06 junho - A caridade é o vínculo da unidade. (L 76). São Jose Marello
Marcos 12,13-17
Depois mandaram que alguns fariseus e
alguns membros do partido de Herodes fossem falar com Jesus a fim de
conseguirem alguma prova contra ele. Eles chegaram e disseram:
- Mestre, sabemos que o
senhor é honesto e não se importa com a opinião dos outros. O senhor não julga
pela aparência, mas ensina a verdade sobre a maneira de viver que Deus exige.
Diga: é ou não é contra a nossa Lei pagar impostos ao Imperador romano? Devemos
pagar ou não?
Mas Jesus percebeu a malícia
deles e respondeu:
- Por que é que vocês estão
procurando uma prova contra mim? Tragam uma moeda para eu ver.
Eles trouxeram, e ele
perguntou:
- De quem são o nome e a
cara que estão gravados nesta moeda?
Eles responderam:
- São do Imperador.
Então Jesus disse:
- Dêem ao Imperador o que é
do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus.
E eles ficaram admirados com
Jesus.
Meditação:
No evangelho, os herodianos, um grupo político que
estava a favor de Herodes, e os fariseus se aproximam de Jesus para pô-lo à
prova com uma pergunta e deixá-lo numa situação bastante perigosa conforme a
resposta que desse, e posteriormente acusá-lo e condená-lo.
Jesus é interrogado pelos discípulos dos fariseus
com a intenção de pegá-lo
Tudo o que eles disseram sobre Jesus, é verdade e
constitui a missão de Jesus. Só que nunca imaginaram que da boca de Jesus
viesse a sair uma resposta tão sábia e tão inteligente que os fizesse cair nas
malhas das suas próprias palavras. É lícito ou não pagar o imposto a César?
Devemos pagar ou não? Já que eles maliciosamente fizeram esta pergunta, Jesus
responde-lhes com uma outra desafia-lhes a sabedoria.
Jesus inteligentemente dá-lhes uma resposta que faz os herodianos, fariseus e seus discípulos entenderem as obrigações que adquire o ser humano com as leis civis que hão de ser cumpridas e não passadas por alto em função de uma opção de vida religiosa, como é o ser cristão.
De quem é a figura e a inscrição que estão nessa moeda? E eles então dão a sua própria sentença: é de César! Sem mais perca de tempo, o Mestre lhes faz meditar na verdade do ditado segundo o qual pela “boca morre o peixe”: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!
É necessário que eles ontem e nós hoje apresentamos a estabelecer de uma vez por todas que existem o poder temporal e àquele atemporal. O poder deste mundo passageiro e o do mundo que não tem fim.
Ao se referir a César, Ele ensina que enquanto estivermos no mundo, embora não lhe pertençamos devemos tenhamos a capacidade e o espírito de discernimento entre o que pertence a terra e o que pertence ao reino do céu.
Que saibamos exercer com dignidade a nossa cidadania obedecendo as autoridades legalmente instituídas pelo Estado. Que assumamos os nossos deveres e usufruamos dos nossos direitos dentro e fora da nossa Pátria.
A segunda parte da resposta de Jesus nos faz ver que como Seus discípulos temos um destino diferente dos deste mundo. O preço da nossa salvação é pago com a moeda que também tem faces dum lado está escrito: SOU CIDADÃO DO CÉU. E JESUS É O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA PARA LÁ CHEGAR. E do outro lado está a imagem de Jesus crucificado e ressuscitado.
Se dum lado somos chamados a vivermos a sobriedade nas nossas palavras para não nos condenamos como os fariseus do evangelho de hoje, por outro lado Jesus chama-nos atenção a que não tenhamos outro senhor a quem adoremos, simbolizando pelo pagamento de impostos, a que nas nossas relações com os nossos irmãos e irmãs não tenhamos outra moeda senão a do amor de Jesus Cristo. Pois sem Ele ninguém entrará no Reino do Céu!
Deus tem seu
lugar, e o fiel tem de saber respeitá-lo. O ser humano, portanto, não deve
colocar em tensão aquelas questões que se referem ao foro civil com as do foro
religioso, pois ambas, relacionadas e em equilíbrio, podem levar a que se
consiga uma sociedade melhor, justa e participativa para seus integrantes.
Reflexão Apostólica:
O fundo da pergunta é se pagando o imposto se viola ou não a lei judaica; se se é fiel ou não às tradições religiosas. Olhando a inscrição da moeda, Jesus diz que se dê a César o que lhe corresponde; mas o reconhecimento da autoridade suprema, obediência e amor somente se devem ao verdadeiro Deus. Esta é a resposta sábia e contundente de Jesus.
Lamentavelmente os seres humanos costumamos
confundir as coisas para tirar proveito próprio. Mas a palavra de Jesus é
clara: Somente Deus merece nosso amor sem divisões e nossa total obediência.
Não confundamos os assuntos do reino de Deus, como a paz, a justiça, a
solidariedade, a liberdade e a verdade, com os interesses mesquinhos dos
impérios de todos os tempos.
Precisamos estar atentos. A duração da nossa vida é
rápida. Porém, enquanto estivermos aqui temos as obrigações a que cumprir e não
estamos isentos dos tributos do mundo como nos fala Jesus no Evangelho: “Daí,
pois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
Para sermos justos precisamos estar quites com os
encargos que o mundo nos cobra, confiantes, porém, de que Deus que não olha as
aparências vê o nosso coração e sabe dos nossos propósitos.
Seremos cobrados (as) também pelo que ficarmos devendo no mundo, pois vivemos aqui na terra sob o olhar misericordioso e providente do Senhor. Cumprindo com a nossa obrigação aqui neste século teremos, no outro, a recompensa pela nossa fidelidade.
Uma coisa não nos tira da outra. Da mesma forma que cumprimos com os encargos que o mundo nos cobra nós também precisamos saldar a nossa dívida com os nossos irmãos e irmãs, segundo o mandamento do Senhor: “Amai-vos uns aos outros”.
O mandamento de Deus é o Amor. Pagar imposto é um dever social, temporal, mas para Deus o nosso dever é amar e este é o nosso compromisso com o reino. Amar a Deus sobre tudo e ao próximo como a nós mesmos (as). Somente assim seremos filhos e filhas justos (as), isto é, ajustados (as) ao Seu plano.
Como você tem encarado as obrigações sociais que o mundo impõe? Você é uma pessoa justa neste aspecto? Você tem vivido o mandamento do amor? Você sabe que diante de Deus nós seremos também cobrados (as) pelos nossos deveres sociais aqui na terra?
As autoridades civis merecem o respeito e cooperação, sempre e quanto isto não signifique transgredir nossa adesão a Deus. Tampouco é lícito que por uma suposta lealdade a Deus esqueçamos nossas responsabilidades cotidianas como, por exemplo: não sonegar imposto, não "piratear" etc. Devemos respeitar tanto a Deus como a autoridade, enquanto esta não pretenda tomar o lugar da primeira.
César se considerava a si mesmo como Filho de Deus e exigia de seus súditos a
reverência e dedicação que se deve à divindade. Aqui a autoridade toma para si
o lugar de Deus. Por isso devemos estar atentos a situações similares que
ocorrem em nossos dias. É a constante tensão entre os valores do Reino de Deus
e os dês-valores das estruturas do mundo.
Propósito:
Pai, tudo quanto existe no universo te pertence.
Ensina-me a subordinar tudo ao teu querer e a considerar-te a medida de tudo. Ó
Deus, dai-me a graça de possuir a única moeda com a qual eu possa comprar o
reino do Céu, que me ensine e ajude proclamar a minha fé não somente em
palavras, mas também na verdade das minhas ações que é Jesus Cristo, Vosso
Filho.
Reflexão:
Quando pediu que os discípulos rezassem com perseverança, Jesus queria dizer
que orassem sem desanimar.
Isso pode ser aplicado à sua vida.
Se deseja que suas orações sejam atendidas, jamais hesite.
A confiança e a fé apontadas por Jesus deveriam mover montanhas. (cf Mc 11,23)
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