26 JUNHO - Guerra à
transigência! Quem transige está perdido! (L
9). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho
segundo São Mateus 7,1-5
""Não julgueis, e não sereis julgados. Pois com o mesmo julgamento com que julgardes os outros sereis julgados; e a mesma medida que usardes para os outros servirá para vós. Por que observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou, como podes dizer ao teu irmão: 'Deixa-me tirar o cisco do teu olho', quando tu mesmo tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão."
Meditação:
Mateus, no seu evangelho, apresenta o
discurso inaugural de Jesus, o Sermão da Montanha, como um conjunto de orientações
para o harmonioso e feliz convívio comunitário, no amor e na paz, como
realização do Reino de Deus já presente no mundo.
Num mundo marcado por falsos juízos, Jesus
nos adverte: Não julgueis, para que não sejais julgados.
Esta expressão que pode tranquilamente se
entender por criticar é das mais conhecidas, mas nem sempre é interpretada
corretamente.
O julgamento que não devemos fazer é aquele
em que nos colocamos em lugar de juiz para condenarmos, ou falarmos mal a
respeito do nosso irmão ou nosso próximo segundo nossa própria avaliação. Isto,
porém, não se refere ao discernimento que deve ser exercido pelo cristão ou
pela igreja para se proteger contra os que praticam o mal ou ensinam
falsidades, ou para manter disciplina para o bem da igreja.
Quem ousa julgar aos outros, sofrerá a
conseqüência dessa usurpação de poder, pois também virá a ser julgado pela
mesma medida – e achado em falta!
Lembremos sempre das nossas próprias
imperfeições antes de nos colocarmos no lugar de juiz para apontar as faltas
dos outros.
O Senhor Jesus chama isso de hipocrisia: é
preciso primeiro eliminar as nossas próprias faltas e imperfeições antes de
julgarmos as dos outros. As nossas, sob esta perspectiva, são maiores e se
comparam a uma trave em nosso olho quando só podemos ver um argueiro no olho do
nosso irmão.
Ao nos depararmos com pessoas tão perversas
que tratam as verdades divinas com total desprezo e reagem com violência quando
lhes falamos do Evangelho, não temos a obrigação de continuar insistindo com elas.
Se o fizermos, apenas estaremos aumentando a condenação que já pesa sobre elas.
Nem sempre é fácil perceber quando uma
pessoa pode ser classificada nessa categoria, mas quando em dúvida, temos o
recurso de pedir discernimento em oração.
Esta passagem evangélica nos faz conhecer
que a verdadeira justiça que vem de Deus. Não temos o direito de condenar o
outro quando nem sequer nos preocupamos em olhar as nossas próprias limitações
e defeitos. Olhemos primeiro a trave que temos em nosso próprio olho, para depois
notar o que tem na outra pessoa.
As atitudes de intolerância e incompreensão que muitas vezes adotamos frente ao
pecado do outro, mostram a incapacidade que temos de amar, de perdoar, de
sermos misericordiosos como é nosso Pai do céu. Quem ama vê as quedas do irmão
com olhos de amor e perdão. Quem condena o outro por sua debilidade mostra que
Deus não habita nele.
Não se trata de deixar passar as coisas nem condenar quem comete alguma falta,
mas sim de corrigir fraternalmente com intenção de que a pessoa mude de atitude
e volte seus olhos ao Pai.
Reflexão
Apostólica:
Jesus nos convida a
não julgar, já que o único capaz de julgar é Deus. E quando ele julga, salva;
quando nós julgamos, na maioria das vezes condenamos, e oprimimos o condenado
para que ele sinta todo o poder de nosso julgamento. Mas quando estamos do
outro lado, o dos acusados, como desejamos que a condenação que seja lançada
sobre nós seja leve.
Assim mesmo, Jesus
chama a atenção de seus discípulos para serem coerentes; a se absterem de criticar
quando estiverem despreparados para fazê-lo. Somos muito dados a criticar
quanto passa por nossos sentidos.
Jesus não nos está
tirando o direito de julgar e criticar o que é bom e o que é mau; mas exige
nosso testemunho de vida.
Como posso falar a
outros de paz, quando sou o mais violento da família? Como posso falar-lhes de
perdão e reconciliação, quando sou o mais rancoroso? Como posso falar da
verdade, quando prefiro viver na mentira? Como posso falar da cruz de Cristo e
de sua ressurreição, quando o que menos aceito é sofrer dor e experimentar a
morte? Como posso falar de amor, quando dou acolhida ao ódio e ao rancor para
com os outros?
Neste texto de hoje, o
enfoque é a remoção de juízos condenatórios que geram atritos e exclusões nas
comunidades. Quem é dado a condenar os outros está se condenando a si mesmo.
Aqui pode ser aplicada
a máxima: "não faça aos outros o que não queres que lhe façam", que
pode ser expressa também na forma positiva.
O amor ao outro está
intimamente associado ao amor a si mesmo. E nestes dois amores se realiza o
amor de Deus. Quem rejeita o próximo rejeita a Deus.
Trata-se também de
remover a crítica sistemática aos outros (o cisco no olho deles), com a omissão
da autocrítica (a trave no próprio olho).
A qualificação de
"hipócrita" leva a pensar que o dito original fosse dirigido aos
fariseus, sendo, depois, aplicado à comunidade.
Não se pode imitar o
espírito fariseu que separa os homens entre justos e pecadores. É no diálogo
amoroso e na reconciliação que são superadas as divisões, tecendo-se os laços
da unidade.
As palavras do
evangelho de hoje podem ser mais bem entendidas se pensarmos em uma
hipocondríaca, ou seja, uma pessoa que se considera doente sem ser.
Se essa pessoa ler um
livro de medicina, começa a sentir todos os sintomas da enfermidade que lhe
descrevem; em troca, se ler um livro de psicologia ou de psiquiatria, começa a
atribuir doenças mentais a todos os que a rodeiam.
A mesma coisa se
passa quando criticamos os outros. Se se tratar de desqualificar nossos
colegas, irmãos ou líderes, nossa língua corta mais que uma espada de dois
gumes, cobrimo-nos com os maiores elogios, e não pensamos nos irmãos que também
têm méritos por suas ações.
Não podemos, por pura
honestidade cristã, aplicar critérios de vida aos outros que nós mesmos não estejamos
dispostos a cumprir.
Não podemos olhar
objetivamente para as falhas dos outros se antes não nos perguntarmos se com
isso estamos destruindo enormemente o princípio fundamental do cristianismo,
que é o amor incondicional ao próximo. Que a trave que existe em nossos olhos
não nos impeça de ver a vida que brota em nosso próximo!
Que o Senhor não nos
chame de "hipócritas" por nossas atitudes condenatórias. Mas que
diga: "Este é meu filho, muito amado".
Propósito:
Pai, livra-me de
julgar meus semelhantes de maneira severa e impiedosa. Que eu seja
misericordioso com eles, assim como és misericordioso comigo.
Para viver a união em família
A
família é a demonstração perfeita de Deus e do amor incondicional. Quando os
seus membros remam na mesma direção, não há obstáculo ou dificuldade que não
possa ser vencido. No entanto, sabemos que, às vezes, divergências de opinião,
orgulho e outras situações acabam distanciando esse sentimento divino dentro do
lar. A solução? Confiar sua casa e a união de todos nas mãos do Pai! “Senhor,
trazei a este lar a harmonia tão necessária nos dias de hoje. Que a ordem, o
respeito mútuo, a alegria e a fé sejam sempre nosso caminho a seguir, por
várias gerações. Que a nossa família se torne um exemplo vivo do Menino Jesus,
de Maria e de José. Que cada um de nós reconheça no outro a grande luz divina,
e que nossos pensamentos e atos reflitam a luz de Cristo em nosso coração. Com
humildade e fé, agradeço e declaro a força do nosso amor. Que assim seja.
Amém”.
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