06 julho - Trabalho com pureza de intenção, oração confiante e
perseverante, total conformidade à vontade divina: este é o distintivo dos
verdadeiros ministros do Senhor. (L 41). São Jose Marello
Mateus 9,14-17
"Então os discípulos de
João Batista chegaram perto de Jesus e perguntaram:
- Por que é que nós e os
fariseus jejuamos muitas vezes, mas os discípulos do senhor não jejuam?
Jesus respondeu:
- Vocês acham que os
convidados de um casamento podem estar tristes enquanto o noivo está com eles?
Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles;
então sim eles vão jejuar!
- Ninguém usa um retalho de
pano novo para remendar uma roupa velha; pois o remendo novo encolhe e rasga a
roupa velha, aumentando o buraco. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se
alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam
estragados. Pelo contrário, o vinho novo é posto em odres novos, e assim não se
perdem nem os odres nem o vinho."
Meditação:
João
Batista, cujo ministério tinha por finalidade preparar o povo para a chegada do
Messias, tinha discípulos que ainda haviam ficado com ele durante o princípio
do ministério do Senhor Jesus.
Eles
observavam os discípulos do Messias, alguns dos quais também haviam sido de
João, e vieram perguntar porque eles não jejuavam como os de João e os fariseus
faziam? Era uma crítica, pois o ritual do jejum representava muito para eles.
Para
compreendermos melhor o que se passou naquela ocasião, devemos lembrar que João
Batista fora ainda um profeta do Velho Testamento, e ele e os seus discípulos
ainda estavam presos à lei de Moisés, com seus preceitos e rituais. Ele
apresentara o Messias, e foi Este que deu início a uma nova era, ou
dispensação, introduzindo o Novo Testamento entre Deus e a humanidade com a
propiciação feita com o Seu sangue.
O
curto ministério do Messias aqui na terra foi um intervalo durante o qual Ele
anunciou o início do Seu reino e preparou os Seus discípulos para a nova
dispensação.
Os
“filhos das bodas” mencionados na resposta são uma expressão idiomática da
época significando os convidados a um casamento. O jejum entre os judeus era um
ato de abnegação devido a tristeza e contrição. Assim como os convidados não
podem demonstrar tristeza na presença de um noivo no seu casamento, também não
era próprio para os discípulos demonstrarem tristeza enquanto o seu Salvador
estivesse junto com eles.
Mas
haveria ocasião para jejum quando Ele voltasse para o céu, completada a obra de
redenção que viera fazer, quando então estaria fisicamente ausente dos seus
discípulos.
Não
existe um mandamento para jejuar como havia no Velho Testamento. O jejum é
encontrado junto com a oração na igreja primitiva, em ocasiões em que a direção
de Deus era pedida para a tomada de grandes decisões. Também, nas versões mais
antigas, aparece com a oração em 1 Coríntios 4:5. É um ato de abnegação diante
de Deus, aprovado aqui pelo Senhor Jesus.
Em
seguida o Senhor usa duas ilustrações para mostrar a mudança da dispensação do
Velho Testamento para a do Novo Testamento, e para ensinar que os seus
princípios não devem ser misturados: Ninguém usa um retalho de pano novo para
remendar uma roupa velha; pois o remendo novo encolhe e rasga a roupa velha,
aumentando o buraco.
Ninguém
põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o
vinho se perde, e os odres ficam estragados. Pelo contrário, o vinho novo é
posto em odres novos, e assim não se perdem nem os odres nem o vinho
A
utilidade do Velho Testamento, com a lei de Moisés, estava no fim, e o Senhor
Jesus não veio para lhe dar continuidade mediante alguns remendos pois estes só
podiam piorar a sua situação. O Velho Testamento não podia conter o Evangelho
da salvação unicamente mediante a fé na obra redentora de Cristo.
O
Senhor Jesus veio para introduzir uma veste totalmente nova, um vinho
completamente novo, para substituir de uma só vez o que existia naquela época.
O apóstolo João abrevia isso assim “a lei foi dada por Moisés; a graça e a
verdade vieram por Jesus Cristo”.
Pelo
jejum devemos proclamar que temos fome de Deus e significar que só encontramos
sentido para nós na verdadeira liberdade face a tudo que é terreno e material.
O nosso coração só encontra felicidade quando repousa em Deus.
Reflexão Apostólica:
No
Evangelho notamos que o destaque maior é o jejum. Jesus é questionado por
discípulos de João Batista: "Por que jejuamos, nós e os fariseus, ao passo
que os teus discípulos não jejuam?". Isso nos leva a refletir sobre
a importância do jejum para a nossa espiritualidade. Principalmente para
aqueles que encontram muita dificuldade em se manter puros por causa da idade,
e das tentações em sua volta.
Nós também temos todo direito de nos regalar de vez em quando com um bom prato
de nossa preferência, porque ninguém é de ferro. Por outro lado, não podemos
esquecer a importância do jejum enquanto temos saúde para isso, e estamos nessa
caminhada cheia de tropeços e perigos a cada passo.
O jejum é uma negação de nós mesmos. É dizer não ao nosso corpo
quando ele quer o sim. Fazendo isso, nós teremos mais força para dizer NÃO,
quando naquele momento de tentação, o nosso corpo reclama a satisfação do
prazer.
Adestrada e treinada, essa fera aparentemente indomável que é a nossa carne,
vai obedecer à voz de comando da nossa alma, e com a ajuda de Deus se acalmará,
exatamente naquele momento de perigo maior para a manutenção da nossa
santidade, e aproximação maior com Deus, para que possamos aproximar as pessoas
também de Deus através do nosso sacerdócio.
Vós sois o sal da terá, e o sal não pode estar estragado senão não vai salgar
coisa alguma. Mas um jejum não terá tanta força para a nossa santificação se
ele não for acompanhado de oração, na qual estaremos não só oferecendo aquele
sacrifício a Deus Pai, pelo perdão dos nossos pecados, como também pela
conquista das graças que almejamos receber.
Experimente assim que poder, fazer um jejum acompanhado de oração. Você não
precisa falar para ninguém que está jejuando, nem ficar com cara de moribundo
para que todos tenham pena de você, como faziam os líderes judaicos que Jesus
criticou. Comece fazendo meio jejum.
Uma vez por mês você vai almoçar bem tarde, lá pelas quatro ou cinco horas da
tarde. Ou, futuramente, ficar sem almoçar, ou se aguentar, sem almoço e sem
janta, só com o café da manhã.
Propósito:
Usar
o bom senso e o discernimento em todas as ações.
A vida terrena é um tempo de salvação.
A
vontade de Deus, que não se identifica com a vontade particular de cada
cristão, é que o seu Reino de amor se alastre e continue crescendo até chegar a
plenitude no final dos tempos. O Espírito Santo, o poder do amor em ação que
ajuda o ser humano a personalizar a vontade de Deus, nos dá forças para
realizar entre nós o Reino que já acontece nos “céus”. Sua vontade acontece na
medida em quem o amor ao próximo se espalha, pois amar o irmão é amar Deus
mesmo. Deus não exige algo que não somos capazes de cumprir nem faz nenhuma
imposição arbitrária. Na verdade, quando seguimos nossa consciência, fazemos a
vontade de Deus, porque ela é o sacrário onde estamos a sós com Deus e onde sua
voz ressoa. (Mt 6,10b)
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