17 novembro - A indecisão é a causa principal que faz os mais belos projetos se desfazerem em nada. (L 68). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 19,1-10
"Jesus entrou em Jericó e estava atravessando a cidade. Morava ali um homem rico, chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos. Ele estava tentando ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, pois Zaqueu era muito baixo. Então correu adiante da multidão e subiu numa figueira brava para ver Jesus, que devia passar por ali. Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse a Zaqueu:
- Zaqueu, desça depressa,
pois hoje preciso ficar na sua casa.
Zaqueu desceu depressa
e o recebeu na sua casa, com muita alegria. Todos os que viram isso começaram a
resmungar:
- Este homem foi se
hospedar na casa de um pecador!
Zaqueu se levantou e
disse ao Senhor:
- Escute, Senhor, eu
vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, se roubei alguém, vou devolver
quatro vezes mais.
Então Jesus disse:
- Hoje a salvação
entrou nesta casa, pois este homem também é descendente de Abraão. Porque o
Filho do Homem veio buscar e salvar quem está perdido."
Meditação:
Temos neste texto mais uma narrativa exclusiva de Lucas. É feito o contraste entre Zaqueu, um publicano excluído do judaísmo, que recebe Jesus em sua casa com alegria e contrição, e o fariseu que recebeu Jesus para uma refeição com desconfiança e censura (Lc 14,1-6).
Zaqueu, tocado por Jesus, dispõe-se à partilha de suas riquezas com os pobres e
com aqueles que foram por ele prejudicados.
Lucas apresenta Zaqueu, que era muito rico, com simpatia. Mostra assim que os
ricos não são excluídos por Jesus. Eles é que se excluem, se permanecerem
apegados e dependentes de sua riqueza.
Vemos no versículo 2 que Zaqueu era um homem rico. O rico é chamado por Jesus a
converter-se à bem-aventurança da pobreza, a deixar de acumular riquezas para
si, rompendo com o sistema iníquo de enriquecimento, e a partilhar o que possui
com os pobres e excluídos.
Jesus despertou algo diferente em Zaqueu, e vemos logo a frente que devido a
pouca estatura de Zaqueu ele subiu em uma figueira brava (que é o mesmo que uma
árvore de sicômoros).
Agora, a pergunta: como podemos imaginar um homem rico simplesmente subindo
numa árvore só para ver alguém? Com tanto dinheiro ele subiria numa árvore só
para ver um homem que aglomerava uma multidão onde chegava? Por que tudo isso
se ele nem conhecia Jesus?
A diferença é justamente essa, por que ele já ouvira falar de um Cristo que
fazia sinais, prodígios e maravilhas.
As maravilhas que ele ouvia a respeito de Cristo eram tão grandes e verdadeiras
que fez com que um homem da alta sociedade tivesse uma atitude de criança
levada, subir numa árvore.
Contudo, esse Cristo já conhecia Zaqueu, e, quando Jesus chegou àquele lugar,
olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desça depressa, pois hoje preciso
ficar na sua casa.
Imaginemos chegarmos em um lugar para ver alguém que muitos comentam a respeito
e essa pessoa, que nunca vimos, olhando para nós, nos chama pelo nome. Deve ser
algo sem explicação. Zaqueu ficou maravilhado.
Agora, vejamos o versículo 6: Zaqueu desceu depressa e o recebeu na sua casa,
com muita alegria.
Vemos agora um homem com prestígio na sociedade obedecendo a uma ordem, com
educação claro, e ainda feliz da vida.
Diz o Evangelista que ele desceu depressa mas, certamente deve ter se
despencado lá de cima e, caminhando junto com Jesus, ia conversando e
“confessando” os seus pecados dizendo: “Escute,
Senhor, eu vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, se roubei alguém, vou
devolver quatro vezes mais.”.
Ali, acontecia a primeira confissão auricular, que a Igreja mantém até nossos
dias. Jesus, após ouví - lo disse: “Hoje
a salvação entrou nesta casa, pois este homem também é descendente de Abraão.
Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar quem está perdido.".
Jesus continua hoje, ainda, muito atento pelas atitudes e gestos de todos
aqueles que dizem seguir as suas palavras. É muito importante que fiquemos
muito ligados às suas passagens por nossa vida, sempre que não entendemos
certos acontecimentos.
Neste trecho do Evangelho de Lucas, Jesus quer nos ensinar o quanto é
importante reconhecermos quando erramos.
Reconhecer os próprios erros, admiti-los em certas atitudes que tomamos é
sermos conscientes de que todos erram, não somos santos.
Jesus nos ensina os caminhos para a santidade, está sempre junto de nós,
através do Espírito Santo, justamente para que sejamos capazes de autocríticas.
Ele já sabia e sabe, ainda hoje, da nossa fraqueza, do nosso apego às coisas
materiais e, do mal que carregamos em nosso coração, mesmo junto com o bem.
Fragilizados, às vezes, pelos acontecimentos na vida, caímos muitas vezes mesmo
não querendo.
O próprio são Paulo, o mais ardoroso e valente pregador do Evangelho nesta
terra, disse certa vez: “Às
vezes deixo de fazer o bem que quero para fazer o mal que não quero. O espírito
me puxa para o alto, mas, a carne, me puxa para baixo. “
Resumindo: é assim que acontece quando Cristo quer algo com alguém. Ele não
olha para classe social, cor, se têm nível fundamental, médio, superior ou se é
analfabeto.
Na verdade Cristo está procurando verdadeiros adoradores que o adorem em
Espírito e em verdade!
Não importa a sua condição de vida, o que importa mesmo é que existe um homem
que chamou a atenção de Zaqueu e que se importa com você.
Esse mesmo homem hoje mesmo quer mudar a história da sua vida, acabar com essa
vida de pecado e lhe dar uma vida digna!
Uma vida em que você tenha orgulho de viver, e que todos vão olhar para você e
dizer: como essa pessoa mudou! e que a sua vida venha ser um espelho para
muitos.
Se você hoje quiser realmente ser uma pessoa diferente aos olhos humanos, faça
como Zaqueu, chame a atenção de Cristo para você e verá que Ele vai querer
pousar em sua casa, mas não só na varanda de sua casa, mas em toda ela, ou seja,
em toda sua vida, pois CRISTO se importa com você.
Decida-se por Ele, enquanto é tempo. Busque Cristo enquanto se pode achar. Não
perca a oportunidade de estar bem perto dele.
Hoje mesmo, Cristo nos chama: "Eis
que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei
em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo." (Ap 3,20)
Em nossa reflexão
de ontem, abordamos alguma coisa a respeito dessa situação – das
oportunidades.
Um questionamento:
Alguém saberia o teor da conversa de Zaqueu com Jesus se os apóstolos não
tivessem relatado no evangelho? Será que “nossas bolas de cristais” leitoras da
mente humana já nos credenciam a nortear quem Jesus deve abrir às portas a
salvação? Duro dizer, mas isso se chama preconceito.
Vamos deixar claro
um ponto primeiro: Existem pessoas que conhecem o que deve ser feito, mas não
fazem, outras que ainda fazem por não ter sido apresentado a verdade e outras
que fazem com muita consciência. Nos primeiros casos estamos nós e no segundo e
terceiro aqueles que Jesus mais se empenha em ter de volta.
Uma
pessoa que já conhece a verdade não pode dizer que foi enganada. Que na ausência de um culpado, sugere como
alguns de nossos irmãos, o diabo como sempre o culpado.
Um sacerdote, nesse
fim de semana, nos falava que TODOS têm a propensão ao erro. Que mesmo não
querendo estamos sujeitos a momentos de ira, raiva, desamor, ódio, (…) e que o
inimigo de Deus teria o poder de APENAS sugerir o gesto, mas não a consolidação
do fato, ou seja, quem realmente torna a sugestão um ato, somos nós mesmos.
O sacerdote sugeria
a vigilância a esse “ser humano” falho e
Zaqueu, como outros
que ainda não conhecem a verdade, não se preocupou com que diriam a seu
respeito, pois estava prestes a trocar sua vida repleta de incertezas por algo
tão grande e tão sublime – um tesouro chamado perdão.
Do alto daquela
arvore, o homem de pequena estatura se mostra grande. Um gesto nobre ao
reconhecer suas fragilidades e erros perante aquele, como diz a canção de
Walmir Alencar, que não perguntou por onde andou.
Um homem que não
perdeu tempo encontrando um culpado para suas faltas; que não se escondeu atrás
de um abandono na infância, na separação dos seus pais, por ter passado
dificuldades financeiras, por não ter estudado em escola particular, (…), e
outros tantos esconderijos da alma.
Sim, talvez
tenhamos limitações provocadas por situações do nosso passado ou presente (as
mais destrutivas são as psicológicas) , mas até quando isso me impedirá para
atender ao pedido de Jesus em abrir nossa casa, nosso coração, nossa vida para
Ele entrar? Se são mais fortes do que eu, por que não procurar por ajuda?
Acredite: “(…) Hoje a Salvação entrou em sua
casa”
Propósito:
Pai,
faze-me puro de coração, como o Zaqueu convertido, tornando-me desapegado das
coisas deste mundo e capaz de dividi-las com os pobres.
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