05 de julho - Vós estareis no mundo, mas não pertencereis ao mundo, nem o mundo poderá reclamar direito algum sobre vós. Vós vos achareis rodeados pelas perversidades da terra, mas vos conservareis sempre puros e sem mancha. (S 355). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 8,28-34
"Quando Jesus chegou à outra margem do lago, à região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois possessos, saindo dos túmulos. Eram tão violentos que ninguém podia passar por aquele caminho. Eles então gritaram: "Que queres de nós, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?" Ora, acerta distância deles estava pastando uma manada de muitos porcos. Os demônios suplicavam-lhe: "Se nos expulsas, manda-nos à manada de porcos". Ele disse: "Ide". Os demônios saíram, e foram para os porcos. E todos os porcos se precipitaram, pelo despenhadeiro, para dentro do mar, morrendo nas águas. Os que cuidavam dos porcos fugiram e foram à cidade contar tudo, também o que houve com os possessos. A cidade inteira saiu ao encontro de Jesus. E logo que o viram, pediram-lhe que fosse embora da região."
Meditação:
A Bíblia descreve pelo menos 39 milagres que Jesus realizou durante o Seu Ministério Público, e vários outros milagres com ele, são descritos, como seu nascimento, Transfiguração, Ressurreição e Ascensão.
Esta
apresentação dá uma seqüência cronológica dos Milagres, tal como foi
apresentado nos quatro Evangelhos. Cada evento inclui a referência adequada
escritural. Além disso, a localização dos eventos é indicada, para melhor
seguir as viagens do Senhor, enquanto Ele estava na Terra.
O
evangelho de hoje acentua o poder de Jesus sobre o demônio. No nosso texto, o
demônio ou o poder do mal é associado com três coisas: 1) Com o cemitério, o
lugar dos mortos. A morte que mata a vida! 2) Com o porco, que era considerado
um animal impuro. A impureza que separa de Deus! 3) Com o mar, que era visto
como símbolo do caos de antes da criação. O caos que destrói a natureza.
Mateus
resume aqui uma narrativa de Marcos para inseri-la em sua coleção de dez
milagres de Jesus. Em Marcos a narrativa tem um sentido missionário: um
possesso que foi libertado passou a anunciar Jesus no território gentílico da
Decápole.
A
narrativa ainda mostra que Jesus, com sua prática libertadora, encontra
resistência dos mais favorecidos, moradores da cidade, que pedem que se retire
dali.
Na
época de Jesus, muitas enfermidades internas eram interpretadas como possessões
demoníacas. Por isso, para eles, o sinal mais evidente da chegada do Reino era
a vitória sobre essas forças do mal que provocava muito sofrimento.
Esses
demônios faziam o homem escravo e viver fora da realidade, como morar em
cemitério, ser agressivo, quebrar grilhões e ferindo-se.
O
endemoniado, sabe da origem, do poder e da ação de Jesus. Sabe e conhece os
relatos das curas que Cristo realizava, por isso O pergunta: Filho de Deus, o que o senhor quer de nós? O senhor veio aqui
para nos castigar antes do tempo? Se o
senhor vai nos expulsar, nos mande entrar naqueles porcos!
Em
duas palavras: Pois vão!, Jesus responde e
suas palavras produzem efeito. O homem fica curado. Jesus ao curá-lo devolve o
direito de convívio com a comunidade, realizando assim a chegada do Reino
também para quem não acreditava. Assim, se entende que a salvação não é somente
para um povo ou uma religião, é para todos.
Quanto
aos prejuízos causados pela morte dos porcos devido a expulsão dos demônios,
quero crer que foi por misericórdia para com os donos desses animais, que Jesus
permitira lhes sobreviesse o prejuízo.
Eles
se achavam absorvidos em coisas terrestres, e não se importavam com os grandes
interesses da vida espiritual. Cristo desejava quebrar o encanto da indiferença
egoísta, a fim de Lhe poderem aceitar a graça que redime e salva proporcionando-lhes
a vida eterna.
E
a atitude dos moradores ao expulsarem Jesus da sua região, foi uma recusa total
da salvação trazida por Jesus. Oxalá, reconhecendo o poder de Jesus, o projeto
de vida eterna agradeçamos a Deus a graça de gritarmos como aqueles endemoniados
e peçamos a Deus a graça de acolhermos o projeto de Jesus. Pois ele é o
projeto de vida eterna.
Reflexão Apostólica:
Mais uma vez, o evangelho nos prova que Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus (os próprios demônios confessam isso).
Aqueles dois homens possessos de demônios foram libertados de seu sofrimento,
por Jesus, porque Ele é o nosso libertador.
Liberta-nos do pecado, de todas suas causas e de todas suas conseqüências. Só
Jesus pode nos libertar dos demônios que no nosso dia a dia tentam-nos para
poder nos arrastar para o pecado, para longe de Deus, e da vida eterna.
Essa libertação não acontece se nos afastarmos de Deus, ficando muito tempo sem
rezar, e principalmente sem comungar.
Foi assim que aquele sacerdote sucumbiu-se com a pressão da legião de demônios
que o arrastou como uma torrente poderosa para longe da Igreja, e de Deus.
Sendo jovem recém ordenado, foi designado para uma paróquia de uma cidade no
Nordeste, onde as tentações são muitas e a solidão se avoluma principalmente à
noite.
Apesar disso, aquele padre desempenhava seu sacerdócio com muita vontade,
humildade e por que não dizer, com fé.
Celebrações, reuniões, encontros de jovens, elogios a sua pessoa, olhares,
tentações, até que em um domingo à noite, final de um encontro de jovens,
quando fechava a última porta da casa paroquial, ela estava lá, sentada, com o
olhar fixo nele, ficou pasmado quase sem voz, mas afinal conseguiu perguntar o
que ela estava fazendo ainda ali? Por que não foi para
casa?...
....Conclusão, hoje este padre, (porque sempre será padre) está casado com
aquela tentação morena, e as missas viraram celebrações feitas por uma freira,
e outras vezes por catequistas da paróquia.
Segundo informações, a situação é bastante desagradável, e maledicente para a
própria Igreja. Aquele tímido padre, apesar de possuir um pequeno defeito
físico, é de boa aparência.
Ele tinha que viajar de uma cidade a outra principalmente no fim de
semana para atender confissões, casamentos, batizados e celebrações. Com muitas
atividades, suas orações pessoais foram substituídas por horas ou minutos de
descansos.
Diante deste quadro de muita ação e pouca oração, o espírito que mesmo estando
preparado pode cair por que a carne é fraca, imaginem um espírito despreparado
mais carne fraca mais solidão mais grades tentações. Não deu outra. A Igreja
perdeu mais um padre!
O inimigo de Deus persegue os Seus filhos e o maior
desejo dele é fazer com que a criatura rejeite o Seu Criador. Jesus veio nos
salvar e nos libertar do mau.
O Mau é o demônio com toda a sua carga prepotente e violenta. Os espíritos maus
que ainda hoje nos atormentam fazem de nós pessoas iradas, rebeldes, idólatras,
materialistas, impacientes, murmuradoras, intolerantes, medrosas, arrogantes e
às vezes tão violentas que podemos ser comparados (as) com verdadeiras “feras”.
Jesus nos liberta do mal para que nós possamos voltar para o caminho do bem.
Veja o que aconteceu com aqueles porcos.
Para salvar os dois homens Jesus expulsou deles o demônio e o mandou para a
manada de porcos que “atirou-se monte abaixo para dentro do mar, afogando-se
nas águas”.
Os homens, às vezes, até inadvertidamente deixam-se apossar pelas obras do
maligno. No entanto, nós temos ciência de que Jesus já o derrotou quando venceu
a morte que é a conseqüência do pecado.
O inimigo sabe que já foi vencido por Jesus, mas mesmo assim continua
explorando o ser humano. Os próprios endemoniados da história gritaram
reconhecendo Jesus como Filho de Deus replicando: “o que tens a ver conosco,
Filho de Deus? Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?
Se nós tivermos consciência de que Jesus já venceu a morte e que já nos deu a
vida eterna, nós não cairemos nas malhas dos inimigos.
Jesus queria dar dignidade ao homem, porém o povo da cidade não entendia isso,
porque estava preso aos seus interesses: os porcos lhe rendiam dinheiro.
Muitas vezes a libertação nos trará conseqüências de perdas, de despojamento e
nós não queremos sacrificar os bens que possuímos em troca da salvação da nossa
alma. Preferimos muitas vezes a prisão, a violência, para podermos ter uma vida
mais próspera.
Em pesquisa recente divulgada pelo IBOPE, constatou-se que a empregabilidade
deixou de ser a maior preocupação do brasileiro. Agora é a questão da violência.
Cá entre nós, isso até que faz sentido: para que trabalhar e ser remunerado se
posso não viver para gastar meu dinheiro ou mesmo pagar minhas contas?
Nos jornais, sejam eles televisivos ou impressos, violência. Nas ruas,
violência. Na política, mais violência só que travestida com o manto da
corrupção. Nas religiões, reduto cultural da moralidade, percebe-se um flerte
com a violência.
O que preocupa qualquer observador bem intencionado é o arraigamento do mal. A
extensão que ele tem tomado na sociedade e onde ele tem jogado seus tentáculos
na cultura.
Será que, mesmo orando e clamando a Deus por
paz e por uma intervenção divina no nosso “tecido social”, o mal poderá
ser erradicado?
Será que o mal já não está tão arraigado no povo
que, mesmo havendo uma manifestação do poder de Deus, as pessoas, por estarem
tão acostumadas com esse mal, não o prefeririam? Em outras palavras: será que
estamos preparados para o bem?
Essa pergunta pode doer e parecer retórica. Mas ela não o é. E o povo de
gadara preferiu antes o mal (a que estavam acostumados) do que a Jesus com
toda a sua majestade e poder. Na Bíblia há outros casos de gente que escolhera
o mal (Sodoma; o jovem rico etc).
O que acontecera com os gadarenos para que naquele “choque do bem” eles preferirem
o mal? O mal imperava em Gadara. E o maior sinal disso não era a presença
dos endemoniados, mas sim a ausência dos valores do Reino de Deus. Como já
dizia Santo Agostinho: “o mal existe como ausência do bem”. Na verdade, sempre
que o bem se ausentar o mal se instalará.
Ser cristão é prezar pela verdade, é viver em amor, é manifestar o perdão.
Depender de Deus é manifestar e ansiar pela justiça.
Quando nós transigimos com nossos valores ou mesmo
quando nós omitimos a vivência e a experiência destes valores nós condenamos o
povo a viver “gadarenamente”, isto é, à margem dos valores do Reino de Deus.
Você é uma pessoa fácil de ser influenciada e
atraída para as coisas mundanas? Você será capaz de abdicar de alguma coisa ou
de alguém muito importante, para se ver livre do pecado que o (a) prende? Você
é uma pessoa que facilmente se enraivece? Você acha que precisa ser curado (a)?
Propósito:
Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Pai, coloca-me bem junto de teu Filho Jesus, para que as forças do mal não prevaleçam contra mim nem me mantenham prisioneiro de seu poder opressor.
Não significa somente se contentar com uma vida sem sentido, sem um ideal,
sem um objetivo maior. |
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