22 de março - São José
nos ensine o modo de cuidar de nossos alunos, aliás, seja ele mesmo o seu
Cuidador. (L 170). São Jose Marello
João 10,31-42
"Então eles tornaram a pegar pedras para matar Jesus. E ele disse: - Eu
fiz diante de vocês muitas coisas boas que o Pai me mandou fazer. Por causa de
qual delas vocês querem me matar? Eles responderam: - Não é por causa de
nenhuma coisa boa que queremos matá-lo, mas porque, ao dizer isso, você está
blasfemando contra Deus. Pois você, que é apenas um ser humano, está se fazendo
de Deus. Então Jesus afirmou: - Na Lei de vocês está escrito que Deus disse:
"Vocês são deuses." Sabemos que as Escrituras Sagradas sempre dizem a
verdade, e sabemos que, de fato, Deus chamou de deuses aqueles que receberam a
sua mensagem. Quanto a mim, o Pai me escolheu e me enviou ao mundo. Então por
que vocês dizem que blasfemo contra Deus quando afirmo que sou Filho dele? Se
não faço o que o meu Pai manda, não creiam
Estamos próximos da Semana Santa, em
que comemoraremos e atualizaremos a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
Nos capítulos
Desde a quarta semana da Quaresma, os
textos dos evangelhos diários são tirados exclusivamente do Evangelho de João,
dois capítulos que sublinham a tensão dramática entre revelação progressiva, de
um lado, que Jesus apresenta do mistério do Pai que o preenche completamente, e
do outro o fechamento progressivo por parte dos judeus que se tornam cada vez
mais impenetráveis à mensagem de Jesus.
Ante o interrogatório oficial, Jesus define a si mesmo como Filho de Deus,
consagrado pelo Pai por meio do Espírito para uma missão salvadora.
Ele cumpre a missão salvadora de
Deus; por isso sua atividade é igual ao Pai. As mãos de Jesus, que curam,
levantam, perdoam, acariciam, são as do Pai, cujo amor comunica vida ao ser
humano. Jesus não ensina doutrinas sobre Deus, mas mostra com gestos concretos
quem é através de sua ação libertadora.
O aspecto trágico deste fechamento é
que é feito em nome da fidelidade a Deus. Eles rejeitam Jesus em nome de
Deus.
Esta maneira que João tem de apresentar
o conflito entre Jesus e as autoridades religiosas não é só algo que aconteceu
no passado.
É também um espelho que reflete o que acontece também hoje. Em nome de Deus,
algumas pessoas se transformam em bombas e matam outras pessoas.
Em nome de Deus nós membros das três religiões
do Deus de Abraão, judeus, cristãos e muçulmanos, nos condenamos mutuamente,
lutamos entre nós, ao longo da história.
Entre nós o ecumenismo é difícil, e ao mesmo tempo necessário. Em nome de Deus
foram cometidos muitos erros e continuamos a cometê-los ainda hoje. A Quaresma
é um tempo importante para parar e se perguntar: que imagem de Deus mora em meu
ser?
Os judeus preparam pedras para matar Jesus e Jesus pergunta:"Eu fiz diante
de vocês muitas coisas boas que o Pai me mandou fazer. Por causa de qual delas
vocês querem me matar? Eles responderam: - Não é por causa de nenhuma coisa boa
que queremos matá-lo, mas porque, ao dizer isso, você está blasfemando contra
Deus." Querem matar Jesus porque blasfema. A lei ordenava apedrejar estas
pessoas.
A Bíblia chama todos Filho de Deus. Eles querem matar Jesus porque afirma ser
Deus. Jesus responde citando a mesma lei de Deus: "Na Lei de vocês está
escrito que Deus disse: "Vocês são deuses." Sabemos que as Escrituras
Sagradas sempre dizem a verdade, e sabemos que, de fato, Deus chamou de deuses
aqueles que receberam a sua mensagem. Quanto a mim, o Pai me escolheu e me
enviou ao mundo. Então por que vocês dizem que blasfemo contra Deus quando afirmo
que sou Filho dele?"
Estranhamente Jesus afirma: "na lei de vocês". Deveria ter
afirmado: "na nossa lei". Por que fala deste modo? Aqui aparece
novamente a trágica divisão entre judeus e cristãos, irmãos, filhos do mesmo
pai Abraão, que se tornaram inimigos irremediáveis até ao ponto que os cristãos
afirmam "a lei de vocês", como se não fosse a nossa lei.
Os dirigentes judaicos respeitam
Deus da boca para fora, mas na realidade são opressores do povo. Há dois
projetos opostos: o da vida e o da morte.
O projeto do Deus-amor que produz vida
e o dos dirigentes cuja atividade, o ódio, produz morte. Jesus não tem outro
certificado para mostrar que é Filho de Deus além de suas obras.
Jesus fala novamente das obras que realiza e que são a revelação do Pai. "Se
não faço o que o meu Pai manda, não creiam
"A essa altura tentaram novamente prendê-lo, mas Jesus escapou das mãos
deles." Ninguém tirará sua vida antes que Ele tenha decidido livremente
entregá-la.
Não houve nenhum sinal de
conversão. Eles continuam a dizer que Jesus blasfema e insistem
A morte dele já foi decidida, mas ainda
não chegou sua hora. "Ele voltou de novo para o lado leste do rio Jordão,
foi para o lugar onde João Batista tinha batizado antes e ficou lá. "
Aponta, assim, a continuidade de
sua missão com a missão de João. Ajuda as pessoas a tomarem consciência da
linha de ação de Deus na história. As pessoas reconhecem em Jesus aquele que
João tinha anunciado.
Os judeus condenam Jesus em nome de Deus, em nome da imagem que tem de Deus. Condenei
alguma vez alguém em nome de Deus e depois descobri que eu estava errado? Jesus
se problema "Filho de Deus". Quando professo no Creio que Jesus é o
Filho de Deus, qual é o conteúdo que dou a esta minha profissão de fé?
Reflexão
Apostólica:
A Igreja dá muita ênfase à missão evangelizadora do cristão, à necessidade e
obrigação que temos de levar a Palavra de Deus até onde nos for possível.
O acolhimento da Palavra é essencial para desenvolvermos nossa fé. "Deus
chamou de deuses aqueles que receberam a sua mensagem."
O sinal efetivo de nossa fé se reflete nas obras que realizamos, que brotam
segundo os critérios divinos, nos identificando como criaturas semelhantes a
Deus. "Na Lei de vocês está escrito que Deus disse: 'Vocês são deuses.' "
A verdadeira fé nos induz à disponibilidade a Deus, semelhante a de Maria na
Anunciação do Anjo, tornando-nos instrumentos para Sua ação junto aos nossos
irmãos.
Deus sempre age através dos homens, mas nós só teremos méritos quando nos
colocamos conscientemente disponíveis à sua ação.
Creio que, ao final de tudo, o que fazemos ou despendíamos em prol da
construção do Reino de Deus deve se resumir em fazer que outros creiam e também
conheçam a verdade que liberta.
Se isso for a síntese do que é ser um discípulo missionário devemos, portanto,
ter em mente que se fizermos o que for possível, sem medir esforços para que
aconteça, o Espírito Santo que habita em nós e que da testemunho que tudo isso
é verdade, se manifestará e fará assim resplandecer Deus de nós para o irmão.
Em outras palavras: Somente refletindo Jesus conseguiremos convencer da
verdade. “(…) Ele voltou de novo para o lado leste do rio Jordão, foi para o
lugar onde João Batista tinha batizado antes e ficou lá. E muita gente ia
vê-lo, dizendo: – ‘João não fez nenhum milagre, mas tudo o que ele disse sobre
Jesus é verdade’“.
Quando aceitamos o chamado trino (profeta, rei e sacerdote) em prol do irmão
estamos cientes que estaremos pondo nossa “cara à tapa” para os julgamentos,
acusações e também aos elogios das pessoas.
Também é um fato que passaremos a ser também tentados no limite das forças para
que também o reneguemos três vezes ou mais.
Teremos que enfrentar a nossa
própria falta de fé, nossos questionamentos e pouca confiança ao não perceber ou
receber de volta os testemunhos confirmando tudo o que aconteceu. Mas nada
disso deve nos esmorecer. Não é motivo para se perder a fé.
Toda essa fala inicial vem de encontro com a mensagem implícita no evangelho de
hoje. Jesus sendo Deus e mesmo declarando abertamente essa divindade é ameaçado
de apedrejamento. Se com Jesus isso foi possível, por que não acontecia o mesmo
conosco?
Vivemos hoje um tempo em que a falta de fé em alguns segmentos talvez seja
ainda maior que no tempo de Jesus. Vemos jovens cada vez mais distantes de Deus
e de suas famílias; cada vez mais pais temem exercer a paternidade ou a
maternidade responsável e em virtude disso e de outros fatores quantos se
voltam contra a igreja, contra a fé, contra Deus.
Deus, em sua infinita sabedoria, nos convida a fazer “propaganda” do seu amor
para que outros também ganhem a vida, mas essa missão como já falamos, só tem
efeito se a pedagogia do amor de Jesus conseguir MUDAR A NÓS MESMOS. Não dá pra
convencer ninguém se a própria pessoa não conseguir acreditar.
Equivocamos - nos quando nos apegamos aos milagres e curas como “cabos
eleitorais” de Deus, pois como o próprio texto narra, João Batista não operou
milagres, mas tudo que falou de Jesus convenceu que era verdade. Lembre-se que
leprosos foram curados e quantos voltaram?
Novamente enfatizo: Já que nossa missão é buscar quem se perdeu, ALGO
PRIMEIRAMENTE DEVE MUDAR
Cada um de nós, criado à imagem e semelhança de Deus, tem como sentido de vida
fazer obras e viver de acordo com esta condição de criaturas perfeitas, porém
seres humanos.
Errar é um direito que o homem tem pela sua própria condição frágil, e aceitar esse
erro é um dever, pois só Deus não erra.
Jesus foi o único Homem e também Deus. Ele não errou nunca, nunca pecou e nem
cometeu faltas, mas só Ele teve esta condição.
Precisamos ter consciência de que somos
frágeis, fracos e que podemos errar sim.
Assumir o próprio erro é a virtude da
humildade. O orgulho de achar que somos perfeitos e que não erramos nunca nos
deixa cegos e, então, tropeçamos e caímos.
Jesus, que é Deus, quando estava carregando o peso do orgulho da humanidade na
Cruz, caiu para não permitir que o último tropeço dos homens fosse eterno!
Neste momento, a queda de Deus Homem é transformada no único degrau para o
homem chegar a Deus.
Edifique, construa, cuide, agregue,
projete, coordene, levante, (…). Gestos concretos atraem mais que apenas
palavras.
As boas obras decorrentes de nossa fé são elementos importantes de
evangelização, servindo de testemunho às nossas palavras, o que levou os
contemporâneos de Jesus a afirmarem convictamente: "João não fez nenhum
milagre, mas tudo o que ele disse sobre Jesus é verdade."
Propósito: Tornar
presente o evangelho de Jesus, como forma de demonstrar que
O sigo.
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