domingo, 9 de outubro de 2022

EVANGELHO DO DIA 16 DE OUTUBRO 2022 - 29º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 


16 outubro - Tudo se vai desenvolvendo pela corrente do tempo, e o tempo está nas mãos de Deus. (L 25). São Jose Marello 

 


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 18,1-8

Naquele tempo, 1Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir, dizendo: 2“Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum. 3Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário!’
4Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: ‘Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. 5Mas está viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha agredir-me!’” 6E o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz este juiz injusto. 7E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar?
8Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” 


Meditação: 

A Igreja oprimida pode esperar com toda a segurança que sua oração será ouvida. Ela é, com efeito, a comunidade dos eleitos de Deus. Acerca deles Deus já demonstrou sua misericórdia, pois precisamente escolheu aqueles que menos títulos podiam invocar para o serem.

Neles, o Senhor ama a imagem de seu Filho, o Eleito, o Ungido de Deus. Embora a oração dos eleitos não seja ouvida imediatamente e eles tenham que perseverar suportando a opressão e o sofrimento, podem conseguir novo ânimo pensando na sorte do Eleito, do Filho e Ungido de Deus.

 Jesus não recebe, sem a cruz, o título de Eleito. É manifestado como Eleito quando na Transfiguração se proclama seu caminho da glória através da cruz; com este título é indicado Cristo na cruz, porque parece impossível aos judeus que o Eleito fosse um crucificado. Jesus é o Escolhido porque pela salvação chega até a glória. O caminho do Eleito deve ser escolhido também pelos eleitos.

Lucas, em seu Evangelho, dá um destaque especial a três temas: a revelação da misericórdia de Deus, a denúncia do escândalo da divisão da sociedade em ricos e pobres, e a importância da oração. Em relação a este último tema, várias vezes ele narra momentos de oração de Jesus e apresenta duas singelas parábolas que revelam a importância da oração.

Nesta parábola de hoje, de compreensão simples, os personagens são uma viúva e um juiz iníquo que não respeitava homem algum. Ela mostra como os pequenos e excluídos, injustiçados, devem clamar a Deus por seus direitos, lutando pela implantação da verdadeira justiça.

A ideia central da parábola é que os discípulos devem orar sempre e sem desfalecer, com muita perseverança. Para ilustrar esta ideia, Jesus usa como exemplo a casa de uma mulher viúva e desamparada que se apresenta uma e outra vez diante de um juiz, caracterizado como injusto, porque não temia a Deus nem aos homens. Depois de ser muito importunado, o juiz decide fazer justiça à viúva para não ser importunado.

A mulher é caracterizada pela sua insistência: nunca para de ir ao juiz pedir que lhe seja feita justiça. Mas Jesus não chama a atenção sobre a insistente viúva, mas sobre o juiz.

A oração é uma prática presente em todas as religiões. É um dos momentos de encontro com Deus. Com Jesus aprendemos, de maneira simples, como orar. A sentença final nos desafia a mantermos viva a nossa fé.

O ponto central da parábola não está colocado na perseverança da súplica, mas na segurança de que esta será atendida. Isso nos mostra a maneira como Deus procede diante de nossas preces. Se aquele juiz perverso abandonou seu egoísmo pelas preces de uma viúva, quanto mais nos atenderá Deus, que é um Pai bondoso. No fundo, temos o exemplo da misericórdia e do amor de Deus que nos acolhe. Jesus nos interroga pela imagem que temos de Deus e nossa confiança em sua ação misericordiosa. Tratemos de responder a ela com sinceridade.

Essa parábola faz par com a Parábola do amigo importuno (Lc 11,5-13), e também ensina a neces­sidade de oração paciente, persisten­te e perseverante. Ambas se harmonizam em sua estrutura, embora te­nham sido proferidas em circunstân­cias diferentes.

 Em ambas existe um raciocínio baseado no contraste com­pleto e infinito entre Deus e o homem, e a evidência de que o Senhor cede aos argumentos e persuasão dos santos.

 Portanto, as duas parábolas são estreitamente semelhantes por fazerem a mesma comparação e o mesmo contraste entre o que espe­ramos da natureza humana, mesmo imperfeita, e o que podemos esperar de Deus. Ambas nos conduzem à mesma conclusão que Deus não fa­lha para conosco, como os amigos fazem às vezes.

 Na parábola do juiz duro de coração e insensível, ele é apresenta­do como um homem sem princípios. Ele não temia a Deus nem tinha con­sideração pelos homens. Uma viúva da mesma cidade fora tratada injus­tamente por um inimigo e veio a ele pedir justiça. Embora a sua causa fosse justa, ele não deu atenção ao seu caso. Mas ela persistiu, voltan­do sempre com o mesmo pedido, até que finalmente o juiz decidiu fazer-lhe justiça, não porque ele se importasse com a justiça, mas simples­mente para livrar-se daquela viúva que o importunava tanto.

 Não hou­ve outro motivo que o fizesse agir a não ser esse. Grandes contrastes são apresentados aqui! Arrogância e impotência extremas — e, no entanto, a impotência venceu no final. Quando procuramos dividir a parábola temos: A Viúva Importuna, O Juiz Injusto, O Juiz Divino e Justo.

Viúva importuna.

 As viúvas têm um lugar de destaque na Bíblia. Na época de nosso Senhor eram, até cer­to ponto, desprezadas, e constituíam presa fácil para qualquer homem que não tivesse princípios. Eram pobres e, portanto, não tinham al­guém para protegê-las e resgatá-las. Sua única esperança era recorrerem aos que administravam a justiça para que interviessem a seu favor. Quase sempre despertavam pena e, por isso, a sua impotência em defen­der-se era reconhecida com miseri­córdia pela lei judaica. “A nenhuma viúva afligireis” (Êx 22,22-24; Dt 10,18; 24,17). A religião pura inclui o cuidado para com as viúvas em sua aflição (Tg 1,27).

Não nos foi revelado qual era a sua causa urgente. Ela fora injustiçada e buscava apenas justi­ça na questão com o seu adversário. O juiz era insensível e não tinha pena; no entanto, a viúva “ia ter com ele” — “vinha continuamente” (Lc 18,3), como devemos ir ao trono da graça se o nosso pedido inicial não for atendido. Insistia tanto que, fi­nalmente, o juiz sem coração cedeu e resolveu atendê-la, “para que en­fim não volte, e me importune mui­to”. Os discípulos provavelmente ri­ram, quando ouviram esse toque de humor. Bem, a sua persistência pre­valeceu e, no final, conseguiu do re­lutante juiz a justiça de que precisa­va e merecia.

 Juiz iníquo. A conduta desse juiz testifica “A desorganização e corrupção generalizadas da justiça que prevaleciam sob o governo da Galiléia e Peréia na época”. Não há dúvida de que o caso que Jesus apre­sentou aqui tenha sido extremo. Po­rém havia representantes da lei cuja consciência estava morta.

 O que te­mos aqui era um homem que não ti­nha Deus. Ele não era religioso e nem mesmo humanitário. Nunca se preocupava com Deus ou com os ho­mens. Cuidava apenas de si mesmo. Como judeu ele agia em contradição à lei, a qual decretava que se esta­belecessem juízes nas cidades, em todas as tribos, e proibia rigorosa­mente juízos distorcidos, acepção de pessoas ou subornos (Dt 16,18-19). Esse juiz era descaradamente cor­rupto. Ele justificou a viúva somen­te porque o importunava e ele não queria ser molestado fisicamente.

 A característica notável dessa parábola, a essa altura, é que o juiz viu a si mesmo da mesma maneira que Cristo se referiu a ele. Jesus dis­se sobre ele: “Certo juiz que não te­mia a Deus nem respeitava o ho­mem”.

 Levado a agir por causa da persistência da viúva, lemos que o juiz “disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os ho­mens”. Disse consigo! Esse juiz in­justo não pensava em Deus nem na viúva —apenas em si mesmo, preo­cupado em não ser forçado a fazer o que quer que fosse. Esse homem ti­nha prostituído uma posição privilegiada.

Juiz divino e justo. Examinando como nosso Senhor aplicou essa sua parábola, torna-se surpreendente que ele tenha comparado os negóci­os de Deus não com os de um bom homem, mas com os de um homem mau e sem Deus, e essa característi­ca apenas dá ainda mais poder à parábola.

 Há um contraste muito grande entre tudo o que o juiz era e o que Deus não é. Tudo o que Deus é, o juiz não era. Deus é exatamente o oposto em caráter a tudo o que o juiz era.

 Quando dividimos o ensinamento da parábola em partes menores, temos, primeiramente, a boa vontade de Deus em ouvir e res­ponder aos pedidos dos que lhe pertencem. “Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que os faça es­perar?”

 Por causa da soberania e onisciência de Deus, ele responde às orações segundo a sua própria von­tade. Ele se restringe à “perfeição do seu próprio Ser e pela permissão humana”. A expressão “fazer justi­ça”, referindo-se ao juiz injusto, e aqui a Deus, significa a efetivação de sua vingança, não no sentido de vingança, mas de justificação ou justiça. Quando tratados injustamente, os seus eleitos podem estar certos de que ele os justificará.

 “Clamam de dia e de noite” expressa a mesma ideia da ordem do Senhor sobre “o dever de orar sem­pre”. Se o injusto juiz, por fim, rea­giu ao lamento da viúva simples­mente para se ver livre dela, não res­ponderá Deus, que é completamen­te justo, às orações dos que lhe per­tencem, que trabalham debaixo da injustiça e opressão?

 Se um simples sentimento egoísta prevaleceu sobre o homem perverso, muito mais ain­da os santos podem esperar de Deus. Se a importunação e a perseverança da viúva finalmente prevaleceram, muito mais ainda essas virtudes pre­valecerão com relação a Deus.

 Se estivermos bem com Deus, saberemos que da mesma forma que ele nos ele­geu, também nos fará justiça e nos responderá. Podemos esperar um tratamento melhor da parte de um Deus de amor, do que de um juiz sem coração.

 “Ainda que os faça esperar”. O juiz suportou por muito tempo a vi­úva e, às vezes, Deus parece tam­bém estar indiferente às nossas pe­tições. Santa Mônica orou por mais de trinta anos pela salvação de seu filho Agostinho, até que ele se converteu.

 Muitas vezes a interferência huma­na é o maior obstáculo para que as nossas orações sejam respondidas. Além disso, um dos propósitos da oração que Deus demora a atender, é a fortificação da nossa fé e da nos­sa paciência. Não sabemos o tempo e os caminhos de Deus. “Ele tudo fará” (SI 37,5).

Deus não tem que acordar no meio da noite; ele tam­bém não é egoísta; ele não se nega a ajudar de forma abundante. Quando aparentemente Deus segu­ra a reposta aos pedidos de seus fi­lhos, ele faz isso com sabedoria e amor.

 “Quando, porém, vier o Filho do homem, achará fé na terra?” Aqui o Senhor retorna à mensagem profé­tica do capítulo anterior. Quando ele voltar para destruir toda a injustiça do mundo, será que encontrará ain­da alguma fé na terra? Com Certe­za! Haverá muita fé depositada em objetos falsos.

 A fé entregue aos san­tos será um artigo raro. Nosso dever supremo, apesar de toda oposição e tribulações, é manter a fé —” tende fé em Deus” (Mc 11,22-24).

 Concluímos que a viúva não prevaleceu por causa de sua eloqüência ou por sua elaborada petição. Suas palavras foram poucas, somente seis: “Faz-me justiça contra o meu adversário”.

 Seu clamor foi curto e explícito. Ele nada disse sobre a sua condição como viúva, sua família ou sua opinião sobre o juiz iníquo, tudo que ela queria era justiça contra o seu adversário.

 Deus nos assegura que ouve e responde nossas orações e isso deve nos incentivar a pedir insistente­mente. Os elos da corrente que nos ligam ao céu e traz o céu até a terra, são os elos das nossas orações.

Reflexão Apostólica:

A oração perseverante dos eleitos oprimidos não deixa de ser ouvida. Deus lhes faz justiça prontamente, sem demora. Logo ajuda a seus eleitos e chega a ação salvadora de Deus, a qual consiste na nova presença de Jesus.

 Quem não persevera na oração com fé, nunca poderá ver realizados os seus pedidos e os seus desejos. A perseverança da nossa oração revela a nossa humildade diante de Deus e faz com que sejamos fiéis ao que nos propomos. Sabemos que somos impotentes, mas podemos desejar coisas impossíveis, porque confiamos na justiça de Deus.

 Por isso, a persistência das nossas reivindicações nos torna firmes e nos faz ter convicção e fé na promessa de Jesus de que tudo quanto pedirmos ao Pai, em Seu nome será atendido.

Do contrário, demonstramos orgulho e prepotência quando, porque ainda não fomos atendidos (as), nós desistimos dos nossos desejos e anseios e damos prova de que não temos fé nas promessas divinas.

Deus sabe o tempo e a hora de nos dar aquilo que nós suplicamos, porém, a nossa firmeza e persistência será uma prova de que realmente o nosso coração anseia ardentemente por aquilo que nós pleiteamos.

Ele faz justiça aos seus escolhidos, e, se assim nos consideramos, precisamos dar o nosso testemunho para que a chama da fé não se apague no coração da humanidade.

O que você tem pedido a Deus é realmente o que o seu coração anseia? Será que você tem convicção da necessidade das suas reivindicações? Você seria capaz de continuar pedindo por isso a vida?

Propósito:

Pai, faze-me pobre e simples diante de ti, de modo que minhas súplicas sejam atendidas, pois jamais deixas de atender a quem se volta para ti na humildade de coração.

 

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