28 junho - A Igreja possui ainda recursos tais que são
capazes de fazer tremer os seus inimigos. (L 18). São Jose Marello
Mateus 16,13-19
"Jesus foi para a região que fica perto da cidade de Cesaréia de Filipe. Ali perguntou aos discípulos:
- Quem o povo diz que o Filho do Homem é?
Eles responderam:
- Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum outro profeta.
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus.
Simão Pedro respondeu:
- O senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo.
Jesus afirmou:
- Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu. Portanto, eu lhe digo: você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu. "
Meditação:
Os três evangelhos sinóticos, Marcos, Mateus e Lucas, narram esta
controvertida passagem da "confissão de Pedro", cada um deles
imprimindo suas interpretações teológicas pessoais a suas narrativas.
Nos evangelhos de Marcos e Lucas, a resposta de Pedro à pergunta de Jesus sobre
sua identidade é breve: "Tu és o Cristo (messias)", e merece a
repreensão de Jesus. Pedro e os demais discípulos acreditavam que Jesus seria o
messias político esperado, que daria ao povo judeu a glória e o poder sobre as
demais nações, como um novo Davi, conforme a imagem elaborada pela tradição do
Primeiro Testamento. Jesus censura Pedro por esta compreensão e procura
demovê-la da mente dos discípulos.
Mateus modifica a narrativa original de Marcos e também adotada por Lucas. Ele
dá um novo sentido à resposta de Pedro, à qual acrescenta a proclamação
"Filho de Deus vivo".
Com a visão teológica de Mateus ficam estabelecidas duas identidades para
Jesus: uma, é "o filho do homem", o simples Jesus de Nazaré, inserido
na humanidade, na sua humildade, e presente entre ela até o fim dos tempos,
porém, dignificando-o e divinizando-o; a outra é o "cristo" ou
"messias" (cristo do grego, messias do hebraico, significando
"ungido"), que é o Jesus ressuscitado, manifestado em glória nos
céus, acima dos poderes celestiais, de onde virá para o julgamento final.
Hoje a igreja celebra o dia de São Pedro e
São Paulo e o centro do relato de hoje é a confissão de Pedro, afirmação
de uma experiência pessoal.
Embora no Segundo Testamento se perceba conflitos entre Pedro e
Paulo (Gl 2,11-14), a liturgia os reúne em uma só festa. Pedro é lembrado pelo
seu testemunho corajoso diante da perseguição (primeira leitura) e Paulo, por
seu empenho missionário em territórios da diáspora judaica.
Já nas proximidades do final do ministério de Jesus na Galiléia, é
obvio que sua fama se havia estendido por toda a região; contudo, fica em Jesus
uma dúvida: o povo, as multidões que o tinham visto e ouvido, teriam
compreendido quem ele era na verdade?
Onde estariam? Que teria sido feito deles? A que se estariam dedicando tantas
pessoas que o tinham escutado? Em que teriam influído sobre cada uma delas a
mensagem proclamada e os sinais realizados?
E os Doze? O que respondem? Eles estavam voltando de uma missão. Necessariamente
deveriam ter ouvido as diferentes opiniões e pareceres do povo. E, se não havia
unanimidade de opinião, ao menos os mais próximos, os mais íntimos de Jesus
deveriam ter feito já uma idéia exata sobre o que era seu Mestre.
Jesus dirige a seus discípulos uma dupla pergunta que tem como
objetivo fazê-los tomar uma posição sobre sua pessoa. A primeira pergunta diz
respeito ao que as pessoas pensam do Mestre. Isto é respondido sem dificuldade.
Entretanto, à segunda pergunta os discípulos não podem responder com os mesmos
critérios. Eles devem responder segundo sua própria experiência, segundo sua
convicção pessoal. Não se trata de uma simples opinião, mas uma verdadeira
resposta que expresse sua opção de vida. Pedro responde por todos. Para eles, Jesus
era o Messias de Deus, o Ungido.
Por isso a confissão de Pedro é importante, pois é uma confissão fruto de uma
revelação divina, quer dizer, de um processo de fé, de uma abertura à ação de
Deus através da Palavra anunciada pelo Mestre.
Esta abertura à ação divina de Deus (fé absoluta), representada na figura de
Pedro, é a base fundamental, é a pedra angular, o ponto de apoio da comunidade
de cristãos.
A pergunta é também feita a nós. Após 21 séculos de história de Jesus e do
cristianismo, freqüentemente o mundo dos fiéis ainda confunde sua figura,
mensagem e obra.
E nós, cristãos comprometidos, que nos intitulamos seguidores próximos de
Jesus, temos a seu respeito uma imagem mais clara do que aquela feita pelo
mundo, pela sociedade, e até pela nossa Igreja?
Reflexão Apostólica:
Começamos
nossa reflexão com a pergunta feita por Jesus aos seus: “(…) E vocês? Quem
vocês dizem que eu sou”?
Quem é Jesus para mim? O que ele representa? O quanto do seu ensinamento e
mensagem é usado em meu dia-a-dia em minhas decisões e ações?
Sobre esse homem turrão e difícil Jesus edifica o futuro da sua mensagem e
daqueles que o conheceriam no futuro. Sobre ele e sobre suas limitações foi
edificado um projeto/; Cuidar do rebanho que careciam de pastor. Jesus delega a
esse homem cheio de falhas a missão de resgatar aos que fugiram ou andam
perdidos.
Quantos de nós também temos tantas falhas e mesmo assim Jesus nos impetra
projetos e sonhos? Quantas pessoas são colocadas em nossa vida para que zelemos
sem mesmo sabermos tomar conta das nossas próprias vidas? Quantas comunidades,
pastorais e movimentos são conduzidos por pessoas tão simples, limitadas e
geniosas, quando naturalmente esperávamos que houvessem inteligentes,
capacitados e doces?
Deus ainda suscita PEDROS em meio ao povo. Pessoas que com ajuda de Deus “levam
comunidades nas costas”; que cantam, tocam, coordenam, discutem, programam e
ainda tem tempo pra família e não faltar a missa de domingo. Pessoas que talvez
não tenha formação acadêmica, mas foram outorgados por Deus com o cajado do
pastor…
Não duvidem que após tamanha confiança tenha batido aquele “friozinho na
barriga” desse homem tão calejado e vivido e tanto que isso é verdade que após
a morte do seu mestre, ele e os outros se escondem até a vinda do paráclito
consolador em pentecostes. A missão de Pedro inicia quando ele responde, mas se
reafirma quando após cada deslize, medo ou fraqueza, repleto do Espírito Santo,
resolve continuar.
Talvez a missão de levar a Boa Nova não tenha sido tão árdua como a de
pastorear o rebanho; talvez continuar guardando a fé não tenha sido tão dura
quanto a missão de manter a esperança acessa,
Ele não foi chamado a desbravar o mundo como Paulo e sim ser um ponto de
referencia, um pilar, um farol, um alicerce para todos que estavam levando a
mensagem e aqueles que davam seus primeiros passos nesse mar de tranqüilidade
chamado Jesus, Após pentecostes Pedro chama pra si a responsabilidade que lhe
foi confiada, errando e acertando manteve-se de pé até o fim de sua vida.
Somos chamados a também pastorear e como Pedro, e como Ele também nos é
outorgado a missão de libertar os cativos, curar os doentes, anunciar o
evangelho a toda criatura… Sim, é outorgado sobre todos nós, mesmo sendo
turrões, teimosos, repletos de falhas.
A exemplo desse homem, somos a cada dia questionados sobre quem é Jesus para
nós, e o que respondemos? O que será que nossa voz sussurra e que nossa vida e
ações gritam?
Pegando um pequeno gancho do evangelho que refletimos no dia 19/6: “Se vocês
amam somente aqueles que os amam, por que esperam que Deus lhes dê alguma
recompensa? Até os cobradores de impostos amam as pessoas que os amam! Se vocês
falam somente com os seus amigos, o que é que estão fazendo de mais? Até os
pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos, assim como é perfeito o Pai de
vocês, que está no céu." (Mt 5,43-48)
São Pedro! Rogai por nós!
São Paulo! Rogai por nós!
Propósito:
Testemunhar minha adesão a Jesus.
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