27 outubro - Portanto, cada momento que passa é uma nova oportunidade que devemos aproveitar e da qual, um dia, deveremos prestar contas a Deus; por isso, cada minuto que vai sendo marcado no relógio pode marcar no tempo o instante solene do qual depende o nosso destino eterno. ( L 52). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 12,54-59
58Quando, pois, tu vais com o teu adversário apresentar-te diante
do magistrado, procura resolver o caso com ele enquanto estais a caminho. Senão
ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao guarda, e o guarda te jogará na
cadeia. 59Eu te digo: daí tu não sairás, enquanto não pagares o último
centavo”.
A
capacidade profética de ler os sinais dos tempos deveria ser uma das qualidades
que mais identifica o cristão no seguimento de Jesus Cristo.
Segui-Lo
implica aprender, estar disposto a aprender sempre e a configurar-se como novo
ser que nasce da experiência pascal.
Ao mesmo tempo exige que valorizemos o momento presente, esse precioso
instante, porque nele Deus se manifesta de maneira extraordinária; e se não
tivermos a mente clara e o olhar atento, perdemos essa possibilidade de
encontro com o Deus que cria, mantém e defende a vida.
Precisamos
ter presente que nos acontecimentos do cotidiano é possível descobrir o que
Deus quer nos revelar. Isso, porém, significa redobrar a atenção e não dormir a
ponto de deixar passar este tempo significativo em nossas vidas.
Deus
é comunicação. Continuamente emite sinais que devem ser interpretados por nós.
Sua vontade se apresenta aos poucos e em diversos tempos.
Assim
olhando para as necessidades dos homens de hoje, deveremos explicar-lhes a
lição perene da Novidade de Cristo. Jesus nos adverte: Sabeis distinguir os
aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente?
Reflexão Apostólica:
Jesus
nos ensina a dar valor ao tempo presente da nossa vida e nos mostra que as
revelações do Pai também se manifestam por meio dos fatos e dos acontecimentos
do nosso dia a dia.
Assim
como nós percebemos as mudanças climáticas, as rotações das estações do ano, e
detectamos se vem chuva ou sol, nós também precisamos estar atentos aos sinais
de Deus para interpretar o tempo presente da nossa vida.
Portanto,
o nosso momento presente é também um presente de Deus para nós, porque
representa uma chance que temos para pôr em prática, concretamente, o que o
Senhor nos ensina na Sua Palavra.
“Interpretar
o tempo presente” é fazer uma reflexão do modo como nós estamos vivendo, das
ações que estamos praticando, da justiça ou injustiça que estamos promovendo
diante dos nossos irmãos.
Nós
só temos um tempo para tomar decisão: é o tempo presente. Se não avaliarmos
agora, a nossa vida, talvez mais tarde já não tenhamos tempo para
arrependimento.
O
Espírito Santo quer dar a melhor direção e, além do mais, Deus deve estar
querendo construir em nós, um homem ou uma mulher novos, acrisolados e
purificados.
O
que tem acontecido no mundo no tempo presente? Você tem percebido os
sinais do tempo? Você tem procurado tempo para meditar sobre a sua existência à
Luz de Deus? Os acontecimentos da sua vida presente têm tido algum
significado para você? Qual é para você a perspectiva do seu futuro em relação
ao que você tem vivenciado no tempo presente? Você sabia que a dor com
Jesus, se transforma em amor?
Portanto,
Jesus repreende os seus contemporâneos, que sabem distinguir os sinais
meteorológicos, mas não o sinal que Ele mesmo é: o Filho Unigênito enviado pelo
Pai para salvação de todos.
Saber
fazer previsões do tempo, analisando os dados da meteorologia, implica uma
atenção interessada. Se não estivermos realmente interessados e atentos para
nos darmos conta da importância do tempo como tempo para exercer a justiça e a
caridade, corremos sério risco.
Há
que reconciliar-se radicalmente com aqueles com que estamos em conflito. Caso
contrário, podemos cair no redemoinho do não-perdão, donde não sairemos sem
danos.
É
na história que podemos compreender as intenções de Deus, e não fora dela. Daí
a atenção que devemos dar aos sinais dos tempos. Deus atua dentro do tempo. É
também no tempo que responde às nossas interrogações. Quantas vezes Lhe fazemos
perguntas na oração, e encontramos as respostas na vida.
Um
dos sinais do nosso tempo é a chamada globalização, em que passamos de um mundo
dividido e fragmentado, àquilo a que M. McLuhan chamou de a «aldeia global».
Para
isso, todos os homens de boa vontade, e particularmente nós, os crentes,
havemos de superar a tentação do individualismo, que fragmenta, e dar espaço à
unificação da nossa pessoa, e à união entre os homens.
A
chave que temos ao alcance da mão, para contribuirmos para a unidade entre os
homens, é procurar tudo o que une e deixar de parte tudo o que divide como
dizia e fazia João XXIII.
Muitas
vezes nós, como os conterrâneos de Jesus, temos um coração duro. Não sabemos
olhar em profundidade e não descobrimos, ou não queremos descobrir, o sentido
dos acontecimentos; inclusive, olhamos para o outro lado se o que vemos nos
compromete.
A
exigência de Jesus aponta para a necessidade de colocar todas as nossas
capacidades e qualidades para fazer desta humanidade uma verdadeira morada de
Deus.
Hoje temos que experimentar a Deus na história de uma maneira distinta:
trabalhar livremente no cumprimento de sua vontade; nessa mesma liberdade que
me permite ser escolhido por Ele.
Não
podemos deixar de experimentar a presença libertadora e salvifica de Deus na
realidade histórica, na vida da comunidade e na vida dos seres humanos.
Propósito:
Pai, corrige a negligência que me impede de entregar-me
inteiramente à ti, sem demora. Torna-me hábil para as coisas do teu Reino! Cura
a minha cegueira, Senhor, e dá-me a luz do teu Espírito para ver a profundidade
das pessoas.
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