25/11
– Santa Catarina de Alexandria
Catarina de Alexandria, muito
venerada, o seu nome tornou-se uma escolha comum no batismo, e em sua honra
muitas igrejas, capelas e localidades são dedicadas, no Oriente e no Ocidente.
O Brasil homenageou-a
com o estado
de Santa Catarina, cuja população a festeja como sua celestial
padroeira.
Maximino
Daia teria se apaixonado tanto por Catarina a ponto de querer divorciar-se de
sua mulher para se casar com ela. Com a firme rejeição por parte de Catarina,
pôs cinquenta filósofos para convencê-la de que Jesus Cristo, que tinha morrido
na cruz, não podia ser Deus. Mas Catarina fazendo uso da arte retórica,
e sobretudo dos bons conhecimentos filosóficos e teológicos, acabou por
ganhar para a sua parte aqueles sábios, que iluminados pela graça, aderiram ao cristianismo:
duplamente vencido aos olhos dos pagãos, eles receberam a coroa dos mártires,
porque Maximino os fez trucidar.
Quanto
a Catarina, não conseguindo dobrá-la aos seus desejos, Maximino procurou
fazê-la triturar pelas rodas de um carro com pontas de ferro, que ao contato
com o corpo da menina, dobraram-se como se fossem de vime. Por causa
desse episódio os que lidam com rodas elegeram-na como padroeira.
Levada
para fora da cidade, Catarina foi decapitada, mas do pescoço cortado, em vez de sangue,
saiu, como de certas ervas, leite, merecendo com isso um segundo título
de protetora daquelas que, tendo pouco leite, devem amamentar seus pequenos. Os
prodígios não acabaram aqui: do céu desceram os Anjos,
que transportaram
o corpo da mártir para o monte Sinai. Passados
três séculos, Justiniano, imperador de Bizâncio, mandou construir o Mosteiro de Santa Catarina
e a igreja onde estaria sua sepultura.
Santa
Catarina de Alexandria, rogai por nós!
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,1-4
Meditação:
O evangelho nos leva
hoje ao Templo, centro da vida religiosa, política e econômica de Israel. Desde
sua chegada a Jerusalém, Jesus protagonizou diversas controvérsias com os sumos
sacerdotes, escribas e fariseus, tanto que o observavam para surpreendê-lo e o
procuravam matá-lo (Lc 20,20 e 19,47).
Neste cenário,
encontramos Jesus no Templo, observando como algumas pessoas ricas depositam
seus donativos na arca do tesouro; entre elas, uma viúva pobre deposita o seu.
Ao falar de “uma viúva
pobre” devemos pensar numa mulher que vive da caridade e que de fato não tem a
entrada permitida no Templo. Sua presença na fila das ofertas já é por si uma
imagem de grande força.
Uma pessoa da qual não
se espera nada, pois está entre os últimos da sociedade, coloca-se na
disposição de doar, de compartilhar, e dá do que necessita para viver. Está
pondo em risco sua subsistência com esse gesto, trivial para muitos de seus
contemporâneos.
É um relato que incita
ao silêncio e à contemplação e convida à revisão de vida: até quando rotulo as
pessoas e não lhes permito dar o melhor, por não reconhecer que todos temos
muito que oferecer? De que maneira, minha vida se converte em oferenda real a
serviço e promoção da justiça? Até onde vai minha disposição de dar e
partilhar?
Hoje, aprendemos de Jesus,
o verdadeiro valor das coisas materiais. Parado à porta do Templo, Jesus
observava o comportamento das pessoas que chegavam para participarem do culto.
Perto de Jesus estava
uma caixa para a coleta das ofertas que serviriam para a manutenção do Templo
e, para socorrer os que estivessem necessitados.
Ali, cada um colocava
a sua contribuição livremente, de acordo com a sua vontade. Percebeu então
Jesus, que muitos ricos depositaram boas quantias e que os pobres também
contribuíam.
Uma viúva pobre, por fim
aproxima-se do cofre e deposita duas únicas moedinhas que tinha em sua bolsa.
Jesus, após o culto, chama os seus apóstolos e lhes diz: Em verdade vos digo,
que esta viúva pobre depositou muito mais do que todos os outros juntos pois,
todos deram das sobras que sempre Têm, mas ela, deu tudo o que tinha, todo o
seu sustento.
Desta lição concluímos
lição que, a doação tem que representar, verdadeiramente, a vontade do nosso
coração. Às vezes, sentimos muito quando presenciamos certas cenas que nos
chocam, devido ao tamanho do sofrimento que um nosso irmão possa estar
passando.
Em vários locais que
freqüentamos, não estamos livres de presenciar a dor o sofrimento que
deprimem e sufocam pessoas como nós, porém, que as adversidades da vida, o que
presenciamos dói muito na carne e no espírito daqueles sofredores.
Ficamos horrorizados,
condoídos e com muita pena, com muito dó, mas, mesmo chegando até às lágrimas,
a maioria, enxugando os olhos e limpando a garganta, sai abatida e com muita
dor no coração, porque mesmo não estando naquele estado, leva uma vida muito
apertada, com muita luta e coragem, conseguindo sobreviver e, , mesmo tendo
muito pouco recurso sempre são os que mais ajudam.
A minoria,
privilegiada, ignora aqueles sofredores e, até lastimam aquele quadro que
enfeia a sua cidade; que mancha o bom nome que ela tem, mas com raras exceções,
procuram ajudar àqueles desfavorecidos, mesmo tendo dinheiro e posição social
que pode lhes dar condições de acionar as autoridades, para conseguir mudar o
tratamento destinado àqueles que nada têm. Gastam, gastam, gastam, mas não
gostam de partilhar.
Por isso Jesus fala
que os ricos deram do que lhes sobrava. Isso não é dar com amor; é preciso
partilhar. Não basta ter dó; não basta ter pena; não basta chorarmos compadecidos;
como muitos fazem nos velórios abraçam e deixam uma mensagem para os
parentes e, depois, falam mal dos defuntos, comentando sobre a sua vida.
Isso não muda nada na
vida dos que sofrem as marcas de um esquema social que os coloca à margem dos
planos dos que dirigem esta e outras nações. Que têm os mesmos problemas no
mundo inteiro.
Com auxílio material,
com boa vontade de os ouvirmos e falarmos com carinho e muito amor cristão,
alguma coisa sempre se pode fazer. É preciso partilhar o Deus que trazemos
dentro de nós, com aqueles que encontramos nas esquinas da vida.
Que triste alguém que
vem à casa do Senhor e tem a sua oferta rejeitada, porque com Deus não se pode
barganhar, ou se oferece a oferta a adoração de coração, com a vida ligada a
Ele ou então melhor que nem ofereça, o que essas pessoas não entendem, é que
Deus nunca precisou e nem precisa de recursos puramente humanos para levar a
sua palavra, para levar a sua igreja por esta terra por nossa era, mas o que
ele sempre procurou e procura ainda hoje, são os verdadeiros adoradores que o
adorem em espírito e em verdade, ele sempre procurou corações abertos que não
se rendam as coisas desse mundo, mais que se dediquem a Ele em todos os
momentos de sua vida, o Senhor nunca se preocupou com a quantidade da oferta,
mas sim com a qualidade dessa, era só aquilo que a viúva tinha, e foi para essa
oferta que Deus atentou.
O que é que nós temos
para oferecer ao Senhor? Ofereçamos de todo o coração, para que possa chegar a
nossa oferta em cheiro suave diante do nosso Deus!
Reflexão Apostólica:
Esta
narrativa de Lucas vem em seguida à advertência de Jesus contra a prática dos
escribas. Estes escribas, enquanto fazem questão de ostentar piedade e
prestígio, devoram as casas das viúvas.
Jesus
contempla a ação realizada pela viúva no tesouro do Templo, e utiliza sua
atitude como ensinamento para seus discípulos e também para nós: ante os olhos
de Deus tem muito mais valor a pouca oferenda depositada pela viúva que as
grandes quantidades depositadas pelos ricos. Porque a viúva coloca no cofre
tudo que tem para sobreviver, põe nas mãos de Deus tudo o que tem, põe sua
vida, expressando assim que sua única esperança é a misericórdia de Deus.
A oferenda do rico não é válida ante os olhos de Deus porque é interesseira; talvez
o rico busque com ela acalmar sua consciência, remediar sua injustiça, talvez
exibir-se como generoso e devoto, ou talvez, ao depositá-la, projete aumentar
suas riquezas sem pensar nas necessidades de seus conterrâneos, nem na
exigência própria da lei de compartilhar os bens com os mais pobres.
O texto de hoje nos mostra que é a partir da generosidade, do desprendimento
que vamos construindo uma nova sociedade e uma nova Igreja, na qual o
compartilhar fraterno e generoso é fundamento para um viver mais coerente a
nossa fé em Deus.
Muitas vezes passamos por egoístas e somente damos de forma simbólica um par de
moedas que não necessitamos, ou – pior ainda – ofertamos o que passou a ser
inútil para nós. Que mérito tem esses gestos? Dar é sinônimo de entrega; e é
entregando do que necessitamos que acumulamos tesouros no céu. Valioso diante
de Deus é dar de forma desinteressada, sem esperar nada em troca e menos ainda
o aplauso público.
Geralmente, na concepção do mundo, vale mais aquele que tem mais para dar. No
entanto, para Deus não importa o muito ou o pouco que nós ofertamos, mas, a
condição e o modo como nós o fazemos.
Neste Evangelho nós descobrimos o valor que tem diante de Deus aqueles (as) que
têm pouco para dar, mas oferecem a Ele tudo o que possuem. Se formos parar para
avaliar a nossa conduta, nós iremos perceber que geralmente nós nos apegamos
com o pouco que temos e damos ao outro somente o pouco que nos sobra do muito
que temos.
A lei natural do mundo nos instrui que devemos fazer oferta de acordo com o que
nós possuímos. Se tivermos muito, temos condições de também oferecer muito, se
tivermos pouco, escassa também será a nossa doação. Isso faz parte da vida!
Porém, o que mais impressionou a Jesus no caso da viúva do Evangelho, foi que
ela depositou no altar do Senhor as duas únicas moedas que possuía, portanto,
ela deu tudo o que tinha. Assim ela deu testemunho de desprendimento e ao mesmo
tempo de confiança na providência de Deus.
Às vezes nós sovinamos não somente dinheiro, mas também, trabalho, tempo,
atenção, carinho, compreensão, zelo. Jesus nos ensina: aquele que dá a Deus
tudo o que tem, receberá de Deus muito mais para bem viver.
Podemos
agora, colocar essa idéia na nossa vida e refletir sobre o que nós estamos
depositando diante de Deus como oferta. Deus, Criador de todas as coisas do
universo é dono de tudo, mas, ainda não tem a posse do nosso coração, mesmo
sendo Ele o Autor da nossa alma e do nosso ser.
A Ele, nós temos oferecido apenas migalhas, negamos até o que de mais precioso
nós possuímos que é o dom da nossa liberdade. Somos escravos (as) de nós mesmos
(as) e teimamos em querer nos apossar das coisas que são inerentes ao nosso
ser, mas que se constituem um entrave para que Deus seja, realmente, o dono das
nossas duas moedas ou do nosso tesouro.
Colocamos nas mãos do Senhor somente aquilo que nos sobra, ou melhor, as áreas
da nossa vida das quais nós já conseguimos nos desprender. Entretanto, há
outras, que estão tão ligadas ao nosso comodismo e à nossa vontade própria, que
nós nem pensamos, quanto mais, admitimos, colocá-las diante do Senhor para que
Ele as governe.
A
viúva que não tinha nada entregou a Deus, tudo. Será que nós, que tudo
possuímos, não estamos dando a Deus, quase nada, apenas o que nos sobra? Isso é
algo sobre o qual nós precisamos refletir.
Você tem sido generoso (a) ou tem dado somente as sobras? O que você tem
relutado a entregar a Deus? Você se acha no dever de oferecer a Deus a sua
vida? Quais as áreas do seu ser que você tem deixado o Senhor governar? Você
tem deixado Jesus arrumar todos os aposentos do seu coração? Existe alguma
coisa que você tem negado a Deus?
Na ótica de Jesus, aquela pobre viúva, representação do mais pobre entre os
pobres, saiu do templo justificada; foi quem recebeu um maior dom em troca de
seu desprendimento: a graça divina; mas do ponto de vista de um doador rico,
aquela mulher teria pouca ou quase nenhuma recompensa.
O
reino que Jesus proclama não pode reger-se pelos mesmos critérios dos
dirigentes de Israel; o reino se constrói com os critérios da qualidade e
disponibilidade para contribuir a partir de uma genuína generosidade, e das
próprias carências, não a partir do supérfluo.
É
preciso discernir continuamente nosso comportamento e atitudes com aquelas
pessoas que dão generosas oferendas a nossos centros religiosos em comparação
com aquelas que oferecem pouco ou definitivamente não têm nada que oferecer.
Quais
são as de maior objeto de nossa “consideração” e apreço? Sejamos sinceros nisto
e reconheçamos com humildade que na maioria das vezes nos sentimos muito a
gosto com aqueles que dão mais, que têm mais e melhores meios. E o evangelho
onde está?
A
viúva do evangelho que hoje meditamos simboliza aquela porção de Israel que
entrou na dinâmica de Jesus, que está disposta a dar, a dar-se, a entregar-se
com o que tem à causa do Reino do Pai.
Essas
pessoas que dedicam tempo desinteressadamente às nossas obras nos evangelizam
com sua generosidade, e especialmente as que não regateiam nada para que a obra
do Reino continue sua marcha, recebem nossa atenção como aquela viúva recebeu
de Jesus, e nos deixamos contagiar por seu exemplo?
Com
auxílio material, com boa vontade de os ouvirmos e falarmos com carinho e muito
amor cristão, alguma coisa sempre se pode fazer. É preciso partilharmos o Deus
que trazemos dentro de nós, com aqueles que encontramos nas esquinas da vida. “O
VOLUNTARIADO E ‘O AMOR EM AÇÃO, ATRAVÉS DA CARIDADE.”
Propósito:
Pai, dá-me um coração de pobre, capaz de
partilhar até do que me é necessário, porque confio totalmente no teu amor
providente.
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