04 agosto
- Concedamos sempre a vitória a Deus, mesmo quando isso repugna ao nosso amor
próprio. E, se nem sempre podemos sentir nisso aquela doçura e aquela paz que o
sacrifício cumprido traz consigo, supra a isto a fé e, voltando o nosso olhar
para o Céu, exclamemos: Paraíso! Paraíso! (S
234). São Jose Marello
Mateus
16, 13-23
O PEDRO E A PEDRA
Naquele tempo: Jesus foi à região de
Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: 'Quem dizem os
homens ser o Filho do Homem?' Eles responderam: 'Alguns dizem que é João
Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos
profetas.' Então Jesus lhes perguntou: 'E vós, quem dizeis que eu sou?' Simão
Pedro respondeu: 'Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.' Respondendo, Jesus
lhe disse: 'Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano
que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que
tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do
inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o
que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra
será desligado nos céus.' Jesus, então, ordenou aos discípulos que não
dissessem a ninguém que ele era o Messias. Jesus começou a mostrar aos seus
discípulos que devia ir à Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos
sumos sacerdotes e dos mestres da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar no
terceiro dia. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo,
dizendo: 'Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!'
Jesus, porém, voltou-se para Pedro, e disse: 'Vai para longe, Satanás! Tu és
para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as
coisas dos homens!'
Reflexão – “A tentação de Pedro”
O mesmo Pedro a quem Jesus entregara as
chaves do reino dos céus e a Sua Igreja, com o poder de tudo ligar e desligar
na terra e no céu, foi depois mandado para longe de Jesus, como satanás.
Primeiramente, diante da indagação de Jesus e inspirado pelo Espírito Santo,
Pedro proclamou com a boca o que o Pai lhe revelara: “Tu és o Messias, o
Filho do Deus vivo” e foi considerado “feliz” e a ele Jesus entregou a Sua
Igreja.
Depois, diante do que Jesus
prognosticava em relação ao sofrimento que deveria passar, a sua humanidade
falou mais alto e Pedro caiu na tentação, com pensamentos do mundo, por isso,
foi repelido por Jesus. Somos também como Pedro! Na medida em que nos deixamos
invadir pelo sopro do Espírito Santo, nós conseguimos também falar em Nome de
Deus, profetizar e edificar o reino dos céus aqui na terra.
Quando damos abertura à nossa
humanidade, facilmente somos sugestionados pela nossa fraqueza e os nossos
pontos de vista seguem a mentalidade que o mundo prega. Jesus conhece de que
somos feitos. As nossas atitudes, às vezes, são motivadas pelo Espírito Santo,
em outras vezes, são baseadas na nossa própria humanidade e saímos da sintonia
com Deus e o Seu Espírito. Precisamos estar atentos e fazer o discernimento de
quem é que, realmente, nos inspira para que sejamos discípulos convictos,
segundo o coração do Mestre.
Fomos escolhidos para edificar o reino
dos céus aqui na terra e a nossa proclamação sobre a pessoa de Jesus é muito
importante para que a nossa missão tenha êxito. – Você tem convicção do que
prega e o que faz? - Procure recordar algum acontecimento em que
você foi duvidoso e pergunte ao Espírito Santo como agir agora que tem
consciência disto. - Quem é Jesus para você? - Você já percebeu que tudo quanto
você fizer na terra terá repercussão no céu?
Sobre esta pedra construirei a minha Igreja (Mt 16,
18)
Jesus elogiou Pedro. Colocou-o como pedra de alicerce na construção de
sua Igreja. E deu-lhe as chaves do Reino de Deus. Tudo porque Pedro, em
nome dos discípulos, inspirado por Deus, disse que Jesus era o Messias, o Filho
do Deus vivo.
Eles estavam fora do território de Israel. E foi aí Jesus teve uma
conversa muita séria com eles. Começou perguntando o que o povo estava dizendo
sobre ele, isto é, quem afinal as pessoas achavam que ele era. Aí chegou à
pergunta principal: E vocês, o que dizem que eu sou? Claro, dessa compreensão
dependeria o futuro do seu ministério. Será que a liderança do seu grande grupo
de discípulos já estava entendendo quem era ele, qual era a sua missão?
Se não entendessem isso, qual seria o futuro do seu trabalho missionário
sob os seus cuidados? Pedro respondeu em nome do grupo. E respondeu com toda
sinceridade: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Boa resposta. Ótima
resposta. Claro, aquilo era fruto da revelação de Deus. Só o Pai sabe quem é o
Filho e aquele a quem ele o quiser revelar. Jesus elogiou Simão Pedro: foi o
Pai que te disse isso. Feliz és tu!
O que Pedro disse resume a fé de todos os que encontraram Jesus e
acolheram sua Palavra. Ele é o enviado de Deus, o prometido a Israel, o
Messias. Mais: Esse enviado, o Messias, é o Filho do Deus vivo, o maravilhoso Deus
que se revelou ao povo de Israel e fez aliança com ele. É uma confissão da
divindade de Jesus, ele é Deus com o seu Pai. Como Jesus ficou satisfeito com
essa resposta! É nessa fé que ele pode construir a comunidade que vai dar
continuidade ao seu ministério nesse mundo. Ele irá se ausentar, mas o trabalho
terá continuidade.
“Sobre esta Pedra, construirei a minha Igreja”. A fé confessada por
Pedro, em nome da comunidade, é a pedra sobre a qual Jesus edificará a Igreja.
Jesus tinha feito a pergunta ao grupo dos discípulos. Pedro respondeu em nome
do grupo. Por um lado, esta Pedra é também pessoa de Pedro, o discípulo que
confessou a fé em Jesus-Messias-filho de Deus, em nome da comunidade. Mas
também, esta Pedra é a Comunidade que Pedro representa, comunidade apostólica
que professa a fé que ele proclamou.
E qual é a fé dessa comunidade, qual é a fé de Pedro? Isto é, o que essa
comunidade, com as Escrituras e a sua história nas mãos, proclama sobre Jesus?
O que nós cremos está, de certa forma, resumido no credo. Uma de suas fórmulas,
o chamado credo de Nicéia-Constantinopla, nos faz rezar assim a nossa fé em
Jesus Cristo:
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de
Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da
luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado,
consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E por
nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus. E se encarnou pelo
Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por
nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; e subiu aos
Céus, onde está sentado à direita do Pai. De novo há-de vir em sua
glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu Reino não terá fim.
Reflexão
Nos alicerces de nossa vida cristã, está essa confissão de fé: cremos em
Jesus, o filho do Deus vivo, enviado pelo Pai para nossa salvação. Jesus
edificou a sua Igreja sobre o rochedo dessa fé confessada por Pedro (Catecismo
da Igreja Católica 424). Não somos apenas pessoas religiosas. Cremos em Jesus,
e o seguimos como discípulos e discípulas.
É assim que as Escrituras Sagradas são tão reverenciadas em nossas
assembleias litúrgicas: elas nos transmitem o conhecimento sobre Jesus Cristo
Salvador. É assim que é tão importante que façamos diariamente a meditação da
Palavra do Senhor, a chamada lectio divina. Tudo isso nos ajuda a colocar
Cristo no centro de nossa vida. Ele é o nosso pastor, nosso guia. Ele é o
Messias, o Filho do Deus vivo.
Neste último domingo de agosto, celebramos, com carinho, os ministérios
e serviços leigos nas comunidades, particularmente o da catequese. Na
catequese, é Cristo, Verbo Encarnado e Filho de Deus, que é ensinado (Catecismo
da Igreja Católica 427). A catequese é o precioso serviço do aprofundamento da
fé. E todos precisamos de catequese: da criança ao idoso. A catequese nos faz
conhecer melhor Jesus Cristo, a quem amamos e seguimos e nos ajuda a viver
segundo essa fé.
Sobre esta pedra construirei a minha Igreja (Mt 16,
18)
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