11 setembro - As
inquietações, convençamo-nos bem disso, sempre veem da parte do demônio. (L
19). São Jose Marello
1Cor 7,25-31
Sl 45(44)
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 6,20-26
"Jesus olhou para os seus
discípulos e disse:
- Felizes são vocês, os pobres, pois o Reino de Deus é de vocês.
- Felizes são vocês que agora têm fome, pois vão ter fartura.
- Felizes são vocês que agora choram, pois vão rir.
- Felizes são vocês quando os odiarem, rejeitarem, insultarem e disserem que
vocês são maus por serem seguidores do Filho do Homem. Fiquem felizes e muito
alegres quando isso acontecer, pois uma grande recompensa está guardada no céu
para vocês. Pois os antepassados dessas pessoas fizeram essas mesmas coisas com
os profetas.
- Mas ai de vocês que agora são ricos, pois já tiveram a sua vida boa.
- Ai de vocês que agora têm tudo, pois vão passar fome.
- Ai de vocês que agora estão rindo, pois vão chorar e se lamentar.
- Ai de vocês quando todos os elogiarem, pois os antepassados dessas pessoas
também elogiaram os falsos profetas."
Meditação:
Lucas narra quatro bem-aventuranças
proclamadas por Jesus, seguidas de quatro “ais” de advertência, diferentemente
de Mateus que nos apresenta oito.
Seja como for convém notar que ambos os textos nos situam em cima da montanha
onde Jesus escolhe os seus Apóstolos e lhes apresenta o seu programa de ação.
Anuncia-lhes o seu conteúdo: "Felizes são vocês, os pobres, pois o Reino
de Deus é de vocês. Felizes são vocês que agora têm fome, pois vão ter fartura.
Felizes são vocês que agora choram, pois vão rir… "
Estas palavras foram vida e missão para os Apóstolos, são e o serão para todos
os cristãos de hoje e de amanhã. É nossa missão tornar a sociedade antiga justa
e digna, arrancando de seu meio, pela força do Evangelho, a miséria, a
injustiça, a fome.
O cristão deve sentir e encontrar prazer e alegria nas perseguições pelo amor a
verdade e a justiça do Reino. Pois será grande no céu a sua recompensa.
A promessa é do próprio Jesus: Felizes são
vocês quando os odiarem, rejeitarem, insultarem e disserem que vocês são maus
por serem seguidores do Filho do Homem. Fiquem felizes e muito alegres quando
isso acontecer, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês.
O cristão deve fazer tudo para derrubar todos os geradores dos males sociais. É
preciso que ele dê a conhecer aos grandes que defender a causa do pobre é
devolver-lhe a vida e a dignidade e não é a multiplicação de palavras. Porque
ele não vive de explicações, filosofias e falação.
Jesus dirigiu-se com frequência à multidão para adverti-la sobre o que está por
vir. No texto deste Evangelho se reflete com nitidez este tipo de comunicação.
Como Mateus, Lucas nos apresenta uma nova versão das Bem-aventuranças: Felizes
vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus…!
Digo “nova versão” por causa de algumas ligeiras diferenças quanto a ordem de
colocações. Se Mateus faz da proclamação das Bem-aventuranças um bloco
homogêneo de oito declarações pelo positivo, Lucas nos apresenta dois blocos:
um de quatro bem-aventuranças, outro de outras tantas declarações de
infelicidade, de imprecações: Mas ai de vocês que agora são ricos, pois já
tiveram a sua vida boa.
Podemos dizer que se tratam de blocos opostos: aos pobres opõem-se os ricos;
aos que têm fome contrapõem-se os que estão fartos. Além disso, o texto dá
grande relevo à anáfora e ao paralelismo.
O paradoxo é bastante comum em S. Lucas e indica uma orientação importante do
terceiro Evangelho: o radicalismo da força transformadora da sua mensagem. Há
muita coisa desconcertante, inesperada neste Evangelho.
Felizes vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados! Saciados por quem?
Saciados por Jesus a verdadeira comida e bebida. Aquele que nos abre para os
novos tempos e por isso, nos faz firmes e fortes nesta espera. Quem espera no
Senhor e não vacila nos momentos de amargura se torna bem-aventurado.
Jesus nos situa na perspectiva dos que buscam encontrar aqui na terra a
felicidade seguindo os conselhos evangélicos e mantendo a esperança de um dia
encontrá-la. Ser bem aventurado é ser feliz. As bem-aventuranças são estágios
de vida que nos levam a ter o prenúncio das coisas celestes, da realidade do
Céu.
Quando nós seguimos as sugestões do Evangelho, nós perseguimos a plenitude da
felicidade aqui na terra embora o mundo não possa entender. Portanto, ser pobre,
passar fome, chorar, ser perseguido, odiado, insultado, amaldiçoado, são
situações que, de acordo com a mentalidade do mundo, revelam infelicidade.
Porém, quando vivemos na perspectiva de fazer a vontade de Deus essas coisas
que nos acontecem servem de motivação para que nós experimentemos cada vez mais
o poder e a força do Senhor na nossa vida. Ao contrário, as coisas que o mundo
prega como lucro, a riqueza, a fartura, o riso fácil, o elogio, passam e não
deixam nenhum vestígio de felicidade. É feliz aqui quem já espera a realização
das promessas de Deus que plenamente serão cumpridas no Céu.
O próprio Jesus nos garante: “Alegrai-vos e exultai, pois será grande a vossa
recompensa no Céu”. A expectativa de que um dia contemplaremos a Deus e
alcançaremos a plena felicidade, já é um motivo para que sejamos felizes aqui.
Você já meditou sobre as bem-aventuranças? Com qual bem-aventurança você mais
se identifica? É feliz mesmo quando as coisas para você não sejam fáceis? Você
tem sofrido alguma afronta por amor a Jesus?
Reflexão Apostólica:
No evangelho de
hoje Jesus inverte a escala de valores dos judeus. Mais o que é uma
escala de valores? Veja bem. No tempo de Jesus, os judeus assim como
hoje, achavam que as coisas que valem mais são os bens materiais, como casa,
terrenos fazendas e outras propriedades.
Quais as coisas mais importantes para a nossa existência hoje? Saúde,
dinheiro, fama, posição social. Qual a profissão mais importante? Todos
respondem sem pestanejar: Médico. Qual a pior profissão? Lixeiro.
Os valores mudam no tempo e no espaço.
No tempo: Quando você era pequena, brincava de boneca. Hoje, com quinze anos,
boneca nem pensar.
No espaço: Um sujeito sobrevoando a África em um monomotor com uma maleta cheia
de notas de 100,00 no valor de 900 mil reais. Ele está pensando com um sorriso
nos lábios, eu tudo que ele pode comprar com todo aquele dinheiro. De
repente um estouro. A hélice parou. Olha para baixo só vê areia. É o mortal
Deserto de Sahara!
Já no chão, ou melhor, na areia com o sol torrando sua cara, logo após umas 4
horas de banho de sol forçado, bate uma sede de doer a garganta, e ele pensa,
em grande desespero! Eu pagaria mil reais por uma jarra de água gelada!
Viu? Ali na areia do deserto sua maleta de dinheiro, não vale nada! É
triste pensar também que quando estivermos dentro do caixão toda a nossa
riqueza não nos servirão de mais nada!
Pense: Só Deus e a vida eterna são valores imutáveis.
Os valores estão classificados em uma escala de importância. Uns valem mais que
outro. Para aquele sobrevivente na areia do deserto, a coisa que tinha mais
valor naquele momento de desespero, não era a maleta de dinheiro, mais sim uns
copos de água.
Jesus no seu discurso inverte a escala de importância dos valores. As coisas
que para a elite representada pelos saduceus, fariseus, escribas e sacerdotes
valiam mais, Jesus desvalorizou. dando maior valor exatamente o que eles
desprezavam ou desvalorizavam.
Felizes são os pobres que passam fome... (ao contrário do que todos
pensavam.) ...e felizes os que choram porque: Serão saciados e vão rir
muito... onde? NA VIDA ETERNA, UM DIA.
Propósito:
Fazer da Palavra, parte da minha vida.
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