13 OUTUBRO - E depois, depois, depois... aquilo que a Providência quiser!
Porque com estes benditos “depois” acabamos por fazer violência às leis
providenciais que governam os acontecimentos; e isso não fica bem, mesmo que
seja por passatempo. (L 53). São Jose Marello
Leitura do
santo Evangelho segundo São Lucas 11,15-26
"A multidão ficou
admirada, mas alguns disseram:
- É Belzebu, o chefe dos
demônios, que dá poder a este homem para expulsar demônios.
Outros, querendo conseguir
alguma prova contra Jesus, pediam que ele fizesse um milagre para mostrar que o
seu poder vinha de Deus. Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse:
- O país que se divide em
grupos que lutam entre si certamente será destruído; a família que se divide em
grupos que lutam entre si também será destruída. Se o reino de Satanás tem
grupos que lutam entre si, como continuará a existir? Vocês dizem que é Belzebu
que me dá poder para expulsar demônios. Mas, se é assim, quem dá aos seguidores
de vocês o poder para expulsar demônios? Assim, os seus próprios seguidores
provam que vocês estão completamente enganados. Na verdade, é pelo poder de
Deus que eu expulso demônios, e isso prova que o Reino de Deus já chegou até
vocês.
- Quando um homem forte e
bem armado guarda a sua própria casa, tudo o que ele tem está seguro. Mas,
quando um homem mais forte o ataca e vence, leva todas as armas em que o outro
confiava e reparte tudo o que tomou dele.
- Quem não é a meu favor é
contra mim; e quem não me ajuda a ajuntar está espalhando.
Jesus continuou:
- Quando um espírito mau sai
de alguém, anda por lugares sem água, procurando onde descansar, mas não encontra.
Então diz: "Vou voltar para a minha casa, de onde saí." Aí volta e
encontra a casa varrida e arrumada. Depois sai e vai buscar outros sete
espíritos piores ainda, e todos ficam morando ali. Assim a situação daquela
pessoa fica pior do que antes."
Meditação:
O
evangelho de hoje traz uma longa discussão em torno da expulsão de um demônio
mudo que Jesus acabava de realizar diante do povo.
Jesus
estava expulsando demônios. Diante deste fato bem visível, realizado diante de
todos, houve três reações diferentes: O povo ficou admirado, aplaudiu. Outros
diziam: "É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os
demônios". O evangelho de Marcos informa que se tratava dos escribas que
tinham vindo de Jerusalém para controlar a atividade de Jesus (Mc 3,22). Outros
ainda pediam um sinal do céu, pois não se convenceram diante do sinal tão
evidente da expulsão realizada diante de todo o povo.
A
cura do endemoninhado mostra que a ação de Jesus consiste em libertar o homem
da alienação que o impede de falar. A ação de Jesus testemunha a chegada do
Reino de Deus, pois para vencer Satanás é preciso ser mais forte do que ele.
Mas Jesus é, ao mesmo tempo, a presença da salvação e do julgamento: quem não
age com Jesus, torna-se adversário.
Jesus
expulsa os demônios com a força de Deus. O “dedo de Deus” é símbolo de sua
força. Quando Moisés provocou as pragas do Egito, diziam os adivinhos dos egípcios:
“O dedo de Deus está aqui” (Êxodo 8,15).
Para
Deus, basta mover seu dedo para que surjam obras imponentes. O céu é obra dos
dedos de Deus (Salmo 8,4). O triunfo sobre o domínio de Satã com o poder de
Deus que age em Jesus, mostra que já chegou o reino de Deus, embora ainda não
se tenha desenvolvido plenamente. Já se inaugurou o tempo da salvação. O reino
de Deus já obteve a vitória sobre o de Satã. Disso são sinais as expulsões de
demônios.
O
combate messiânico leva cada um a optar por Cristo ou contra ele. Não se tolera
neutralidade. Tomar partido é inevitável. O demônio expulso se comporta como um
homem que foi tirado de sua casa. O relato tem caráter de parábola.
O
que escapou do senhorio de Satã, nem por isso deve pensar que é inexpugnável e completamente
seguro. O estado final de uma pessoa que se converteu, se não persevera como
tal, pode ser pior que o anterior à conversão.
Não
podemos nos deixar dividir porque assim estaremos trabalhando contra nós
mesmos. Por isso, Jesus hoje nos adverte: “todo reino dividido contra si mesmo
será destruído”. Por mais segurança que tenhamos na realização de um projeto,
tudo poderá ruir se permitirmos que haja divisões entre aqueles que o
executam.
Isto
vale para todos os empreendimentos da nossa vida: familiares, sociais,
espirituais. O homem foi feito para ter relacionamentos saudáveis. Aquele, que
está em paz com os seus irmãos e irmãs está em paz com Deus e consigo mesmo.
Precisamos
estar atentos às nossas ações para sabermos a quem estamos servindo. Podemos
dizer que estamos fazendo alguma coisa em Nome de Deus e na realidade, estarmos
servindo ao demônio.
Tudo
o que fizermos para o bem do próximo, de coração e por amor a Deus, com
certeza, estaremos fazendo em função do reino dos céus. Mas, aquilo que
fizermos em função de nós mesmos ou para atender apenas aos nossos interesses
egoístas, estará passível de fracasso e corre o risco de que chegue alguém mais
forte do que nós e apanhe o que possuímos para dividir com outros e assim o
nosso reino estará destruído.
O
reino de Deus chega para quem está com Jesus e segue os Seus ensinamentos. O
homem precisa ter o seu pensamento e a sua mente, ocupados com as coisas de
Deus.
Não
podemos aceitar ficar vagando no nada, porque assim estaremos deixando a casa arrumada
para que o mal se estabeleça. Jesus diz que quem acredita que é pelo dedo de
Deus que Ele faz os milagres, esse tem fé e o reino dos céus chegou para ele.
Estar
com Jesus é deixar-se guiar completamente pelos Seus ensinamentos através do
poder do Espírito e não permitir a intrusão de qualquer idéia ou pensamento que
venha do inimigo.
Em
nome de quem você tenta fazer as coisas? Você não tem se equivocado nos
seus projetos pensando que é pelo dedo de Deus que você quer conseguir as
coisas? - Existe dentro de você algo que possa estar dividindo o seu modo de
pensar com Deus ou com o inimigo de Deus? Você se sente interiormente
preenchido pelo poder do Espírito Santo? Com que você tem alimentado
o seu espírito?
Hoje,
o evangelho fala-nos da luta entre Jesus e o demônio, uma luta que se trava no
mais íntimo do homem. Nós sabemos que fomos libertados do pecado e do demônio
pela graça de Deus e pelo Batismo e, no decurso da vida, pelo sacramento da
Reconciliação. Mas observa-se, nos nossos dias, tantas vezes fortemente
críticos e até agressivos a tudo o que tenha a ver com o sobrenatural, a um
renascer de crenças no mundo dos demônios.
Vão
até surgindo, por aqui e por ali, grupos que se dedicam a práticas satânicas.
Há quem cultive inúteis medos e quem, pura e simplesmente, ironize sobre o
tema. Mas temos a certeza de que «pela mão de Deus» (Lc 11, 20), isto é, pelo
poder do Altíssimo, Jesus, vivo na Palavra e nas realidades sacramentais da
Igreja, continua a alcançar vitória sobre o Maligno. Quem estiver da parte de
Cristo, e viver unido a Ele, nada tem a temer. Satanás está «bem armado», mas
Deus é bem «mais forte» (Lc 11, 23).
Só
pela fé e pela oração, expressão da nossa fé, podemos resistir-lhe. Acreditar
que Jesus aceitou tornar-se «maldição suspensa no madeiro da cruz» (cf. Gl 3,
13), e pedir a graça de ser por Ele fortificados e salvos, é a nossa garantia.
«Agora é que o dominador deste mundo vai ser lançado fora», disse Jesus.
«Quando for levantado da terra, atrairei todos a mim» (Jo 12, 31-32).
É, pois, fixando o olhar em Cristo, crucificado e ressuscitado, que veremos abrirem-se para nós horizontes de paz. Pelo contrário, todas as nossas obras, que não sejam vivificadas e fortalecidas pelo Espírito, por meio da fé, tornam-se terreno propício para as artes do Maligno.
Num
mundo que nos enche de angústias e nos torna muitas vezes pessimistas, porque
nos parece que “tudo... jaz sob o poder do Maligno” (1 Jo 5, 19), Cristo,
“Homem novo” (Ef 4, 24) dá-nos coragem, ilumina-nos, pacifica-nos e dá-nos alegria
(cf. Jo 20, 20-21), porque n´Ele, “apesar do pecado, dos fracassos e da
injustiça, a redenção é possível, oferecida e já está presente.
Reflexão Apostólica:
O
primeiro impacto que a ação de Jesus causava no povo era a expulsão dos
demônios: “Até mesmo aos espíritos impuros ele dá ordens e eles lhe obedecem!”
(Mc 1,27).
O
primeiro sinal que acompanha o anúncio da ressurreição é a expulsão dos
demônios: “Os sinais que acompanharão aqueles que acreditarem são estes:
expulsarão demônios em meu nome!” (Mc 16,17). A expulsão dos demônios era o que
mais chamava a atenção do povo (Mc 1,27). Ela atingia o centro da Boa Nova do
Reino. Por meio dela Jesus devolvia as pessoas a si mesmas. Devolvia-lhes o
juízo, a consciência (Mc 5,15).
O
Demônio pode ser «como um leão que ruge, procurando a quem devorar» (1 Pe 5,
8), mas é sempre uma criatura que a «mão de Deus» verga e parte como uma
palhinha. Belzebu é o desesperado por excelência, que «anda por lugares áridos»
e não encontra paz (Lc 11, 24); assim, a sua estratégia de «macaco de Deus» -
como lhe chamam os antigos Padres – é tornarmos semelhante a ele. Mas Deus
torna o homem semelhante ao seu ser amor e alegria; Satanás, se não consegue
tornar-nos desesperados como ele, faz o possível para nos fazer desanimar. Pela
morte e pela ressurreição de Jesus, perdeu a guerra, mas ainda pode vencer essa
batalha.
O
que o Evangelho nos quer dizer é isto: “Ao cristão é proibido ter medo de
Satanás!” Pela sua ressurreição e pela sua ação libertadora, Jesus afasta de
nós o medo de Satanás, cria liberdade no coração, firmeza na ação e esperança
no horizonte! Devemos caminhar na Estrada de Jesus com sabor de vitória sobre o
poder do mal!
Estejamos, então, atentos à casa do nosso coração! Ainda que «varrida e
arrumada», não deixa de ser atacada por Satanás e seus sequazes.
Propósito:
Pai,
afasta de meu coração todos os preconceitos que me impedem de acolher Jesus
Cristo como teu enviado para trazer ao mundo a salvação e a libertação.
++++
Meio
de salvação dos mais poderosos e eficazes nos é oferecido pela Divina
Providência contra Satanás e seus sequazes, que procuram perder as almas. O
Santo Rosário é arma poderosa. Emprega-a com confiança e te maravilharás do
resultado.
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