04 fevereiro - Os músculos se retesam, o
coração pulsa, o espírito se (eleva) expande nas asas da oração, no horizonte
do futuro; combateremos, arrastando esta pobre carne na luta sanguinolenta, sem
que a boca pronuncie palavras de lamúria ou o pé se arrede minimamente do
caminho do martírio! (L 23). São Jose Marello
Marcos 5,21-43
"Jesus voltou para o lado oeste do lago, e muitas pessoas foram se encontrar com ele na praia. Um homem chamado Jairo, chefe da sinagoga, foi e se jogou aos pés de Jesus, pedindo com muita insistência:
- A minha filha está morrendo! Venha comigo e ponha as mãos sobre ela para que sare e viva!
E Jesus foi com ele. Uma grande multidão foi junto e o apertava de todos os lados.
Chegou ali uma mulher que fazia doze anos que estava com uma hemorragia. Havia gastado tudo o que tinha, tratando-se com muitos médicos. Estes a fizeram sofrer muito; mas, em vez de melhorar, ela havia piorado cada vez mais. Ela havia escutado falar de Jesus; então entrou no meio da multidão e, chegando por trás dele, tocou na sua capa, pois pensava assim: "Se eu apenas tocar na capa dele, ficarei curada." Logo o sangue parou de escorrer, e ela teve certeza de que estava curada. No mesmo instante Jesus sentiu que dele havia saído poder. Então virou-se no meio da multidão e perguntou:
- Quem foi que tocou na minha capa?
Os discípulos responderam:
- O senhor está vendo como esta gente o está apertando de todos os lados e ainda pergunta isso?
Mas Jesus ficou olhando em volta para ver quem tinha feito aquilo. Então a mulher, sabendo o que lhe havia acontecido, atirou-se aos pés dele, tremendo de medo, e contou tudo. E Jesus disse:
- Minha filha, você sarou porque teve fé. Vá em paz; você está livre do seu sofrimento.
Jesus ainda estava falando, quando chegaram alguns empregados da casa de Jairo e disseram:
- Seu Jairo, a menina já morreu. Não aborreça mais o Mestre.
Mas Jesus não se importou com a notícia e disse a Jairo:
- Não tenha medo; tenha fé!
Jesus deixou que fossem com ele Pedro e os irmãos Tiago e João, e ninguém mais. Quando entraram na casa de Jairo, Jesus encontrou ali uma confusão geral, com todos chorando alto e gritando. Então ele disse:
- Por que tanto choro e tanta confusão? A menina não morreu; ela está dormindo.
Então eles começaram a caçoar dele. Mas Jesus mandou que todos saíssem e, junto com os três discípulos e os pais da menina, entrou no quarto onde ela estava. Pegou-a pela mão e disse:
- "Talitá cumi!" (Isto quer dizer: "Menina, eu digo a você: Levante-se!")
No mesmo instante, a menina, que tinha doze anos, levantou-se e começou a andar. E todos ficaram muito admirados. Então Jesus ordenou que de jeito nenhum espalhassem a notícia dessa cura. E mandou que dessem comida à menina."
Meditação:
O evangelho de Marcos tem uma extraordinária força, porque narra
detalhes extremamente significativos da ação de Jesus. Um dos mais
interessantes é o protesto dos discípulos no evangelho de hoje.
Eles não entendem o motivo que leva Jesus a se deter para conversar
com uma determinada mulher no afã de ir curar a filha do chefe da sinagoga.
Jesus compreende que a enfermidade predispôs essa mulher para ir a seu
encontro. Ela busca uma esperança de cura e a encontra em Jesus.
A incompreensão dos discípulos, que se manifestou no episódio da
barca, agora se torna evidente na repreensão que dirigem a Jesus.
Nós, como os discípulos, também buscamos Jesus, mas com freqüência
nos detemos pelo caminho para abraçar as pessoas que o buscam.
Pode ser que não compreendamos as atitudes de pessoas simples quando,
desprovidas de preconceitos doutrinais ou teológicos, agarram-se ao manto de
Jesus com a esperança da salvação. Nós acreditamos que o cristianismo não é uma
religião de doutrinas, mas uma esperança de libertação e salvação.
Reflexão Apostólica:
Aqui se trata de um encontro com Cristo que é uma experiência pessoal, única e
irrepetível que cada pessoa pode fazer.
Um
encontro que acontece na vida cotidiana, em um lugar, um momento, um dia, uma
hora. Pessoas que o encontram e são transformadas por Jesus.
A
hemorroísa era uma mulher que reconhecia o poder que Cristo podia exercer nela.
O exemplo que nos transmite nesta passagem do Evangelho é para ser levado
Uma
vida tocada por Cristo significa uma profunda mudança na própria história.
Quando Cristo passa pela vida de alguém, provoca inquietude na consciência; é
semelhante a uma regeneração: dá origem a uma nova criatura. Como condição
Jesus exige a fé, com a qual a pessoa se abandona plenamente em Deus, que atua
nele. De fato, a mulher que padecia de fluxo de sangue teve como resposta: “Tua
fé te salvou”.
A
fé não é um mero sentimento da presença de Deus ou da vontade de Deus na vida.
Crer é dar-se, oferecer-se a Deus, entregar-se a Ele sem condicionamentos nem
atenuantes. A pessoa de fé é aquela que acolhe a revelação divina e responde de
forma positiva aos seus apelos.
Quando
a pessoa acolhe Jesus como sendo o Filho de Deus e procura responder de forma
positiva a esta presença de Deus em sua vida, ela é constantemente movida ao
encontro de Deus e passa a se beneficiar de suas graças e bênçãos.
Quem não acolhe a revelação, não reconhece Jesus como o verdadeiro Deus
presente no meio de nós, não vai ao seu encontro, não participa da sua vida e
do seu projeto de amor e, conseqüentemente, não se beneficia de tudo aquilo que
ele nos concede.
Cristo
continua caminhando junto conosco, está presente através da sua Palavra, e além
disso na Eucaristia, fonte de amor e de salvação.
Minha
oração é um encontro pessoal com Cristo ou se reduz a uma simples reflexão
piedosa? Aproximemo-nos d´Ele e deixemos ser tocados por Ele através da fé.
Propósito:
Aplicar
minha fé em Deus em todas as circunstâncias, aproximar-me d´Ele na oração,
especialmente na Eucaristia.
Dia
04
Certos
dias, talvez você sinta uma angústia profunda no coração.
Nesses
momentos, tem a impressão de que tudo fica mais difícil e as adversidades
parecem não ter fim.
Até
que um dia tudo melhora.
Por
isso, nos momentos difíceis, é fundamental manter a calma.
De
nada adianta perder a paciência.
Enfrente
as adversidades com paciência e amor.
“Com efeito, a insignificância de uma tribulação momentânea acarreta para nós um volume incomensurável e eterno de glória. Isto acontece porque miramos as coisas invisíveis e não as visíveis. Pois o que é visível é passageiro, mas o que é invisível é eterno” (2 Cor 4,17-18).
Nenhum comentário:
Postar um comentário