IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA
20 – Seja qual for o caminho pelo qual o Senhor nos conduza, se lhe formos sempre fiéis, nos encontraremos um dia no Paraíso, onde teremos acumulado numerosos merecimentos e glória, e tanto mais nos regozijaremos e nos deliciaremos em Deus, quanto menos tivermos desfrutado de suas consolações aqui na terra. (S 359). São Jose Marello.
"Todos os anos, os pais de Jesus iam a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando completou doze anos, eles foram para a festa... Terminada a festa, enquanto eles voltavam, Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais percebessem... caminharam um dia inteiro. Começaram então a procurá-lo... Mas, como não o encontrassem, voltaram a Jerusalém... Depois de três dias, o encontraram no templo, ...entre os mestres, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas. Todos aqueles que o ouviam ficavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. Quando o viram... sua mãe lhe disse: "Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu estávamos... à tua procura!" Ele respondeu: "Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu Pai?" Eles, porém, não compreenderam esta palavra. Jesus desceu, então, com seus pais para Nazaré e era obediente a eles. Sua mãe guardava todas estas coisas no coração."
Meditação:
A Palavra de Deus oferecida para esta
celebração leva-nos ao Deus que tem coração, que ama. Ele faz coisas
impensáveis para derramar sobre nós o seu amor e a sua misericórdia.
A sua relação conosco e a sua revelação é
uma história de amor. Mas, é, sobretudo em Jesus Cristo seu Filho – no Seu
Mistério Pascal – que todo o seu amor, jorra abundante e é derramado no coração
da humanidade.
Lucas, no início de seu evangelho, com as
narrativas de infância, apresenta a presença de Jesus em Jerusalém e, no fim,
após a ressurreição, apresenta a recomendação da permanência dos discípulos em
Jerusalém (Lc 24,49-52).
Sua intenção teológica é apresentar o cristianismo como um novo Israel, que se irradia a partir da velha Jerusalém. Para os demais evangelistas é a Galiléia, e não Jerusalém, o centro da retomada da missão depois da ressurreição.
Lucas nos conta neste trecho do Evangelho,
que Jesus, Maria e José, como faziam todos os anos, foram à festa da Páscoa em
Jerusalém. Jesus já completara doze anos e subiram para comemorá-la com os
Judeus.
Depois de três dias, terminada a festa
todos que para lá se dirigiram, iniciaram a viagem de volta à casa e, junto
caminhavam José e Maria.
Depois de um dia andado, achando que Jesus
vinha caminhando mais atrás, voltaram para procurá-lo e não o acharam e,
aflitos, decidiram ir até Jerusalém, novamente, e o foram encontrar numa
Sinagoga, sentado em meio aos doutores da Lei , que o ouviam e faziam-lhe
perguntas e, ficavam assombrados com sua sabedoria e respostas.
Quando Maria o vê, emocionada, pergunta-lhe:-
“ Eis que eu e teu pai estávamos aflitos procurando-o “. Jesus
respondeu-lhes:- “Porque me procuráveis? Não sabíeis que devo preocupar-me com
as coisas de meu pai? Eles nada entenderam do que Ele quis dizer-lhes e
voltaram para casa.
Assim, agimos nós ainda nestes dias, depois de dois mil anos. Tem muitas coisas
que ouvimos que Jesus nos diz, através dos Evangelhos, através das pessoas,
através de acontecimentos e, ficamos cegos e surdos, sem procurarmos entender
os avisos que recebemos, através do Espírito Santo, que Jesus nos deixou para
nos ajudar nos momentos difíceis, nos momentos de tentação, nos momentos de
perigo.
Dizemos que cremos em Jesus, cremos na sua
divindade, freqüentamos à Missa, participamos daqueles momentos felizes,
por termos a magna oportunidade de encontrarmos com Ele e, recebê-lo na santa Eucaristia,
onde comemos o seu corpo e bebemos o seu sangue, conforme sua promessa na
última ceia que participou com os apóstolos e, que são momentos inesquecíveis e
vivos no coração de todos aqueles que crêem em Deus e nas suas verdades, “
Tomai e comei todos vós, isto é o meu corpo, que será entregue por vós! Tomai e
bebei isto é meu sangue!, o sangue da nova e eterna aliança que será derramado
por vós e por todos em remissão dos pecados. Fazei isto em memória de
mim! “.
Fazer memória é reviver momentos passados e acontecidos em nossa vida, avivando
nosso coração na confirmação da realidade maior que é a presença real de
Jesus na Eucaristia.
Este ato de Jesus que deixou os apóstolos
espantados, para que nós em nossos dias, não pudéssemos duvidar, pois conhecemos
também, através dos apóstolos, o que ocorreu após a ressurreição de Jesus.
Tudo o que Ele falou, tudo o que Ele
prometeu, os discípulos confirmaram no convívio diário que tinham com Ele, até
a sua subida aos céus, também presenciada por eles.
Importante que nos atenhamos às palavras de
Mateus, Marcos, Lucas, João, Pedro e, Paulo, todos evangelizadores que
conviveram com Ele Mateus, Pedro, João e, outros que o seguiram
mesmo sem estar juntos, como Marcos, Lucas e Paulo. E tudo confirmaram sobre a
sua vida , a sua morte e sua ressurreição e volta ao pai.
Quando lemos e meditamos as palavras do apóstolo João, ficamos emocionados
quando vemos no final do seu Evangelho :- “ Este é o discípulo que dá testemunho de
todas estas coisas e as escreveu e sabemos que seu testemunho é verdadeiro. Há,
porém muitas outras coisas que Jesus fez e que se fossem escritas uma por uma,
nem o mundo inteiro poderia conter os livros que seriam escritos."
É um testemunho muito forte que João nos deixa, que se nos voltarmos para o
modo como ele morreu por acreditar em tudo isso,só podemos Ter a nossa fé
aumentada a cada vez que o lermos.
A Fé está muito acima da nossa sabedoria,
da nossa razão, da nossa inteligência:- “A Fé é a certeza daquilo que não vemos".
Reflexão Apostólica:
Celebrar a festa do Imaculado Coração de Maria é saborear a insondável misericórdia de Deus que quis amar com coração humano, a partir do Coração de Maria de Nazaré.
O Evangelho de Lucas
convida-nos a ser discípulos do amor. Convida-nos a subir a Jerusalém para
tocarmos os sinais do seu amor, a realização das promessas, a verificarmos a
certeza da sua ressurreição ao «terceiro dia», e a comunicá-Lo com entusiasmo e
alegria.
Cristo nossa Páscoa é
o centro do amor de Deus e da nossa busca, procura, aceitação e compromisso. É
a partir daqui que todos nascemos e devemos viver.
Devemos viver na e da
fé. E esta fé é tanto mais autêntica quanto mais se compromete em mistério
pascal: encontro com Cristo ressuscitado.
A partir desse
Acontecimento a dar a vida, a fazer-se doação. Há, pois, um chamamento à nossa
identificação com a Cruz de Cristo, isto é, quando «tiverem passado os dias
festivos», os sinais da festa, do entusiasmo e nos parecer ter perdido tudo ou
se transformarem os acontecimentos em dor, tristeza e desilusão.
Maria de Nazaré, feliz
porque acreditou, aparece como referência do autêntico discípulo que acredita e
vive todos os acontecimentos, sobretudo os mais dolorosos e difíceis. Ela vive
em confiança e doação total. Ele sabe permanecer e sabe estar de pé na firmeza
do poder do amor de Cristo morto e ressuscitado.
Hoje o seu Imaculado
Coração é forte sinal para toda a Humanidade. Convite a aceitarmos o amor, a
voltarmos ao amor, a dizermos não à tentação e sedução do mundo da violência, da
morte, da arrogância e do poder do mal.
Maria é voz de
Boa-Nova a anunciar que Cristo está vivo. Ela continua a ser presença da força
do mistério pascal de Cristo que vence o pecado e a morte. Na sedução enganosa
da construção do mundo à margem do amor de Deus, importa acatar a mensagem do
Seu Coração.
Todos aprendemos a
amar. É, sobretudo com os pais e na família, a melhor e mais importante
universidade, que aprendemos vários sinônimos e sinais do amor.
A Palavra de Deus
convida-nos à arte de amar: «Exulto de alegria no Senhor, a minha alma rejubila
no Senhor». O salmo traduz a pessoa enamorada que canta a beleza da bondade e
misericórdia de Deus, das maravilhas que opera. Maria, no Evangelho, aparece
como a mais bela docilidade amorosa diante do projeto de Deus.
Maria quer ensinar-nos
a arte mais importante: a arte de amar. Amar é fácil de dizer, mas difícil de
viver. Maria vive-a como ninguém.
Ao mostrar o seu
Coração Imaculado é, sobretudo a vida que Ela mostra. Ela quer ensinar-nos que
o amor repara os pecados, reanima a esperança, leva à vida, une, constrói,
perdoa, santifica, defende os pequeninos e liberta os humilhados.
O Seu Coração
Imaculado sofre de maneira incalculável tantos crimes, pecados e ofensas. É
preciso travar o mal com o amor incondicional a Deus e por Ele a todos os
Homens.
O Seu Coração
Imaculado é um convite de forma especial a todos os seus filhos para que Deus
«brilhe» com mais transparência em todo o seu ser e vida.
Espírito que orienta
nossa vida para Deus, ajuda-me a crescer, cada dia, em sabedoria e graça,
buscando, como Jesus, adequar minha vida ao querer do Pai.
Clementíssimo Deus,
que para salvação de pecadores e refugio de desgraçados, quisestes que o Coração
Imaculado de Maria fosse o mais parecido em caridade e misericórdia ao divino
Coração de seu Filho Jesus Cristo:
Concedei-nos, pela
intercessão e méritos do dulcíssimo e amantíssimo Coração que agora
comemoramos, o chegar a sermos semelhantes ao Coração de Jesus.
A festa do Coração de Maria nos dá a dimensão de um traço essencial na vida cristã: a memória do martírio. Em um mundo que não admite qualquer tipo de dor, muitos de nós temos dificuldade de aceitar essa dimensão de sofrimento da existência humana, porém, são duas realidades que estão intimamente ligadas. A palavra recordar significa literalmente “voltar a colocar algo no coração”.
De fato, a cada momento acrescentamos novas vivencias em nós: memória de
alegrias, mas também de feridas que necessitam ser compreendidas e curadas. O evangelho
propõe a figura de Maria como aquela que, mesmo em meio ao sofrimento, consegue
apaziguar a dor que sente. Nesse sentido, somos convidados a contemplar o
testemunho martirial do Coração de Maria.
Ela foi testemunha excepcional da vida, morte e ressurreição de seu filho. O
coração de Maria é a sede onde habita a memória do crucificado e, sobretudo, o
lugar do encontro para uma humanidade reconciliada na justiça e no amor.
Hoje celebramos a excepcional capacidade desta mulher não só de perdoar os agressores,
mas também de conservar o testemunho de justiça e verdade. Nesse sentido, Maria
é espelho, consolo e esperança para todos nós. Na dor, no sofrimento, olhe para
ela e, com ela, busque um novo sentido para a sua vida.
Maria tem lugar na minha
casa, os meus relacionamentos, no meu trabalho? Ela me orienta a "fazer
tudo que Jesus disser"?
Reflexão Apostólica:
"Guardando tudo em seu coração, na
meditação e na oração, Maria irá percebendo a missão libertadora e vivificante
de seu filho Jesus."
Quem já teve uma filha ou um filho perdido sabe ou entende o desespero de Maria
ao perceber que seu menino Jesus não estava mesmo com nenhum dos parentes. Para
ela, ele tinha se perdido! É um estado de pânico daqueles que você começa a
rezar o Pai Nosso um atrás do outro e não termina nenhum. Pais. Quando saírem
com seus pequeninos, principalmente em uma viagem, cuidem bem para que não se
percam. Garanto-lhes que é uma experiência horrível!
Mas o Menino Jesus estava bem tranqüilo, dando um verdadeiro show de poder
divino aos doutores, os quais estavam de boca aberta, sem entender o que viam,
e ouviam. Um menino que sabia tudo. E o pior, sabia mais do que eles. Se de um
lado estavam maravilhados, por outro estavam preocupados, pois não suportavam
nenhuma concorrência. Eles eram os doutores e então como pode ter surgido
alguém que sabe mais do que eles? Ainda mais, esse alguém nada mais era do que
uma criança. E como pode saber tudo aquilo sem ter estudado? Só que não
se tratava de um menino qualquer. Ele era homem e Deus.
Pouco ou quase nada sabemos da infância de Jesus. Mas esta passagem é muito
rica, dando-nos muitas pistas para refletir.
Jesus, o menino, não foi malcriado ao dar esta resposta à sua mãe. Ele só estava justificando o seu comportamento. Maria, apesar de saber que seu Filho era especial, movida da emoção própria de uma mãe, por um instante ficou sem saber o que dizer depois da resposta do seu querido filho. O evangelista afirma que ela ficou sem entender o porquê daquela resposta.
Nós também não entendemos algumas palavras de Jesus. Confesso que, às vezes,
leio o evangelho do dia e fico parado, pensando. Finalmente uma reflexão que eu
vou ter de pular, pois não vejo nada para comentar ou refletir nesta passagem.
Só que, como acontece com a Santíssima Trindade, que só pode ser entendida com
os olhos da fé, nem sempre entendemos Jesus com a nossa inteligência, mas sim
com os olhos da nossa fé, e com a ajuda do Espírito Santo.
Então, eu fecho os olhos, peço ajuda, e a ajuda sempre vem. Aí eu escrevo o que
o Espírito de Deus faz brotar em minha mente. Dias depois, leio o que escrevi e
penso: Fui eu mesmo quem escreveu isto?
O espanto se justifica porque não sou capaz de escrever nenhum comentário sobre a Palavra de Deus. Eu apenas empresto meus dedos para digitá-los.
Doce coração de Maria, sede
nossa salvação!
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