18 junho - Não devemos
servir o Senhor pelas consolações e pela satisfação que sentimos, mas para
honrá-lo e consolá-lo. (S 359). São
José Marello
Jesus chamou seus doze discípulos e os enviou.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo
segundo Mateus 9,36-10,8
Naquele tempo:
36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas,
porque estavam cansadas e abatidas,
como ovelhas que não têm pastor.
Então disse a seus discípulos:
37'A Messe é grande, mas os trabalhadores são
poucos.
38Pedi pois ao dono da messe
que envie trabalhadores para a sua colheita!'
10,1Jesus chamou os doze discípulos
e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos
maus
e para curarem todo tipo de doença e
enfermidade.
2Estes são os nomes dos doze apóstolos:
primeiro, Simão chamado Pedro, e André, seu
irmão;
Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João;
3Filipe e Bartolomeu;
Tomé e Mateus, o cobrador de impostos;
Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu;
4Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes,
que foi o traidor de Jesus.
5Jesus enviou estes Doze,
com as seguintes recomendações:
'Não deveis ir aonde moram os pagãos,
nem entrar nas cidades dos samaritanos!
6Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de
Israel!
7Em vosso caminho, anunciai:
O Reino dos Céus está próximo'.
8Curai os doentes, ressuscitai os mortos,
purificai os leprosos, expulsai os demônios.
De graça recebestes, de graça deveis dar!
Palavra da Salvação.
Mensagem
O texto que hoje nos é proposto inclui a introdução e uma parte da descrição do
chamamento e do envio dos discípulos.
Na introdução (cf. Mt 9,36-38), Mateus explica que essa missão à qual Deus
chama os discípulos é expressão da solicitude de Deus, que quer oferecer ao seu
Povo a salvação. Mateus – que escreve para uma comunidade onde existia um
número significativo de crentes de origem judaica – vai usar, para transmitir
esta mensagem, imagens retiradas do Antigo Testamento e muito familiares para
os judeus.
Nas palavras de Jesus, Israel é uma comunidade abatida e desnorteada, cujos
pastores (os líderes religiosos judeus) se demitiram das suas
responsabilidades. Eles são esses maus
pastores de que falavam os profetas (cf. Ez 34; Zac 10,2). O coração de Deus
está, no entanto, cheio de compaixão por este rebanho abatido e desanimado;
Deus vai, então, assumir as suas responsabilidades, no sentido de conduzir o
seu Povo para as pastagens onde há vida.
Duas notas ainda: a referência à “messe” indica que essa missão é
urgente e que já não há muito tempo para a levar a cabo (nos profetas, a
“messe” aparece ligada à imagem do juízo iminente de Deus – cf. Is 17,5; Jer
13,24; Jl 4,12-13); a referência ao “pedido” que deve ser feito ao Senhor da
“messe” é um apelo a que a comunidade contemple a missão como uma obra de Deus,
que deve ser levada a cabo com os critérios de Deus (por isso, a comunidade
deve rezar – a fim de se aperceber dos projetos, das perspectivas e dos
critérios de Deus – antes de empreender a tarefa de anunciar o Evangelho).
Vem depois o chamamento dos discípulos (cf. Mt 10,1-4). Mateus começa
por deixar claro que a iniciativa é de Jesus: “chamou-os”. Não há qualquer
explicação sobre os critérios que levaram a essa escolha: falar de vocação e de
eleição é falar de um mistério insondável, que depende de Deus e que o homem
nem sempre consegue compreender e explicar.
Depois, Mateus aponta o número dos discípulos (“doze”). Porquê exatamente
“doze”? Trata-se de um número simbólico, que lembra as doze tribos que formavam
o antigo Povo de Deus. Estes “doze” discípulos representam simbolicamente a
totalidade do Povo de Deus, do novo Povo de Deus.Em seguida, Mateus define a missão que Jesus lhes confiou (“deu-lhes
poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e
enfermidades”). Os espíritos impuros, as doenças e as enfermidades representam
tudo aquilo que escraviza o homem e que o impede de chegar à vida em plenitude.
A missão dos discípulos é, pois, lutar contra tudo aquilo – seja de carácter
físico, seja de carácter espiritual – que destrói a vida e a felicidade do
homem (podemos dizer que a missão dos discípulos é lutar contra o “pecado”).
Finalmente, Mateus aponta os nomes dos “Doze” (Simão Pedro, André, Tiago filho de Zebedeu, João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago filho de Alfeu, Tadeu, Simão o cananeu e Judas Iscariotes). As listas apresentadas pelos vários evangelistas apresentam diferenças, seja na ordem dos nomes, seja nos próprios nomes (Tadeu é, na lista de Lucas, Judas). Em qualquer caso, Pedro encabeça sempre a lista e Judas Iscariotes fecha-a. Estes dois são talvez as duas personagens mais fortes e que, ao longo da caminhada com Jesus, devem ter assumido algum protagonismo no grupo dos discípulos.
O último passo é o envio dos discípulos – evidentemente antecedido de um conjunto de instruções para a missão (cf. Mt 10,5-8).
Em primeiro lugar (vers. 5-6), Jesus vai definir os destinatários da missão:
numa primeira fase, são “as ovelhas perdidas da casa de Israel”. Esta
interpretação “restritiva” da missão explica-se a partir da forma como o
cristianismo se expandiu em termos geográficos: primeiro pela Palestina e só
depois fora das fronteiras da Palestina; provavelmente, também terá a ver com
as tensões existentes na comunidade de Mateus, onde alguns judeus - cristãos
tinham dificuldade em aceitar que o Evangelho fosse anunciado aos pagãos.
Em segundo lugar (vers. 7-8a.b.c.d), apontam-se os sinais que devem acompanhar o anúncio da chegada do “Reino”: a cura dos doentes, a ressurreição dos mortos, a expulsão dos demônios. O anúncio não deve constar de palavras apenas, mas de gestos concretos que sejam sinal vivo dessa libertação que o “Reino” traz. Em terceiro lugar (vers. 8e), aparece um apelo à gratuidade: os discípulos não podem partir para a missão a pensar em colher dividendos pessoais, ou em satisfazer interesses egoístas. A expressão “recebestes de graça, dai de graça” convida a fazer da própria vida um dom gratuito ao “Reino”, sem esperar em troca qualquer paga.
Repare-se como em todo o discurso a missão dos discípulos aparece como um
prolongamento da missão de Jesus. O anúncio, que é confiado aos discípulos, é o
anúncio que Jesus fazia (o “Reino”); os gestos que os discípulos são convidados
a fazer para anunciar o “Reino” são os mesmos que Jesus fez; os destinatários
da mensagem que Jesus apresentou são os mesmos da mensagem que os discípulos
apresentam…
Nunca pense que você já sabe tudo ou que não precisa
mudar em nada. Seja humilde, reconheça seus erros, aprenda com os mesmos e mude
as atitudes que não beneficiam a si ou em sua relação com os outros. “Ó Jesus,
cuja principal lição foi esta: “aprendei de mim que sou doce e humilde de
coração”, ensinai-me a ser humilde de coração, assim como vós. Ó Deus, vós que
resistis aos soberbos e concedeis a graça aos humildes, dai-me a virtude da
verdadeira humildade, que vosso Filho Unigênito foi tão perfeito modelo, a fim
de que nunca provoquemos com o nosso orgulho a vossa indignação, mas consigamos
pela humildade os dons da vossa graça, por Nosso Senhor. Amém”.
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