20 junho - Seja qual for o caminho pelo qual o Senhor nos
conduza, se lhe formos sempre fiéis, nos encontraremos um dia no Paraíso, onde
teremos acumulado numerosos merecimentos e glória, e tanto mais nos
regozijaremos e nos deliciaremos em Deus, quanto menos tivermos desfrutado de
suas consolações aqui na terra. (S 359).
São Jose Marello
Mateus 5,43-48
"Vocês ouviram o que foi dito:
"Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos." Mas eu lhes digo: amem
os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para que vocês se tornem
filhos do Pai de vocês, que está no céu. Porque ele faz com que o sol brilhe
sobre os bons e sobre os maus e dá chuvas tanto para os que fazem o bem como
para os que fazem o mal. Se vocês amam somente aqueles que os amam, por que esperam
que Deus lhes dê alguma recompensa? Até os cobradores de impostos amam as
pessoas que os amam! Se vocês falam somente com os seus amigos, o que é que
estão fazendo demais? Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos,
assim como é perfeito o Pai de vocês, que está no céu."
E Jesus terminou assim:
- Portanto, estes irão para
o castigo eterno, mas os bons irão para a vida eterna."
Meditação:
No evangelho de hoje alcançamos o ponto mais alto da Montanha das Bem-aventuranças, onde Jesus proclamou a Lei do Reino de Deus, cujo ideal se resume nesta frase célebre: “Sede perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito” (Mt 5,48). Jesus estava reorientando a Lei de Deus! Por cinco vezes seguidas afirmou: “Ouvistes o que foi dito..., mas eu vos digo” (Mt 5,21.27,31.33.38).
Era um sinal de muita coragem por parte dele, em público, diante de toda aquela multidão reunida, tocar o tesouro mais sagrado do povo, a raiz de sua identidade, que era a Lei de Deus.
Jesus quer comunicar uma nova maneira de olhar e praticar a Lei de Deus. A chave que ajuda a perceber este novo olhar é afirmação: “Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito”.
Ninguém jamais poderá chegar a afirmar: “Hoje fui perfeito como o Pai do céu é perfeito!”. Encontramo-nos sempre abaixo da metade que Jesus apresentou diante de nós. Será por isso que Ele nos aponta um ideal impossível a ser alcançado por nós mortais?
Foi dito: "Amarás teu próximo e odiarás o inimigo." Nesta frase Jesus explica a mentalidade com a qual os escribas explicavam a lei; mentalidade que nascia na divisão entre judeus e não judeus, entre próximo e não próximo, entre santo e pecador, entre puro e impuro etc.
Jesus manda mudar radicalmente este tipo de divisões interesseiras. Ordena superar as divisões. “Eu, porém, vos digo, amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos”.
Aqui chegamos à fonte da qual brota a novidade do Reino. Esta fonte é o próprio Deus, reconhecido como Pai, que faz levantar o sol sobre maus e bons. Jesus quer que imitemos este Deus: “Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai Celeste” (Mt 5, 58). É imitando este Deis que criamos uma sociedade justa, radicalmente nova.
Tudo se resume
O amor é o princípio e o fim de tudo. Não existe prova de maior amor do que dar a vida pelo irmão (Jo 15,13). Jesus imitou o Pai e revelou seu amor.
Todo gesto, toda palavra de Jesus, desde seu nascimento até a hora da morte na cruz, era uma expressão deste amor criador que não depende do presente que recebe, nem discrimina o outro por razões de raça, sexo, religião ou classe social, mas que nasce de um quer bem completamente gratuito. Foi um crescendo contínuo, desde o nascimento até à morte na Cruz.
Foi na hora, quando na Cruz, ele ofereceu o perdão ao soldado que o torturava e o matava. O soldado, ao serviço do império, pegou o pulso de Jesus e o colocou sobre o braço da cruz, segurou o prego e começou a bater. Deu vários golpes. O sangue saia sem parar.
O corpo de Jesus se retorcia de dor. O soldado, mercenário, sem dar-se conta daquilo que estava fazendo e aquilo que estava acontecendo perto dele, continuava a bater como se fosse um prego para pendurar alguma coisa na parede. Naquele momento Jesus se dirige ao Pai com esta oração: “Pai, perdoa-os, porque ao sabem o que fazem!” (Lc 23,34).
Apesar de toda a vontade dos homens, a desumanidade não conseguiu apagar em Jesus a humanidade. Eles judiam deles, gozam sem piedade, lhe cospem na cara, batem nele, fazem dele um palhaço com uma coroa de espinhos que fixam na cabeça, o flagela, o torturam, mandam que ande pelas ruas como fosse um criminoso, deve ouvir os insultos das autoridades religiosas, no calvário o deixam completamente nu diante de todos e de todas.
O veneno da desumanidade não consegue chegar à fonte da humanidade que brotava do coração de Jesus. A água que brotava de dentro dele era mais forte que o veneno de fora, que queria contaminar tudo. Olhando aquele pobre soldado, Jesus sentiu compaixão dele e rezou por ele e por todos: “Pai, perdoa!”. E acrescenta uma desculpa: “São ignorantes. Não sabem o que estão fazendo!”.
Diante do Pai, Jesus se torna solidário com aqueles que o torturam e o maltratam. Como o irmão que vê seus irmãos assassinos diante do juiz e ele, vítima de seus próprios irmãos, diz ao juiz: “Sabe são meus irmãos. São ignorantes. Perdoa-os. Melhorarão!”.
Era como se Jesus tivesse medo que a mínima raiva contra o homem pudesse apagar nele o resto de humanidade que ainda existia.
Este incrível gesto de humanidade e de fé na possibilidade de recuperação daquele soldado foi a maior revelação do amor de Deus. Jesus podia morrer: “Tudo está consumado!” E inclinando a cabeça, entregou o espírito (Jo 19,30). Realizou.se, assim, a profecia do Servo Sofredor (Is 53).
Qual é o motivo mai profundo do esforço para observar a Lei de Deus: merecer a salvação ou agradecer a imensa bondade de Deus que nos criou, te mantém vivo e te salva? Que significado dás à frase “ser prefeito como Pai Celeste é perfeito”?
Reflexão Apostólica:
Já pensou você ter de dar um abraço, ou um beijo no seu inimigo? Bem não bem isso que Jesus está falando. Amar o seu inimigo é desejar para ele o mesmo que você deseja para si próprio. Você não deseja que ninguém seja violento consigo, então não seja violento com ele. Você não deseja que ninguém seja vingativo com você, então não seja vingativo com o seu inimigo. Você gosta de ser perdoado? Então perdoa o seu inimigo.
Como pode? Um homem cristão, piedoso, ter inimigos? Tem, sim. E isso é tão possível
que é o próprio Jesus quem está falando. "... amai vossos
inimigos..." então inimigos de cristãos, existem. Os profetas
eram perseguidos, e até mortos pelos seus inimigos. Aqueles que não gostavam do
que os profetas falavam ou denunciavam. Os fariseus e doutores da Lei eram
os principais inimigos de Jesus Cristo, o Santo o puro, o Filho de Deus.
Para
entender porque temos inimigos, vamos dar uma olhada na sala de aula. A
professora, ou o professor, são profissionais cuja profissão se assemelha a um
sacerdócio. Isto porque ganham um salário insignificante, desempenham o seu
trabalho desgastante de ensinar e educar, com direito a agüentar desaforos dos
alunos problemas, desajustados, revoltados oriundos de lares desfeitos ou de
pais que brigam na frente deles. Esses alunos, gritam, quebram carteiras,
desacatam os professores, funcionários, e podem até bater na professora, ou
processar o professor, acusando-o de algum tipo de ofensa, pois não se
consideram errados, portanto, não admitem serem repreendidos.
Na sociedade também temos os nossos inimigos. É o vizinho que não paga o
condomínio, que deixam a torneira e as portas abertas, que nos incomodam com os
mais variados tipos de barulhos, e quando reclamamos, eles não gostam, e partem
pra cima de nós como aconteceu com aquele jovem que chamou atenção de um senhor
que passeava na rua com dois pitbulls soltos. De dentro do seu carro, ele levou
um bocado de socos do dono dos cachorros, que pensando não estar fazendo nada
de mal, não gostou da advertência, embora aquele jovem tenha falado com toda
educação com
ele.
Nossos inimigos são essas pessoas, abusadas, egoístas, injustas que bagunçam a
ordem estabelecida, nos prejudicam, nos causam prejuízos e ainda nos agridem
quando reclamamos das coisas erradas que elas fazem. Às vezes não temos
nada mais a fazer contra os abusos de tais pessoas, a não ser rezar por elas,
com Jesus nos recomendou.
Se você tem inimigos desse tipo, não precisa deixar a sua oferta no altar e ir
fazer as pazes com ele. Espere. Dê tempo ao tempo, e aguarde a oportunidade de
um dia reatar, não digo a amizade, mais o relacionamento entre você e ele. Você
pode comungar, sim, pois, os desentendimentos entre você e este inimigo não foi
culpa sua, porque você só estava combatendo uma injustiça.
Rezemos pelos nossos inimigos sem cessar. Não só para que eles não nos façam
nenhum mal, mais pela sua conversão. Para que Deus os ilumine conduzindo-os a
enxergar os seus erros e parem de nos incomodar ou prejudicar.
O
Espírito Santo tem um papel muito importante. É Ele que lhe dá a fé e a
confiança na salvação. Quando você crê em Jesus e se arrepende de seus pecados,
recebe o Espírito Santo em seu coração, que lhe ajuda a entender a Palavra de
Deus e a aplicá-la em sua vida. “Santo Espírito de Deus, vinde sobre mim, sobre
minha casa e sobre todos nós. Que a vossa luz divina nos ilumine, retirando de
nós toda a raiva e toda a escuridão. Vós, que sois a alma da Igreja, que em
Pentecostes manifestastes o poder de Deus, derramai sobre nós os vossos dons.
Ajudai-nos a viver a paz do Senhor nos seus caminhos e permanecei conosco.
Santo Espírito Criador, cria em nós um amor grande e forte ao Pai, e que nada
possa apagar essa chama. Espírito da verdade, manifestai em nós o desejo de
conhecer, propagar e viver a Palavra do Senhor. Que ela cresça em nosso coração
e dê muitos frutos! Espírito Santo, guia-nos sempre e nunca vos distancie de
nós. Amém”.
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