08 agosto - Vivamos
o dia a dia, esforçando-nos para reconhecer em cada acontecimento a vontade de
Deus Nosso Senhor. (L 68). São Jose Marello
Leitura do
santo Evangelho segundo São Mateus 17,22-27
"Quando estava reunido com os discípulos na Galiléia, Jesus lhes disse: "O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens, e eles o matarão, mas no terceiro dia ressuscitará". E os discípulos ficaram extremamente tristes. Quando chegaram a Cafarnaum, os que cobravam o imposto do templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: "O vosso mestre não paga o imposto do templo?" Pedro respondeu: "Paga, sim!" Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se e perguntou: "Simão, que te parece: os reis da terra cobram impostos ou tributos de quem, do próprio povo ou dos estranhos?" Ele respondeu: "Dos estranhos!" - "Logo o próprio povo está isento", retrucou Jesus, "mas, para não escandalizar essa gente, vai até o lago, lança o anzol e abre a boca do primeiro peixe que pescares. Ali encontrarás uma moeda valendo duas vezes o imposto; pega-a e entrega a eles por mim e por ti"."
Meditação:
Jesus abre mão aos direitos de Filho do dono até mesmo do poder temporal e econômico. No Evangelho de hoje estamos diante de dois problemas.
O primeiro problema é pagar o imposto do Templo que se vai resumir na entrega de Jesus à Seu Pai. E por isso fala da morte pela qual será necessário passar para poder ter vida eterna com o Seu Pai: O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e eles vão matá-lo; mas três dias depois ele será ressuscitado. Todavia os discípulos não entendem logo de primeira. E por isso ficam tristes. A tristeza deles pode ser também minha e tua quando nos tornamos inimigos da cruz de Cristo ao fugirmos do sofrimento, da mortificação por amor ao reino do Céu.
O segundo problema é o imposto imperial. Partamos do princípio de que imposto
implica domínio sobre os bens da pessoa e por isso Jesus pergunta a Simão: o
que é que você acha? Quem paga impostos e taxas aos reis deste mundo? São os
cidadãos do país ou são os estrangeiros? A resposta de Pedro foi clara e nos
fez ouvir tudo o que deveríamos ouvir sobre o como os grandes tiranizam os
estrangeiros, os pobres e excluídos da sociedade. Eles fazem uso dos bens que
em princípio vindos de Deus deveriam ser bem geridos para o bem comum todos os
homens e mulheres. Pois são pertenças de Deus assim como os homens são filhos
de Deus, antes de ser súditos de qualquer poder. E se eles tivessem em mente
que os bens são dos filhos do dono, no caso, dono aqui queremos fazer referência
a Deus de Quem tudo tem a sua origem e destino, não teriam exigido das pessoas
o pagamento de imposto. E portanto, eles não têm obrigação de pagar impostos.
O confronto e a ruptura entre Jesus e as instituições se dão no nível mais
profundo e decisivo, que supera a própria instituição do Estado e do Templo. Senão
vejamos. O pagamento do imposto ao templo era obrigatório para todo israelita,
mesmo para os que habitavam fora da Palestina. Os cobradores do imposto, ao
interrogar Pedro sobre o costume de Jesus a respeito desse imposto, julgavam
que Ele se recusava a pagá-lo, numa forma de ruptura com os esquemas
sócio-religiosos da época. O discípulo lhes respondeu: Sim, paga! E foi pedir a
Jesus a soma suficiente para cumprir essa obrigação.
Este não põe dificuldade, mas reflete com Pedro a respeito do que estão fazendo.
De fato, por ser Filho do Dono de tudo, como disse anteriormente, está isento
desta obrigação geral. No entanto, está disposto a abrir mão desse seu direito.
A razão é simples. Embora seja livre e secundário pagá-lo, Ele o faz para
evitar escândalo. Assim, apesar de não fazer sentido, livremente paga. Contudo,
nessa situação, era mais importante não indispor os cobradores de impostos em
relação à fé.
A conduta do Mestre revela prudência, ou seja, evitar escandalizar quem não
estivesse preparado para defrontar-se com um gesto de liberdade. Em última
análise, seu pensamento segue numa direção bem diferente: Jesus mostra, uma vez
mais, qual é a verdadeira missão do Messias: dar a própria vida e ressuscitar.
Quantas pessoas neste mundo não conseguem abrir mãos a certos direitos que têm,
mesmo quando está em jogo a vida, o casamento, o relacionamento, o emprego só
porque tal pessoa é isso ou é aquilo? Preferem jogar tudo fora e inclusive à
vida do irmão, da irmã, da esposa, do esposo, do funcionário, colega em fim,
para defender os seus privilégios?
Peçamos ao Espírito de liberdade, para que nos torne capazes de abrir mãos de
certos direitos, quando estiverem em jogo os interesses do Reino dos Céus na
vida das pessoas.
Reflexão Apostólica:
A comunidade cristã não é a reprodução de uma
sociedade que se baseia na riqueza e no poder. Nela, é maior ou mais importante
aquele que se converte, deixando todas as pretensões sociais, para pertencer a
um grupo que acolhe fraternalmente Jesus na pessoa dos pequenos, fracos e
pobres.
O problema é pagar o imposto do Templo, e o imposto
imperial. O imposto implica domínio sobre os bens da pessoa. Esses bens, em
primeiro lugar, são de Deus. E os homens são filhos de Deus, antes de ser
súditos de qualquer poder. Portanto, eles não têm obrigação de pagar impostos.
A razão para pagá-lo é livre e secundária: evitar
escândalo. O confronto e a ruptura entre Jesus e as instituições se dá nesse
nível mais profundo e decisivo, que supera a própria instituição do Estado e do
Templo.
Os discípulos ficaram tristes quando Jesus lhes disse que iria ser entregue
nas mãos dos homens. Eles ainda não tinham percebido que neste mundo, todos
estão sujeitos às leis, às regras e exigências dos homens.
Não podemos nos esquivar das obrigações, dos compromissos e até mesmo do
sofrimento que o mundo nos impõe. Jesus deu o exemplo de entregar-se por amor a
humanidade e deixar-se crucificar, mesmo sem ter nenhuma culpa. Ele, como
homem, também nos ensinou que embora sejamos livres, filhos de Deus, nós temos
encargos e obrigações sociais as quais temos de cumprir-las como pagar impostos
e taxas.
O cristão verdadeiro segue o modelo de Jesus: para não escandalizar, paga
as suas obrigações, o que lhe é cobrado para o bem estar social.
A nossa fé também se manifesta por meio da abertura do nosso “bolso”. Deus
proverá para nós tudo de quanto precisamos para cumprirmos com os nossos
compromissos sociais.
O seguimento a Jesus não nos isenta de também participarmos do crescimento
e conservação da obra por Deus criada.
Você tem consciência de que mesmo sendo livre, filho de Deus, você tem
obrigações para com os homens? Você costuma pagar os seus compromissos
sociais sem murmurar? O que Jesus o (a) ensinou neste Evangelho?
Para Deus, todas as coisas que são necessárias para a sobrevivência dos
escolhidos, é provida. Como vemos o Senhor também participava da vida humana,
como qualquer homem. Porém, eis que Jesus, não se preocupava com o pagamento de
impostos ou como dinheiro em si.
O Pai o provia de tudo pela FÉ que Ele, em missão, levava ao povo. No
Evangelho do dia de hoje, vemos que os homens buscavam maneiras de perseguir
Jesus e encontrar falhas nele. O recolhimento dos dízimos, cobrado pelos fariseus,
era um fardo imposto pelos homens da lei de Moisés.
Não somos obrigados a pagar pelo caminho. Este mesmo deve ser dado de
graça, pois de graça, O Pai nos proveu com Ele.
Não se obriguem a pagar para aprender as palavras de Jesus, elas são de
graça. O PAI é quem cobrará a quem não souber da vida do Senhor.
A salvação veio para o Homem e para o homem de bem, pais de família, irmãos
humildes e pobres financeiramente, até para os ricos ela chegou.
Nossa Igreja, que durante muito tempo, esteve perto de todos os ricos, está
aprendendo a se aproximar dos mais humildes.
Ajudemos ao caminho. Pois sem ELA, a esposa de Jesus, também não teríamos a
FÉ como Deus deseja. Colaborar com AMOR com a Igreja, ajudar
financeiramente, se puder, e não se sentir obrigado, como fazem os outros em
outros caminhos, fora do caminho.
Propósito:
Pai, que eu saiba desfrutar minha condição de filho, que
me faz livre diante das imposições injustas dos poderes deste mundo, pois só a
ti devo submeter-me.
Nenhum comentário:
Postar um comentário