20 - Pede ao nosso grande
Patriarca São José que te obtenha de Deus o que te convém, ou melhor, o que
mais convém. (L 86). SÃO JOSE MARELLO
Lucas 16,19-31
Naquele tempo, disse Jesus aos
fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes
e fazia festas esplêndidas todos os dias.
20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.
22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. 24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.
25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. 29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem!’
30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. 31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”’.
Meditação:
20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.
22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. 24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.
25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. 29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem!’
30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. 31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”’.
Meditação:
Esta
parábola é uma seqüência de parábolas mencionadas por Jesus no Evangelho de
Lucas, a do filho pródigo, o administrador infiel e automaticamente a parábola
do rico e Lázaro.
Existe
uma suposição de que Jesus queria dizer através desta parábola que os homens
bons e maus recebiam suas recompensas após a morte, porém esta alegoria
contradiz dois princípios:
1º)
Um dos princípios mais relevantes de interpretação, é que cada parábola tem um
propósito de ensinar uma verdade fundamental.
2º)
O sentido de cada parábola deve ser analisado a partir do contexto geral da
Bíblia.
A
parábola do rico e Lázaro tem o propósito de ensinar que o destino futuro fica
determinado pelo modo que o homem aproveita as oportunidades nesta vida.
Em
conexão com o contexto da parábola anterior do administrador infiel. “Se, pois,
não vos tornardes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos
confiará a verdadeira riqueza?” (Lc 16,11).
Sendo
assim, compreende-se que os fariseus não administravam suas riquezas de acordo
com a vontade divina, e por isso estavam arriscando seu futuro, perdendo a vida
eterna.
Portanto,
fica estabelecido que interpretar esta parábola de forma literal, resultaria em
ir contra os próprios princípios encontrados nas escrituras. Fosse essa
história uma narrativa real, enfrentaríamos, o absurdo de ter que admitir ser o
‘seio de Abraão’ o lugar onde os justos desfrutarão o gozo, e que os ímpios
podem se ver e falar uns com os outros.
Esta
passagem ilustra, através de uma imagem, o resultado de uma vida orientada para
o serviço dos bens materiais ou para o serviço do plano divino. Lucas nos fala
da incompatibilidade entre o seguimento de Jesus e o serviço à riqueza, e para
tornar o tema mais redundante, apresenta-nos esta parábola que, como nas
demais, mostra também algum aspecto particular do que Jesus concebe como a
realidade do reino de Deus.
Há uma clara advertência sobre a impossibilidade de servir a Deus e ao dinheiro, como nos fala a Campanha da Fraternidade. A conseqüência mais imediata é o esquecimento das mínimas relações de justiça e da finalidade da vidaem si.
O rico da parábola não foi parar no lugar indicado por Jesus
por uma decisão divina, mas é o lugar que ele mesmo escolheu desde o momento em
que perdeu, por decisão própria, o horizonte de seu destino; os bens materiais
têm que ser os meios pelos quais o ser humano vai se realizando, porém, desde o
momento em que deixam de ser os meios para se tornarem os fins em si mesmos,
começa a curva para a desumanização, e este é o caso homem rico da parábola.
Estamos ante dois extremos da condição social e religiosa que revelam por onde vai o querer de Deus. O rico, que conhecia a lei e os profetas, não foi capaz de assumir uma atitude generosa, solidária e comprometida para dignificar os pobres que o rodeavam.
Lázaro, em troca, abandonou-se por completo nas mãos de Deus. O pobre recebe assim ajuda divina e se converte em critério para o julgamento definitivo dos seres humanos.
A parábola permite ver com clareza a sorte dos egoístas que depositaram toda a sua confiança na riqueza. O desejo tardio de conversão já não é suficiente para a própria salvação; por isso sublinha a importância de ler os sinais dos tempos e escutar a voz de Deus nos profetas e no clamor dos pobres. É aí onde a bondade e o amor devem tornar-se realidade.
Muitas pessoas apostam que a plenitude da vida e da felicidade se encontra na riqueza; basta olhar a correria de pessoas por empregos ou negócios que ofereçam enormes salários, e sempre insatisfeitas com o que vão conquistando.
Há uma clara advertência sobre a impossibilidade de servir a Deus e ao dinheiro, como nos fala a Campanha da Fraternidade. A conseqüência mais imediata é o esquecimento das mínimas relações de justiça e da finalidade da vida
O
Estamos ante dois extremos da condição social e religiosa que revelam por onde vai o querer de Deus. O rico, que conhecia a lei e os profetas, não foi capaz de assumir uma atitude generosa, solidária e comprometida para dignificar os pobres que o rodeavam.
Lázaro, em troca, abandonou-se por completo nas mãos de Deus. O pobre recebe assim ajuda divina e se converte em critério para o julgamento definitivo dos seres humanos.
A parábola permite ver com clareza a sorte dos egoístas que depositaram toda a sua confiança na riqueza. O desejo tardio de conversão já não é suficiente para a própria salvação; por isso sublinha a importância de ler os sinais dos tempos e escutar a voz de Deus nos profetas e no clamor dos pobres. É aí onde a bondade e o amor devem tornar-se realidade.
Muitas pessoas apostam que a plenitude da vida e da felicidade se encontra na riqueza; basta olhar a correria de pessoas por empregos ou negócios que ofereçam enormes salários, e sempre insatisfeitas com o que vão conquistando.
É
a diabólica pedagogia que tem dividido o nosso mundo em milhões de “lázaros”,
obrigados a catar lixo, a comer sobejos que caem das mesas dos ricos, ou morrer
de fome. Uma pedagogia que, infelizmente, parece ter se transformado em
religião no nosso mundo e que é uma das razões dos piores males da humanidade.
O ser rico não é mais um sonho de alguns que ficavam observando a fabulosa vida que leva quem chegou a ser um “tio patinhas” da vida, mas se tornou uma verdadeira obsessão, que ameaça cancelar os verdadeiros desejos do coração, aqueles que Deus inspira e tem como sonho “amar até doar-se em plenitude”.
Infelizmente,
parece que é a fábula do momento: uma fábula cultivada de tantas revistas e
livros especializados em como “enriquecer juntos”, “o segredo das mentes
milionárias” etc, sem por um único momento, pensar que atrás da fachada de luxo
e ostentado bem estar, muitas vezes está uma tristeza que é sinal do vazio do
coração. Nada pode dar a verdadeira felicidade se não o amor que se faz dom e
não posses.
Lucas denuncia
o mau uso do dinheiro por parte de alguns à custa da miséria de tantos. Na
parábola do homem rico e do miserável Lázaro, Jesus descreve a vida terrena de
ambos: os dois extremos da sociedade.
O
rico tem um estilo de vida alto, suas roupas são das grifes mais caras, elegantes
e luxuosas. Ele usa a sua riqueza para levar uma vida cheia de prazeres. O
sentido da vida pra ele é o prazer das coisas materiais. O que o separa do
miserável
Lázaro
é apenas a porta de sua casa. Ele não acolhe o pobre. Este leva uma vida dura;
não só é desprovido de bens, mas se encontra doente e desabrigado. Seu corpo
não é coberto de roupas finas, mas de muitas feridas. Ele quer matar sua fome
com o sobejo da mesa do rico. Sua companhia são os cães sujos que se aproximam
dele para lamber-lhe as feridas. Faminto e doente, vive na sujeira das ruas.
Mas, diferentemente do rico, Jesus faz questão de lembrar o seu nome: Lázaro
(Deus ajuda). Na extrema pobreza, ele não perde a confiança, mas é convicto de
que Deus o ajuda.
Morre
o miserável, único instrumento de salvação do rico. Morre também o rico. A
morte os torna iguais. Não há como escapar dela. E a este ponto, o destino
deles se inverte completamente.
O
que é descrito sobre a vida depois da morte dos protagonistas da parábola não
quer ser uma descrição precisa da vida eterna; mas quer caracterizar a radical
diversidade entre a vida daquele que um tempo foi rico e a do que foi pobre.
Lázaro
é levado para o seio de Abraão, para o banquete festivo. Quanto ao rico, dois
elementos mostram como mudou a sua situação. Ele que vivia no luxo, agora é
rodeado de fogo e grandes tormentos. Ele que tinha a sua disposição comidas
finas e bebidas importadas, agora implora por uma simples gota d’água.
Na
vida terrena, Lázaro faminto tinha lhe pedido os restos da sua mesa sem receber
nada. Agora, é o rico que pede uma gota d’água na ponta do dedo de Lázaro e não
pode recebê-la. Tarde demais! O modo no qual empregou sua riqueza e consumou a
sua vida o reduziu a uma condição na qual sofre dor e tormento.
O
rico reconhece tanto que o modo que conduziu sua vida estava errado que queria
que Lázaro fosse avisar aos seus irmãos para mudarem de vida a fim de evitar
aquele trágico destino.
Abraão
não permite e responde: “Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem” Pra
evitar esse destino, é necessário escutar a Palavra de Deus, pois ela mostra a
vontade de Deus, a orientação para uma vida justa. Nela, é expressa a nossa
responsabilidade social com relação aos mais pobres. Mas somente seremos
capazes de praticá-la se tivermos um coração bom e aberto.
O
coração cego é endurecido pelo egoísmo e não se interessa por Deus nem pelo
próximo. Jesus nos convida sempre a tomar consciência dos verdadeiros problemas
do mundo e a atuar num empenho cristão, que não se limita a alguma esmola, mas
procura ir às causas da desigualdade, das injustiças, com obras de partilha e
de solidariedade.
Quantas
coisas supérfluas nós temos? Quanto tempo da nossa vida desperdiçamos com
coisas inúteis? Quantas coisas podemos fazer pelos mais necessitados e não o
fazemos? Ele não nos condena se usarmos coisas materiais boas, o que ele
denuncia é se isso significa egoísmo e indiferença para com os nossos irmãos
mais necessitados.
Reflexão
Apostólica:
Vivemos num mundo onde a
falta de sensibilidade diante da dor do outro é cada vez mais generalizada.
Urge reagir como cristãos.
Este texto do evangelho de
Lucas é a mais expressiva parábola quanto à denúncia da sociedade dividida, de
um lado ricos que tudo usufruem e de outro lado pobres privados dos bens
necessários à vida digna.
O cenário de fundo, com o
juizo final e a condenação do rico e a consolação do pobre aponta para a
condenação e a proposta de mudança do sistema sócio-econômico que, hoje,
garante a riqueza e o poder de uma minoria, a partir da exploração da maioria
excluída, empobrecida e sofredora. Todos, sem exclusões, são convidados a se
empenharem nesta mudança, a favor da vida.
As lições apresentadas
nesta parábola são claras e convincentes, porém os justos ou injustos receberam
suas recompensas somente no dia da ressurreição.
Na verdade esta parábola
traça um contraste entre o rico que não confiava em Deus e o pobre que nele
depositava confiança. Os Judeus criam ser a riqueza um sinal das bênçãos de
Deus pelo fato de serem descendentes de Abraão, e a pobreza indício, do seu
desagrado para com os ímpios.
O problema não estava no
fato do homem ser rico, mas sim por ser egoísta. A má administração dos bens
concedidos por Deus havia afastado os fariseus e os Judeus da verdadeira
riqueza, que é a vida eterna, esqueceram do segundo objetivo que se encerra na
lei de Deus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
Este texto evangélico
também é um dos mais fortes na argumentação de que uma vez tendo morrido,
nenhum de nós “tem permissão” de Deus para voltar a este mundo, nem que seja
para dar um bom conselho a um familiar.
Com o exemplo do rico e do
pobre Lázaro, Jesus nos revela mistérios da realidade mais presente na nossa
vida: a nossa caminhada na terra em direção ao nosso porto final, o céu.
O homem rico tinha tudo aqui na terra, vestia-se bem, comia maravilhosamente e celebrava isto todos os dias com festas esplêndidas. Assim ele se refestelava na sua própria “felicidade”.
No entanto, mesmo sabendo da existência do pobre, o rico ignorava a sua situação, e deixava-o caído à sua porta esperando que alguma coisa lhe sobrasse quando “a festa” findasse.
Se formos prestar atenção a este quadro, chegamos à conclusão que hoje isto também acontece na nossa vida guardando as devidas proporções e na medida da nossa realidade.
O que nós precisamos estar atentos (as) é que assim como o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão, que é o Céu, o rico também morreu, mas, “foi enterrado”, como nos revela Jesus. Isto para nós faz uma diferença incrível, pois nos induzi a meditar sobre a visão que temos em relação ao morrer e ao depois do morrer.
Se nós tivermos uma idéia da vida só para ser uma experiência terrena, agindo e reagindo conforme os critérios humanos, com as práticas ditadas pela mentalidade do mundo, com certeza nós iremos ser “enterrados” (as).
No entanto, se concebermos a idéia de que a nossa vivência na terra é um passaporte e passagem que nos encaminham para o Céu, porto seguro, casa do Pai, retorno à vida, aí então, com a mesma certeza, nós esperamos ser levado pelos anjos ao seio de Abraão.
Contudo, isso não depende apenas do nosso saber, ter conhecimento, mas sim, do nosso viver, do nosso conviver e do nosso participar, porque aqui na terra nós já começamos a construir esta via, através dos nossos relacionamentos pessoas com TODOS.
Não apenas com aqueles (as) que são para nós os mais queridos (as), não somente para com os “ricos”, mas também com aqueles intoleráveis, “os pobres” que são carentes de pão, mas principalmente de vida e santidade. Jesus abriu para nós um cenário real, o qual nós não podemos mais ignorar: cenário da vida na terra e depois dela.
Para onde vamos, só Deus sabe, mas nós podemos ter uma idéia, dependendo do que nós estivermos colocandoem
prática. O rico não foi enterrado porque era abastado, nem
tampouco o pobre subiu aos céus só porque era carente, mas pelas circunstâncias
em que viveram e por causa das atitudes que tomaram.
Aqui na terra nós recebemos as condições para nos apropriarmos dos “terrenos do céu”. Há, porém, uma condição imprescindível: a de partilharmos os nossos bens e dons dos nossos “terrenos da terra” com os outros moradores.
Nós sabemos que a figura do pobre sempre será uma realidade entre nós, no entanto, a sua existência é uma chance que Deus dá ao rico para bem empregar os seus bens e assim poder obter ainda muito mais para ajudar a quem precisa. No entanto, ninguém é tão pobre que não possua nada para dar nem igualmente é tão rico que não necessite partilhar com alguém a sua riqueza. Há, porém, outra coisa importante que nós precisamos ter em conta: o tempo é hoje, agora!
Não podemos esperar para quando chegar lá no nosso destino, “depois quer findar a festa”, pois há um abismo enorme e nós não podemos retroceder. Nem tampouco nós podemos de lá fazer com que aqueles que nós temos interesse que escapem possam se redimir. No entanto, Abraão falou ao rico: “Eles lá têm Moisés e os profetas, que os escutem!”
Isto vale também para nós HOJE, pois somos convocados a sermos também, profetas, com palavras, atos e sem omissão. Quando abrimos os olhos e os ouvidos para apreender os ensinamentos de Jesus, nós também assumimos o compromisso com a verdade e nos tornamos mensageiros do céu aqui na terra.
Quais os bens que você tem recebido na vida? Você os tem partilhado com os “pobres” que se encontram à sua porta? Como é a sua vida: você tem recebido mais bens ou mais feridas? Qual é a idéia que você tem da vida após a vida aqui na terra? Você tem aberto os olhos das pessoas da sua família para isso?
O homem rico tinha tudo aqui na terra, vestia-se bem, comia maravilhosamente e celebrava isto todos os dias com festas esplêndidas. Assim ele se refestelava na sua própria “felicidade”.
No entanto, mesmo sabendo da existência do pobre, o rico ignorava a sua situação, e deixava-o caído à sua porta esperando que alguma coisa lhe sobrasse quando “a festa” findasse.
Se formos prestar atenção a este quadro, chegamos à conclusão que hoje isto também acontece na nossa vida guardando as devidas proporções e na medida da nossa realidade.
O que nós precisamos estar atentos (as) é que assim como o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão, que é o Céu, o rico também morreu, mas, “foi enterrado”, como nos revela Jesus. Isto para nós faz uma diferença incrível, pois nos induzi a meditar sobre a visão que temos em relação ao morrer e ao depois do morrer.
Se nós tivermos uma idéia da vida só para ser uma experiência terrena, agindo e reagindo conforme os critérios humanos, com as práticas ditadas pela mentalidade do mundo, com certeza nós iremos ser “enterrados” (as).
No entanto, se concebermos a idéia de que a nossa vivência na terra é um passaporte e passagem que nos encaminham para o Céu, porto seguro, casa do Pai, retorno à vida, aí então, com a mesma certeza, nós esperamos ser levado pelos anjos ao seio de Abraão.
Contudo, isso não depende apenas do nosso saber, ter conhecimento, mas sim, do nosso viver, do nosso conviver e do nosso participar, porque aqui na terra nós já começamos a construir esta via, através dos nossos relacionamentos pessoas com TODOS.
Não apenas com aqueles (as) que são para nós os mais queridos (as), não somente para com os “ricos”, mas também com aqueles intoleráveis, “os pobres” que são carentes de pão, mas principalmente de vida e santidade. Jesus abriu para nós um cenário real, o qual nós não podemos mais ignorar: cenário da vida na terra e depois dela.
Para onde vamos, só Deus sabe, mas nós podemos ter uma idéia, dependendo do que nós estivermos colocando
Aqui na terra nós recebemos as condições para nos apropriarmos dos “terrenos do céu”. Há, porém, uma condição imprescindível: a de partilharmos os nossos bens e dons dos nossos “terrenos da terra” com os outros moradores.
Nós sabemos que a figura do pobre sempre será uma realidade entre nós, no entanto, a sua existência é uma chance que Deus dá ao rico para bem empregar os seus bens e assim poder obter ainda muito mais para ajudar a quem precisa. No entanto, ninguém é tão pobre que não possua nada para dar nem igualmente é tão rico que não necessite partilhar com alguém a sua riqueza. Há, porém, outra coisa importante que nós precisamos ter em conta: o tempo é hoje, agora!
Não podemos esperar para quando chegar lá no nosso destino, “depois quer findar a festa”, pois há um abismo enorme e nós não podemos retroceder. Nem tampouco nós podemos de lá fazer com que aqueles que nós temos interesse que escapem possam se redimir. No entanto, Abraão falou ao rico: “Eles lá têm Moisés e os profetas, que os escutem!”
Isto vale também para nós HOJE, pois somos convocados a sermos também, profetas, com palavras, atos e sem omissão. Quando abrimos os olhos e os ouvidos para apreender os ensinamentos de Jesus, nós também assumimos o compromisso com a verdade e nos tornamos mensageiros do céu aqui na terra.
Quais os bens que você tem recebido na vida? Você os tem partilhado com os “pobres” que se encontram à sua porta? Como é a sua vida: você tem recebido mais bens ou mais feridas? Qual é a idéia que você tem da vida após a vida aqui na terra? Você tem aberto os olhos das pessoas da sua família para isso?
Propósito:
Pai, não permitas
que nada neste mundo me impeça de ver o sofrimento de meu próximo e fazer-me
solidário com ele
Nenhum comentário:
Postar um comentário