26 agosto -
Nós contra nós mesmos: o "eu" bom que combate o "eu" mau; o
"eu" de um instante, mas de um instante sublime, que se levanta para
combater o "eu" de todas as horas, o "eu" do passado, o
"eu" do velho sistema: é o "eu" que quer uma vez por todas,
mas que se multiplica a cada instante naquele ato de vontade eficaz. (L 9). São
Jose Marello
Leitura do santo
Evangelho segundo São Mateus 25,1-13
"Jesus disse:
- Naquele dia o Reino do Céu será como dez moças que pegaram as suas lamparinas
e saíram para se encontrar com o noivo. Cinco eram sem juízo, e cinco eram
ajuizadas. As moças sem juízo pegaram as suas lamparinas, mas não levaram óleo
de reserva. As ajuizadas levaram vasilhas com óleo para as suas lamparinas.
Como o noivo estava demorando, as dez moças começaram a cochilar e pegaram no
sono.
- À meia-noite se ouviu este grito: "O noivo está chegando! Venham se
encontrar com ele!"
- Então as dez moças acordaram e acenderam as suas lamparinas. Aí as moças sem
juízo disseram às outras: "Dêem um pouco de óleo para nós, pois as nossas
lamparinas estão se apagando."
- "De jeito nenhum", responderam as moças ajuizadas. "O óleo que
nós temos não dá para nós e para vocês. Se vocês querem óleo, vão
comprar!"
- Então as moças sem juízo saíram para comprar óleo, e, enquanto estavam fora,
o noivo chegou. As cinco moças que estavam com as lamparinas prontas entraram
com ele para a festa do casamento, e a porta foi trancada.
- Mais tarde as outras chegaram e começaram a gritar: "Senhor, senhor, nos
deixe entrar!"
- O noivo respondeu: "Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eu não sei
quem são vocês!"
E Jesus terminou, dizendo:
- Portanto, fiquem vigiando porque vocês não sabem qual será o dia e a hora."
Meditação:
Os discípulos do Reino devem sempre se lembrar de que estão a caminho do encontro com o Senhor. O desconhecimento desta hora exige que o discípulo esteja sempre preparado, pois a falta de cautela, por menor que seja, poderá causar-lhe danos irreparáveis.
As moças sensatas da parábola simbolizam os discípulos que, com fidelidade,
sempre traduziram em projeto de vida os ensinamentos de Jesus. Já as moças
imprudentes correspondem aos discípulos que, apesar de terem escutado as
palavras do Mestre, não fizeram delas seu projeto de vida.
O encontro com o Senhor não pode ser improvisado. Cada discípulo tem a vida
inteira para prepará-lo. Afinal, este pode acontecer a qualquer momento. A
ninguém é dado conhecer de antemão quando o Senhor virá pedir-lhe contas. É
insensato perder as chances de preparação que lhe são oferecidas.
Por outro lado, esta preparação deve ser feita, individualmente, sem que haja a
possibilidade de alguém transferir seus méritos para outrem. É a advertência
contida nas palavras do Mestre: as moças prudentes, que trouxeram azeite de
reserva, não podem partilhar de seu azeite com as insensatas que não tiverem o
bom senso de ficar preparadas.
A comunhão definitiva com Jesus exige do discípulo do Reino um esforço contínuo
para deixar-se guiar por seus ensinamentos. Os descuidados que se cuidem!
Mateus, com esta sua exclusiva parábola das dez moças, dá continuidade ao tema
da vigilância, dentro da perspectiva escatológica. No seu todo a parábola deixa
a desejar, sob o ponto de vista da falta de solidariedade das cinco virgens
"previdentes".
Mais uma vez Jesus nos convida à vigilância e
nos dá como exemplo a parábola das virgens previdentes e imprevidentes.
Adaptando a história à nossa existência nós podemos refletir acerca da nossa
trajetória aqui na terra enquanto estamos nos preparando para um dia ir ao
encontro do “noivo”.
Todos nós sabemos que a nossa vida é breve e que um dia nós faremos a viagem em
busca do reino que nos foi prometido por Deus. O noivo é Jesus e a noiva é a
nossa alma que tem sede de encontrá-Lo.
O tempo em que vivemos aqui na terra é a oportunidade que nós temos para,
também como as jovens previdentes, providenciarmos o “óleo” que mantém a
lâmpada da nossa alma acesa.
O óleo que conserva acesa a chama do amor de Deus no nosso coração, nós o encontramos
quando buscamos viver a fé que provêm da oração, o consolo que nos dá o
Espírito Santo, é a alegria de uma vida voltada para Deus.
Quando nós vivemos somente entregues às coisas que o mundo nos acena e temos o
coração ligado às coisas passageiras nós esquecemos de alimentar a nossa alma
e, com certeza, nos faltará luz para atravessar o vale escuro no caminho que
nos levará para outro estágio da nossa vida.
As jovens imprudentes, talvez vivessem uma vida despreocupada de Deus, achando
que buscando somente as coisas do mundo, na hora da necessidade, Deus traria o
óleo para suas lâmpadas.
Muitas vezes nós também ficamos como que meio adormecidos (as), anestesiados
(as) pelas preocupações com trabalho, com sobrevivência, amealhando dinheiro,
confiantes de que ainda temos muito tempo de vida para só depois pensarmos nas
coisas de Deus. Jesus, porém nos diz: “ficai vigiando, pois não sabeis qual
será o dia nem a hora”.
O caminho que nós precisamos atravessar é escuro e haverá um momento em que a
porta se fechará. Por isso, precisamos nos preparar! Enquanto é tempo toda hora
é hora para adquirirmos o que manterá a nossa lâmpada acesa.
É na intimidade com a Palavra de Deus que nós vigiamos à espera do noivo que
virá um dia nos levar para a morada que Ele mesmo nos preparou.
A vigilância a que Jesus nos convida não se
restringe a devoções religiosas voltadas sobre si mesmas, freqüentemente
individualistas e excludentes, mas nos leva ao empenho missionário, na prática
da misericórdia, na solidariedade e na partilha. Assim nos unimos a Jesus e ao
Pai, no Espírito, em comunhão de vida eterna.
Onde você está buscando o óleo para conservar a sua
lâmpada acesa? Qual será o óleo que está faltando para que você esteja com a
sua lâmpada acesa? Você vive fraternalmente com as pessoas? Como você tem
tratado as pessoas na sua casa? O que você faz quando não simpatiza com alguém?
Reflexão Apostólica:
Ao se encerrar o mês de agosto, já comecei a buscar as referencias de reflexão para setembro, o tradicional mês dedicado a Bíblia.
Precisamos amar a Palavra de Deus. Precisamos valorizá-la e vivê-la. Não basta
divulgá-la. Precisamos cada vez mais nos familiarizar com a Palavra de Deus. E
isso só pode acontecer através de um processo de leitura, reflexão, e
compromisso com a Palavra. E pra isso é necessário o esforço pessoal em nos
deixar orientar e questionar a Palavra de Deus.
Que o Espírito Santo continue iluminando e orientando a nossa Igreja e que Ela
aprenda a ter ouvidos atentos para ouvir as orientações do Senhor para o
exercício de sua missão.
Passemos agora a
refletir o evangelho de hoje.
Notamos nesta
parábola das moças com as lamparinas, que aparece o espírito da
concorrência entre as moças. Também nós concorremos: no esporte e no nosso dia
a dia na procura de um emprego, para manter-se no emprego, para conquistar a
pessoa amada etc. Só que precisamos tomar cuidado com a concorrência, pois até
certo ponto ela é natural do convívio humano, principalmente nos esportes. Mais
depois desse certo ponto, a concorrência poderá ser excludente, e intolerante.
A moça imprevisível que
não levou óleo suficiente par sua lamparina, não conseguiu que ninguém lhe
emprestasse o referido combustível. Até que ponto isso foi normal?
Faz parte da concorrência, ou foi falta de caridade? Imagine você
participando de uma competição cross num Rally do Sertão e você
passa por um dos seus concorrentes que acabou de bater o carro e está preso nas
ferragens.
O que você faria? Continuaria
sua corrida normalmente, pois afinal competição é competição, salve-se
quem puder! Pois agora é você o "cara" que está na frente. Ou você
pararia seu carro, perderia a corrida, para socorrer o seu adversário que no
fundo é seu irmão? Essa eu deixo para você decidir. O importante na nossa vida
é discernir quando é apenas competição, ou quando a situação é egoísmo ou falta
de caridade de nossa parte. Competir, sim. Prejudicar, puxar o tapete do
concorrente, não.
Aquela garota que se
arruma para conseguir a atenção do "carinha" que ela estava de olho,
é uma atitude normal. Mais deixa de ser normal quando ela percebe que aquela
"fulaninha" que chegou primeiro, está agora com ele. Então ela
começou a jogar sujo. Mandou uma amiga falar para o garoto uma porção de
mentiras inventando um monte de defeitos da sua concorrente.
Esta é uma situação típica do
nosso dia a dia, é uma atitude excludente na concorrência da vida, que
nada mais é do que egoísmo, desamor em fim, pecado contra a
caridade.
A vigilância recomendada por
Jesus no texto não significa esperarmos preparados a vinda futura de
Jesus, mas sim percebê-lo já, aqui e agora presente no meio de nós, no
evangelho, nos acontecimentos, nos chamando para evangelizar, para perdoar,
para assumir a nossa religiosidade de um modo autêntico, dando
preferência aos pobres e excluídos, e acolher de verdade o seu
plano de amor e de salvação.
Propósito: Amadurecer a vocação cristã para descobrir a riqueza e a graça de ser missionário e anunciar a palavra com alegria.
Ser
receptivo a mudanças é um forte indício de progresso.
Lembre-se de que a ação construtiva só pode ser realizada se houver a percepção
da necessidade de mudar.
Por esse motivo, esteja sempre consciente de suas atitudes e reações perante as
circunstâncias.
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