23 junho - Somos soldados de Jesus Cristo e, como tais, devemos, em algumas circunstâncias, demonstrar o nosso valor e a nossa coragem em defender a sua e nossa causa. Mas isso deve ser feito sempre com prudência e com o único fim de buscar a glória de Deus. (S 233). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 1,57-66.80
"Quando se completou o tempo da gravidez, Isabel deu à luz um filho. Os vizinhos e os parentes ouviram quanta misericórdia o Senhor lhe tinha demonstrado, e alegravam-se com ela. No oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe, porém, disse: "Não. Ele vai se chamar João". Disseram-lhe: "Ninguém entre os teus parentes é chamado com este nome!" Por meio de sinais, então, perguntaram ao pai como ele queria que o menino e chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: "João é o seu nome!" E todos ficaram admirados. No mesmo instante, sua boca se abriu, a língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos se encheram de temor, e a notícia se espalhou por toda a região montanhosa da Judéia. Todos os que ouviram a notícia ficavam pensando: "Que vai ser este menino?" De fato, a mão do Senhor estava com ele. O menino crescia e seu espírito se fortalecia. Ele vivia nos desertos, até o dia de se apresentar publicamente diante de Israel."
Meditação:
A Igreja celebra o nascimento de João
como acontecimento sagrado: não há nenhum, entre os nossos antepassados, cujo
nascimento seja celebrado solenemente.
Celebramos o de João, celebramos também o de Cristo: isto tem,
sem dúvida, uma explicação. E se não a damos tão perfeita como exige a
importância desta solenidade, meditemos ao menos nela, mais frutuosa e
profundamente.
João nasce de uma anciã estéril; Cristo
nasce de uma jovem virgem. O futuro pai de João não acredita que este possa
nascer e é castigado com a mudez; Maria acredita, e Cristo é concebido pela fé.
Eis o assunto, que quisemos investigar e prometemos tratar.
Se não formos capazes de perscrutar toda a
profundeza de tão grande mistério, por falta de capacidade ou de tempo, melhor
vo-lo ensinará Aquele que fala dentro de vós, mesmo estando nós ausentes,
Aquele em quem pensais com amor filial, que recebestes no vosso coração e de
quem vos tornastes templos.
João apareceu como o ponto de encontro
entre os dois testamentos, o Antigo e o Novo. O próprio Senhor o testemunha
quando diz: A Lei e os Profetas até João Batista.
João representa o Antigo e anuncia o Novo.
Porque representa o Antigo, nasce de pais velhos; porque anuncia o Novo, é
declarado profeta quando está ainda nas entranhas de sua mãe.
Na verdade, ainda antes de nascer, exultou
de alegria no ventre materno, à chegada de Santa Maria. Já então ficava
assinalada a sua missão, ainda antes de nascer; revelava-se de quem era o
precursor, ainda antes de O ver.
São realidades divinas que excedem a
limitação humana. Por fim, nasce; é-lhe dado o nome e se solta a língua do pai.
Reparemos no simbolismo que estes fatos representam.
Zacarias cala-se e perde a fala até ao
nascimento de João, o precursor do Senhor; e então recupera a fala. Que
significa o silêncio de Zacarias senão que antes da pregação de Cristo o
sentido das profecias estava, em certo modo, latente, oculto e fechado? Mas tudo
se abre e faz claro com a vinda d’Aquele a quem elas se referiam.
O fato de Zacarias recuperar a fala ao
nascer João tem o mesmo significado que o rasgar-se do véu no templo, ao morrer
Cristo na cruz.
Se João se anunciasse a si mesmo, Zacarias
não abriria a boca. Se solta a língua porque nasce aquele que é a voz. Com
efeito, quando João já anunciava o Senhor, perguntaram-lhe: Quem és tu? E ele
respondeu: Eu sou a voz de quem clama no deserto.
João é uma voz que grita no deserto, e nascido de mulher é o
maior dentre todos nós, porque sua missão é a de anunciar a salvação.
João é a voz; mas o Senhor, no princípio
era a Palavra. João é a voz passageira; Cristo é, desde o princípio, a Palavra
eterna.
Precisamos despertar este “João” em nós
(cuja tradução do nome é a Graça de Deus, o presente do céu) para que saibamos
estar prontos para as riquezas e bênçãos que nos vem do alto: devemos sempre
nos orientar para lá!
Até que ponto a Igreja vai permitir a
utilização do nome desse santo homem para rotular uma festa que não tem mais
nada a ver com ele, e que chega a ser até uma falta de respeito pela sua
memória?
Que ao menos nós, cristãos conscientes,
saibamos dar o devido valor ao anunciador de Jesus, nosso querido João Batista,
e comemoremos com a nossa família e amigos, relembrando a mensagem trazida por
ele: “Fazei penitência, porque está próximo o Reino dos Céus.”
(Mt 3,2).
Reflexão Apostólica:
Sempre há
uma preparação para a revelação boa das coisas de Deus, mesmo quando há uma
aparente mudança na ordem das coisas (João nasce de uma mulher velha, já
sofrida com o estigma da infertilidade: que era grande chaga para a mulher de
sua época!).
Deus tem seus mistérios e – como em João –
nos traz preparações boas que devemos ouvir, bons conselhos, exemplos e até acontecimentos
extraordinários.
Esta narrativa pode ter sua
origem dentre os discípulos de João Batista, onde circulava após sua morte. No
Segundo Testamento, depois do nome de Pedro, o nome de João Batista é o mais
citado, ultrapassando muito as demais ocorrências dos nomes dos próprios
apóstolos.
João Batista nasceu por
providência de Deus, fora dos parâmetros normais. Ele foi predestinado por Deus
desde a sua concepção e fatos extraordinários aconteceram com seus pais, que já
idosos experimentaram a manifestação do poder do alto. Até o seu nome foi causa
de admiração.
Conforme fora prometido a Zacarias, quando se completou o tempo da gravidez, Isabel deu à luz um filho, na sua velhice.
A criança havia recebido o Espírito Santo ainda no ventre de sua mãe. As pessoas se surpreendiam com a misericórdia de Deus para com aquele casal e a expectativa era grande até mesmo em relação ao nome que eles poriam na criança.
Todos estavam alegres, Zacarias, seu pai, agora já podendo falar, louvava ao Senhor pelo grande feito. Porém ninguém imaginava que as profecias se realizariam através daquela criança que viera ao mundo preparar o caminho do Salvador. Plano de Deus! Deus pensa em tudo para nós. Até o nosso nome é sugerido por Deus para designar a nossa missão.
Deus tem um plano também para você: no dia em que você nasceu todos ficaram alegres pela sua chegada, mas somente o Senhor sabia realmente qual seria a sua missão aqui na terra.
Com certeza você também é alguém como João Batista muito importante para o reino de Deus!
Você já pensou nisso? – Pergunte ao Senhor qual é a sua parte no plano Dele. Será que você já está vivendo dentro deste plano? Você tem paz e serenidade em relação a quem você é e faz? Você tem dúvidas?
Converse com Deus sobre isto!
Propósito:
Pai, toma-me sob a tua proteção e robustece-me com o teu
Espírito, de modo que eu possa cumprir, com coragem e fidelidade, as tarefas do
Reino que me são confiadas.
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