20/11 – Santo Edmundo
Edmundo, segundo os historiadores, foi
coroado no dia de Natal de 885. Suas qualidades morais tornaram-no modelo dos
bons reis. Tinha grande aversão aos lisonjeiros; toda a sua ambição era manter
a paz e assegurar a felicidade dos súditos. Daí o grande zelo na administração
da justiça e na implantação dos bons costumes nos seus Estados. Foi o pai dos
súditos, sobretudo dos pobres, protetor das viúvas e dos órfãos, sustento e apoio
dos fracos. O fervor no serviço de Deus realçava o brilho das suas outras
virtudes. A exemplo dos monges e de várias outras pessoas piedosas, aprendeu o
saltério de cor.
No
décimo quinto ano do seu reinado, foi atacado pelos Dinamarqueses Hínguar e Hubla,
príncipes desta nação, verdadeiros piratas, que foram desembarcar na
Inglaterra. Edmundo, a princípio, manteve-se sereno, confiando num tratado que
tinha feito com os bárbaros logo que vieram para o seu país. Mas quando viu que
não respeitaram o tratado, reuniu o seu exército. Mas os infiéis receberam
auxílios. Perante este reforço do inimigo, Edmundo sentia-se impotente para o
combater.
Então
os bárbaros fizeram-lhe várias propostas que recusou, por serem contrárias à
religião e à justiça que devia aos súditos. Preferiu expor-se à morte a trair
sua consciência. Carregaram-no de pesadas cadeias e levaram Edmundo à tenda do
general inimigo. Fizeram-lhe novas propostas. Respondeu com firmeza que a
religião lhe era mais cara do que a vida, e que nunca consentiria em ofender a
Deus, que adorava. Hínguar, enfurecido com esta resposta, mandou açoitá-lo
cruelmente.
O
santo sofreu todos os maus tratos com paciência invencível, invocando o Sagrado
Nome de Jesus. Por fim, foi condenado a ser decapitado, recebendo a palma do
martírio a 20 de novembro de 870.
Os
ingleses consideraram-no mártir e dedicaram-lhe numerosas Igrejas.
Santo
Edmundo, rogai por nós!
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 19,11-28
"Jesus contou uma parábola para os que ouviram o que ele tinha dito. Agora ele estava perto de Jerusalém, e por isso eles estavam pensando que o Reino de Deus ia aparecer logo. Então Jesus disse:
- Certo homem de uma família
importante foi para um país que ficava bem longe, para lá ser feito rei e
depois voltar. Antes de viajar, chamou dez dos seus empregados, deu a cada um
uma moeda de ouro e disse: "Vejam o que vocês conseguem ganhar com este
dinheiro, até a minha volta."
- Acontece que o povo do seu
país o odiava e por isso mandou atrás dele uma comissão para dizer que não queriam
que aquele homem fosse feito rei deles.
- O homem foi feito rei e
voltou para casa. Aí mandou chamar os empregados a quem tinha dado o dinheiro,
para saber quanto haviam conseguido ganhar. O primeiro chegou e disse:
"Patrão, com aquela moeda de ouro que o senhor me deu, eu ganhei
dez."
- "Muito bem!" -
respondeu ele. - "Você é um bom empregado! E, porque foi fiel em coisas
pequenas, você vai ser o governador de dez cidades."
- O segundo empregado veio e
disse: "Patrão, com aquela moeda de ouro que o senhor me deu, eu ganhei
cinco."
- "Você vai ser o
governador de cinco cidades!" - disse o patrão.
- O outro empregado chegou e
disse: "Patrão, aqui está a sua moeda. Eu a embrulhei num lenço e a
escondi. Tive medo do senhor, porque sei que é um homem duro, que tira dos
outros o que não é seu e colhe o que não plantou."
- Ele respondeu: "Você
é um mau empregado! Vou usar as suas próprias palavras para julgá-lo. Você
sabia que sou um homem duro, que tiro dos outros o que não é meu e colho o que
não plantei. Então por que você não pôs o meu dinheiro no banco? Assim, quando
eu voltasse da viagem, receberia o dinheiro com juros."
- E disse para os que
estavam ali: "Tirem dele a moeda e dêem ao que tem dez."
Eles responderam:
- "Mas ele já tem dez
moedas, patrão!"
- E o patrão disse:
- "Eu afirmo a vocês
que aquele que tem muito receberá ainda mais; mas quem não tem, até o pouco que
tem será tirado dele. E agora tragam aqui os meus inimigos, que não queriam que
eu fosse o rei deles, e os matem na minha frente."
Depois de dizer isso, Jesus
foi adiante deles para Jerusalém."
Meditação:
Lucas
adapta a parábola dos talentos, já utilizada por Mateus, acrescentando, de
maneira forçada, a narrativa do homem nobre que foi nomeado rei e depois mandou
matar seus inimigos.
A
parábola, a partir de um dito de Jesus, parece já ter sofrido acréscimos nas
primeiras comunidades cristãs. Ela é o retrato de uma sociedade onde predomina
a ambição do dinheiro e a crueldade.
A parábola
dos talentos, apesar das semelhanças, não deverá ser a mesma das minas, ainda
que alguns pensem que sim, pois Jesus podia ter contado duas parábolas
semelhantes, embora com o mesmo fim didático.
Esta
parábola ensina principalmente a necessidade de corresponder à graça de uma
maneira esforçada, exigente, constante, durante toda a vida. Temos de fazer
render todos os dons da natureza e da graça, recebidos do Senhor.
O
importante não é o número dos talentos recebidos, mas sim a generosidade em
fazê-los frutificar.
Não se
trata propriamente de uma moeda, mas de uma unidade monetária, cujo valor
ignoramos ao certo, por variável que era então, mas que ronda pelos 36 quilos
de prata. O texto sugere refletirmos sobre três pontos fundamentais que são:
1. O segredo da
felicidade:Todos
suspiramos pela felicidade, todos queremos ser felizes. Todavia, é preciso não
termos ilusões.
A
felicidade não se recebe de “mão-beijada”. Ela conquista-se com o esforço, o
trabalho e o sacrifício. O segredo da felicidade está na fidelidade aos nossos
deveres em relação a Deus e aos outros.
Ser fiel
no dever de cada dia; fiel em pequenos gestos de caridade com o próximo; fiel
no compromisso de piedade, de amor para com Jesus na Eucaristia; fiel na
preocupação de tornar a vida agradável aos outros; sorrindo, servindo e
ensinando.
Não é
indiferente ser ou não ser fiel: "ditoso o que teme o Senhor e segue o seu
caminho", diz o
salmista.
Não há
felicidade sem fidelidade. Neste Evangelho, vemos o exemplo dos criados que
puseram a render os talentos que o patrão lhes confiou.
2. Os pecados de omissão: O Evangelho nos diz que o patrão
daqueles criados, passado muito tempo, foi ajustar contas com eles.
Enquanto
que o primeiro e o segundo puseram a render os talentos recebidos, o terceiro,
deixando-se levar pela preguiça, nada fez. Daí, ouviu a censura condenatória do
seu patrão: servo mau e preguiçoso.
Aqui temos
retratado o pecado de omissão. Aquele servo não perdeu o talento recebido. Teve
até o cuidado de o esconder, mas assim o tornou improdutivo.
O servo
preguiçoso é imagem viva do cristão que, quando é chamado à uma vida de piedade,
mas intensa; comprometer-se na tarefa do apostolado; a aliviar o peso da
pobreza, do sofrimento de quem o rodeia, se esquiva e tranqüiliza a sua
consciência dizendo: eu não sou mau, não trato mal ninguém, nem prejudico quem
quer que seja.
Quem fala
assim não repara que também existem omissões graves, coisas que se deviam ter
feito ou dito, não se fizeram nem se disseram.
Na
comunicação social quantos pecados de omissão nesta área: há momentos para
elogiar e ocasiões para, sem condenar ninguém, mostrar a nossa discordância. Os
que apóiam publicamente o aborto e outros atos graves contra a vida, a justiça
e a paz.
3. O verdadeiro descanso: O comportamento dos servos não foi
igual. Para o primeiro e o segundo o resultado foi 100% mais; para o terceiro
foi 100% negativo. Cada um recebeu seus talentos para os pôr a render sempre
que pode fazer algo.
Desta
forma, não podemos cruzar os braços. Certamente que não resolvemos tudo.
Fazemos o que podemos.
Portanto,
dê você também o seu 100% e descansará, tomará posse do que está reservado para
aqueles que em vida deram o seu 100%
O
Evangelho estabelece um laço constante entre os pecados de omissão e o inferno.
Três textos se referem ao caso: a parábola dos talentos que acabamos de ler:
"Lançai-os
às trevas de lá de fora.".
Na parábola do rico avarento (Lc 16, 10): "Morreu e foi
sepultado no abismo.".
No capítulo 25,11 de Mateus: "Afastai-vos de mim malditos para o fogo
eterno.".
Eu, no meu
lar, no lugar de trabalho, nas minhas relações sociais, na minha Paróquia, faço
frutificar os talentos de inteligência, de saúde, de simpatia, de
possibilidades econômicas, ou enterro tudo isso no despejo da preguiça? Procuro
trabalhar na defesa dos valores: da vida, da verdade, da honra, do pudor, dos
outros que precisam da minha ajuda?
Mãos à
obra! Você tem tudo para ser feliz, e repousar na alegria do seu Senhor, basta
que ponha a render os seus talentos.
Tempo é
questão de preferência!
Reflexão Apostólica:
Esse evangelho nos traz à memória um dito popular muito
comum: “Quem tem tempo nunca tem tempo, mas quem NÃO tem tempo SEMPRE arruma
tempo”.
É muito comum ver em nossas comunidades, no trabalho, na
faculdade, (…), alguém que consegue se destacar mesmo tendo todas as
adversidades do mundo contra ele (a). Pessoas que conseguem fazer seu tempo,
seu empenho, seu trabalho render “dez moedas”.
São pessoas que conhecemos que trabalham o dia inteiro,
tomam conta dos filhos e ainda estudam a noite. Que apesar de tamanha demanda
não atrasam seus trabalhos, não deixam de fazer suas tarefas e ainda tem tempo
para parar um pouco e rezar.
No entanto existem outras pessoas que acordam às dez da
manhã, tomam café na frente da TV, não lavam seus pratos, calcinhas, cuecas;
querem estudar a noite mesmo não tendo afazeres de dia, matam aula e ainda
arrumam tempo pra reclamar da comida fria, da roupa que não foi passada, que
precisa de um tênis ou um celular novo.
Sabem a programação da TV por completo; navegam horas na
internet e que se chateia profundamente se tiver que ficar uma hora na Missa de
domingo.
Esse personagem da vida real que o diácono Nelsinho
Correa da Canção Nova batizou e popularizou de “beiçudo” anda
São pessoas hoje que tem ojeriza a estudar, aprender,
capacitar-se; são irmãos, colegas, amigos de trabalho que após longos anos de
serviço ou numa mesma função, se negam a ouvir conselhos, alternativas,
sugestões…
Também é um povo de 30, 35 anos que se comporta como se
tivesse 15; enfurnados em boates até durante a semana, fazendo rachas de carro,
enquanto papai e mamãe ficam em casa polindo a moeda do filho. Filho esse que
sai de casa com intenção de bater em alguém; que se esconde atrás de uma gangue
para ser valente e quando dá algo errado, o leão de agora a pouco volta a ser
um gatinho, um santo, um anjo.
São pessoas também que guardam a moeda no bolso e com o
lenço cobrem os olhos para não ver o que acontece ao seu redor.
Para não se comprometer com a comunidade; não ajudam, não
emprestam seu talento, são egoístas; agindo bem parecido com o “mau empregado”
do evangelho; sabem fazer críticas ferrenhas, menosprezam o trabalho de quem
faz, torcem contra, põem defeitos (…) tudo isso sem perder o “charme” (ou seria
o orgulho?) ou sair de sua posição conforto
Mas o engraçado e ao mesmo tempo encantador que foi para
esse (a) mau empregado que Ele nos envia hoje; que foi pelo perdão dos nossos
pecados, onde estão inclusos os deles também, que Jesus se deu numa cruz.
Sejamos bons empregados, pois a messe é grande e a obra
não para: “(…) Depois de dizer isso, Jesus foi adiante
deles para Jerusalém”.
Um conselho: Quem não ajuda, por favor, não atrapalhe. Se
não tem certeza do que esta falando, peça ajuda; se os fios de cabelo começam a
surgir e a maturidade ainda não os acompanhou saiba que Peter Pan é uma fábula;
se não existe mais nada que possa aprender então nos ensine.
Propósito:
Pai, faze de mim um discípulo fiel de Jesus a quem
deverei prestar contas do bom uso dos dons que me concedeu. Que eu seja
prudente no meu agir.
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