07 - Confiemo-nos ao glorioso São José, guia
e mestre da vida espiritual, modelo
inalcançável de
vida interior e escondida. (S 226). SÃO JOSE MARELLO
Mateus 9,14-15
Aproximaram-se
de Jesus os discípulos de João e perguntaram: "Por que jejuamos, nós e os
fariseus, ao passo que os teus discípulos não jejuam?" Jesus lhes
respondeu: "Acaso os convidados do casamento podem estar de luto enquanto
o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo lhes será tirado. Então
jejuarão.
Meditação:
O evangelho de hoje
nos fala da presença. A presença de Deus no Antigo Testamento quando Isaias nos
assegura que somente temos que invocá-la para que se faça presente e a presença
de Jesus na comunidade que deve suscitar a alegria. Quando essa presença
faltar, teremos que assumir outra atitude, mas deixemos para quando esse
momento chegar.
Os
discípulos de João, atrelados aos dos fariseus, ficavam incomodados com o
comportamento dos discípulos de Jesus no tocante à prática do jejum. Ao
supervalorizar este ato de piedade, imaginavam estar dando mostras de santidade
e de seriedade de vida. Não acontecendo o mesmo com o grupo de Jesus, concluíam
faltar-lhes profundidade. Quiçá os considerassem levianos e desregrados.
Estas
considerações não chegaram a influenciar a pedagogia de Jesus, no trato com os
discípulos. Servindo-se da metáfora da festa de casamento, estabeleceu uma
clara distinção entre o tempo de alegrar-se e o tempo de jejuar.
O
primeiro corresponderia ao tempo de sua presença, qual um noivo, junto dos que
escolhera para estar consigo. Seria o tempo de festejar, comemorar, desfrutar
de uma presença tão querida.
O
segundo diz respeito ao tempo de sua ausência, a ser consumada por meio da
morte de cruz. Figurativamente, seria o tempo da ausência do noivo, no qual
todos se preparam para sua chegada, e se privam de alimentos, em vista do
banquete que será oferecido.
Portanto,
os discípulos não jejuavam simplesmente pelo fato de terem ainda Jesus junto de
si. O tempo em que o esposo lhes seria tirado estava se aproximando. Aí, sim, o
jejum seria uma exigência, em vista de preparar-se para acolher a segunda vinda
do
Senhor.
A passagem
evangélica de hoje descreve o banquete que Mateus, o publicano,
ofereceu a Jesus e a seus discípulos por causa do convite que o Mestre lhe tinha
feito para segui-lo. Senhor.
Os fariseus, nos versículos 11-13, criticam-no por sentar à mesa com pecadores; os vv. 14-15 tocam no tema do jejum. Entretanto, os interlocutores de Jesus já eram outros. Na passagem de hoje, são os “discípulos de João” que substituem os fariseus.
Estranham que Jesus e seus discípulos não jejuem como eles mesmos o fazem, de uma maneira rigorosa que supera amplamente as observâncias judaicas relativas aos jejuns.
A resposta de Jesus evidencia que os discípulos de João Batista não haviam descoberto ainda em Jesus o “noivo” messiânico. Porque, se tivessem levado isso em conta, teriam compreendido que de agora em diante o jejum não teria o mesmo significado.
Ele
quis dizer aos discípulos de João Batista, e todos aqueles que ainda estavam
presos ao passado que, jejum é feito em casos específicos, quando queremos
servir melhor a Deus, quando estamos passando por tribulações, perseguições,
doenças e calamidades, nos arrependimentos de pecados por nós e pelo povo, e
conversões em massa.
Alías,
Jejum, oração e boas obras são mencionados frequentemente por ambos judeus e
cristãos. Oração não fica a frente do jejum, e boas obras, independente deles,
mas como algo que os liga de dentro. O mais completo entendimento da oração é
particularmente oferecido em conexão com o jejum.
Quando
nós olhamos o que é dito sobre a oração, e como ela é definida, nós podemos ver
que a ênfase é naturalmente mais no estado do coração e alma que no corpo, como
possível expressão da oração em geral.
Segundo
são João Damasceno: “Oração é a subida da mente e do coração de alguém a Deus
ou o pedido das boas coisas de Deus”.
Primariamente,
a conversa com Deus como atividade espiritual é enfatizada. Todavia, há também
a prática e a experiência de que não apenas pensamentos, conversa e atos
espirituais por si só estão inclusos na oração, mas também é o corpo.
A
oração torna-se mais completa por meio do corpo e do movimento, que acompanha
as palavras da oração. O corpo e seu movimento tornam a oração mais completa e
expressiva para que ela possa mais facilmente envolver a pessoa inteira.
A
unificação do corpo e da alma na oração é particularmente manifestada em jejuar
e orar. O jejum físico torna a oração mais completa. Uma pessoa que jejua reza
melhor e uma pessoa que reza, jejua mais facilmente. Desta forma, a oração não
permanece somente uma expressão ou palavras, mas cobre o ser humano inteiro.
O
jejum físico é uma admissão para Deus diante dos homens que alguém não pode
fazer sozinho e necessita de ajuda. Uma pessoa experimenta sua impotência mais
facilmente quando ela jejua, e por isso, por meio do jejum físico, a alma está
mais aberta a Deus. Sem jejum, nossas palavras na oração permanecem sem uma
fundação verdadeira.
No
Antigo Testamento, os crentes jejuavam e rezavam individualmente, em grupos e
em várias situações da vida. Por causa disso, eles sempre experimentavam a
ajuda de Deus. Jesus confere uma força especial ao jejum e a oração,
especialmente na batalha contra os espíritos do mal.
O
jejum é um tipo de penitência no qual abrimos mão de algo que nos agrada, e
oferecemos esse “sacrifício” por alguma boa intenção. E aqui entra um detalhe:
só Deus precisa saber desse jejum! Não precisa sair por aí se gabando de
jejuar, ou se mostrando abatido por causa do jejum! Pelo contrário, o
verdadeiro jejum é feito escondido, para que somente o nosso Deus, que vê o que
está escondido, tome conhecimento.
No
evangelho de hoje, Jesus justificou que os seus discípulos não estavam em jejum
porque Ele próprio estava presente, e isso era motivo de festa! E festa não
combina com jejum! Chegaria o dia em que Jesus não estaria mais com eles. E aí sim,
eles jejuariam. Querendo, pois fazer uma caminhada de penitência, sigamos.
Reflexão Apostólica:
Deus conhece o nosso coração e sabe das nossas
motivações, portanto quando jejuamos devemos fazê-lo com muita disposição e por
amor, sem lamentos nem justificativas.
Jesus Cristo veio dar sentido a todas as nossas ações,
assim, Ele nos ensina a praticar os atos religiosos de coração, e não por obrigação.
Há momentos na nossa vida que não nos cabe jejuar nem fazer sacrifícios, mas
sim aproveitar a ocasião que nos é oferecida. De que adianta para nós o jejum se o nosso coração não está contrito no sacrifício? Um coração ressentido, vingativo, revoltado não consegue amar nem fazer nada por amor. Para os cristãos o jejum deve ter um significado de vida e de alegria.
Deve haver uma razão de ser para o jejum. Não nos basta jejuar somente por jejuar, sem um motivo que toque o nosso coração. Os discípulos de Jesus partilhavam com Ele de todos os eventos com alegria e submissão à Sua vontade e aos Seus ensinamentos. Eles estavam perto de Jesus e usufruíam da Sua presença e da Sua companhia, portanto, não tinham clima para jejuar, nem precisavam disso.
Há que se ter uma causa nobre e sincera para que nós pratiquemos o jejum e o sacrifício.
Quando você jejua você se sente em paz? Você gosta de mostrar aos outros que está jejuando? O que Jesus acha do seu jejum? Você é uma pessoa que sabe curtir o momento presente como um presente de Deus?
Hoje somos convidados à alegria; é assim que
devemos estar na Quaresma, tempo que tradicionalmente adornamos a
espiritualidade com penitências e jejuns. Na primeira sexta da Quaresma, dia
penitencial, a liturgia nos apresenta Jesus defendendo seus discípulos que não
jejuam; é um convite a buscar o sentido mais profundo de nossos "jejuns e
abstinências".
Por um lado poderemos permanecer nos sinais externos e seguir com nossos ritos, sem refletir muito, o que é mais seguro, é mais fácil; ou procuramos nos tornar mais conseqüentes e buscar no amor e na justiça a vontade de Deus: abrir prisões injustas, libertar oprimidos, romper barreiras, partilhar o pão com quem tem fome, hospedar os sem teto, vestir o desnudo, não nos fechar e procurar que chegue a luz e a glória de Deus ao mundo. Deixemos de lado nossa vaidade para que este jejum nos leve a sermos realmente autênticos e verdadeiros cristãos.
Por um lado poderemos permanecer nos sinais externos e seguir com nossos ritos, sem refletir muito, o que é mais seguro, é mais fácil; ou procuramos nos tornar mais conseqüentes e buscar no amor e na justiça a vontade de Deus: abrir prisões injustas, libertar oprimidos, romper barreiras, partilhar o pão com quem tem fome, hospedar os sem teto, vestir o desnudo, não nos fechar e procurar que chegue a luz e a glória de Deus ao mundo. Deixemos de lado nossa vaidade para que este jejum nos leve a sermos realmente autênticos e verdadeiros cristãos.
Hoje é o dia esta é a hora da prática do
jejum. Abrindo mão de certos prazeres, ou até oferecendo as nossas dores e
sofrimentos a Deus, a fim de que Ele amenize o sofrimento nosso ou de outras
pessoas.
Propósito:
Pai, desejo preparar-me bem para celebrar a Páscoa, tempo de reencontro com o Ressuscitado. Que o jejum me predisponha, do melhor modo possível, para este momento.
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