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maio - A Igreja nos dá Maria Santíssima como guia e mestra e quer que
consideremos com freqüência o seu coração, que é como um espelho nítido no qual
se refletem todos os afetos de Jesus. (S 341).
São Jose Marello
EVANGELHO DO DIA
Leitura do Santo
Evangelho segundo São João 16,5-11
"E Jesus continuou:
- Eu não disse isso antes, porque ainda estava com vocês. Porém agora eu vou
para junto daquele que me enviou. E nenhum de vocês me pergunta: "Aonde é
que o senhor vai?" Mas, porque eu disse isso, o coração de vocês ficou
cheio de tristeza. Eu falo a verdade quando digo que é melhor para vocês que eu
vá. Pois, se não for, o Auxiliador não virá; mas, se eu for, eu o enviarei a
vocês. Quando o Auxiliador vier, ele convencerá as pessoas do mundo de que elas
têm uma idéia errada a respeito do pecado e do que é direito e
justo e também do julgamento de Deus. As pessoas do mundo estão erradas a
respeito do pecado porque não crêem em mim; estão erradas a respeito do que é
direito e justo porque eu vou para o Pai, e vocês não vão me ver mais. E também
estão erradas a respeito do julgamento "
Meditação:
A presença de Cristo na Sua Igreja por meio do Espírito adota as características de uma sentença judicial favorável a Ele.
Nela culmina o processo que estava em marcha na vida do Mestre e que continua na existência da Sua comunidade eclesial. Esta encontra-se como que diante um tribunal no foro deste mundo. O Pai revê o processo do qual resultou a condenação de Jesus à morte.
Agora sairá reabilitado graças à intervenção do Espírito da verdade, que “deixará convicto o mundo com a prova de um pecado, de uma justiça, de uma condenação. De um pecado, porque não acreditaram em mim; de uma justiça, porque vou para o Pai e não me vereis; de uma condenação, porque o príncipe deste mundo já está condenado”.
O Espírito evidenciará o pecado do mundo, que consiste na incredulidade;
deixará claro, além da justiça, o direito e a razão que tinha Jesus a chamar-se
Filho de Deus, pois efetivamente o é, como o demonstra a passagem da Morte à
Ressurreição do Crucificado como vencedor da morte eterna e da sua causa, o
pecado, que é o único poder que tem satanás.
A convicção de que Jesus ressuscitado está vivo e operante na nossa vida pessoal
e no coração da comunidade de fé radica no dom do Espírito, que se manifesta na
nossa abertura à vida, ao amor, à paz e ao perdão fraterno, Nunca estamos sós
na nossa solidão.
O evangelista João, comentando a metáfora de Jesus no Templo, “torrentes de
água viva”, afirma: “Dizia isto referindo-se ao Espírito que havia de receber
os que haviam acreditado nele. Pois não havia ainda Espírito, porque Jesus
ainda não fora glorificado”. Daqui se conclui não só que Cristo ressuscitado é
quem outorga o Espírito, mas também que a incumbência deste último é continuar
a presença viva de Jesus entre os que crêem n’Ele.
Pois bem, o julgamento contestatório e testemunhal, o julgamento da apelação do
Espírito, não se realiza sem a colaboração dos crentes, sem o nosso compromisso
pessoal e comunitário de fé no meio do mundo. O Espírito Consolador é o melhor
antídoto contra a tristeza e o medo do coração dos discípulos, isto é, dos
crentes de todos os tempos, entre os quais, felizmente, nos contamos também
nós.
Tendo já anunciado o envio do Espírito
(Jo 15,26), Jesus esclarece seus discípulos com mais detalhes. João é o único
evangelista a referir-se ao Espírito com um termo (paráklêtos) que tem um amplo
sentido, englobando as várias traduções adotadas (Defensor, Consolador,
Advogado etc).
A ação do Espírito é fundamental na vida do ser humano, pois é a força que anima e sustenta sua existência; é o sopro divino que faz que o corpo inerte se converta em um ser operante doador de vida; é a manifestação plena da consciência humana, elemento que diferencia o homem de todo ser vivo.
A ida de Jesus ao Pai é motivo para que os discípulos se deixem habitar pela
força do Espírito, convertendo a comunidade na habitação ou morada do Espírito
de Deus; unindo-a, desta maneira, a Ele para provocar nela a mesma vida e
missão de Cristo.
Com este vento renovador que invade e dinamiza a comunidade, os discípulos
terão a capacidade de desmascarar o pecado do mundo, de anunciar a verdadeira
justiça de Deus e condenar as obras injustas do mundo, provocadas pelos líderes
do mal.
Hoje o Espírito concede aos que crêem em Jesus uma consciência clara frente às
propostas do “mundo”, denunciando assim, por meio da vivencia do amor, o grande
pecado da sociedade que é centrar os interesses no individual e não no
interesse coletivo, no que interessa a todos.
Reflexão Apostólica:
Reparemos nas reflexões da semana que
dia após dia, caminhamos para celebrar Pentecostes novamente.
O Paráclito é anunciado por Jesus como consolo e edificador da fé dos cristãos.
É Ele que virá, mas era preciso que Jesus fosse. O projeto de redenção humana
inicia com a entrega, morte e ressurreição de Jesus e culmina com o cumprimento
da promessa na grande efusão apresentada a Maria e os apóstolos.
É preciso lembrar que numa das aparições de Jesus a seus amigos Ele oferta, em
conjunto com a paz, o próprio Espírito Santo. Esse primeiro contato com o
Consolador talvez tenha passado despercebido, pois vinha talvez apresentar
primeiramente a eles a realidade que viviam, abrindo seus olhos para o projeto
salvífico de Deus.
Em um segundo momento, fechados em um cenáculo, temerosos e tristes, acontece a
manifestação visível do que parecia improvável. Os sinais relatados no dia de
pentecostes assustavam as pessoas, pois conheciam as limitações humanas de cada
um que estava ali escondido. Era impossível acreditar que aquilo acontecia com
pessoas simples, do povo e não no templo em meio aos doutores da lei.
Talvez seja essa a dinâmica da presença do Espírito Santo em nossas vidas. Talvez
Ele, após conhecermos Jesus em seu primeiro contado deseje nos abrir os olhos,
nos revelar a verdade, apresentar a realidade do mundo e apresentar uma nova
proposta.
É talvez então nessa hora, de olhos abertos, mesmo que ainda descrentes, em
meio a tantos críticos, céticos, descrentes, (…) que Ele movido pela misericórdia
divina se manifesta e age.
Quem é esse povo que ainda hoje acredita nesse mover do Espírito? Aqueles que
já reconhecem e valorizam o primeiro contato com Ele.
São aqueles que movidos por algo surpreendente renovam a esperança de querer
continuar; aqueles que conseguem ver sem máscaras o mundo que criamos cheios de
quereres, egoísmo, ataques, desamor; aqueles que reprovam o pecado, mas
conseguem enxergar com docilidade a figura frágil do pecador; aqueles que
insistem em rezar por seus algozes; são aqueles que são felizes.
Hoje, e de forma crescente, as pessoas perdem um pouco a noção do que é errado.
Trapacear, levar vantagem, “ser esperto” são ensinados cada vez mais cedo as
crianças. “Colar” era uma exceção ao aluno que não estudava ou não entendia, agora
é valorizado como regra para poder “sair da escola”.
Precisamos voltar a nos abrir ao primeiro encontro com o Espírito Santo. Talvez
ele passe novamente despercebido, mas deixará pelo menos a paz.
Quem sabe nadar pode dizer bem qual é diferença de se nadar de olhos abertos e
fechados. Que apesar do local tão agradável e convidativo, só se consegue ir
para o outro lado de olhos abertos.
Deixemos o Doce Espírito nos abrir os olhos e nossos corações. Se abra ao
encontro!
Propósito:
Expressar a alegria de ser discípulo do Senhor e de
ter sido agraciado com o tesouro do Evangelho.
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