16 novembro - Bate com força, a casca cede e a noz se quebra sem ferir a mão; bate com pouca força, a casca não se parte, a mão se machuca com o golpe fracassado e nada aconteceu: para fazer o bem é preciso energia. (L 29). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 18,35-43
"Quando Jesus se aproximou de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmola. Ouvindo a multidão passar, perguntou o que estava acontecendo. Disseram-lhe: "Jesus Nazareno está passando". O cego então gritou: "Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!" As pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse calado. Mas ele gritava mais ainda: "Filho de Davi, tem compaixão de mim!" Jesus parou e mandou que lhe trouxessem o cego. Quando ele chegou perto, Jesus perguntou: "Que queres que eu te faça?" O cego respondeu: "Senhor, que eu veja". Jesus disse:" Vê! A tua fé te salvou". No mesmo instante, o cego começou a enxergar de novo e foi seguindo Jesus, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo deu glória a Deus."
Meditação:
Jesus alivia a aflição de um homem vítima de um problema físico: devolve a ele a capacidade de ver; responde à fé do individuo que o impulsiona a se dirigir a Jesus como Filho de Davi.
A atitude de Jesus traz salvação a um excluído da humanidade, vitima de uma enfermidade que o condena a passar seus dias à beira do caminho, mendigando.
O cego recupera a visão e reconhece o que outros não queria que conhecesse.
Muitas vezes podemos sentir que trabalhamos como quem não reconhece Jesus em
toda sua dimensão e por sua vez negamos a outros a possibilidade de conhecê-lo.
O nome de "Filho de Davi" não implica somente a restauração
espiritualizada do Reino de Deus, é também a esperança política do povo de
Israel, o rei que todos esperavam; porém, não será o rei nos moldes que muitos
imaginavam. Sim, é rei enquanto eleito, ungido de Deus e propõe uma lógica
diferente nas relações políticas, sociais e econômicas.
A cura do cego simboliza a fé, que é a visão do compromisso com Jesus. De olhos
abertos para nova maneira de ver e agir, ele segue a Jesus que vai dar a vida.
Podemos dizer que esta meditação é um roteiro de cura interior baseado no
Evangelho de hoje. Enquanto lê, procure ver em que área da sua vida ele se
aplica.
Primeiro ponto:
O cego estava na beira da estrada, pedindo esmolas, quando vem a multidão e ele
descobre que Jesus está passando. Ele sabe que essa pode ser a sua única chance
de ser curado, e começa a gritar por Jesus. Mesmo que as pessoas tentem fazê-lo
se calar, ele grita cada vez mais alto, até Jesus ouvi-lo. ISSO É QUE É TER FÉ!
Será que nós temos essa fé ativa? Que grita e clama até conseguir ser ouvido?
Ou nossa fé é passiva, que espera que Jesus consiga nos enxergar lá no final da
multidão, e venha até nós para resolver nosso problema? Quando Jesus passar,
não perca a oportunidade, grite!!! Pode ser que Ele não passe novamente...
Segundo ponto:
Quando Jesus percebeu que aquele homem não iria desistir, parou e mandou que o
trouxessem até Ele. O cego foi trazido no meio de toda aquela multidão... Todos
puderam ver que ele enfrentaria qualquer situação para conseguir a sua cura.
Ele não podia ver, mas certamente deve ter ouvido as pessoas fazerem
comentários sobre a sua sujeira, o seu pecado... que se ele estava daquele
jeito é porque mereceu aquele castigo de Deus... Mas ele atravessou a multidão,
e isso já foi uma parte do processo de cura. O que isso quer dizer? Que para
conseguirmos a cura do nosso problema, também temos que atravessar a "via
crucis" que esse cego atravessou. Não precisa ser necessariamente uma
multidão... Mas NÓS PRECISAMOS FAZER O NOSSO SACRIFÍCIO, PARA QUE JESUS POSSA
FAZER A PARTE DELE. O sacrifício do cego foi gritar por Jesus (bem alto!) e
atravessar a multidão, para chegar a Jesus. Parece pouco? Experimenta se
colocar no lugar do cego... Você teria coragem de clamar por Jesus e atravessar
uma multidão, expondo o seu problema a todos, escutando os comentários das
pessoas, enfrentando os olhares de pena ou de desdém (no caso do cego, isso não
foi problema...), e se colocar humildemente aos pés de Jesus?
Terceiro ponto:
Jesus deve ter percebido que o homem era cego, mas mesmo assim perguntou:
"Que queres que eu faça por ti?" Parece piada! O que o cego poderia
querer? Enxergar, logicamente! Mas Jesus queria ouvir o cego dizer. Observe que
essa é uma pergunta muito clara e direta. Então exige uma resposta clara e
direta, e foi assim que o cego respondeu: "Senhor, eu quero enxergar de
novo." Veja que a visão era algo que ele tinha e que precisou ser tirado,
para que ele pudesse dar valor. Não foi Deus quem lhe deu o dom de enxergar?
Então por que precisou tirar, para devolvê-lo depois, assim? Para que ele
passasse a dar valor aos dons de Deus. Você já percebeu como faz muito mais
falta aquilo que você já teve um dia, mas depois perdeu... do que aquilo que
você nunca teve? Tem pessoas que nunca conseguem se adaptar a viver sem a
visão, sem a liberdade, sem aquele alguém, sem um computador, sem dinheiro... E
você, o que lhe foi tirado e hoje lhe faz falta? A sua felicidade depende
disso? E você REALMENTE QUER SER FELIZ novamente? Então, meu irmão, siga os
passos desse roteiro... Faça a sua parte, o seu sacrifício, que Jesus fará a
parte dEle.
Mais dois detalhes desse Evangelho: 1) Lembre-se que, no final, o ex-cego
passou a SEGUIR JESUS, GLORIFICANDO A DEUS, e TODO O POVO DAVA LOUVORES A DEUS
POR ISSO. Esse é um dos sinais mais claros do verdadeiro milagre: transforma a
pessoa em seguidora de Jesus! 2) O cego precisou que outras pessoas lhe levassem
até Jesus...
Assim como você também vai precisar, e aquele seu amigo "cego" também precisa que você o leve até Jesus. O caminho é difícil, mas você não está sozinho nele...
Reflexão Apostólica:
Como é tão bom ver casar a vontade de Deus com um problema real.
Semana passada, divagávamos, que por não saber pedir, pedíamos coisas que de fato não eram o verdadeiro foco do problema, então o Espírito Santo que habita em nós vinha e vem a nosso socorro e revela a Deus as nossas verdadeiras necessidades.
No caso de hoje, o cego, diferente dos 10 leprosos, sabia bem o que era
preciso, e mais do que isso, sabia que aquele de quem, OUVIU APENAS AS PALAVRAS
E O SOM DOS SEUS PASSOS poderiam lhe devolver ou restituir a visão.
Chama atenção o fato de que após a cura, que simboliza um novo recomeço nessa vida, o homem procura não abandonar Seu benfeitor “(…)
No mesmo instante o homem começou a ver e, dando glória a Deus, foi seguindo
Jesus”. As pessoas que viram ou ouviram o acontecido viam no cego não mais a
cura, mas sim o testemunho. O cego poderia ter voltado pra casa, para sua vida,
para sua rotina (…), mas não o fez.
Muitos de nós fazemos o inverso após receber
um pedido. Quantos vezes já fizemos novenas a são Judas, santa Edwiges, santo
Expedito, santa Rita, santo António e outros santos de nossa devoção e após uma
prece atendida, rendemos louvores a Deus, colocamos faixas pela “prece
atendida” e voltamos a nos cegar?
Deve ser por isso que muitos dos que um dia levavam uma vida afastada ou sem fé ao se converter, passando a seguir a Jesus, conseguem convencer mais do que aqueles que testemunharam o milagre.
Assim também foi com a samaritana. Muito maior que a cura do seu coração, foi o
gesto de mudança de comportamento visto por aqueles que a conheciam há tanto
tempo. Não adianta falar, precisamos caminhar com ELE.
Ser cristão na igreja é fácil, difícil é
chutar a mesa com o dedinho do pé e não ter vontade de xingar!
Fácil é ir à frente e falar trechos lindos e decorados da bíblia, mas difícil é tentar vivê-los na prática.
Declarar a cura é fácil, difícil é testemunhar; ir ao Grupo, à Missa, à Reunião é fácil, mas como é difícil ser servo, dizimísta, coordenar…
Deveríamos dar mais oportunidades às pessoas.
Se hoje temos carência de pessoas para ajudar, se comprometer (…) é por que
talvez não tenhamos dado a chance. Colocamos metas e perfis inatingíveis no
inicio de uma caminhada.
É esperar que alguém tenha equilíbrio numa moto sem nunca ter subido numa bicicleta. Somos rigorosos demais.
Calamos a boca de tantos outros Bartimeus, mas graças a Deus alguns ao invés de se calar, gritam ainda mais alto.
Jesus hoje passa a frente de nossa casa, da nossa vida, do nosso trabalho e pergunta: “O que é que você quer que eu faça”? Ele passa na frente de sua Pastoral, Movimento, Grupo e pergunta: “O que é que você quer que eu faça?”
A semana só esta começando e o Advento se
aproxima cada vez mais (13 dias) e como diria Simone naquela canção “Então é natal, o que você fez…”
Propósito:
Pai,
infunde em mim uma fé profunda como a do pobre cego, cujo desejo de ser curado
por Jesus levou-o a se abrir para a verdadeira visão que leva à salvação.
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