26/11
– São Leonardo de Porto Maurício
Leonardo de Porto Maurício, o santo
da via-sacra e
da Imaculada
Conceição, o frade que salvou o Coliseu de uma
ruína total, o pregador inflamado da Paixão de Cristo.
Fez
os seus estudos no Colégio Romano e depois entrou no reino de
são Boaventura, vestindo aí hábito franciscano. Desenvolveu
sua atividade sacerdotal prevalecendo em Florença. As cruzes plantadas por
seus confrades fora da Porta de são Miniato tornaram-se para ele outros
tantos púlpitos ao aberto. Sobre a eficácia de sua palavra fundam-se
alguns episódios da vida do santo. No fim de um discurso sobre a Paixão,
na Córsega, os homens, endurecidos pelo ódio secular, descarregaram seus
fuzis para cima e se abraçaram em sinal de paz.
Em
Florença suas pregações constituíam uma advertência para todos os
cidadãos. No jubileu de 1750, proclamado pelo Papa Bento XIV (Lambertini
de Bolonha), fez muito sucesso a via-sacra pregada por
frei Leonardo aos 27 de dezembro no Coliseu. Era a primeira vez que se
celebrava um rito religioso no anfiteatro Flávio. Desde aquele ano a
piedosa tradição
se mantém até aos nossos dias e toda a Sexta-feira Santa o
Papa faz pessoalmente o rito penitencial.
Aquela primeira
via-sacra teve também um grande merecimento para a arte: o Coliseu até aquele
ano tinha servido como pedreira, mas depois daquela memorável via-sacra foi considerado lugar
sagrado, meta de devotas peregrinações, e a sua
demolição parou. Frei Leonardo era um grande devoto de Nossa Senhora e um
apaixonado defensor da Imaculada Conceição. Convenceu o
próprio pontífice a convocar um Concílio, isto é, um referendum entre os
bispos, para proceder depois a proclamação do dogma. O Papa Bento XIV
(Lambertini de Bolonha) preparou para este fim uma Bula que por várias causas,
nunca foi publicada.
Em
1751 frei Leonardo morria no predileto retiro de São Boaventura. Sobre o
túmulo do santo foi exposta a carta profética escrita por São Leonardo
pouco antes da morte. Nela preconizava-se a proclamação do dogma da
Imaculada Conceição.
São
Leonardo de Porto Maurício, rogai por nós!
26 novembro - Humilhar-se
é um grande remédio contra as tentações. (S
198). São Jose Marello
Leitura
do santo Evangelho segundo São Lucas 21,5-11
"Algumas pessoas estavam falando de como o Templo era enfeitado com bonitas pedras e com as coisas que tinham sido dadas como ofertas. Então Jesus disse:
- Chegará o
dia em que tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E não ficará uma
pedra em cima da outra.
Aí eles
perguntaram:
- Mestre,
quando será isso? Que sinal haverá para mostrar quando é que isso vai
acontecer?
Jesus
respondeu:
- Tomem
cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo ser
eu, dizendo: "Eu sou o Messias" ou "Já chegou o tempo".
Porém não sigam essa gente. Não tenham medo quando ouvirem falar de guerras e
de revoluções. Pois é preciso que essas coisas aconteçam primeiro. Mas isso não
quer dizer que o fim esteja perto.
E
continuou:
- Uma nação
vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em vários lugares haverá
grandes tremores de terra, falta de alimentos e epidemias. Acontecerão coisas
terríveis, e grandes sinais serão vistos no céu."
Meditação:
Este texto de Lucas pertence ao chamado "apocalipse
sinótico" e tem seus paralelos com Mc 13 e Mt 24. É formado por um
entrelaçamento de tradições cristãs e da apocalíptica judaica que refletiam o
ambiente e a situação da primeira guerra dos romanos contra os judeus (66-70
d.C.).
O Evangelho de hoje faz referência ao Templo, que era uma construção imponente.
Representava a união do povo judeu com sua fé monoteísta. Jesus não compartilha
da admiração e entusiasmo que seus discípulos sentiam por essa obra
arquitetônica e afirma que ela seria destruída.
Em meio ao barulho do povo no templo, alguns admiram a magnificência da
construção. O templo, reconstruído depois do exílio, parece que foi realmente
modesto se comparado com o primeiro, construído por Salomão. Contudo, para a
época de Jesus, aquele modesto templo do pós-exílio era outra coisa totalmente
diferente.
Herodes o Grande, com mania de grandeza por natureza, buscando reconciliar-se
com os judeus, havia-se encarregado de remodelá-lo, com ampliações e com
soluções que ainda surpreendem a engenharia moderna. Isto para entender por que
os visitantes se maravilhavam tanto com aquela obra. Exceto a magnificência do
edifício e a pompa da obra como tal, sabemos que o templo significava tudo para
Israel, não somente por sua convicção de que era o lugar da Presença, lugar
onde habitava o Nome de Deus ou sua Glória (Ez 43,4), mas porque, como
estrutura institucional, determinava todos os destinos políticos, econômicos,
sociais e religiosos da nação.
Consideremos só o religioso: o templo como habitação do Nome (os israelitas não
se atreviam a personificar a Deus nem muito menos a dar-lhe um nome específico,
por isso utilizavam invocações para se referir a ele: o Nome, a Glória, a
Presença, Shekiná) do lugar específico do Santo dos Santos se irradiava sua
santidade para os demais lugares do templo: primeiramente para o que estava
mais perto do lugar da Santidade: o altar, em seguida as casas e o pátio dos
sacerdotes de Israel, depois as casas e os pátios dos levitas, pátio dos
israelitas legalmente puros, pátio dos impuros, pátio das israelitas e das
crianças, pátio dos estrangeiros, palácios próximos, o resto da cidade, o país
e o mundo; de modo que a santidade se deduzia pela proximidade ou distância do
lugar da Santidade divina.
Nessa medida, o templo era a réplica em miniatura da sociedade
israelita estratificada por razões sociais, econômicas e contraditoriamente,
por razões religiosas (puros e impuros, abençoados e malditos).
Aqueles que observam a maravilha arquitetônica não estão em condições de pôr em
questão tudo o que há por trás daquela estrutura de pedra; unicamente Jesus,
que como já vimos se orienta por outros critérios, com outros parâmetros, é
capaz de questionar e até se atreve a predizer sua destruição: o da ruína
material pôde tê-lo dito pela simples constatação histórica porque já havia
ocorrido em 587, mas também porque era um fato que os detentores do poder
procuravam arruinar as construções religiosas dos súditos para submetê-los com
maior crueza.
Destruindo os templos, saqueando-os e, especialmente, retirando
deles as estátuas das divindades e demais símbolos religiosos, os invasores
davam por submetidos também os deuses dos povos conquistados, e estes tinham a
obrigação de submeter-se à religião do conquistador.
O templo de Jerusalém tinha sido saqueado pelos babilônios,
pelos gregos, e faltavam os romanos, mas não tardariam.
Contudo, a realidade da destruição de templo Lucas já a devia
conhecer e aproveita aquela imagem para pô-la na boca de Jesus como profecia e
como introdução a seu discurso escatológico que se abre precisamente aqui a propósito
das palavras de uns aterrorizados fiéis diante daquela fortíssima construção.
Não é necessário, portanto, insistir se Jesus predisse a destruição de
Jerusalém e seu templo em termos literais.
O mais importante é que com a clareza de uma consciência
totalmente liberta e desprovida da alienação religiosa, própria de seu tempo,
Jesus manifesta sua mais profunda convicção e fé na queda de todo o sistema
montado ao redor do templo como estrutura geradora de injustiça institucional.
Não seria algo pacífico nem fácil, com a mesma violência e
injustiça com que se tinha levantado tudo aquilo, seria derrubado também. Não
porque Deus interviesse para que as coisas se deem assim, senão como uma
espécie de lei da vida. "
Reflexão Apostólica:
Este texto é um conjunto de advertências que
Jesus dirige à Igreja, chamada a perseverar na fé e enviada para anunciar a Boa
Nova em meio aos acontecimentos históricos e naturais e seus correspondentes
perigos.
Iniciando com a admiração de algumas pessoas diante da beleza do Templo, Lucas
apresenta o "discurso "escatológico" sobre a destruição de
Jerusalém (cap. 21).
Todo poder tem como arma a ostentação, desde as pirâmides dos faraós até as
torres da atual capital econômica do Império.
A ostentação do Templo levava as pessoas a
admirarem, se curvarem e se submeterem. Porém, toda ostentação terá seu fim,
pedra por pedra, torre por torre.
A palavra de Jesus sobre a destruição do Templo, além de sua associação a um
fato histórico acontecido, tem o sentido do abandono da antiga doutrina emanada
do Templo para dar lugar à novidade de Jesus.
A mensagem anima a comunidade de cristãos a sustentar sua esperança e não
diminuir sua atenção em vista dos acontecimentos ou dos sofrimentos que possam
advir. Ao contrário, o fim não vai chegar de repente, a missão da Igreja deve
continuar.
Em alguns momentos a fala de Jesus nos
refrata ao futuro onde existe um amanhã cheio de incertezas e preocupações.
Quantos tantos estudiosos, cientistas,
filósofos já se atreveram a dizer até a data do apocalipse? Quantos não já
vislumbraram e até se flagelaram pelo medo do amanhã?
Como posso temer o amanhã se ainda vivo o
presente? Temer o futuro é de certa forma, se dizer incapaz de mudar o nosso
próprio presente.
Trabalhamos demais com os verbos no futuro e
no gerúndio que nos dão a noção que somos apenas passageiros e não pilotos de
nossas vidas.
“Não vou sair, pois esta chovendo”! O
gerúndio dá a impressão ou é a justificativa que precisávamos para dizer que
não posso fazer nada! “Se não estivesse chovendo eu ia”!
“Calma! Eu estou mudando, devagar, mas
eu estou tentando”! Por que não dizemos “vou mudar” ou “vou tentar”?
Temos medo do futuro!
Todos têm medos, limites, restrições (…), mas
não podemos tê-los ao ponto de ficar “passageiro” da vida.
Padre Fábio de Melo respondeu a um
questionamento sobre esse assunto assim: “(…) Todo ser humano que tem boa
consciência do limite é um ser humano que está num processo de aperfeiçoamento.
Eu sei que tenho limites, mas eu os respeito; não tenho medo deles. Então, a
partir disso, estabeleço metas de superação e, quando consigo isso, o limite
deixa de me condicionar. Eu continuo limitado, mas não estou condicionado a ele
(limite), porque eu consegui uma possibilidade boa de lidar com as coisas que
me limitam”.
Quando trabalhamos com os verbos no futuro
acabamos jogando a “culpa” ou a “responsabilidade” para Deus. São comuns
as expressões “Deus que quis assim” ou “Foi a vontade de Deus”!
De certa forma, em alguns casos, essa frases servem bem, mas na maioria
das vezes elas nos ajudam a esconder a nossa falta de atitude, de vontade, de
empenho sobre alguma coisa que sabíamos que viria a dar errado, mas não tivemos
coragem de dizer, fazer, agir (…) no presente. Precisamos não temer.
O Advento se aproxima e ao esperar o nascimento
de Jesus façamos um gesto concreto no presente pelo futuro: Façamos projetos,
de preferência, por escrito, pois, boa parte do que falamos ou prometemos acaba
indo para o gerúndio ou para o futuro, mas quando escrevemos firmamos um
compromisso no presente.
Deus anda conosco e sempre andará. Atitudes
mudadas no presente podem nos garantir um futuro melhor. Não nos exilemos. (…) Pois Deus
não nos deu um espírito de covardia, mas de força, de amor e de moderação”. (2Tm 1, 7)
Propósito:
Pai,
teu Filho Jesus é sinal de tua presença no meio da humanidade. Que eu saiba
acolhê-lo como manifestação de tua misericórdia, e só nele colocar toda a minha
segurança.
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