O dia de Pentecostes
Pentecostes é a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos, isto é,
sobre a Igreja. É o Espírito Santo iluminando a Igreja, vivificando as almas e
fixando nelas a sua morada.
Antes de subir ao céu, Jesus Cristo havia recomendado aos seus Apóstolos
que se recolhessem no cenáculo e esperassem aí a vinda do Espírito Santo.
Obedecendo ao Mestre, os Apóstolos permaneceram em Jerusalém e puseram-se a
rezar com Maria, Mãe de Jesus, com os discípulos e as santas mulheres,
esperando o Espírito Santo, que desceu sobre todos, nove dias após a Ascensão.
Recolhidos no Cenáculo por ordem do Salvador, Pedro e seus companheiros
meditavam as últimas palavras do Mestre. Eles, pobres iletrados, ignorantes,
deveriam pregar o Evangelho? Eles, desprezados pelos judeus, deveriam
apresentar à adoração do mundo, aquela Cruz, sobre a qual o seu Mestre acabava
de expirar? Não era isso tentar o impossível?
“De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania,
que encheu a casa onde eles se encontravam. Então apareceram línguas como de
fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do
Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os
inspirava.” (At 2,2-4)
A Obra do Espírito Santo
A obra do Espírito Santo na alma dos Apóstolos foi de transformação que
se operou no espírito, na vontade e no coração deles.
O espírito precisa de verdade, a vontade precisa de coragem e o coração
precisa de amor.
Ele os enche de verdade. Jesus lhes havia ensinado as verdades, que
comportavam a sua disposição, a sua capacidade, as suas necessidades, mas
reservou a coroação da sua obra para o Espírito Santo. Eis porque os Apóstolos,
pela vinda do Espírito Santo, compreenderam melhor o que Jesus lhes ensinara,
adquiriram as novas ciências, que exigiam a sua nova situação de Doutores e
propagandistas da Igreja.
A segunda transformação foi a da sua vontade. Até aí está vontade era
lânguida, sem resistência, nem firmeza. São Pedro sabia dar o seu brado de
energia, porém, na primeira ocasião do perigo, a sua vontade vacilava, e
transformava-se numa fraqueza que ia até a covardia. Conhecemos por demais a
fraqueza dos Apóstolos. Estavam repletos de boa vontade e de sinceridade, porém
todos eram vacilantes, medrosos, sem energia.
Depois de Pentecostes nada mais deste medo existe. Pregam em toda parte,
e aos chefes dos judeus, que pretendem amedrontá-los com ameaças e castigos,
respondem sem hesitar: Não podemos calar-nos! E não se calam: falam diante dos
príncipes, dos reis, governadores e diante do Sinédrio, com altivez inspirada
e, alegram-se de poder sofrer em nome de Jesus.
A terceira transformação é a do amor. O Apóstolos amava o divino Mestre,
não havia dúvida, mas quanto egoísmo neste amor! Eis que o Espírito
Santo, sob a forma de línguas de fogo, sopra sobre eles e seus corações ardem
de amor e começam a pregar por toda parte. Este amor, depositado por Deus nos
corações dos Apóstolos produz as chamas que abrasam os corações dos filhos da
Igreja Católica até o fim dos tempos.
Conclusão
Oh! Como precisamos da festa de Pentecostes, para que estas mesmas
transformações se operem em nós. Somos tão vacilantes no espírito, como o somos
na vontade e no amor. Precisamos de convicção religiosa, de luz para o
espírito, para compreendermos melhor a grandeza, a beleza e a necessidade das
verdades religiosas.
Precisamos de firmeza para a nossa vontade enfraquecida pelo ambiente
mundano em que vivemos. Pobre vontade, joguete das ocasiões, dos perigos, das
ideias de desânimo e tristeza; ela quer reagir e agir, mas sente-se paralisada
pelo peso das tentações, do mundo, da carne e do demônio.
Precisamos de amor, deste amor nobre, puro, que não procura
egoisticamente sua realização própria ou a satisfação de seus desejos, mas
simplesmente procura agradar a quem ama.
Amar é dar-se, não é ser egoísta. Dar-se é esquecer-se de si mesmo, para
agradar a quem ama. Imploremos ao Espírito Santo, que desça sobre nós, como
desceu sobre os Apóstolos e opere em nós as mesmas transformações. Notemos que
tal graça foi concedida aos Apóstolos, enquanto perseveravam na oração, juntos
com a Mãe de Jesus;
Oração ao Espírito Santo
A Igreja reserva para o dia de Pentecostes uma sequência, uma bela
oração para a Santa Missa, é a oração mais antiga ao Espírito Santo.
Vinde Santo Espírito e do céu mandai luminoso raio.
Vinde pai dos pobres doador dos dons, luz dos corações.
Grande defensor em nós habitais e nos confortais.
Na fadiga sois pouso, no ardor sois brandura e na dor sois ternura.
Ó luz venturosa, que vossos clarões encham os corações.
Sem vosso poder em qualquer vivente nada há de inocente.
Lavai o impuro e regai o seco, curai o enfermo.
Dobrai a dureza, aquecei o frio, livrai do desvio.
Aos vossos fiéis que oram com vibrantes sons dai os sete dons.
Daí virtude e prêmio e no fim dos dias eterna alegria. Amém.
Fonte: Associação cultural Nossa Senhora de Fátima
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