27 junho – Levantemo-nos deste baixo horizonte de
pigmeus e ocupemos a posição que nos cabe como ministros de Deus Nosso Senhor.
(L 23). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 8,5-17
"Quando Jesus entrou em Cafarnaum, um centurião aproximou-se suplicando: "Senhor, o meu criado está de cama... sofrendo demais". Ele respondeu: "Vou curá-lo". O centurião disse: "Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu criado ficará curado..." Jesus ficou admirado e disse...: "Em verdade, vos digo: em ninguém em Israel encontrei tanta fé. Ora, eu vos digo: muitos virão do oriente e do ocidente e tomarão lugar à mesa no Reino dos Céus...". Então, Jesus disse ao centurião: "Vai! Conforme acreditaste te seja feito". E naquela mesma hora, o criado ficou curado. Entrando na casa de Pedro, Jesus viu a sogra deste acamada, com febre. Tocou-lhe a mão, e a febre a deixou. Ela se levantou e passou a servi-lo. Ao anoitecer... Jesus...expulsou os espíritos pela palavra e curou todos os doentes. Assim se cumpriu o que foi dito pela profeta Isaías: "Ele assumiu as nossas dores e carregou as nossas enfermidades"."
Meditação:
Neste evangelho temos as narrativas do segundo e terceiro milagres de Jesus, da série de dez que Mateus reuniu nos capítulos 8 e 9.
Estas narrativas de milagres de cura e exorcismo reforçam a imagem de Jesus
como a presença de Deus entre nós, libertando e comunicando vida.
Esta comunicação de vida se dá no convívio diário, nas relações fraternas
cheias de amor, seja no ambiente familiar, seja nos grupos sociais de
excluídos.
Mateus mostra o sentido das curas realizadas por Jesus. Citando (Is 53,4), ele apresenta Jesus como o Servo de Javé, que liberta os homens de tudo aquilo que os aliena e oprime(demônios).
As promessas de Deus a Abraão não eram apenas para ele, mas para toda a sua descendência; e a descendência de Abraão são todos os que, pela fé, se virão a tornar membros do povo de Deus.
Assim o declarou Jesus, quando, no centurião, encontrou alguém que, não sendo descendente de Abraão segundo a carne, pois que era pagão, se tornou tal pela fé, enquanto que os que eram da descendência carnal de Abraão seriam lançados fora por não aceitarem na fé a palavra que Jesus lhes anunciava.
Entrando em Cafarnaum, aproximou-se dele um centurião, suplicando nestes termos: «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico, sofrendo horrivelmente.»
Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo.» Respondeu-lhe o centurião: «Senhor, eu não sou digno de que entres debaixo do meu teto; mas diz uma só palavra e o meu servo será curado. Porque eu, que não passo de um subordinado, tenho soldados às minhas ordens e digo a um: ‘Vai’, e ele vai; a outro: ‘Vem’, e ele vem; e ao meu servo: ‘Faz isto’, e ele faz.»
Jesus, ao ouvi-lo, admirou-se e disse aos que o seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé! Digo-vos que, do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete com Abraão, Isaac e Jacob, no Reino do Céu, ao passo que os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.»
Disse,
então, Jesus ao centurião: «Vai, que tudo se faça conforme a tua fé.» Naquela
mesma hora, o servo ficou curado.
Entrando em casa de Pedro, Jesus viu que a sogra dele jazia no leito com febre. Tocou-lhe na mão, e a febre deixou-a. E ela, levantando-se, pôs-se a servi-lo.
Ao entardecer, apresentaram-lhe muitos possessos; e Ele, com a sua palavra, expulsou os espíritos e curou todos os que estavam doentes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: Ele tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores.
A fé do centurião nasce do testemunho de amor de Jesus. Não é uma fé decorrente das tradições do judaísmo. Sua fé supera a fé de Israel.
O “choro e ranger de dentes” aparece seis vezes em Mateus. É uma fórmula típica
da manifestação da cólera divina contra o pecador, inspirada no Primeiro
Testamento. Mateus é o único evangelista a fazer esta interpretação teológica.
Com a narrativa da expulsão de espíritos maus e das curas, Mateus associa
cumprimento das profecias na pessoa de Jesus. Ele faz a inculturação de Jesus
de Nazaré nas tradições do judaísmo.
Cabe à ação missionária fazer a inculturação de Jesus nas diversas culturas do
mundo de hoje. E os missionários de hoje somos todos nós.
A massa que temos por missão de fermentar, a carne ou o peixe que temos que salgar
para não apodrecer é primeiro os de nossas casa: o marido, a esposa, os filhos.
Depois os vizinhos, os amigos e colegas. Todos aqueles com quem nos encontramos
no nosso dia a dia.
Que seja uma tarefa dura e difícil já o sabemos. Mas que é possível o milagre acontecer não tenha dúvidas. Olhe para a fé do centurião.
A condição de centurião pode ser nossa. Assim como ele implorando pedia que Jesus fosse com ele para curar o seu empregado, assim nós devemos gritar para o Senhor: vinde Senhor curar a minha doença, os meus vícios e toda a minha família.
Reflexão Apostólica:
Atendendo ao pedido de um pagão, Jesus mostra que as fronteiras do Reino vão muito além do mundo estreito da pertença a uma origem privilegiada. A fronteira agora é a fé na palavra libertadora de Jesus.
Mesmo pertencendo ao grupo dos que se consideram salvos, se não houver essa fé,
também não haverá possibilidade de entrar no Reino de Deus.
A presença de Jesus na comunidade liberta as pessoas do mal. Em resposta, as
pessoas libertas se põem a serviço da comunidade.
Talvez, hoje, cada um de nós seja o oficial romano: sente-se pecador, indigno,
mas também necessitado. Jesus veio nos ensinar que a fé é a mola mestra da
nossa vida espiritual.
A nossa fé é o parâmetro para que Jesus venha em nosso auxílio. Ele se admirou
da fé do soldado romano porque esse reconheceu que a autoridade de Jesus era
maior que a dele mesmo quando disse: “Senhor, eu não sou digno……mas dize uma só
palavra….”
O oficial romano não pediu a Jesus para ir à sua casa, mas apenas, a Sua
Palavra! Uma só Palavra de Jesus basta para aquele que pede com fé e reconhece
a sua própria limitação e o poder de Deus.
Jesus diz também hoje para nós: “E seja feito como tu creste”. Mesmo para
aquele que está acamado (a) como a sogra de Pedro, para quem foi desenganado
(a) e que perdeu a esperança, um simples toque de Jesus bastará para que tenha
uma nova vida.
Jesus tomou sobre si as nossas dores e carregou as nossas enfermidades,
portanto aquele que está deitado, desalentado, levante-se porque Jesus Cristo
venceu o mundo.
Os possessos e doentes vão a Jesus, e não às sinagogas, buscando a libertação da doutrina opressora e excludente dos fariseus.
O soldado falava de casa, estrutura imóvel, material, mas eu falo aqui de alma.
De fato não somos dignos de Cristo, mas Ele nos quis assim, humanos, pecadores,
quis tanto que bastando uma palavra Sua, tudo que era velho torna-se novo, o
que era morte transforma-se em vida.
A fé daquele homem foi suficiente para que seu empregado fosse curado e ele
expressou sua fé naqueles dizeres, e porque é tão difícil para nós sermos
participantes deste milagre diário, se formos à Missa todos os dias, todos os
dias iremos proferir essas palavras: "Senhor, eu não sou digno de que entreis
em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo", mas, porque, mesmo
assim, não acreditamos que Deus poderá entrar dentro de nossa casa e fazer o
milagre? Quantos não se acham muito importantes e nem têm necessidade de
procurar Jesus?
Somos, sim, pecadores e devemos sempre procurar o caminho reto, não devemos nos
acomodar na benevolência e misericórdia de Deus, porque Ele também pedirá
contas de nossos atos.
Devemos, sim, nos sentir amados e queridos, dignos não por merecimento, mas por bondade de Deus e tomar posse desse Amor, sabendo que nada poderá nos separar do Amor de Deus, pois somente com uma palavra Ele nos livra de toda tristeza, rancor, angústia, precisamos somente, abrir nossos ouvidos e coração à voz de Deus, que é suave e doce.
Jesus quer atender ao seu pedido. Ele tem autoridade para fazer qualquer coisa que você esteja precisando: FAÇA AGORA O SEU PEDIDO, HUMILDEMENTE!.
Você crê na Palavra de Deus? Você tem fé que Jesus pode
curá-lo (a)? Você reconhece a sua limitação diante de Deus? Você está
precisando de cura? Peça a Jesus com fé!
Propósito:
Pai, a solidariedade de Jesus com os doentes e sofredores foi exemplar.
Faze-me também ser solidário com quem necessita ser libertado de suas
opressões.
2º Meditação:
Entre o Sermão da Montanha e as orientações de Jesus aos apóstolos, para a missão, Mateus insere dez milagres, dois dos quais temos hoje. Estas narrativas de milagres de cura e exorcismo reforçam a imagem de Jesus como a presença de Deus entre nós, libertando e comunicando vida.
O evangelho de hoje continua a descrição das atividades de Jesus para apontara
como colocava em prática a Lei de Deus, proclamada sobre a Montanha das
Bem-aventuradas. Após as curas do hanseniano do evangelho de ontem (Mt 8,1-4),
agora segue a descrição de outras curas.
O evangelista Mateus desafia sua própria comunidade, composta em sua maioria
por judeu-cristãos, ao propor como modelo de crente um soldado romano. O
desafio é duplo. Por um lado, significa aceitar uma pessoa que representa o
poder de Roma em sua forma mais brutal e opressiva. De outro lado, significa
aceitar que um pagão, com outra religião, manifeste tal fé em Deus a ponto de
os seguidores de Jesus se sentirem sem fé.
Esta lição é muito importante para a comunidade de Mateus. Ela se sente muito
segura pelo seu conhecimento da Escritura e pela sua origem hebraica, mas por
esse mesmo motivo se vê constantemente ameaçada pela autossuficiência. O
seguidor de Jesus não se contenta unicamente em ter uma atitude religiosa geral
ou alguma bagagem teológica. É necessário que creia na pessoa de Jesus, que
assimile seu ensinamento e que esteja disposto a compartilhar sua sorte.
A manifestação de fé do centurião vai além das expectativas de todos, inclusive
do próprio Jesus, que fica surpreso com a resposta clara e serena do oficial
romano. O centurião não pedia um favor para si, mas para um de sua ‘casa’; para
uma pessoa que, embora vivesse sob o regime da escravidão, estava sob sua
direta responsabilidade.
O centurião, crê na palavra de Jesus, não discute, confia e reconhece o olhar da fé. Os discípulos, ao contrário, sofrem antes de aceitar o ensinamento de Jesus. Se na sua vida, você encontra dificuldade em crer, peça essa graça, agora ao Senhor. Senhor, concedo o dom da fé a todos aqueles que passam por dificuldades em acreditar e confiar em tua palavra.
O que mais nos surpreende nesta cena é que o
oficial romano se coloca praticamente “às ordens” de Jesus, contrariando todas
as regras sociais daquele tempo. Certamente, Jesus vendo a poderosa fé do
centurião, passa por cima de todas as barreiras e, por meio do próprio oficial,
comunica uma palavra de vida, fé e esperança a toda a ‘casa’ do oficial romano.
Jesus cura valorizando a fé do centurião. Por meio da fé também podemos curar
esta sociedade enferma, cujas feridas nos parecem às vezes incuráveis. Mas não
nos esquecemos de que “para Deus nada é impossível”. (Lucas 1, 37)
Quando o cristianismo nasceu como movimento social e religioso, sua reduzida
quantidade de integrantes lhe permitia ter um diálogo aberto e criativo com a
grande variedade de expressões religiosas da época. Mateus fazia o que fazem
hoje as nossas comunidades: usa a Bíblia para iluminar e interpretar os eventos
e descobrir a presença da palavra criadora de Deus.
Compare a imagem que que você tem de Deus com aquela do centurião e das
pessoas, que seguiam Jesus. A Boa Nova de Jesus não é, em primeiro lugar, uma
doutrina ou uma moral, nem um rito ou um conjunto de normas, mas é uma
experiência profunda de Deus que responde aos que o coração humano anela. A Boa
Nova, como repercute em ti, em sua vida e em seu coração?
Quantas
pessoas escuto dizer que a Missa é sempre a mesma coisa. Antes de entender o
mistério da Santa Missa, concordava com isso, achava mesmo repetitivo, sempre
as mesmas palavras, respostas, mesmos gestos, todavia, quando passei a entender
o tesouro que é, nunca mais nenhuma Missa foi igual para mim, nem mesmo aquelas
que celebro duas vezes no mesmo dia.
Certo dia, estava mal com alguma coisa, não me recordo exatamente o que era,
mas achei que não deveria comungar, que precisava me confessar antes. Estava
decidido, mas quando o Padre continuou a oração depois da Paz, e toda a
comunidade inclusive eu, dissemos em voz alta e em bom som: SENHOR, NÃO SOU
DIGNO DE QUE ENTREIS EM MINHA MORADA, MAS DIZEI UMA SÓ PALAVRA E SEREI
SALVO. Aquela frase, que na verdade é tirada dessa passagem teve um
significado diferente para mim. O soldado falava de casa, estrutura imóvel,
material, mas eu falo aqui de alma. De fato não somos dignos de Cristo, mas Ele
nos quis assim, humanos, pecadores, quis tanto que bastando uma palavra Sua,
tudo que era velho torna-se novo, o que era morte transforma-se em vida.
A fé daquele homem foi suficiente para que seu empregado fosse curado e ele
expressou sua fé naqueles dizeres, e porque é tão difícil para nós sermos
participantes deste milagre diário, se formos à Missa todos os dias, todos os
dias iremos proferir essas palavras, mas porque mesmo assim, não acreditamos que
Deus poderá entrar dentro de nossa casa e fazer o milagre?
Somos, sim, pecadores e devemos sempre procurar o caminho reto, não devemos nos
acomodar na benevolência e misericórdia de Deus, porque Ele também pedirá
contas de nossos atos, mas devemos, sim, nos sentir amados e queridos, dignos
não por merecimento, mas por bondade de Deus e tomar posse desse Amor, sabendo
que nada poderá nos separar do Amor de Deus, pois somente com uma palavra Ele
nos livra de toda tristeza, rancor, angústia, precisamos somente, abrir nossos
ouvidos e coração à voz de Deus, que é suave e doce.
Ah! Pra terminar a história, comunguei naquele dia, mas logo depois da Missa
fui procurar o Padre pra me confessar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário