21 outubro - Caminharemos a passinhos
curtos, se não pudermos correr e nem andar ao passo, no entanto ficaremos de
pé. Mas quando chegará a luz? Eis o segredo de Deus. (L 272). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 12,54-59
58Quando, pois, tu vais com o teu
adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele
enquanto estais a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao
guarda, e o guarda te jogará na cadeia. 59Eu te digo: daí tu não sairás,
enquanto não pagares o último centavo”.
A
capacidade profética de ler os sinais dos tempos deveria ser uma das qualidades
que mais identifica o cristão no seguimento de Jesus Cristo.
Segui-Lo
implica aprender, estar disposto a aprender sempre e a configurar-se como novo
ser que nasce da experiência pascal.
Ao mesmo tempo exige que valorizemos o momento presente, esse precioso
instante, porque nele Deus se manifesta de maneira extraordinária; e se não
tivermos a mente clara e o olhar atento, perdemos essa possibilidade de
encontro com o Deus que cria, mantém e defende a vida.
Precisamos
ter presente que nos acontecimentos do cotidiano é possível descobrir o que
Deus quer nos revelar. Isso, porém, significa redobrar a atenção e não dormir a
ponto de deixar passar este tempo significativo em nossas vidas.
Deus
é comunicação. Continuamente emite sinais que devem ser interpretados por nós.
Sua vontade se apresenta aos poucos e em diversos tempos.
Assim
olhando para as necessidades dos homens de hoje, deveremos explicar-lhes a
lição perene da Novidade de Cristo. Jesus nos adverte: Sabeis distinguir os
aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente?
Reflexão Apostólica:
Jesus nos ensina a dar valor ao tempo presente da
nossa vida e nos mostra que as revelações do Pai também se manifestam por meio
dos fatos e dos acontecimentos do nosso dia a dia.
Assim como nós percebemos as mudanças climáticas,
as rotações das estações do ano, e detectamos se vem chuva ou sol, nós também
precisamos estar atentos aos sinais de Deus para interpretar o tempo presente
da nossa vida.
Portanto, o nosso momento presente é também um
presente de Deus para nós, porque representa uma chance que temos para pôr em
prática, concretamente, o que o Senhor nos ensina na Sua Palavra.
“Interpretar o tempo presente” é fazer uma reflexão
do modo como nós estamos vivendo, das ações que estamos praticando, da justiça
ou injustiça que estamos promovendo diante dos nossos irmãos.
Nós só temos um tempo para tomar decisão: é o tempo
presente. Se não avaliarmos agora, a nossa vida, talvez mais tarde já não
tenhamos tempo para arrependimento.
O Espírito Santo quer dar a melhor direção e, além
do mais, Deus deve estar querendo construir em nós, um homem ou uma mulher
novos, acrisolados e purificados.
O que tem acontecido no mundo no tempo
presente? Você tem percebido os sinais do tempo? Você tem procurado tempo
para meditar sobre a sua existência à Luz de Deus? Os acontecimentos da
sua vida presente têm tido algum significado para você? Qual é para você a
perspectiva do seu futuro em relação ao que você tem vivenciado no tempo
presente? Você sabia que a dor com Jesus, se transforma em amor?
Portanto, Jesus repreende os seus contemporâneos,
que sabem distinguir os sinais meteorológicos, mas não o sinal que Ele mesmo é:
o Filho Unigênito enviado pelo Pai para salvação de todos.
Saber fazer previsões do tempo, analisando os dados
da meteorologia, implica uma atenção interessada. Se não estivermos realmente
interessados e atentos para nos darmos conta da importância do tempo como tempo
para exercer a justiça e a caridade, corremos sério risco.
Há que reconciliar-se radicalmente com aqueles com
que estamos em conflito. Caso contrário, podemos cair no redemoinho do
não-perdão, donde não sairemos sem danos.
É na história que podemos compreender as intenções
de Deus, e não fora dela. Daí a atenção que devemos dar aos sinais dos tempos.
Deus atua dentro do tempo. É também no tempo que responde às nossas
interrogações. Quantas vezes Lhe fazemos perguntas na oração, e encontramos as
respostas na vida.
Um dos sinais do nosso tempo é a chamada
globalização, em que passamos de um mundo dividido e fragmentado, àquilo a que
M. McLuhan chamou de a «aldeia global».
Para isso, todos os homens de boa vontade, e
particularmente nós, os crentes, havemos de superar a tentação do
individualismo, que fragmenta, e dar espaço à unificação da nossa pessoa, e à
união entre os homens.
A chave que temos ao alcance da mão, para
contribuirmos para a unidade entre os homens, é procurar tudo o que une e
deixar de parte tudo o que divide como dizia e fazia João XXIII.
Muitas vezes nós, como os conterrâneos de Jesus,
temos um coração duro. Não sabemos olhar em profundidade e não descobrimos, ou
não queremos descobrir, o sentido dos acontecimentos; inclusive, olhamos para o
outro lado se o que vemos nos compromete.
A exigência de Jesus aponta para a necessidade de
colocar todas as nossas capacidades e qualidades para fazer desta humanidade
uma verdadeira morada de Deus.
Hoje temos que experimentar a Deus na história de uma maneira distinta:
trabalhar livremente no cumprimento de sua vontade; nessa mesma liberdade que
me permite ser escolhido por Ele.
Não podemos deixar de experimentar a presença libertadora
e salvifica de Deus na realidade histórica, na vida da comunidade e na vida dos
seres humanos.
Propósito:
Pai, corrige a negligência que me impede de entregar-me
inteiramente à ti, sem demora. Torna-me hábil para as coisas do teu Reino! Cura
a minha cegueira, Senhor, e dá-me a luz do teu Espírito para ver a profundidade
das pessoas.
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