica, irmã de
São Bento, nos leva para o século V, para o primeiro mosteiro feminino
ocidental, fundamentado na vida em comum, conceito introduzido na vida dos
monges por ele. Foi o primeiro a orientar para servir a Deus não “fugindo do
mundo” através da solidão ou da penitência itinerante, como os monges
orientais, mas vivendo em comunidade duradoura e organizada, e dividindo
rigorosamente o próprio tempo entre a oração, trabalho ou estudo e repouso.
Escolástica e Bento, irmãos gêmeos,
nasceram em Nórcia, região central da Itália, em 480. Eram filhos de nobres, o
pai Eu próprio ficou viúvo quando eles nasceram, pois a esposa morreu durante o
parto. Ainda jovem Escolástica se consagrou a Deus com o voto de castidade,
antes mesmo do irmão, que estudava retórica em Roma. Mais tarde, Bento fundou o
mosteiro de Monte Cassino criando a Ordem dos monges beneditinos. Escolástica,
inspirada por ele, fundou um mosteiro, de irmãs, com um pequeno grupo de jovens
consagradas. Estava criada a Ordem das beneditinas, que recebeu este nome em
homenagem ao irmão, seu grande incentivador e que elaborou as Regras da
comunidade.
São muito poucos os dados da vida de
Escolástica, e foram escritos quarenta anos depois de sua morte, pelo o santo Papa
Gregório Magno, que era um beneditino. Ele recolheu alguns depoimentos de
testemunhas vivas para o seu livro “Diálogos” e escreveu sobre ela apenas como
uma referência na vida de Bento, mais como uma sombra do grande irmão, pai dos
monges ocidentais.
Nesta página expressiva contou que,
mesmo vivendo em mosteiros próximos, os dois irmãos só se encontravam uma vez
por ano, para manterem o espírito de mortificação e elevação da experiência
espiritual. Isto ocorria na Páscoa e numa propriedade do mosteiro do irmão.
Certa vez, escolástica foi ao seu encontro acompanhada por um pequeno grupo de
irmãs, quando Bento chegou também acompanhado por alguns discípulos. Passaram
todo o dia conversando sobre assuntos espirituais e sobre as atividades da
Igreja.
Quando anoiteceu, Bento, muito
rigoroso às Regras disse à irmã que era hora de se despedirem. Mas Escolástica
pediu que ficasse para passarem a noite, todos juntos, conversando e rezando.
Bento se manteve intransigente dizendo que deveria ir para suas obrigações.
Neste momento ela se pôs a rezar com tal fervor que uma grande tempestade se
formou com raios e uma chuva forte caiu a noite toda, e ele teve de ficar. Os
dois irmãos puderam conversar a noite inteira. No dia seguinte o sol apareceu,
eles se despediram e cada grupo voltou para o seu mosteiro. Essa seria a última
vez que os dois se veriam.
Três dias depois, em seu mosteiro
Bento recebeu a notícia da morte de Escolástica, enquanto rezava olhando para o
céu, viu a alma de sua irmã, penetrar no paraíso em forma de pomba. Bento
mandou buscar o seu corpo e o colocou na sepultura que havia preparado para si.
Ela morreu em 10 de fevereiro de 547, quarenta dias antes que seu venerado
irmão Bento. Escolástica foi considerada a primeira monja beneditina e Santa,
pela Igreja que escolheu o dia de sua morte para as homenagens litúrgicas
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